O Deus da Igreja Católica é o Mesmo da Igreja Adventista? Prezados irmãos: Faz pouco tempo, nosso noticiário oficial da Associação Geral divulgou:
Para mim, este assunto é um pouco delicado. Nem tanto pelo que significa em si mesmo em relação ao nosso relacionamento com os católicos, mas, sim, pelo que significa para nós, adventistas, que nem sempre temos bem claro qual deve ser nossa atitude frente aos que erram (neste caso os católicos). Em primeiro lugar, refiro-me a que entre nós existe uma ampla gama de reações a notícias dessa natureza. Em um extremo, estão os que pensam que qualquer contato implica uma relação e por conseguinte um compromisso com o engano. No outro, está quem procura o diálogo com intenções - geralmente inconscientes - de procurar a união ou o consenso. Essa última atitude é, sem dúvida, a da igreja católica que, em alguns casos de forma velada e em outros de forma quase impudica, manifesta que o futuro religioso do mundo se encontra unicamente na união mundial de todas as confissões religiosas. Embora neste ponto cuidam (contêm-se com muita dificuldade, diria eu) para não incluir no discurso o tema da supremacia, a ninguém escapa nem lhe subiu à mente outra coisa que não seja que a supremacia - a hegemonia! - não é matéria de discussão nem sequer como hipótese. Apesar de todos os seus problemas de saúde, parece óbvio que o nobre velhinho, viajante da paz, será, sem dúvida, o líder indiscutível dessa suposta igreja global. O difícil é encontrar um equilíbrio útil e eficaz para os interesses do Senhor entre essas duas posições tão distantes. Se os interesses da igreja católica se situam claramente na busca da unidade, cabe-nos perguntar para que nos serve e aos interesses do Senhor um diálogo com objetivos tão distantes aos de nossos interlocutores? No discurso da defesa do diálogo, certamente poderemos encontrar um amontoado de razões (?) para justificar o diálogo. E até fazer uma lista delas para discussão. Pessoalmente, creio que poderia até estar de acordo com elas. Mas o X da questão é procurar honestamente uma resposta a esta pergunta: Sabendo quais são os objetivos da Igreja Católica, ajuda aos interesses do Senhor um diálogo com quem tem interesses opostos? Em realidade, pensei em não escrever sobre esse tema para não incomodar a ninguém que pense diferente, mas aconteceu algo na discussão da lição do sábado atrasado em minha unidade da Escola Sabatina, composta por jovens. Um deles perguntou -- referindo-se à adoração ambígua e pecaminosa do povo do Israel a Baal e a Jehová -- se nosso Deus era o mesmo dos católicos. Reconheço que a pergunta me surpreendeu. Sabia que o moço em realidade tinha uma resposta pensada e deixei que os outros jovens respondessem, discutindo com ele. Durante vários minutos, o intercâmbio foi enriquecendo-se com reflexões muito acertadas e eles chegaram sozinhos a uma conclusão que era a mesma de que iniciou o debate: nosso Deus decididamente NÃO é o mesmo dos católicos. As razões foram várias e, se por acaso quiserem debater o tema aqui na internet, não adianto nenhuma para não condicionar suas respostas. Antes de avançar sobre o motivo desta reflexão, cito mais uma pergunta que surgiu no debate da escola sabatina (E depois me dizem que os jovens não têm inquietações doutrinárias!): É Satanás o líder da igreja católica? Isto soa um pouco mais forte, mas demanda uma resposta. Para chegar mais perto do que penso poderia ser uma resposta, reflito: Um dos mais apreciados e protegidos bens espirituais da Igreja Católica é a virgem Maria. Sua adoração é indiscutida e sua "presença real" através de diferentes manifestações na atualidade ganha um significado místico milagroso que comove a totalidade dos católicos que a consideram, desde o Papa em diante, no mesmo plano redentor de Jesus e, portanto, uma forma da Divindade, isto é Deus. Sem que seja necessário avançar mais nisto que até me dá certa repugnância escrever:
Ao terminar de responder estas perguntas, poderíamos então encarar o tema inicial com outro enfoque igualmente necessário. A pergunta então é: para que dialogar com uma igreja, cujo líder é o que resulta das respostas anteriores e cujo único objetivo é unificar sob sua liderança espiritual e política a absolutamente todas as outras denominações religiosas? Todas as respostas positivas que encontrarem justificarão o diálogo. Todas as respostas negativas o desaconselharão. Minha única preocupação é que conseqüências uma tomada de posição neste sentido irá gerar?
Por último, e sem que isto signifique uma tomada de posição de minha parte:
Antes de que acendam a fogueira pública onde pagaria minha culpa de irresponsabilidade por alguns conteúdos desta reflexão, quero deixar definida minha posição: Acredito que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a única Igreja verdadeira de Deus. Além disso acredito que Deus não tem dois Igrejas, mas, sim, apenas uma. Acredito que a grande missão de nossa igreja é alcançar com o evangelho e a salvação a absolutamente todos os seres humanos que transitam por enganos doutrinais, sejam eles leigos, dirigentes ou líderes. Acredito que o plano de aproximação a irmãos de outras denominações religiosas deve conter em forma necessária e inelutável a firme convicção de levar a verdade a suas vidas. Uma leitura interlinear deste objetivo deixa de lado qualquer outra motivação do extremo ecumênico até as "inocentes" conversações para declamar doutrinas. Para dizê-lo com maior contundência: Se não nos aproximarmos para lhes levar o evangelho e com ele a salvação, trata-se apenas de um evento diplomático ou protocolar. Neste mesmo sentido, quando se juntam dois a discutir doutrina (vide os clássicos encontros com testemunhas do Jeová...) o resultado dificilmente é positivo. Quando dois se juntam para mostrar o muito que sabem de teologia, dificilmente chegam a um acordo. Quando se juntam dois para mostrar quão bons são, terminam sem ver o "Único Bom" e ambos verão o outro como "mau". Quando se juntam dois para "procurar honestamente a verdade" e pedem a ajuda do Espírito Santo, recebem luz em abundância e o Senhor sai glorificado dessa reunião. Portanto, se os encontros com os católicos têm este último objetivo da parte de "ambos" então terão resultados salvíficos concretos. Se não for assim, teremos que cavar bem fundo para tentar conseguir motivos que justifiquem esses encontros. Um adendo final em relação ao exemplo de Cristo. Quando se juntou com alguém pecador, fossem pecados morais ou doutrinas errôneas, o Mestre utilizou linguagem direta e contundente para deixar claro que esse encontro tinha destino de repreensão ao equivocado. Se o pecado era grave, o convite era "não peque mais". Se o engano doutrinário era grande, Suas palavras lhe demonstravam a verdade sem rodeios e com um "terá que renascer" como discurso contundente. Não imagino Jesus, sentado à mesa dos dirigentes da igreja sem uma mensagem direta, assinalando seus enganos. Sua amorosa diplomacia se destinava a aquelas pessoas simples que erravam por ignorância. Mas na hora de assinalar o engano, sempre surpreendeu a todos com Sua linguagem direta, dolorosa e até santamente agressiva. Possivelmente, seja o exemplo de Cristo um bom espelho em que podemos olhar na hora de decidir o que fazer com esse tema. Apesar disso, assino também embaixo das palavras da irmã White sobre nossa atitude frente aos católicos. Minha interpretação é que devemos tratá-los como irmãos que erram com honesta sinceridade. O amor cristão deve conduzir o diálogo com uma linguagem de tendência salvífica. Se estivermos tratando com dirigentes experientes, o amor cristão deve conduzir a linguagem firme com convite a reconhecer o engano e arrepender-se. Em nenhum caso, a agressão gratuita deve dominar o discurso. Mas ficar somente no quase esportivo troca-troca de bandeiras carece de sentido missionário, segundo meu humilde saber e entender. Saudações cristãs, irmão Hugo (do Asdnet). |
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