Pólo Norte Está Derretendo

O Pólo Norte está começando a derreter. A espessa camada de gelo que cobriu o Oceano Polar Ártico virou água, informaram pesquisadores que visitaram o local recentemente.

Pelo menos por enquanto, uma faixa degelada, de 1,6 quilômetro de largura, se abriu bem no topo do mundo – algo possivelmente nunca visto antes por seres humanos e mais uma prova de que o aquecimento global pode ser real e talvez já esteja afetando as condições climáticas.

Cientistas afirmam que a última vez que o pólo degelou foi há mais de 50 milhões de anos. "Foi totalmente inesperado", disse o oceanógrafo James J. McCarthy, diretor do Museu de Zoologia Comparativa na Universidade Harvard e co-líder de um grupo que trabalha para a Comissão Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, patrocinada pela ONU.

A comissão está estudando as potenciais consequências, para o meio ambiente e a economia, das acentuadas alterações no clima. McCarthy foi conferencista num cruzeiro turístico ao Ártico a bordo de um quebra-gelo russo no início deste mês. Lembra que, numa viagem semelhante, seis anos atrás, o quebra-gelo penetrou numa calota glacial de 1,8 metro a 2,7 metros de espessura no Pólo Norte.

Plâncton - Desta vez, o gelo estava em geral tão fino que a luz solar conseguia penetrar nele e sustentar concentrações de plâncton logo abaixo. McCarthy disse que o capitão russo do quebra-gelo, que fez a mesma viagem dez vezes nos últimos anos, contou nunca ter encontrado antes água na superfície do pólo.

Outro conferencista, o paleontólogo Malcolm C. McKenna, do Museu Americano de História Natural em Nova York, disse que o navio, Yamal, atravessou quilômetros de gelo fino e de água a céu aberto em sua trajetória de Spitsbergen, Noruega, até o pólo.

90 graus - Quando o navio chegou ao pólo – que McKenna e sua mulher Priscilla confirmaram com um aparelho manual do Sistema de Posicionamento Global –, água batia na proa da embarcação. "Não sei se alguém que chegou aos 90 graus norte tenha encontrado água e não gelo", declarou McKenna numa entrevista. Na mesma hora ele tirou fotos para documentar o fenômeno.

Depois o Yamal precisou navegar 10 quilômetros para encontrar gelo de espessura suficiente para que os 100 passageiros desembarcassem e pudessem contar que haviam estado no Pólo Norte, ou muito perto dele. Viram voando gaivotas de uma espécie que ornitólogos informaram nunca ter sido avistadas antes no pólo.

Fonte: http://www.terra.com.br/cgi-bin/index_frame/mundo/2000/08/21/065.htm

 

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com