Quem é Melhor para a IASD: Gore ou Bush?

Depende. Claro, depende de saber o que, de fato, é melhor para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Se queremos continuar de mãos dadas com o governo americano, que nos financia os atendimentos emergenciais da Adra, Gore é provavelmente a opção a que nos devemos atrelar. Aliás, a escolha como candidato a vice do senador Joseph Lieberman, que é judeu praticante, forneceu à Associação Geral a desculpa de que precisava para entrar na campanha.

Nosso noticiário oficial, em uma de suas notas desta semana (clique aqui para vê-la), já sugere que a inclusão de Joseph Lieberman como candidato a vice, autoriza-nos a buscar seu apoio para assegurar amparo legal ao trabalhador adventista que necessita ter folga no sábado. Segundo informa a Agência Adventista de Notícias, Lieberman observa o sábado desde o pôr-de-sol de sexta-feira, mas "americanos menos proeminentes não têm efetiva proteção legal quando enfrentam a escolha entre seu trabalho e sua crença no Sábado." Cobra-se então a discussão imediata de uma lei apoiada por Lieberman para garantir a guarda do sábado no local de trabalho.

O questionamento que surge é: Estaria correto buscar proteção do Estado para a observância do sábado pelo adventista? Não estamos, como faz Babilônia, juntando indevidamente Igreja e Estado? Tememos uma lei que obrigue a guarda do domingo, mas insistimos na aprovação de leis que favoreçam a guarda do sábado! Quando perceberemos a incoerência disto? 

O adventista que deseja guardar o sábado deve mostrar ao empregador, através de seu comportamento, capacitação e desempenho profissional, que vale a pena tê-lo como funcionário embora não trabalhe aos sábados. Se possível, talvez seja também conveniente testemunhar de Bíblia na mão, explicando as razões de sua opção pessoal pela observância do sábado. Exigir direitos com base em leis humanas só fará com que os adventistas sejam descartados ou preteridos, ao analisar-se seu currículo como candidatos a um emprego! Afinal de contas, na maioria dos casos, terão dois dias de folga, o sábado e o domingo!

Desmorona-se assim o argumento denominacional pró-candidatura de Gore e Lieberman? Talvez não. Durante a convenção democrata em Los Angeles, que oficializou sua candidatura, o senador Joe Lieberman disse que "é tempo de cruzar uma nova fronteira e extinguir todas as divisões raciais e religiosas". (Clique aqui para ler o texto em inglês.)

"Quarenta anos atrás, estive aqui nesta cidade e cruzei uma nova fronteira", disse Lieberman, relembrando a convenção que definiu a candidatura de John F. Kennedy, que veio a ser o primeiro presidente católico romano dos Estados Unidos. 

"Eu acredito que a próxima fronteira não está exatamente diante de nós, mas dentro de nós - para superar as diferenças que ainda existem entre nós, para demolir as barreiras que continuam existindo...

"Acredito que chegou o tempo de colocar abaixo todas as paredes de discriminação desta Nação, seja de raça, gênero, nacionalidade ou orientação sexual", disse Lieberman.

Um vice-presidente que incentive o presidente da mais importante nação do planeta a colocar um ponto final nas diferenças e disputas religiosas, entre outras, talvez seja mesmo a melhor opção para a Igreja Adventista hoje. Mas isso não nos dá o direito de nos afiliar a seu partido e sair por aí, fazendo campanha...

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