Burocratização da Fé:
Amigos, Sou .........................................., ancião e tesoureiro da igreja de .................... em ........................ , ...... Gostaria muito de poder contar com vocês em relação ao um assunto que tem trazido grandes problemas para nossa igreja. Tenho sempre freqüentado vosso site e muitas coisas ali contidas têm me ajudado. O assunto que gostaria que vocês esclarecessem está relacionado à hieraquia divina, pois um grupo de pessoas tem dado grande ênfase a oração dirigida a Jesus. Eles afirmam que nossas orações têm que ser dirigidas ao Filho (Jesus), o qual Se encarregará de levar nossas orações ao Pai (Deus). Nós, porém, temos aprendido que nossas orações simplesmente vão a Deus em nome de Jesus. Mas estas pessoas dizem que não é em nome de Jesus, mas ao nome de Jesus, o qual é nosso intercessor. Dizem mais ainda, que se eu me dirigir a Deus diretamente, em nome de Jesus, estou desrespeitando a pessoa de Jesus, o qual é a ponte que nos liga a Deus. Resposta do editor Caro irmão, Creio que seria pior se estivessem ocorrendo aí orações direcionadas ao "Deus Espírito" ou à Trindade, como têm acontecido em muitas igrejas adventistas do sétimo dia, acatando modelos sugeridos em nosso próprio hinário e legitimados pela crença trinitariana equivocada, de que não há hierarquia no Céu e três deuses coiguais e coeternos revezam-se no atendimento às orações dos seres humanos. Supervalorizar, porém, a hierarquia celeste e estabelecer uma burocracia litúrgica no endereçamento de nossas orações é ir além do que está escrito, como veremos abaixo. Contudo, convém lembrar que não podemos considerar um erro destinar ocasionalmente nossas orações a Jesus, uma vez que Ele próprio disse que "toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra" (Mateus 28:18). E de acordo com o apóstolo Paulo, em Filipenses 2:9-11, toda honra endereçada ao Filho glorifica, na verdade, ao Pai:
Foi por essa razão que Jesus Cristo não proibiu aos discípulos que orassem diretamente a Ele e comprometeu-Se a responder positivamente a essas orações: E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. João 14:13-14. Estevão, por ocasião de seu apedrejamento, orou: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" (Atos 7:59.) A conhecida expressão Maranata -- Vem, Senhor! -- é também uma oração endereçada a Jesus. Lembremo-nos, porém, que Jesus Cristo também afirmou:
1. Que modelo de endereçamento da oração foi apresentado pelo próprio Senhor Jesus Cristo no Sermão da Montanha? Mateus 6:6-9.
Nossas orações, em geral, devem ser dirigidas, portanto, ao Pai. E há um detalhe que, talvez, tenha passado despercebido para algumas pessoas. Nessa oração-modelo, Jesus não inclui a obrigatoriedade de que as orações dirigidas ao Pai sejam apresentadas em Seu nome. (Veja versículos 10-13.) 2. Qual é a única condição expressa por Jesus Cristo para que nossa oração dirigida ao Pai seja aceita? Mateus 6:12, 14-15.
Não são, portanto, as palavras que usamos que asseguram o atendimento do Pai às nossas orações, mas o espírito de humildade e tolerância com que as fazemos. Leia também Marcos 11:25 e João 15:16:
3. Que característica do Pai torna secundária a preocupação com o uso das palavras certas e do endereçamento correto de nossas orações? João 16:26-27.
O amor do Pai para conosco, revelado através da doação de Seu Filho para nos salvar, deve levar-nos a nos aproximar dEle com confiança, na certeza de que nos receberá sempre com misericórdia e bondade. Afirmar que o Pai não nos atenderá se nos dirigirmos diretamente a Ele é desconsiderar a revelação do caráter amoroso do Pai celestial feita por Jesus e dar crédito às mentiras de Satanás. Também não é correto dizer que Jesus Cristo é desrespeitado quando oramos diretamente ao Pai, primeiro porque Jesus jamais cobiçou o lugar do Pai nem no trono do Céu nem nos corações humanos. (Ver Filipenses 2:6-8.) Segundo, porque Jesus Cristo veio ao mundo exatamente para restabelecer a confiança da humanidade na misericórdia e amor do Pai a fim de estimular-nos a reiniciar o relacionamento interrompido com Deus, uma vez que nossos pecados, que faziam separação entre nós e o Pai, podem agora ser perdoados com base no sacrifício do Filho de Deus. 4. No momento em que nos reunimos para adorar a Deus em Seu nome, onde está Jesus? Mateus 18:19-20.
Resposta: Junto conosco! Sim, quando nos reunimos em nome de Jesus, Ele próprio, em Sua onipresença, une-Se a nós em cânticos e oração. Assim, nosso louvor e petições são recebidos e aceitos pelo Pai, porque sobem misturados a Seus méritos. O texto deixa claro, porém, que é o Pai que nos concede o que necessitamos, porque Ele é o soberano do universo. 5. Acima de tudo, o que é necessário para agradarmos a Deus em nossas orações? Hebreus 11:6 e 4:16.
Não basta, portanto, confiar unicamente nos méritos do Filho, para que nossas orações sejam atendidas. É preciso entender que a morte de Jesus Cristo em nosso lugar só foi possível porque o Pai nos amou de tal maneira que nos deu o Seu Filho unigênito para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16.) Em outras palavras, sem fé no amor do Pai, não adianta orar ao Filho, pois você O estará fazendo mentiroso. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o moço rico, que se aproximou de Jesus para saber o caminho da vida eterna e o denominou "bom mestre". Jesus o repreendeu, dizendo:
6. Que maravilhosa certeza nos traz a confiança na bondade de Deus, o Pai, revelada através da doação de Seu Filho à humanidade?
O Pai já nos fez a doação máxima, que foi a entrega de Seu Filho à morte em nosso lugar. Nada que Lhe peçamos alcançará a grandiosidade desse ato de amor. Seja o que for que Lhe pedirmos, será sempre pouco diante do preço pago por nossa salvação. 7. Que outro motivo Jesus apresenta para que façamos nossas orações ao Pai em Seu nome? João 16:23-24. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. Como já vimos, Jesus não quer para Si a glória que pertence ao Pai. Por isso, procura incentivar-nos a nos aproximar de Deus com confiança e intimidade, pedindo em Seu nome para que nos sintamos mais seguros e à vontade. E Ele garante que seremos atendidos, porque o Pai quer ver-nos completamente felizes. Quem já arrecadou alimentos ou quaisquer outra doações em nome de terceiros ou de alguma instituição sabe que pedir em nome de outra pessoa é mais do que simplesmente apresentar a autorização desta para nossa solicitação. Pedir em nome de outro é pedir pelo outro, como se estivesse no lugar dele. Assim, pedir em nome de Jesus não é apenas tentar comover a Deus, citando o nome do Filho a quem Ele tanto ama. É pedir para nós como se fosse para o Filho de Deus! E com certeza, o Pai não nos deixará de atender. Orar em nome de Jesus é, portanto, mais que cumprir uma mera formalidade litúrgica. É ter fé que, quando nos reunimos em Seu nome. Ele Se põe em nosso meio e Se junta a nós em nossa adoração, identificando-Se conosco em nossas necessidades. Por isso, podemos apresentar nossos pedidos a Deus como se fossem os de Seu próprio Filho e ter a certeza de que Ele nos atenderá.
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