Alerta Contra o Livro "A Vinda do
Consolador"
Apesar de escrito há mais de 70 anos, por um pastor
e professor de teologia adventista que admitiu
ter ido buscar argumentos para compô-lo em literatura católica e evangélica
não-adventista, o livro A Vinda do Consolador pode ainda ser encontrado
inclusive nas livrarias do Sels aqui no Brasil. Afinal, tornou-se um clássico na defesa da existência de uma terceira pessoa divina e obviamente do
culto à Trindade entre aqueles que até então professavam "guardar os mandamentos
de Deus (o Pai) e manter a fé de Jesus (cujo Deus era unicamente o Pai)".
Quem a lê com atenção, percebe que, nessa obra, LeRoy Edwin Froom (1890-1974) reduz Jesus Cristo a mero
coadjuvante do Espírito Santo, que teria assumido sozinho a conclusão do plano
da salvação, e faz daquela presença que nos deveria ser fonte de consolo, um Substituto
e sucessor do Pai e do Filho! Para Froom, o Movimento do Advento surgiu, de fato,
no Século XX para restaurar a crença na Trindade e a soberania do Espírito
Santo.
Nossos comentários, em azul (letra manuscrita), antecedem trechos
selecionados desse tal livro. Os destaques em vermelho (negrito) e marcador amarelo,
para expressões e
frases-chave do livro, também são nossos.
Embora Cristo Jesus tenha dito
que os discípulos seriam consolados pelo Espírito de Deus, que Ele próprio e o
Pai viriam morar no interior dos discípulos e que Ele (Jesus mesmo!) não os
deixaria órfãos e estaria com
eles todos os dias até a consumação dos séculos, Froom afirma em seu livro que o Espírito
Santo, mais que "representante", é o SUBSTITUTO e SUCESSOR de Jesus Cristo.
Froom o denomina "Vigário de Cristo na terra", digno de obediência e adoração.
Para Froom, os discípulos e a
Igreja de hoje deveriam esperar primeiramente pela vinda do Espírito Santo, em
lugar de priorizar a segunda vinda de Jesus Cristo. Aliás, para Froom, aquilo
que ele chama de "Dispensação do Filho" durou apenas 33 anos, enquanto a "Dispensação
do Espírito" vem desde o Pentecoste e irá supostamente até a segunda vinda.
Em nenhum momento de seu livro
A Vinda do Consolador, Froom destaca a obra expiatória de Jesus Cristo no
Santuário Celestial. Para ele, o deus que está em atividade em nossos dias é o Espírito
Santo. O Pai e o Filho já tiveram Sua oportunidade, mas agora é como se
estivessem na arquibancada, apenas observando o Espírito Santo jogar. Conseqüentemente,
segundo seu raciocínio, a Igreja tem o Espírito Santo como Sua cabeça e é a Ele
que deve atender sem se importar com Cristo, cujo tempo definido para agir já
teria passado.
Leia você mesmo o que ele
escreveu:
A Dispensação do Espírito
Seguindo essa ordem, observe-se em primeiro lugar a explícita
declaração da vinda do Espírito Santo. Podemos ficar impressionados com o fato
de que tão verdadeiramente quanto os profetas anunciaram o advento de Jesus,
assim Ele anuncia a vinda de outro, semelhante a Ele, e Seu Sucessor. Assim que
um subiu, o outro desceu. E o mesmo reconhecimento de autoridade e deferência
prestado pelos discípulos ao seu Senhor, devia ser dado ao Espírito Santo como vigário de Cristo na Terra.
Como Cristo teve um tempo definido para Sua missão, também a
missão do Espírito teve o seu tempo definido, Sua dispensação especial
do Pentecoste à Segunda Vinda. Ele é uma Pessoa da Divindade que veio à Terra de
modo determinado, em tempo específico e para uma obra definida, e aqui tem
estado desde então, de maneira tão real como Jesus aqui esteve durante trinta e
três anos em Sua missão especial.
"A dispensação em que vivemos deve ser, para os que pedem, a
dispensação do Espírito Santo." - Testemunhos para Ministros e Obreiros
Evangélicos, pág. 511.
Estamos sob a guia direta e pessoal da terceira Pessoa da
Divindade tão realmente como os discípulos estiveram sob a liderança da segunda
Pessoa. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs.
26-27.
Note como Froom desconsidera o
atual ministério de Jesus Cristo no santuário celestial. Perceba como ele faz de
Jesus um personagem ultrapassado, ligado a um evento distante, do qual estamos
separados por quase dois mil anos. Veja como Froom insiste em retirar Jesus de
cena para inserir um terceiro personagem, criado pela fértil mente de homens que
abandonaram a Palavra de Deus para dessedentar-se nas cisternas rotas do
paganismo e das suposições intelectuais de filósofos e teólogos.
Em lugar de representar a
Jesus, o Espírito Santo de Froom ocupa o lugar dEle! A Vinda do Usurpador,
talvez, teria sido um nome mais adequado ao conteúdo do livro.
Jesus foi
a personalidade mais influente e marcante neste velho mundo, e
o
Espírito Santo foi designado para preencher a Sua vaga. Nada a não ser uma
Pessoa poderia substituir aquela maravilhosa Pessoa. Nenhuma simples influência
seria suficiente. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, pág. 42.
O conteúdo do livro A Vinda do
Consolador é, sem dúvida, a doutrina do Anticristo, que pretende para si o
lugar do Filho de Deus e do próprio Deus. Está redigido em linguagem aparentemente
inspiradora, recheada de citações de Ellen G. White, mas tem o propósito de
enganar até mesmo os escolhidos dentre os adventistas do sétimo dia.
O deus Espírito que esse livro
apresenta, pretende haver superado Deus Pai e o Filho de Deus, complementando
agora, no coração do homem, o trabalho que Eles não teriam sido capazes de
concluir.
O Pai falhou ou agiu de modo
incompleto, na opinião de Froom,
porque apontou apenas Sua lei aos homens e, assim, não pôde salvá-los. Veio
Jesus Cristo e propiciou a reconciliação, mas teria faltado -- na opinião de
Froom! -- o "poder santificante e habilitador" do Espírito Santo.
Para os judeus do Antigo
Testamento, segundo Froom, o teste de fé teria sido crer em um único Deus e
servi-Lo, obedecendo Sua lei e tendo a guarda do sábado como sinal desse acordo.
Para os discípulos, aceitar também a Jesus como Filho de Deus e Redentor teria
sido o novo teste. Nestes últimos dias, submeter-se a uma terceira pessoa da
Trindade seria o teste final de fé para a Igreja!
Froom entende a revelação
crescente
da divindade como um gradual acréscimo de pessoas divinas ao foco de nossa fé.
Teste 1: Você, judeu, seria capaz de acreditar em UM Deus (o Pai)? Teste 2:
Você, cristão, seria capaz de acreditar em DOIS Deuses (Pai e Filho)? Teste 3:
Você, adventista, seria capaz de acreditar em TRÊS Deuses (Pai, Filho e
Espírito)? É mais ou menos isso o que ele diz, como você verá abaixo.
Quanto maior o número de "deuses
verdadeiros" em que você acredita, maior é a fé que você tem! Certo? De maneira
nenhuma, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia pensa assim, tanto é que até hoje
publica esse livro de Froom e muitos outros que nele se baseiam.
Antes de Cristo vir como homem, o Pai
era a Pessoa mais notável no horizonte da
Divindade; quando Jesus veio, a segunda Pessoa ocupou o horizonte; e nesta
dispensação do Espírito, a terceira Pessoa
é quem o ocupa, culminando assim as
progressivas provisões de Deus.
Na dispensação do Pai, destacava-se o padrão da lei; na dispensação do Filho,
adiciona-se a reconciliação; na dispensação do Espírito, acrescenta-se poder
santificante e habilitador. Essas dispensações são, portanto, cumulativas, cada
uma reforçando e suplementando a outra.
Em cada dispensação a espiritualidade da Igreja tem sido condicionada a sua
adesão à principal verdade revelada para o seu tempo. O padrão de justiça foi
erguido, foram manifestos os meios de reconciliação e expiação, e por último,
o agente que aplica esses benefícios ao homem salienta-se agora de maneira
notável.
Os três grandes testes históricos da fé em relação com a divindade são:
Primeiro, no período anterior à encarnação, o teste de "um Deus" versus politeísmo, e o direito de Deus de governar tendo a lei como padrão e o sábado
como sinal; segundo, se, no primeiro advento de Cristo, aqueles que passaram no
primeiro teste aceitariam Jesus como Filho de Deus e Redentor; terceiro, tendo
passado nos dois primeiros testes, submeter-nos-íamos plenamente ao Espírito
Santo para que torne eficaz em nós tudo o que foi feito por nós.
Estes fundamentos são amplos e abarcam tudo que é vital ao divino plano da
salvação. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 51-52.
O ardiloso Froom, inspirado pelo
inimigo de Deus, nosso Pai, e assassino de Seu Filho, Jesus Cristo, tenta fazer com que a
crença na Trindade seja vista como oposição à Igreja de Roma, que tem exatamente
nessa doutrina sua principal razão para vislumbrar a subordinação de todas as
denominações cristãs ao Catolicismo. Mas Froom coloca o Espírito Santo como alvo da
usurpação papal, em lugar de Cristo, a cabeça da Igreja.
E seduzido pela adoração de um
atributo divino, em lugar do próprio Deus, Froom faz com que grandes acontecimentos da
história da Igreja Cristã pareçam estar ligados à crença na individualidade e
atual superioridade da suposta pessoa do Espírito Santo.
Refere-se a "três grandes
movimentos contrários ao papado": a Reforma de Lutero, no século XVI; o
reavivamento evangélico de Wesley (século XVIII); e "a Reforma do Século XX, o
Movimento do Advento", que ele situa a partir de 1888, como um movimento de
conclusão das reformas do passado e "restauração do Espírito Santo ao Seu devido
e soberano lugar na fé".
Note que Froom não faz qualquer
referência ao Movimento Millerita e à compreensão de que no período celeste
equivalente ao ano terrestre de 1844,
iniciou-se no Céu uma nova fase do ministério de Cristo no segundo compartimento do
santuário celestial.
O surgimento da Igreja Adventista
do Sétimo Dia no cenário profético nada representa para Froom, em comparação a um
suposto "Movimento do Advento" liderado por ele próprio para incluir a doutrina
da Trindade entre as crenças adventistas.
Esse assunto adquiriu tanta
importância para ele que chegou a concluir que a chuva serôdia não viria se não
passássemos a crer e cultuar a essa terceira pessoa divina, denominada Espírito Santo!
As décadas que já se sucederam
após essa apostasia, sem que tenha havido qualquer evidência de especial favor
do Céu sobre a IASD, somadas à ausência de fundamentação bíblica consistente
para a doutrina da Trindade, são prova inequívoca de que Froom estava errado. Aliás,
fatos terríveis já denunciados aqui e outros que ainda serão, demonstram que os
espírito que desde então domina a IASD nada tem de divino.
O aspecto distintivo do papado, sem o qual este não existiria, é a pretensão de
que o papa é o vigário ou sucessor de Cristo. O traço que distingue o
protestantismo - sem o qual este não existiria - é a alegação de que
o Espírito
Santo é o verdadeiro vigário ou sucessor de Cristo na Terra. Depender de
organização, líderes ou sabedoria humana, é colocar o humano no lugar do divino,
e, portanto, adotar um princípio católico romano.
Completa-se a Reforma Internacional
Surgiram três grandes movimentos contrários ao papado: a Reforma do século XVI,
liderada por Lutero; o reavivamento evangélico dirigido por Wesley e seus
associados; e o movimento e mensagem dos últimos dias.
A Reforma de Lutero foi necessária porque nos primeiros séculos de nossa era o
Espírito Santo foi destronado e Constantino foi feito o patrono da Igreja. Por
causa dos acontecimentos materialistas, os homens perderam de vista a
justificação pela fé, por terem abandonado sua lealdade ao Espírito Santo.
Portanto, perderam a aplicação da morte de Cristo pelo Espírito Santo, em
resposta a uma fé pessoal.
O reavivamento evangélico foi necessário porque a Igreja da Reforma perdera sua
visão de santificação, e Wesley foi chamado para promover a santidade. Essa
visão achava-se toldada porque a Igreja deixara de atender ao Espírito Santo. Este é assim chamado, não por ser mais santo do que
as outras Pessoas da Divindade, mas porque uma de Suas funções especiais é
cultivar a santidade no homem. Os clérigos caçadores de raposas, tão comuns no
século XVIII, pouco se incomodavam com Deus ou com a salvação de almas. Mas
Wesley e o Holy Club de Oxford restauraram a verdade da santificação de vidas
humanas para servirem a Deus.
A Reforma do século XX, ou o Movimento do Advento, surgiu segundo o propósito de
Deus, para completar aquelas inconclusas reformas do passado. Requer, não só o
pleno repúdio de todas as perversões introduzidas pelo papado, como também
completa restauração do Espírito Santo a Seu devido e soberano lugar na fé, na
vida e no serviço do cristão.
É a plena aceitação deste fato que ocasiona o
derramamento da chuva serôdia em nosso tempo desde 1888, cujo poder,
no entanto, ainda espera por nós. A inevitável lógica aqui é indiscutível. --
LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 66-67.
Nos parágrafos abaixo, Froom
desenvolve com maior insistência a idéia de que a Igreja Adventista do Sétimo
Dia deveria entregar-se ao comando da suposta terceira pessoa da Trindade para, então, ser agraciada
com poder para concluir a Obra. Ele se esqueceu de que, segundo relato
inspirado, a terceira pessoa celeste
que pretendia a divindade era exatamente o Dragão, a antiga serpente, que se chama
diabo e Satanás.
Embora cite aqui e ali frases
isoladas atribuídas à Sra. White, Froom não inclui em nenhum dos capítulos do
livro o relato que encontramos em Primeiros Escritos, págs. 54-56:
Vi um
trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o
semblante de Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa
do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai
tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia
contemplá-Lo, pois disse: "Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa,
deixarás de existir." Perante o trono vi o povo do advento - a igreja e o
mundo. Vi dois grupos, um curvado perante o trono, profundamente interessado,
enquanto outro permanecia indiferente e descuidado. Os que estavam dobrados
perante o trono ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus
olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele.
Uma
luz ia do Pai para o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz
excessivamente brilhante que vinha do Pai para o Filho e do Filho ela se
irradiava sobre o povo perante o trono. Mas poucos recebiam esta grande
luz. Muitos saíam de sob ela e imediatamente resistiam-na; outros eram
descuidados e não estimavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns
apreciavam-na, e iam e se curvavam com o pequeno grupo em oração. Todo este
grupo recebia a luz e se regozijava com ela, e seu semblante brilhava com
glória.
Vi o Pai erguer-Se do trono e num flamejante
carro entrar no santo dos santos para dentro do véu, e assentar-Se. Então
Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam curvados
ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para a
multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em
completas trevas. Os que se levantaram quando Jesus o fez, conservavam os
olhos fixos nEle ao deixar Ele o trono e levá-los para fora a uma pequena
distância. Então Ele ergueu o Seu braço direito, e ouvimo-Lo dizer com Sua
amorável voz: "Esperai aqui; vou a Meu Pai para receber o reino; guardai os
vossos vestidos sem mancha, e em breve voltarei das bodas e vos receberei para
Mim mesmo." Então um carro de nuvens, com rodas como flama de fogo, circundado
por anjos, veio para onde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado para
o santíssimo, onde o Pai Se assentava. Então contemplei a Jesus, o grande Sumo
Sacerdote, de pé perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia
uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã.
Os que se levantaram com Jesus
enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: "Meu Pai, dá-nos o Teu
Espírito." Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro
havia luz, poder e muito amor, alegria e paz.
Voltei-me para ver o grupo que estava ainda
curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado.
Satanás parecia estar junto ao
trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos
para o trono e orar: "Pai, dá-nos o
Teu Espírito." Satanás inspirava-lhes [soprava-lhes, no original] uma
influência má; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, alegria e
paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e
enganar os filhos de Deus. -- Primeiros Escritos, págs. 54-56.
Deus não nos deixou desavisados
contra as novas tentativas satânicas para apropriar-se da adoração e submissão
devidas unicamente ao criador. Conforme está previsto, ele ainda procura sentar-se
no lugar de Deus, querendo parecer Deus e engana a muitos, como LeRoy Edwin
Froom. Mas os filhos de Deus, cuja fé se fundamenta unicamente nos escritos
inspirados, não serão enganados. E ainda que o sejam, será por pouco tempo.
...Somos assim forçados a concluir que a maior falta
da Igreja remanescente, do que ela necessita acima de tudo, é o poder do
Espírito Santo prometido a fim de prepará-la para a sua obra final.
Homens, dons, métodos, legislação, tudo isso é maquinaria morta, a menos que
seja vitalizada e tornada eficaz pelo Espírito do Pentecoste. O profeta pode
pregar aos ossos no vale, mas é o sopro do Céu que os fará viver.
Nossa grande
falta não consiste em mais fervor, mais oportunidade, mais força, mais
atividade; é a nossa atitude de indiferença para com o Espírito Santo.
Estamos procurando prestar serviço aceitável enquanto negligenciamos o único
poder pelo qual podemos realizá-lo. Na igreja, como no mundo, tudo é pressa,
velocidade, pressão. Somos tão ocupados que não temos tempo para o que é mais
necessário. Nossas mãos estão cheias, mas o coração quase sempre vazio. O
movimento missionário vai muito além do espírito missionário." -
Historical
Sketches, pág. 294. Se deploramos as limitações de nossas atividades, não
deveríamos preocupar-nos muito mais com a nossa mais profunda necessidade?
A Igreja acha-se atualizada. Dispõe de excelente organização e maravilhosa
maquinaria. Suas rodas estão magnificamente ajustadas. Mas falta-lhe poder. A despeito de todas as
nossas utilidades, não temos o poder de conversão que deveria marcar a Igreja
remanescente. Recuamos no conflito com o mundanismo, a descrença, a injustiça.
Enquanto a Igreja está evangelizando o mundo, o mundo está secularizando a
Igreja, e assim os esforços desta são neutralizados. A fim de atrair e
interessar as pessoas, os pastores recorrem a métodos mundanos, míseros
expedientes em lugar do poder do alto. E humilhante pensar em alguns desses
expedientes do mundo que são usados, e são tão desnecessários.
O mundo hoje acha-se coberto de nossas atividades missionárias. Existe, porém,
na maioria dos setores, uma penosa desproporção entre nossas atividades e dons,
e os resultados líquidos. Cada ano que passa aumenta o custo de cada alma ganha,
enquanto diminui o número de almas ganhas por cada obreiro. Isso deve
assustar-nos, sim, alarmar-nos.
Por que tão pouco se consegue com tão grande exército? Ah, nosso relacionamento
com o Espírito Santo é demasiadamente ignorado - e isto em Sua própria dispensação. Onde estão os hmens cheios do Espírito Santo como aqueles dos
dias apostólicos? Corremos gravíssimo perigo de depender de homens, métodos e
dinheiro, em vez de confiar nAquele que, exclusivamente, pode suscitar homens,
dirigi-los e vitalizá-los, equipá-los com os métodos corretos, e prover e
abençoar o dinheiro necessário. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do
Consolador, págs.
131-132.
Quantos milhares, talvez milhões,
de adventistas já não foram temporária ou definitivamente enganados por esse
livro de Froom -- A Vinda do Consolador -- e todos artigos, sermões e
outros livros que dele se derivaram? Afinal, trata-se de um livro avaliado,
impresso e recomendado por pastores e teólogos da igreja que se denomina "a
menina dos olhos de Deus"...
Serão punidos os responsáveis por
esse afastamento da Verdade? Creio que sim, mas nada nos inocenta perante Deus
numa situação dessas de crença e defesa do erro por tanto tempo, uma vez que a Escritura nos recomenda não confiar nossa
salvação a terceiros. Temos de pedir-Lhe perdão e voltar ao estudo da Bíblia por
nós mesmos. "Maldito o homem que confia no homem!" é o
conselho inspirado.
A salvação é individual, mas
muitos de nós estamos nos perdendo em grupos (igrejas inteiras) por não
investigarmos individualmente o que diz a Bíblia e contentar-nos com o alimento
pré-mastigado e pré-digerido que os pastores nos servem.
Como podemos permitir, irmão, que
um outro ser nos seja apresentado como Substituto de Cristo, quando a Bíblia não
confere a ninguém essa atribuição? Quem bate à porta do coração de Laodicéia, pedindo
para entrar é Cristo. Ele e Seu Pai fazem morada no interior daqueles que
cumprem Seus mandamentos. Não mandam ninguém em Seu lugar.
Como podemos admitir que alguém
afirme que, no passado, Deus invadia a mente e experiência humanas sem
considerar o livre arbítrio de Seus filhos, que podiam aceitá-lo ou não?
Como podemos aceitar que alguém
reduza a importância da Encarnação do Filho de Deus, considerando-a apenas um
"fato positivo, divino milagre", enquanto supervaloriza a ação do suposto
Espírito Santo no coração dos pecadores, declarando ser isso "o supremo mistério
da graça de Deus"?
Como não suspeitamos de um
personagem espiritual que anda à procura de corpos humanos para morar? Isso não nos faz
lembrar daquele incidente em que espíritos maus pediram a Jesus que fossem
mandados para os corpos de uma manada de porcos?
Não devemos fazer coisa alguma que desagrade ou afaste este Ser celestial.
Devemos tratá-Lo como hóspede bem-vindo, porque Ele é muito sensível à recepção
que Lhe damos; sem nunca intrometer-Se, entra alegremente pela porta aberta, e
aceita todos os convites. Ele, porém, não entra e nem permanece em nós sem nosso
pleno consentimento.
Nas eras passadas o Espírito, consoante Sua soberana vontade, operava nos
objetos de Sua graça e, de acordo com o Seu beneplácito, visitava os corações
solitários. Mas nesta dispensação Deus instituiu certas leis universais sobre a
Sua operação e nossa cooperação. E Ele próprio, de modo meticuloso, reconhece
Suas próprias leis. Ele respeita a liberdade da vontade humana, jamais
forçando a inestimável benção de Sua presença nos
corações que não a desejem. Ele bate, esperando ser reconhecido e reclamado, e
opera na alma quando cooperamos em obediência.
O Supremo Mistério da Graça Divina
O mistério de Belém, embora incompreensível,
é um fato positivo. A formação de um corpo para
o Filho de Deus, pelo poder do Espírito Santo, e
a habitação desse Espírito no Cristo de Belém,
constituem certamente um divino milagre. Mas vir
agora o mesmo Espírito habitar em homens e mulheres pecadores,
é o supremo
mistério da graça
de Deus.
O Espírito de Deus busca um lugar de habitação em nosso corpo.
Deus criou o
homem originalmente sem pecado para esse fim. Por causa do pecado o plano
primordial de Deus foi frustrado, e em vez de ser cheio do Espírito de Deus, o homem é cheio do próprio eu e do mundo. Pelo primeiro pecado de Adão a
comunhão foi rompida e a união desfeita. Mesmo, porém, neste reino de pecado
Deus está lutando para reaver a posse da cidadela da alma.
Foi este o propósito da vinda do segundo Adão - recuperar o domínio perdido e
fazer do homem novamente "o templo do Espírito Santo" (1 Cor. 6:19 e 20),
restaurando assim a interrompida comunhão entre Deus e o homem.-- LeRoy Edwin
Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 158-159.
Deus não precisa de nosso corpo
para morar, mas Ele aceita habitar-nos para nos confortar, iluminar e, acima de
tudo, salvar de nossos vícios e omissões. Com Sua presença e a de Seu Filho,
capacita-nos a abandonar o pecado e praticar a justiça.
É a esse Deus único que devemos
temer e dar glória, através de nossas boas obras. Ele nos amou tanto que enviou
Seu Filho para revelar-Se completamente a nós, em Sua vida, morte e
ressurreição. Agora, espera que reajamos positivamente a essa revelação de amor,
dedicando-nos exclusivamente a Ele e a nenhum outro que se intitule deus ou
pretenda Seu lugar. -- Robson Ramos
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