Alerta Contra o Livro "A Vinda do Consolador"

Apesar de escrito há mais de 70 anos, por um pastor e professor de teologia adventista que admitiu ter ido buscar argumentos para compô-lo em literatura católica e evangélica não-adventista, o livro A Vinda do Consolador pode ainda ser encontrado inclusive nas livrarias do Sels aqui no Brasil. Afinal, tornou-se um clássico na defesa da existência de uma terceira pessoa divina e obviamente do culto à Trindade entre aqueles que até então professavam "guardar os mandamentos de Deus (o Pai) e manter a fé de Jesus (cujo Deus era unicamente o Pai)".

Quem a lê com atenção, percebe que, nessa obra, LeRoy Edwin Froom (1890-1974) reduz Jesus Cristo a mero coadjuvante do Espírito Santo, que teria assumido sozinho a conclusão do plano da salvação, e faz daquela presença que nos deveria ser fonte de consolo, um Substituto e sucessor do Pai e do Filho! Para Froom, o Movimento do Advento surgiu, de fato, no Século XX para restaurar a crença na Trindade e a soberania do Espírito Santo.

Nossos comentários, em azul (letra manuscrita), antecedem trechos selecionados desse tal livro. Os destaques em vermelho (negrito) e marcador amarelo, para expressões e frases-chave do livro, também são nossos.

 

Embora Cristo Jesus tenha dito que os discípulos seriam consolados pelo Espírito de Deus, que Ele próprio e o Pai viriam morar no interior dos discípulos e que Ele (Jesus mesmo!) não os deixaria órfãos e estaria com eles todos os dias até a consumação dos séculos, Froom afirma em seu livro que o Espírito Santo, mais que "representante", é o SUBSTITUTO e SUCESSOR de Jesus Cristo. Froom o denomina "Vigário de Cristo na terra", digno de obediência e adoração.

Para Froom, os discípulos e a Igreja de hoje deveriam esperar primeiramente pela vinda do Espírito Santo, em lugar de priorizar a segunda vinda de Jesus Cristo. Aliás, para Froom, aquilo que ele chama de "Dispensação do Filho" durou apenas 33 anos, enquanto a "Dispensação do Espírito" vem desde o Pentecoste e irá supostamente até a segunda vinda.

Em nenhum momento de seu livro A Vinda do Consolador, Froom destaca a obra expiatória de Jesus Cristo no Santuário Celestial. Para ele, o deus que está em atividade em nossos dias é o Espírito Santo. O Pai e o Filho já tiveram Sua oportunidade, mas agora é como se estivessem na arquibancada, apenas observando o Espírito Santo jogar. Conseqüentemente, segundo seu raciocínio, a Igreja tem o Espírito Santo como Sua cabeça e é a Ele que deve atender sem se importar com Cristo, cujo tempo definido para agir já teria passado.

Leia você mesmo o que ele escreveu:

A Dispensação do Espírito

Seguindo essa ordem, observe-se em primeiro lugar a explícita declaração da vinda do Espírito Santo. Podemos ficar impressionados com o fato de que tão verdadeiramente quanto os profetas anunciaram o advento de Jesus, assim Ele anuncia a vinda de outro, semelhante a Ele, e Seu Sucessor. Assim que um subiu, o outro desceu. E o mesmo reconhecimento de autoridade e deferência prestado pelos discípulos ao seu Senhor, devia ser dado ao Espírito Santo como vigário de Cristo na Terra.

Como Cristo teve um tempo definido para Sua missão, também a missão do Espírito teve o seu tempo definido, Sua dispensação especial do Pentecoste à Segunda Vinda. Ele é uma Pessoa da Divindade que veio à Terra de modo determinado, em tempo específico e para uma obra definida, e aqui tem estado desde então, de maneira tão real como Jesus aqui esteve durante trinta e três anos em Sua missão especial.

"A dispensação em que vivemos deve ser, para os que pedem, a dispensação do Espírito Santo." - Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 511.

Estamos sob a guia direta e pessoal da terceira Pessoa da Divindade tão realmente como os discípulos estiveram sob a liderança da segunda Pessoa. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 26-27.

Note como Froom desconsidera o atual ministério de Jesus Cristo no santuário celestial. Perceba como ele faz de Jesus um personagem ultrapassado, ligado a um evento distante, do qual estamos separados por quase dois mil anos. Veja como Froom insiste em retirar Jesus de cena para inserir um terceiro personagem, criado pela fértil mente de homens que abandonaram a Palavra de Deus para dessedentar-se nas cisternas rotas do paganismo e das suposições intelectuais de filósofos e teólogos.

Em lugar de representar a Jesus, o Espírito Santo de Froom ocupa o lugar dEle! A Vinda do Usurpador, talvez, teria sido um nome mais adequado ao conteúdo do livro.

Jesus foi a personalidade mais influente e marcante neste velho mundo, e o Espírito Santo foi designado para preencher a Sua vaga. Nada a não ser uma Pessoa poderia substituir aquela maravilhosa Pessoa. Nenhuma simples influência seria suficiente. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, pág. 42.

O conteúdo do livro A Vinda do Consolador é, sem dúvida, a doutrina do Anticristo, que pretende para si o lugar do Filho de Deus e do próprio Deus. Está redigido em linguagem aparentemente inspiradora, recheada de citações de Ellen G. White, mas tem o propósito de enganar até mesmo os escolhidos dentre os adventistas do sétimo dia.

O deus Espírito que esse livro apresenta, pretende haver superado Deus Pai e o Filho de Deus, complementando agora, no coração do homem, o trabalho que Eles não teriam sido capazes de concluir.

O Pai falhou ou agiu de modo incompleto, na opinião de Froom, porque apontou apenas Sua lei aos homens e, assim, não pôde salvá-los. Veio Jesus Cristo e propiciou a reconciliação, mas teria faltado -- na opinião de Froom! -- o "poder santificante e habilitador" do Espírito Santo.

Para os judeus do Antigo Testamento, segundo Froom, o teste de fé teria sido crer em um único Deus e servi-Lo, obedecendo Sua lei e tendo a guarda do sábado como sinal desse acordo. Para os discípulos, aceitar também a Jesus como Filho de Deus e Redentor teria sido o novo teste. Nestes últimos dias, submeter-se a uma terceira pessoa da Trindade seria o teste final de fé para a Igreja!

Froom entende a revelação crescente da divindade como um gradual acréscimo de pessoas divinas ao foco de nossa fé. Teste 1: Você, judeu, seria capaz de acreditar em UM Deus (o Pai)? Teste 2: Você, cristão, seria capaz de acreditar em DOIS Deuses (Pai e Filho)? Teste 3: Você, adventista, seria capaz de acreditar em TRÊS Deuses (Pai, Filho e Espírito)? É mais ou menos isso o que ele diz, como você verá abaixo.

Quanto maior o número de "deuses verdadeiros" em que você acredita, maior é a fé que você tem! Certo? De maneira nenhuma, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia pensa assim, tanto é que até hoje publica esse livro de Froom e muitos outros que nele se baseiam.

Antes de Cristo vir como homem, o Pai era a Pessoa mais notável no horizonte da Divindade; quando Jesus veio, a segunda Pessoa ocupou o horizonte; e nesta dispensação do Espírito, a terceira Pessoa é quem o ocupa, culminando assim as progressivas provisões de Deus.

Na dispensação do Pai, destacava-se o padrão da lei; na dispensação do Filho, adiciona-se a reconciliação; na dispensação do Espírito, acrescenta-se poder santificante e habilitador. Essas dispensações são, portanto, cumulativas, cada uma reforçando e suplementando a outra.

Em cada dispensação a espiritualidade da Igreja tem sido condicionada a sua adesão à principal verdade revelada para o seu tempo. O padrão de justiça foi erguido, foram manifestos os meios de reconciliação e expiação, e por último, o agente que aplica esses benefícios ao homem salienta-se agora de maneira notável.

Os três grandes testes históricos da fé em relação com a divindade são: Primeiro, no período anterior à encarnação, o teste de "um Deus" versus politeísmo, e o direito de Deus de governar tendo a lei como padrão e o sábado como sinal; segundo, se, no primeiro advento de Cristo, aqueles que passaram no primeiro teste aceitariam Jesus como Filho de Deus e Redentor; terceiro, tendo passado nos dois primeiros testes, submeter-nos-íamos plenamente ao Espírito Santo para que torne eficaz em nós tudo o que foi feito por nós.

Estes fundamentos são amplos e abarcam tudo que é vital ao divino plano da salvação. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 51-52.

O ardiloso Froom, inspirado pelo inimigo de Deus, nosso Pai, e assassino de Seu Filho, Jesus Cristo, tenta fazer com que a crença na Trindade seja vista como oposição à Igreja de Roma, que tem exatamente nessa doutrina sua principal razão para vislumbrar a subordinação de todas as denominações cristãs ao Catolicismo. Mas Froom coloca o Espírito Santo como alvo da usurpação papal, em lugar de Cristo, a cabeça da Igreja.

E seduzido pela adoração de um atributo divino, em lugar do próprio Deus, Froom faz com que grandes acontecimentos da história da Igreja Cristã pareçam estar ligados à crença na individualidade e atual superioridade da suposta pessoa do Espírito Santo.

Refere-se a "três grandes movimentos contrários ao papado": a Reforma de Lutero, no século XVI; o reavivamento evangélico de Wesley (século XVIII); e "a Reforma do Século XX, o Movimento do Advento", que ele situa a partir de 1888, como um movimento de conclusão das reformas do passado e "restauração do Espírito Santo ao Seu devido e soberano lugar na fé".

Note que Froom não faz qualquer referência ao Movimento Millerita e à compreensão de que no período celeste equivalente ao ano terrestre de 1844, iniciou-se no Céu uma nova fase do ministério de Cristo no segundo compartimento do santuário celestial.

O surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia no cenário profético nada representa para Froom, em comparação a um suposto "Movimento do Advento" liderado por ele próprio para incluir a doutrina da Trindade entre as crenças adventistas.

Esse assunto adquiriu tanta importância para ele que chegou a concluir que a chuva serôdia não viria se não passássemos a crer e cultuar a essa terceira pessoa divina, denominada Espírito Santo!

As décadas que já se sucederam após essa apostasia, sem que tenha havido qualquer evidência de especial favor do Céu sobre a IASD, somadas à ausência de fundamentação bíblica consistente para a doutrina da Trindade, são prova inequívoca de que Froom estava errado. Aliás, fatos terríveis já denunciados aqui e outros que ainda serão, demonstram que os espírito que desde então domina a IASD nada tem de divino.

O aspecto distintivo do papado, sem o qual este não existiria, é a pretensão de que o papa é o vigário ou sucessor de Cristo. O traço que distingue o protestantismo - sem o qual este não existiria - é a alegação de que o Espírito Santo é o verdadeiro vigário ou sucessor de Cristo na Terra. Depender de organização, líderes ou sabedoria humana, é colocar o humano no lugar do divino, e, portanto, adotar um princípio católico romano.

Completa-se a Reforma Internacional

Surgiram três grandes movimentos contrários ao papado: a Reforma do século XVI, liderada por Lutero; o reavivamento evangélico dirigido por Wesley e seus associados; e o movimento e mensagem dos últimos dias.

A Reforma de Lutero foi necessária porque nos primeiros séculos de nossa era o Espírito Santo foi destronado e Constantino foi feito o patrono da Igreja. Por causa dos acontecimentos materialistas, os homens perderam de vista a justificação pela fé, por terem abandonado sua lealdade ao Espírito Santo. Portanto, perderam a aplicação da morte de Cristo pelo Espírito Santo, em resposta a uma fé pessoal.

O reavivamento evangélico foi necessário porque a Igreja da Reforma perdera sua visão de santificação, e Wesley foi chamado para promover a santidade. Essa visão achava-se toldada porque a Igreja deixara de atender ao Espírito Santo. Este é assim chamado, não por ser mais santo do que as outras Pessoas da Divindade, mas porque uma de Suas funções especiais é cultivar a santidade no homem. Os clérigos caçadores de raposas, tão comuns no século XVIII, pouco se incomodavam com Deus ou com a salvação de almas. Mas Wesley e o Holy Club de Oxford restauraram a verdade da santificação de vidas humanas para servirem a Deus.

A Reforma do século XX, ou o Movimento do Advento, surgiu segundo o propósito de Deus, para completar aquelas inconclusas reformas do passado. Requer, não só o pleno repúdio de todas as perversões introduzidas pelo papado, como também completa restauração do Espírito Santo a Seu devido e soberano lugar na fé, na vida e no serviço do cristão.

É a plena aceitação deste fato que ocasiona o derramamento da chuva serôdia em nosso tempo desde 1888, cujo poder, no entanto, ainda espera por nós. A inevitável lógica aqui é indiscutível. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 66-67.

Nos parágrafos abaixo, Froom desenvolve com maior insistência a idéia de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia deveria entregar-se ao comando da suposta terceira pessoa da Trindade para, então, ser agraciada com poder para concluir a Obra. Ele se esqueceu de que, segundo relato inspirado, a terceira pessoa celeste que pretendia a divindade era exatamente o Dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás.

Embora cite aqui e ali frases isoladas atribuídas à Sra. White, Froom não inclui em nenhum dos capítulos do livro o relato que encontramos em Primeiros Escritos, págs. 54-56:

Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o semblante de Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia contemplá-Lo, pois disse: "Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa, deixarás de existir." Perante o trono vi o povo do advento - a igreja e o mundo. Vi dois grupos, um curvado perante o trono, profundamente interessado, enquanto outro permanecia indiferente e descuidado. Os que estavam dobrados perante o trono ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele.

Uma luz ia do Pai para o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz excessivamente brilhante que vinha do Pai para o Filho e do Filho ela se irradiava sobre o povo perante o trono. Mas poucos recebiam esta grande luz. Muitos saíam de sob ela e imediatamente resistiam-na; outros eram descuidados e não estimavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns apreciavam-na, e iam e se curvavam com o pequeno grupo em oração. Todo este grupo recebia a luz e se regozijava com ela, e seu semblante brilhava com glória.

Vi o Pai erguer-Se do trono e num flamejante carro entrar no santo dos santos para dentro do véu, e assentar-Se. Então Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam curvados ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em completas trevas. Os que se levantaram quando Jesus o fez, conservavam os olhos fixos nEle ao deixar Ele o trono e levá-los para fora a uma pequena distância. Então Ele ergueu o Seu braço direito, e ouvimo-Lo dizer com Sua amorável voz: "Esperai aqui; vou a Meu Pai para receber o reino; guardai os vossos vestidos sem mancha, e em breve voltarei das bodas e vos receberei para Mim mesmo." Então um carro de nuvens, com rodas como flama de fogo, circundado por anjos, veio para onde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado para o santíssimo, onde o Pai Se assentava. Então contemplei a Jesus, o grande Sumo Sacerdote, de pé perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: "Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito." Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, alegria e paz.

Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: "Pai, dá-nos o Teu Espírito." Satanás inspirava-lhes [soprava-lhes, no original] uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, alegria e paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e enganar os filhos de Deus. -- Primeiros Escritos, págs. 54-56.

Deus não nos deixou desavisados contra as novas tentativas satânicas para apropriar-se da adoração e submissão devidas unicamente ao criador. Conforme está previsto, ele ainda procura sentar-se no lugar de Deus, querendo parecer Deus e engana a muitos, como LeRoy Edwin Froom. Mas os filhos de Deus, cuja fé se fundamenta unicamente nos escritos inspirados, não serão enganados. E ainda que o sejam, será por pouco tempo.

...Somos assim forçados a concluir que a maior falta da Igreja remanescente, do que ela necessita acima de tudo, é o poder do Espírito Santo prometido a fim de prepará-la para a sua obra final.

Homens, dons, métodos, legislação, tudo isso é maquinaria morta, a menos que seja vitalizada e tornada eficaz pelo Espírito do Pentecoste. O profeta pode pregar aos ossos no vale, mas é o sopro do Céu que os fará viver. Nossa grande falta não consiste em mais fervor, mais oportunidade, mais força, mais atividade; é a nossa atitude de indiferença para com o Espírito Santo.

Estamos procurando prestar serviço aceitável enquanto negligenciamos o único poder pelo qual podemos realizá-lo. Na igreja, como no mundo, tudo é pressa, velocidade, pressão. Somos tão ocupados que não temos tempo para o que é mais necessário. Nossas mãos estão cheias, mas o coração quase sempre vazio. O movimento missionário vai muito além do espírito missionário." - Historical Sketches, pág. 294. Se deploramos as limitações de nossas atividades, não deveríamos preocupar-nos muito mais com a nossa mais profunda necessidade?

A Igreja acha-se atualizada. Dispõe de excelente organização e maravilhosa maquinaria. Suas rodas estão magnificamente ajustadas. Mas falta-lhe poder. A despeito de todas as nossas utilidades, não temos o poder de conversão que deveria marcar a Igreja remanescente. Recuamos no conflito com o mundanismo, a descrença, a injustiça. Enquanto a Igreja está evangelizando o mundo, o mundo está secularizando a Igreja, e assim os esforços desta são neutralizados. A fim de atrair e interessar as pessoas, os pastores recorrem a métodos mundanos, míseros expedientes em lugar do poder do alto. E humilhante pensar em alguns desses expedientes do mundo que são usados, e são tão desnecessários.

O mundo hoje acha-se coberto de nossas atividades missionárias. Existe, porém, na maioria dos setores, uma penosa desproporção entre nossas atividades e dons, e os resultados líquidos. Cada ano que passa aumenta o custo de cada alma ganha, enquanto diminui o número de almas ganhas por cada obreiro. Isso deve assustar-nos, sim, alarmar-nos.

Por que tão pouco se consegue com tão grande exército? Ah, nosso relacionamento com o Espírito Santo é demasiadamente ignorado - e isto em Sua própria dispensação. Onde estão os h­mens cheios do Espírito Santo como aqueles dos dias apostólicos? Corremos gravíssimo perigo de depender de homens, métodos e dinheiro, em vez de confiar nAquele que, exclusivamente, pode suscitar homens, dirigi-los e vitalizá-los, equipá-los com os métodos corretos, e prover e abençoar o dinheiro necessário. -- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 131-132.

Quantos milhares, talvez milhões, de adventistas já não foram temporária ou definitivamente enganados por esse livro de Froom -- A Vinda do Consolador -- e todos artigos, sermões e outros livros que dele se derivaram? Afinal, trata-se de um livro avaliado, impresso e recomendado por pastores e teólogos da igreja que se denomina "a menina dos olhos de Deus"...

Serão punidos os responsáveis por esse afastamento da Verdade? Creio que sim, mas nada nos inocenta perante Deus numa situação dessas de crença e defesa do erro por tanto tempo, uma vez que a Escritura nos recomenda não confiar nossa salvação a terceiros. Temos de pedir-Lhe perdão e voltar ao estudo da Bíblia por nós mesmos. "Maldito o homem que confia no homem!" é o conselho inspirado.

A salvação é individual, mas muitos de nós estamos nos perdendo em grupos (igrejas inteiras) por não investigarmos individualmente o que diz a Bíblia e contentar-nos com o alimento pré-mastigado e pré-digerido que os pastores nos servem.

Como podemos permitir, irmão, que um outro ser nos seja apresentado como Substituto de Cristo, quando a Bíblia não confere a ninguém essa atribuição? Quem bate à porta do coração de Laodicéia, pedindo para entrar é Cristo. Ele e Seu Pai fazem morada no interior daqueles que cumprem Seus mandamentos. Não mandam ninguém em Seu lugar.

Como podemos admitir que alguém afirme que, no passado, Deus invadia a mente e experiência humanas sem considerar o livre arbítrio de Seus filhos, que podiam aceitá-lo ou não?

Como podemos aceitar que alguém reduza a importância da Encarnação do Filho de Deus, considerando-a apenas um "fato positivo, divino milagre", enquanto supervaloriza a ação do suposto Espírito Santo no coração dos pecadores, declarando ser isso "o supremo mistério da graça de Deus"?

Como não suspeitamos de um personagem espiritual que anda à procura de corpos humanos para morar? Isso não nos faz lembrar daquele incidente em que espíritos maus pediram a Jesus que fossem mandados para os corpos de uma manada de porcos?

Não devemos fazer coisa alguma que desagrade ou afaste este Ser celestial. Devemos tratá-Lo como hóspede bem-vindo, porque Ele é muito sensível à recepção que Lhe damos; sem nunca intrometer-Se, entra alegremente pela porta aberta, e aceita todos os convites. Ele, porém, não entra e nem permanece em nós sem nosso pleno consentimento.

Nas eras passadas o Espírito, consoante Sua soberana vontade, operava nos objetos de Sua graça e, de acordo com o Seu beneplácito, visitava os corações solitários. Mas nesta dispensação Deus instituiu certas leis universais sobre a Sua operação e nossa cooperação. E Ele próprio, de modo meticuloso, reconhece Suas próprias leis. Ele respeita a liberdade da vontade humana, jamais forçando a inestimável benção de Sua presença nos corações que não a desejem. Ele bate, esperando ser reconhecido e reclamado, e opera na alma quando cooperamos em obediência.

O Supremo Mistério da Graça Divina

O mistério de Belém, embora incompreensível, é um fato positivo. A formação de um corpo para o Filho de Deus, pelo poder do Espírito Santo, e a habitação desse Espírito no Cristo de Belém, constituem certamente um divino milagre. Mas vir agora o mesmo Espírito habitar em homens e mulheres pecadores, é o supremo mistério da graça de Deus.

O Espírito de Deus busca um lugar de habitação em nosso corpo. Deus criou o homem originalmente sem pecado para esse fim. Por causa do pecado o plano primordial de Deus foi frustrado, e em vez de ser cheio do Espírito de Deus, o homem é cheio do próprio eu e do mundo. Pelo primeiro pecado de Adão a comunhão foi rompida e a união desfeita. Mesmo, porém, neste reino de pecado Deus está lutando para reaver a posse da cidadela da alma.

Foi este o propósito da vinda do segundo Adão - recuperar o domínio perdido e fazer do homem novamente "o templo do Espírito Santo" (1 Cor. 6:19 e 20), restaurando assim a interrompida comunhão entre Deus e o homem.-- LeRoy Edwin Froom, em A Vinda do Consolador, págs. 158-159.

Deus não precisa de nosso corpo para morar, mas Ele aceita habitar-nos para nos confortar, iluminar e, acima de tudo, salvar de nossos vícios e omissões. Com Sua presença e a de Seu Filho, capacita-nos a abandonar o pecado e praticar a justiça.

É a esse Deus único que devemos temer e dar glória, através de nossas boas obras. Ele nos amou tanto que enviou Seu Filho para revelar-Se completamente a nós, em Sua vida, morte e ressurreição. Agora, espera que reajamos positivamente a essa revelação de amor, dedicando-nos exclusivamente a Ele e a nenhum outro que se intitule deus ou pretenda Seu lugar. -- Robson Ramos

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