"Quem discorda de alguma prática ou decisão da Igreja têm todo o direito de recorrer à mesa diretiva da Associação, para que a mesma possa apresentar suas razões. Não é provável que mudem o que foi votado pela igreja, pois ela respeita muito a soberania de cada congregação, mas pelo menos é uma forma de expressar sua opinião."

Infelizmente irmão, a igreja local não decide nada! Quem manda é a Associação. A igreja local nem sequer tem existência jurídica. A comissão da igreja só serve para decidir se vai pintar a igreja de cor branca ou gelo. Decisões importantes quem toma é a Associação através do distrital, que cultiva imagem de imparcialidade, mas na hora H decide a parada.

A igreja é obrigada a votar o que a Associação quer. E se a igreja se recusa a votar o que a Associação quer, então começa o terrorismo e de duas, uma: ou a igreja se rende à pressão (exemplo São João Clímaco) ou é dissolvida (exemplo Poá).

O Manual da Igreja não é respeitado nem pela Associação. Eles estão acima da lei. Excluem sem notificar antes (exemplo Mario Fragnan), sem dar direito de resposta (exemplo Léo). No meu caso, fui excluído por apenas 7 membros (igreja com 100 membros) e depois o pastor se encarregou de me difamar contando mentiras a meu respeito. Nunca fui visitado nem antes nem depois de minha exclusão.

A administração da IASD hoje reúne os 3 poderes num grupo de pessoas: Executivo, Legislativo e Judiciário são representados pela Associação. E quando os 3 poderes são exercidos por apenas uma entidade, temos o que se chama de Regime Absolutista. Leia-se: fazem o que querem e sempre estarão certos por definicao. Quem vai contra, simplesmente é eliminado do esquema. Não dizem abertamente que são infalíveis, mas jamais admitem um erro. Já vi o papa pedindo desculpas por erros do passado, mas nunca vi um administrador da IASD procedendo desta forma.

É lamentável, mas só um cego não consegue ver o que está a um palmo do seu nariz, diariamente na internet. Eu até entendo o lado destes empresários de Jesus: recebem bastante dízimo, transformam em benefícios, se auto denominam ungidos do Senhor (o que é mentira pois nunca foram ungidos), têm poder, status, moram em boas casas, comem bem, tem bons carros com seguro, ipva, licenciamento tudo pago pela obra. Em troca defendem o sistema e obedecem o que a Associação manda. Até ai tudo natural...

O que eu não me conformo é que diante de tudo isso que temos assistido, ainda há pessoas que mandam dinheiro para eles e confiam neles cegamente. E se baseiam em argumentos irracionais do tipo "se estão usando mal o dinheiro eles vao prestar contas com Deus, eu faço a minha parte dando grana para eles". Esquecem-se porém que podem transferir dinheiro para a Associação ou para quem quiserem, mas não se transfere a responsabilidade do mordomo fiel. Se eles usam mal o dinheiro e vc sabe, então a responsabilidade é SUA.

Acho incrível como a religião deturpada tem o poder de transformar as pessoas em seres irracionais chamando o mal de bom porque é bom por definição, mesmo estando errado. Acham que Deus vai intervir e mudar a igreja. Por que então Deus não intervem e muda a igreja católica? Por que Deus não converte o papa? Por que Deus não converte o próprio Satanás?

A nossa teoria é fantástica, mas a prática é lamentável. E para justificar inconsistências elaboramos argumentos sem o mínimo de fundamento. Certas idéias adventistas não passam de tradição, lendas e não têm base bíblica. Veja alguns exemplos de forma mais específica:

(1) Comparar o ministério levítico com o ministério da IASD é comparar laranja com banana. Os pastores da IASD não são os levitas de hoje! A ordem araônica foi abolida e hoje todos somos sacerdotes. Portanto não há nada na Bíblia que ordene que os dízimos devam ir necessariamente para a Associação. Isso é lenda que nos foi ensinada deste pequenos.

(2) Outra lenda é dizer que a corporação adventista é a última igreja da história. Igreja é uma coisa, corporação (empresa) é outra coisa. Igreja é um povo que anda segundo os princípios de Deus, corporação é uma pessoa jurídica com CGC, prédios, conta corrente, funcionários, estrutura administrativa, etc... São coisas totalmente diferentes. Deus sempre teve uma igreja em cada época e eu posso afirmar que essa igreja é um povo e que NÃO é necessariamente composto exclusivamente por TODAS as pessoas cadastradas nesta denominação.

(3) Outra lenda, pior ainda, é achar que na sacudidura quem ficar vinculado à corporação é o trigo e quem for desvinculado da corporação é o joio. Foi exatamente o contrário na época de Cristo e na época de Lutero.

(4) Ninguém funda ou monta igreja nova. A única igreja verdadeira foi fundada por Cristo. Ou você se adequa aos princípios dela e faz parte da mesma, ou você está fora! Não há isso de se estou vinculado à igreja Adventista, então estou na igreja verdadeira. Faz parte da Igreja verdadeira quem vive os princípios de Cristo. Quem está na condição laodiceana está na eminência da perdição eterna pois o Senhor não está em Laodicéia! Deus está fora de Laodicéia! (Mas em Sua infinita misericórdia está batendo incansavelmente para ver se alguém lhe abre a porta para que entre.)

(5) A maior de todas as lendas é a de que os pastores da IASD são "Ungidos do Senhor". Não existe unção na Igreja de Cristo (exceção - para os doentes). Unção é coisa do velho testamento. O que há no novo testamento é a ordenação com imposição de mãos. Na verdade o termo "ungido do Senhor" foi introduzido na IASD para propiciar um tipo de "imunidade ministerial", ou seja, o pastor pode fazer o que quiser, por pior que seja deve continuar recebendo o dízimo e ai de quem tocar no "ungido do Senhor"

(6) Está na cara que a IASD virou uma grande empresa, um grande business. A cada dia, a cada hora temos evidência INCONTESTES de que a IASD se transformou num conglomerado de empresas. Exatamente agora hoje (06/12/01), no Buffet Mediterrâneo (Tatuapé - SP) está ocorrendo um evento do lançamento do Cartão de Crédito VISA da ADRA com o Bradesco. Neste Buffet que estava programado para as 19:30 está prevista a presença de Tercio Sarli, presidente da UCB, e o tesoureiro da UCB. O pessoal do Bradesco também deve estar presente. O jornal Valor Econômico de algumas semanas publicou uma reportagem sobre várias igrejas que estão introduzindo serviços financeiros para os fiéis e citou o cartão de crédito.

Poderia ficar a noite toda escrevendo citando inclusive acordos ecumênicos, mas diante de tantos fatos creio que quem tinha que tomar uma posição já deve ter tomado.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós. -- Ricardo Nicotra