Introdução - Abominação da Desolação
As frases "abominação da desolação" ou "abominação
desoladora" são encontradas tanto no Velho quanto no Novo
Testamentos. No Velho Testamento são encontradas em Daniel 11:31 e 12:11.
No Novo Testamento acham-se em Mateus 24:15 e Marcos 13:14. Primeiro,
consideremos o significado delas para ver que tipo de abominação é o
que traz a desolação.
No Velho Testamento a palavra hebraica para "abominação" é
shiqquts, que significa "idólatra ou um ídolo, abominável,
imundo". No Novo Testamento a palavra grega para
"abominação" é bdelugma, que significa
"idólatra". Ambos esses significados se aplicam à idolatria.
Mas que tipo de idolatria está sendo aqui indicado? Para isso precisamos
procurar no Velho Testamento pela palavra shiqquts e então
saberemos que tipo de idolatria é.
Podemos encontrá-la sendo empregada em 1 Reis 11:5-7 e 2 Reis 23:13.
Ali se diz que Salomão adorava Astarote, a abominação dos sidônios, e
Milcom, a abominação dos amonitas, e Camós, a abominação de Moabe. A
Sra. White declara que o povo escolhido de Deus é considerado o Seu
moderno Israel. Testimonies, vol. 2, p. 109.5. Mas qual é o
significado para nós, como moderno Israel de Deus, desses deuses que
Salomão adorava -- nós, o Seu povo adventista do sétimo dia? Primeiro,
avaliemos esses falsos deuses e o que eles representam.
A deusa Astarote simboliza a lua (PP, 487). O deus Milcon ou
Moloque simboliza a estrela (ver Amós 5:26; Atos 7:43). O deus
Camós simboliza o sol (a palavra hebraica para sol é kammath).
Assim, vemos que esses deuses simbolizam o sol, a lua e as estrelas. Nos
tempos antigos o sol representava Ninrode, a lua representava Semíramis,
sua esposa, e a estrela representava Tamuz, seu filho. Esses constituíam
a trindade pagã. Os três símbolos também representam o culto de baal.
Os sacerdotes de baal sacrificavam ao sol, lua e estrelas (ver Testimonies,
vol. 3, p. 263.2). Deus havia advertido Israel para não adorar o sol, a
lua ou as estrelas (Deut. 4:15-20; 17:2- 5), mas Israel recusou escutar e
uniu-se a baal (Juízes 10:6,10; 2 Reis 23:4-5). Salomão negligenciou as
advertências de Deus e conduziu Israel à adoração do sol, lua e
estrelas, e isso constituía o culto a baal. Assim, a palavra
"abominação" significa idolatria, porém mais corretamente, adoração
a baal. Que significado tem a adoração de baal para nós?
O principal símbolo do culto a baal é o sol (ver O Grande Conflito,
p. 583.9). O culto ao sol tem existido desde o tempo de Ninrode. O
principal dia de adoração do sol é o domingo, ou o dia de
baal--o dia do sol (ver The Antichrist 666 [O Anticristo
666], pelos Reparadores de Brecha, p. 48). Lemos que Salomão, o rei de
Israel, adorava a baal e ao sol. Ele foi o mais sábio rei que já viveu
sobre a Terra antes de Cristo e, contudo, Salomão caiu em idolatria. A
indagação que precisamos levantar é como ele caiu em idolatria e sob
que circunstâncias? A Sra. White declara:
"Enquanto Salomão exaltava a lei do céu, Deus estava com ele, e
sabedoria lhe foi concedida para governar Israel com imparcialidade e
misericórdia". "Mas após uma manhã de grande promessa, sua
vida foi obscurecida pela apostasia. . .
"Aquele que havia levado outros a atribuírem honra ao Deus de
Israel volveu-se da adoração a Jeová para inclinar-se perante os
ídolos dos pagãos". "Ao buscar fortalecer suas relações com
o poderoso reino situado ao sul de Israel (Egito), Salomão aventurou-se
em terreno proibido".
"Mas ao formar uma aliança com uma nação pagã . . . Salomão
desconsiderou rudemente a sábia provisão que Deus havia feito para
manter a pureza do Seu povo . . . Salomão tinha começado a perder de
vista a Fonte de seu poder e glória. Na medida em que a inclinação
ganhava predomínio sobre a razão, a confiança própria aumentava, e ele
buscava levar adiante o propósito de Deus à sua própria maneira . . .
entrou em aliança não santificada com nação após nação".
"Os mandamentos de Jeová foram postos de parte pelos costumes dos
povos vizinhos". "Tão gradual foi a apostasia de Salomão
que antes que percebesse, havia se desviado para longe de Deus. Quase
imperceptivelmente ele começou a confiar menos e menos na direção e
bênção divina, e a depositar confiança em sua própria força. Pouco a
pouco ele desviou de Deus aquela obediência inabalável que devia
fazer de Israel um povo peculiar, e conformou-se mais e mais
intimamente com os costumes das nações circunvizinhas". "O
dinheiro que devia ter sido mantido em sagrado depósito para o
benefício dos pobres dignos e para a extensão dos princípios do santo
viver por todo o mundo, foi egoisticamente absorvido em projetos
ambiciosos. . . O rei passou por alto a necessidade de adquirir beleza
e perfeição de caráter".
"Mais e mais o rei chegou a considerar o luxo, a indulgência
própria e o favor do mundo como indicações de grandeza. Belas e
atraentes mulheres foram trazidas do Egito, Fenícia, Edom, Moabe, e
muitos outros lugares... A religião delas era o culto de ídolos... Suas
esposas exerceram poderosa influência sobre ele e gradualmente o
convenceram a unir-se-lhes em sua adoração. Salomão havia
desconsiderado a instrução que Deus lhe dera para servir como barreira
contra a apostasia, e agora ele próprio se entregou à adoração dos
deuses falsos.
"O curso de ação de Salomão trouxe consigo penalidade certa. Sua
separação de Deus por meio de comunicação com os idólatras foi a sua
ruína. Ao pôr de lado a sua aliança para com Deus, perdeu o
domínio de si mesmo. Sua eficiência moral dissipou-se. . . . Ele
confundiu licenciosidade com liberdade. Tentou--mas a que custo!--unir a
luz com as trevas, o bem com o mal, a pureza com a impureza, Cristo com
belial... Deus pode fazer muito pouco pelos homens que perdem o seu
senso de dependência Dele".
"Durante esses anos de apostasia, o declínio espiritual de Israel
progrediu fortemente. Como poderia ser doutra maneira, quando o seu rei
havia unido os seus interesses com as agências satânicas?
Mediante essas agências o inimigo operou para confundir as mentes dos
israelitas com respeito à verdadeira e falsa adoração, e eles se
tornaram presa fácil". "Ao recusarem seguir o caminho da
obediência, transferiram sua aliança para o inimigo da justiça. . . Os
israelitas rapidamente perderam sua repulsa pela adoração de
ídolos". Profetas e Reis, p. 51-59.
Isso realmente aconteceu com o antigo Israel e seu mais sábio rei.
Poderia isto também acontecer com a nossa Igreja Adventista do Sétimo
Dia -- o moderno Israel de Deus? A Sra. White declara:
"Há uma lição para nós na história de Salomão. . . Ele
poderia ter ido de força em força, de caráter a caráter, sempre se
aproximando mais e mais da semelhança com o caráter de Deus, mas quão
triste é a sua história; ele foi elevado às mais sagradas
posições de confiança, mas provou-se infiel". "A
associação com os idólatras corrompeu a sua fé; um passo em falso
conduz a outro; houve uma derribada das barreiras que Deus erigiu para a
segurança de Seu povo; sua vida estava corrompida . . . e finalmente ele
entregou-se ao culto de falsos deuses".
"Oh, como pode Deus suportar as más ações daqueles que
receberam grande luz e vantagens, e ainda seguem o curso de ação de sua
própria escolha para a perdição eterna! Salomão. . . escolheu o seu
próprio caminho, e em seu coração separou-se de Deus . . . e
Salomão desonrou-se, desonrou a Israel, e desonrou a Deus".
"Olhando esse quadro, vemos no que se tornam os seres humanos
quando se aventuram a separar-se de Deus. Um passo em falso prepara o
caminho para outro, e cada passo é dado mais facilmente do que o
anterior. Assim as almas são encontradas seguindo após outro líder
que não a Cristo".
"Todos quantos ocupam posições em nossas instituições
serão provados. Se eles fizerem de Cristo o seu padrão, Ele lhes dará
sabedoria e conhecimento e entendimento; crescerão em graça e aptidão
no caminho de Cristo; o seu caráter será moldado segundo a Sua
semelhança. Se eles falharem em seguir o caminho do Senhor, outro
espírito controlará a mente e o juízo, e eles planejarão sem o
Senhor e seguirão o seu próprio curso, e deixarão as posições que
têm ocupado. A luz lhes foi dada; se eles dela se desviarem, que
nenhum homem lhes ofereça um engodo para induzi-los a permanecer.
Eles serão um estorvo e ardil". Testimonies, vol. 7, pp.
217-219.
Ela também declara:
"Que a triste lembrança da apostasia de Salomão sirva de
advertência a cada alma para evitar o mesmo precipício. A fraqueza e
pecado dele são passados de geração a geração. -- S.D.A.Bible
Commentary, vol. 2, pp. 1031.6.
Diz ela que todos em nossas instituições adventistas do
sétimo dia, em posições de autoridade, serão testados e provados, e
que as mesmas fraquezas e pecados da apostasia de Salomão são
transferidos a todos. O que aconteceria se nossa liderança adventista do
sétimo dia se demonstrasse infiel e seguisse a apostasia de Salomão? Ela
afirma:
"O castiçal foi removido de seu lugar quando Salomão se esqueceu
de Deus. Ele perdeu a luz de Deus, perdeu a sabedoria de Deus, ele
confundiu a idolatria com religião". -- S.D.A. Bible
Commentary, vol. 2, p. 1032.7.
Assim, nossos líderes adventistas do sétimo dia fariam o mesmo!
Como temos descoberto, o sol, a lua e as estrelas eram adorados por
Salomão e Israel. Esses três símbolos constituem o culto a baal. O
principal símbolo no culto de baal é o sol, e o dia de culto de baal é
o domingo, o dia de baal.
Também descobrimos que a palavra "abominação" de Daniel,
Mateus e Marcos significa idolatria ou, mais corretamente, culto a baal
ou, ainda mais corretamente, culto do domingo. Agora, consideremos o
sentido das palavras "desolar" ou "desolação" no
Velho e Novo Testamentos.
A palavra hebraica para "desolar" em Daniel 11:31, 12:11 é shamem,
que significa "assustar, atemorizar, destruir, devastar,
desolar". A palavra grega para "desolação" em Mateus
24:15 é eremosis, que significa "despojamento" ou
"desolação". A palavra "desolação" em Marcos 13:14
é a palavra hebraica shimamah, que significa "devastação,
assombro, desolação".
Reunindo todos esses significados, chegamos ao correto sentido da
palavra "desolação". Significa algo ou algum evento que tem
lugar, o qual primeiramente causa assombro, depois algo que é despojado,
ocorrendo a seguir destruição, devastação e desolação.
Quais foram as palavras de Cristo a Seus verdadeiros seguidores?
"Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o
profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que
estiverem na Judéia fujam para os montes". Mateus 24:15-16. Em
Marcos 13:14 Ele declara: ". . . estar onde não deve estar". Em
Lucas 21:21 Ele diz: "Então os que estiverem na Judéia, fujam para
os montes; os que estiverem no meio da cidade (Jerusalém), saiam; e, os
que nos campos, não entrem nela. Porque dias de vingança são
estes".
Ao juntarmos estes textos temos um quadro mais perfeito das palavras de
Cristo. Ele disse que quando a abominação da desolação estivesse onde
não deveria estar, no lugar santo, então que os Seus seguidores que
estivessem
em Jerusalém e Judéia saíssem e fugissem para as montanhas, e que
ninguém entrasse de volta ali. Pois aqueles serão dias de vingança.
Essas são palavras fortes de advertência de nosso Salvador, e somente os
seguidores de Jesus escaparam antes que Jerusalém fosse destruída.
Com base na história sabemos que Jerusalém foi destruída em 70 A.D.,
mas a abominação da desolação ocorreu em 66 A.D. (ver S.D.A. Bible
Commentary, vol. 5, p. 74.7). Não houve desculpa para qualquer dos
seguidores de Cristo ser destruído quando Jerusalém caiu. As únicas
pessoas destruídas foram aquelas que escolheram não atentar às
advertências de Cristo, mas que permaneceram em Jerusalém. Foi somente
pela misericórdia de Deus que a destruição de Jerusalém não ocorreu
mais cedo. As advertências de Cristo foram extremamente
importantes -- delas dependendo a vida de Seus seguidores naquela ocasião,
mas pode ser tão importante aos seguidores de Cristo agora? Irão a
abominação e a desolação que se segue ocorrer novamente, em nosso
tempo? SIM! A Sra. White declara:
"Cristo apresentou perante eles um esboço dos acontecimentos
relevantes que se dariam antes do fim do tempo. Suas palavras não
foram então plenamente compreendidas; mas o seu significado deveria ser revelado
na medida em que o Seu povo necessitasse da instrução dada. A profecia
que ele anunciou tinha sentido duplo: enquanto predizia a
destruição de Jerusalém, prefigurava também os terrores do último
grande dia".
"Jesus declarou aos atentos discípulos os juízos que recairiam
sobre o Israel apóstata, e especialmente a vingança retributiva
que sobreviria sobre eles devido a sua rejeição e crucifixão do
Messias. Sinais inegáveis precederiam o terrível clímax. A temível
hora chegaria súbita e rapidamente. . . . Quando os estandartes
idólatras dos romanos fossem implantados sobre o terreno sagrado, que
se estendia alguns metros fora dos muros da cidade, então os seguidores
de Cristo deveriam achar segurança na fuga. Quando o sinal de
advertência fosse visto, o juízo haveria de seguir-se tão depressa que aqueles
que quisessem escapar não poderiam atrasar-se. Por toda a terra da
Judéia, bem como na própria Jerusalém, o sinal para a fuga deve ser
imediatamente obedecido. . . Eles não devem hesitar um momento sequer,
para que não fiquem envolvidos na destruição geral". O
Conflito dos Séculos, pp. 25-26.
O sinal para a fuga era o padrão, ou estandarte, idólatra de Roma no
lugar santo. As palavras de advertência de Cristo também se aplicam a
nós -- o Seu moderno Israel. Qual é o padrão romano idólatra ou seu
estandarte hoje? é o culto dominical. E qual é a abominação da
desolação? É também o culto dominical. Tal como a abominação
da desolação foi estabelecida num lugar santo de Jerusalém, poderia a
abominação da desolação ser estabelecida num lugar santo de nossa
Igreja Adventista do Sétimo Dia? Poderia Jerusalém antiga ser uma
representação
de nossa igreja agora? Poderia nossa igreja repetir os mesmos pecados de
Jerusalém que acarretaram a sua destruição? A Sra. White afirma:
"Jerusalém é uma representação do que a igreja será se
recusar caminhar na luz que Deus concedeu". "Por rejeitar as
advertências divinas nos nossos dias, os homens estão repetindo os
pecados de Jerusalém". Testimonies, vol. 8, p. 67-68.
Se nossa igreja repetir os mesmos pecados de Salomão, por não seguir
as advertências e conselhos de Deus, então confundirá idolatria com
religião e se repetir os mesmos pecados de Jerusalém, recusando
caminhar na verdade de Deus e rejeitando Suas advertências, então a
abominação da desolação, que é o culto dominical, ocorrerá no lugar
santo de nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia. Se isso ocorrer, então
todos os verdadeiros seguidores de Cristo recebem Dele a ordem de fugir da
estrutura da igreja. Poderia nossa Igreja Adventista do Sétimo Dia cair
como caiu Jerusalém? A Sra. White diz:
"Mas o Israel de nosso tempo tem a mesma tentação de fazer pouco
caso e aborrecer o conselho a exemplo do antigo Israel". "A
negligência em arrepender-se e obedecer a Sua palavra trará
conseqüências tão sérias sobre o povo de Deus hoje como o mesmo pecado
provocou ao antigo Israel. Há um limite além do qual Ele não mais
retardará os Seus juízos. A desolação de Jerusalém
permanece como uma solene advertência perante os olhos do moderno
Israel, de que as correções dadas mediante os Seus instrumentos
escolhidos não podem ser desconsideradas com impunidade". Testimonies,
vol. 4, pp. 165-167.
Ela também afirma:
"Se eles continuarem a desconsiderar as reprovações que Ele lhes
envia, e agirem contrariamente a Sua declarada vontade, a ruína se
seguirá; pois o povo de Deus é mantido em prosperidade somente
por Sua misericórdia, mediante o cuidado de Seus mensageiros. Ele
não susterá e guardará um povo que desconsidera os Seus conselhos e
despreza as suas reprovações". Testimonies, vol. 4, p.
176.2.
A grande pergunta que deve ser formulada: Está a Igreja Adventista do
Sétimo Dia seguindo a Cristo e Seus ensinos, ou está rejeitando a
verdade e seguindo pelo mesmo caminho de Salomão e Jerusalém -- o caminho
da ruína e da destruição? A única maneira de responder essa importante
pergunta é considerar a história passada de nossa igreja. Ela diz mais:
"O Senhor declarou que a história passada se repetirá ao nos
aproximarmos do encerramento da obra". Mensagens Escolhidas,
livro 2, p. 390.3.
Assim, analisando a história de nossa Igreja Adventista do Sétimo
Dia, podemos ver sem qualquer dúvida para uma mente honesta e não
endurecida, se nossa igreja tem a Cristo ou a Satanás como seu líder.
Ela declara:
"Com respeito aos testemunhos, nada é ignorado; nada é posto de
lado; mas o tempo e o lugar devem ser considerados". Mensagens
Escolhidas, livro 1, p. 57.5.
Desse modo, iremos considerar a história de nossa Igreja Adventista do
Sétimo Dia, ano por ano, mediante os escritos da Sra. Ellen G. White.
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