Próximo Papa Pode ser Negro

Cidade do Vaticano, 3/4/2002 - 09:42

Um Papa negro, vindo da África, pode ser o próximo ocupante da Basílica de São Pedro. A declaração foi feita pelo Cardeal conservador Joseph Ratzinger, presidente da Congregação pela Doutrina da Fé no Vaticano, numa entrevista ao jornal alemão "Die Welt". Para ele, a escolha "seria um bom sinal para todos os cristãos" e "particularmente na África há representantes da Igreja de grande importância".

A informação sobre o sucessor de João Paulo II não serviu apenas para mostrar os novos rumos da Igreja Católica. Reforçou também as especulações em torno de uma saída antecipada do atual Papa do comando da Igreja, mesmo sendo o pontificado vitalício.

Apesar de o Vaticano ter desmentido ontem recentes notícias sobre uma cirurgia do Papa - que operaria o joelho direito - João Paulo II não está bem de saúde. É visível seu sofrimento com dores provocadas pela artrose. No Vaticano, paira a interrogação sobre o futuro próximo deste pontificado.

Apesar da saúde debilitada, na Semana Santa João Paulo II deu provas de resistência e vontade de não renunciar a seus empenhos. Médicos dizem que a artrose não pode ser curada, exceto com uma cirurgia. Além disso, os remédios tomados para combatê-la podem agravar o mal de Parkinson de que ele sofre.

Durante a Semana Santa, o escritor Vittorio Messori publicou no "Corriere della Sera" um artigo que reabriu a polêmica sobre uma possível renúncia de João Paulo II. Messori é um dos autores católicos mais famosos do mundo, o único a quem o Papa deu uma entrevista, em 1994, que se transformou no livro "Varcare la soglia della speranza" ("Passar o limiar da esperança").

No artigo, Messori diz que, enquanto a doença piora, correm boatos sobre a aplicação de um artigo do Código da Igreja que "regula a renúncia do Romano Pontífice ao seu ofício: livre renúncia e não demissão, porque o Papa não tem superiores nesta terra".

Messori explica que "na Cúria romana existe um alarme, uma preocupação pelo desenvolvimento do mal de Parkinson, que agora ou mais tarde, vai tocar também sua cabeça. Existe um alarme, porque o Pontífice poderia também dizer coisas estranhas. Eu me limito a observar que os papas sempre foram eleitos anciãos. Na história dos papados, existem todas as doenças possíveis, mas não a loucura. Não existe registro de qualquer Papa louco. Até agora evidentemente funcionou uma especial assistência do Espírito Santo. Por que temos que ter medo com Wojtyla?"

Pela determinação que tem demonstrado o Papa polonês, a hipótese de renúncia parece remota. E João Paulo II tem uma agenda cheia de importantes compromissos internacionais com as próximas viagens: em maio à Bulgária, e em julho e agosto ao Canadá, ao México, à Guatemala e em seguida à Polônia. -- Fonte: O Globo Online

Publicado em: http://www.catolicanet.com.br

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