Resposta Leiga ao Artigo Contra Jesus da Revista SuperInteressante

Sr. Rodrigo Cavalcante

 

Este comentário não busca de forma alguma diminuir a matéria de sua autoria “Quem foi Jesus?”, pode ser que isso ocorra devido à minha falta de habilidade escriturística, ou ainda simplesmente porque a verdade sempre trouxe e trará divisão, então, se em algum momento assim parecer, peço antecipadamente desculpas.

 

Escreverei de forma franca e aberta, e devo iniciar dizendo que embora não me surpreenda a falta de conhecimento por parte dos padres, historiadores e experts de um modo geral que longe de engrandecer sua matéria, acabaram com ela, reduzindo-a a uma série de “achismos”, “quem sabes” ou “hipóteses”, bem podemos todos nós, que nutrimos alguma simpatia por este tipo de assunto alarmarmo-nos diante de tanta ignorância, ou negligência em algo tão importante. Percebe-se claramente um remar em círculo por parte daqueles que deveriam conhecer de forma profunda os aspectos teológicos que envolvem a pessoa de Jesus, posto que para estes (que crêem) é Deus encarnado.

 

Digo que não me surpreende esta ignorância por parte dos modernos sacerdotes, pois senão a bíblia, a própria história tem sempre demonstrado que estes sempre foram os mais ignorantes (embora jactando-se de serem sábios), nos assuntos que envolvem a teologia pura.

É por isso que enfatizo que sua matéria foi tristemente reduzida a um monte de ruínas deslocadas, formando um quebra-cabeças impossível de se montar, um exemplo clássico do porque da existência de uma geração ter tanta informação a seu dispor, e ao mesmo tempo ser tão mal informada.

 

Para uma análise equilibrada desta matéria, algumas perguntas são necessárias:

 

1)     Creio realmente nos relatos bíblicos? Se creio, devo usá-los como fonte de verdade (fatos) e não apenas como mais um elemento, interpretando ora de uma forma, ora de outra, conforme o pendor da tradição ou “erudição” humana, se assim não for, a Bíblia não deve em absoluto ser usada como fonte, o que criaria um novo problema, pois sem ela, o próprio protagonista da história passaria a ser uma mera possibilidade, já que a sua biografia e existência somente ali são de fato relatadas.

2)     Há razões fortes o suficiente para se crer que os textos e informações bíblicas são dignos de total confiança, e se são, quando a história parece contradizer algumas narrações ali contidas, com quem  deve ficar a palavra final?

Todas as vezes que a ciência ou a mera história tentaram se sobrepor à bíblia, as primeiras saíram perdendo, como podemos ver em apenas alguns dos muitos casos:

Cristóvão Colombo resolve que dará a volta ao mundo, mas a ciência e a religião “provam” que a terra é plana, o que torna sua aventura uma impossibilidade, esta idéia defendida principalmente pelos “sábios” da igreja era feita de tal maneira que Galileu Galilei, que começava a acreditar pelo estudo dos astros que a terra era redonda teve que ficar calado para não ser queimado por esta “heresia”. No entanto, a bíblia, escrita quase 1500 anos antes, descreve em Isaias 40:22. “É ele (Deus) que se assenta sobre o círculo da terra”.

O relato bíblico se antecipa ao problema e demonstra sua superioridade.

3)     Não muito distante desta época, três teorias sobre a terra, “devidamente comprovadas pela ciência e com a conivência dos sábios religiosos”, brigam entre si (como os comentaristas da matéria em questão o fazem), tentando abocanhar o maior número de defensores.

a)     A terra está suspensa por duas enormes colunas

b)     A terra está apoiada nos ombros de Hércules

c)     A terra está sobre os cascos de uma enorme tartaruga, daí os terremotos, que acontecem cada vez que ela se movimenta.

Ridículos, não? Mas, acredite, se eu e você vivêssemos naquela época, uma destas teorias seria a nossa.

Veja no entanto o que diz o livro de Jó, igualmente escrito quase 2 milênios antes:

“O norte estende sobre o vazio e suspende a terra sobre o nada”.

Simples e direto, mas, possivelmente se vivêssemos naquela época e tivéssemos pedido ajuda a um dos modernos “escribas da lei” atuais, a resposta seria: isto é uma “licença poética do texto”, e quando os satélites demonstrassem que a bíblia estava certa, este escriba já teria morrido possivelmente e com ele uma legião de enganados que o seguiram.

Mais uma colocação e entraremos na análise da matéria:

4)     Olhando para o sol e para a lua, não vemos entre eles diferença de tamanho. Não admira portanto que as pessoas que nos antecederam entendessem que ambos teriam o mesmo tamanho, esta seria nossa conclusão óbvia ao observá-los, já que a olho nu, parece ser a realidade, porém, a tecnologia nos demonstrou que há diferença de tamanho entre eles. Mas que dizer de Moisés, que viveu a quase 4 milênios atrás e escreveu o livro de Gênesis?

“E fez Deus os dois grandes luminares, o maior para governar o dia e o menor para governar a noite”.

 

Vemos que a bíblia é digna de total confiança não apenas ao descrever os fatos ocorridos, mas também por antecipá-los de forma inequívoca.

Assim, pelas razões expostas, e muitas mais que se poderia mencionar, nos parece que entre os muitos “achismos” humanos, bem podemos analisar o que nos diz a bíblia de forma correta, este compêndio inigualável, para ver se ela pode nos esclarecer quanto a estas contradições entre historiadores, sacerdotes, etc, etc.

Logo no início encontramos a declaração:

 

1 - ...condenado à morte por ter desafiado o poder romano e o templo de Jerusalém em plena páscoa...

Jesus nunca desafiou o poder romano, ele próprio ensinava que seu reino não era deste mundo, quando indagado sobre se era lícito dar o tributo a César, foi enfático:

“De quem é a esfígie gravada na moeda? Dai pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Deixou claro assim, que não viera para desafiar as autoridades romanas, seu objetivo era demonstrar o caráter daquele que o enviou, pois que os sacerdotes dia a dia apresentavam Deus ao mundo como um tirano implacável, sedento de sangue, que a qualquer deslize do homem iria castigá-lo (o mesmo que fazem hoje os sacerdotes modernos, padres, pastores, etc) ensinando às pessoas que se elas não se comportarem direito, quando morrerem, Deus as enviará ao inferno, onde aí estarão queimando eternamente. A moeda foi apresentada a mando dos fariseus que esperavam que Jesus dissesse algo contra o poder romano, para depois poder acusá-lo perante Pilatos. Não obstante Jesus tendo deixado claro que não era esta sua intenção, foi acusado exatamente disto pelos Sacerdotes que disseram: “achamos este pervertendo a nação, e negando dar o tributo a César”. Além de ter ensinado que se devia pagar o tributo, o próprio Jesus o pagou, conforme registrado no livro de Mateus, cap. 17: 25 a 27. Note-se que o próprio Pilatos (governador) fez de tudo para inocentá-lo, pois logo viu que o problema dos fariseus era ciúmes, pois expunha os pecados deles, e esvaziava o templo, pois que os crentes ao invés de ir a sinagoga ouvir os sermões ensaiados e formais (como hoje são feitos nas igrejas) ficavam aos pés de Jesus ouvindo-o por horas a fio. Pilatos afirmou: “Eu não vejo nele crime algum”.

Tampouco o templo de Jerusalém fora desafiado, na verdade o que estava sendo questionada era a forma como se estava tratando das coisas no templo. Aquela que deveria ser a casa de oração e consolo para os necessitados, havia se transformado numa casa de negócios, onde os líderes judaicos recebiam porcentagem nos negócios feitos ali. Um exemplo disto era o de que quando você levava um cordeiro para ser morto este devia ser “sem defeito”, simbolizando a Jesus que era sem defeito, no entanto, quando você o apresentava, o sacerdote “encontrava” nele um defeito qualquer dizendo que não poderia ser usado, no entanto você havia feito quem sabe 150 km para oferecê-lo e então vinha a proposta (hipotética)  - R$ 100,00 e este cordeiro, e te damos um que possa ser sacrificado - , feita a troca, este mesmo cordeiro “defeituoso” seria usado para uma nova troca e assim sucessivamente. Jesus sabia disso, e também de outras falcatruas que ali se faziam e condenou este tipo de atitude quando disse: “...A minha casa será chamada casa de oração – mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” Mat. 21:13  

2 -  “Os judeus costumavam sacrificar animais no templo para se purificarem”.

Os judeus (leigos) ofereciam um cordeiro como sinal de que aceitavam pela fé, que algum dia alguém morreria pelos pecados deles. Estes cordeiros imolados eram um símbolo daquele que viria, a promessa era para o perdão e não para a purificação. A purificação era feita pela água (batismo por submersão), e pela lavagem, por isso eles lavavam as mãos sete vezes antes de tocar em alimento, ou a coavam antes de beber, para que não engolissem acidentalmente um inseto (considerado imundo) nela. Os sacerdotes se banhavam imediatamente antes de oficiar no templo, ainda que estivessem “limpos” da sujeira física. Tudo isso porém era simbólico e buscava manter vivo na mente dos judeus o verdadeiro “cordeiro que tira o pecado do mundo” conforme sentenciou João Batista, também chamado “a voz do que clama do deserto”

3 - O outro Jesus, já citado no início da matéria, é Yeshua, o homem que morreu sem chamar muita atenção dos cidadãos do Império Romano.

“E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.”  MT 27:54 –

Muitos sinais marcaram a morte de Jesus, como o rasgar do véu do santuário e também a escuridão que se precipitou sobre a multidão que assistia, raios, relâmpagos, etc. Mas ainda que nada disso pudesse ser prova concludente de que este não foi um fato comum, o terremoto ocorrido por si só, bastaria para fazer com que não somente os cidadãos do império, mas os próprios soldados e o centurião que viram o fato como um sinal de Deus, espalhassem isto a todos os que não tivessem visto. Quando então Jesus ressuscitou, com a testemunha ocular de vários soldados que ali estavam com a expressa ordem de guardá-lo, e sob o juramento do exército romano, no qual qualquer soldado pagaria com a própria morte caso não cumprisse sua função, (no caso a guarda do corpo de Jesus), quando o mesmo sumiu, sabiam que iriam morrer, e estes mesmo contaram o ocorrido aos sacerdotes e oficiais conforme relatado no livro de Mateus. Somado aos que o viram depois, creio que no dia seguinte esta não seria uma matéria de capa, e sim, haveria um caderno extra contando inclusive sua vida, sua própria afirmação de ser o filho de Deus e ainda sua promessa de que ressuscitaria como o fez quando disse: “Derribai este templo e em 3 dias eu o reconstruirei”.

Sobre se Tiago era irmão de Jesus, basta dizer que quando o texto diz irmão, é irmão, a tradução está correta, quando Pedro cortou a orelha de um dos servos foi depois reconhecido por um homem que a bíblia cita ser parente daquele, e o termo para parente é outro, tanto no aramaico quanto no grego. O grau de parentesco não era o mais importante, embora o mais chegado sempre assumisse as responsabilidades, como por exemplo das viúvas. Esta era uma das leis levíticas.

4 – A igreja sempre pregou aos fiéis que irmão e irmã, nesse caso, significavam apenas primos...

A igreja (neste caso, a católica) tem interesse particular em que não seja revelado o fato de que Jesus tem irmãos, porque isto demonstraria a falácia da alegação de que Maria continuou virgem até a sua morte, e isto obviamente prejudicaria os negócios, no entanto, embora isto não sirva de endosso, todas as outras igrejas consideradas Cristãs, que se permitem ficar com os fatos, não aceitando os dogmas impostos, reconhecem que Jesus tinha irmãos. -  “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão?  MC 6:3”

Este versículo não apenas demonstra a realidade de que Tiago era seu irmão consangüíneo, mas também a inverdade de que ele era lavrador, algumas versões, como a da bíblia de Jerusalém, mais fiel ao texto original, não traz a palavra “filho”, pois que em realidade Jesus não era filho legítimo de José, e todos sabiam disso. Tão mal quanto alegar que ele era lavrador porque conhecia profundamente a natureza, seria afirmar que ele era médico formado porque curava as pessoas.

5 – “Há quase um consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu em Nazaré”

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,... MT 2:1

Quando os historiadores, cientistas, padres e outros diziam terra plana, tartaruga, etc, a bíblia provou sua veracidade. Fico com ela.

O midrash proposto por Vitório é absurdo, se assim for, não há segurança nenhuma na bíblia, ou em qualquer personagem bíblico, tampouco em qualquer biografia em que o midrash for usado, pois contar a história de alguém usando como pano de fundo a biografia de outra pessoa, é misturar as biografias, e ela deixa de cumprir seu papel. Imagine você como jornalista escrevendo a história de Hitler e usando de pano de fundo a biografia de Madre Teresa de Calcutá. Mateus escreveu o que escreveu para esclarecer as pessoas a respeito daquele que ele amava e não para confundi-los, ele era extremamente simples e não tinha nenhuma inclinação para poesia ou gêneros literários, era um cobrador de impostos. Quando ele fala de Davi, está tão somente levando os judeus a aceitarem a Jesus como o Messias prometido, apelando para a profecia que indicava que ele viria da genealogia de Davi.

O texto esclarece também a questão dos magos, que os “estoriadores”, defendem não terem existido. Deve-se aqui frisar que as fontes destes historiadores não é relatada, e que suas alegações são baseadas em fórmulas mágicas de literatura que criam uma corda bamba para todo e qualquer fato relatado pela própria história bíblica e verdadeiramente comprovados.

6 – “A mortalidade era alta e a expectativa de vida girava em torno de trinta anos”.

Os judeus, exatamente pela abstinência que faziam de certos alimentos (chamados impuros) eram uma classe de pessoas extremamente inteligentes, saudáveis, e que dificilmente adoeciam. A dieta alimentar, citada em sua própria matéria demonstra que embora sua alimentação fosse em pequenas quantidades, era na verdade riquíssima em proteínas, o que lhes dava uma constituição excepcional, de tal maneira que ainda sob os maus tratos do exílio (escravidão) eram um povo sábio, saudável e por vezes com força física descomunal. A bíblia relata que por 2 anos no acampamento de Israel, com mais de 2 milhões de pessoas não houve um só caso de doença entre eles.

Este povo era na verdade um problema constante para as outras raças, mesmo quando estavam sob opressão ou escravizados. No Egito a ordem do faraó para matar todos os filhos homens, buscava diminuir seu acelerado ritmo de crescimento populacional, ritmo este mantido exatamente por sua saúde e longevidade, e a não ser que queiramos repetir os erros do passado, quando não tínhamos nenhuma luz quanto à importância da alimentação para uma boa saúde, querer imaginar que aqueles outros povos que comiam carne a valer, bebiam vinho e bebidas fortes, com raros exercícios físicos, pudessem ter uma constituição física melhor que a dos Hebreus,seria uma tolice.

Basta analisar os negros no País, sua constituição é normalmente mais forte, mesmo vivendo (geralmente) em condições inferiores, são mais resistentes, sua pele é melhor, adoecem menos, vivem mais, e tudo isto em virtude de sua escravidão. Por muito tempo, embora castigados, eles, que aparentemente deveriam estar sendo dizimados, pois que para a visão humana estavam sendo mal alimentados, estavam em realidade comendo melhor que nós, os brancos, pois é uma realidade que 90% das doenças que nos assolam vem da má alimentação. Algumas prisões na china por exemplo, para executar seus prisioneiros alimentam-nos por algum tempo apenas de carne, e estes sucumbem em poucos dias. Os negros comeram basicamente mandioca e feijão, com água, e isto não só produzia um sangue excelente, mas também lhes fortalecia dia a dia, enquanto nós aprendemos cedo a consumir corantes, espessantes, flavorizantes, conservantes, e temos adoecido bem mais não só pelo tipo de alimento consumido, mas também pela quantidade. É verdade que povos de países como a Etiópia sofrem pela falta de comida, mas é igualmente verdade que nosso povo perece pelo excesso. Nosso consumo excessivo de café, chá, fumo, guaraná, carne e outros tem criado um estado de excitação febril, languidez e conseqüente doença, que certamente não havia ente o povo judeu.

7 – Ninguém sabe ao certo até que ponto Jesus começou a sua pregação motivado por esse sentimento de injustiça social.

Jesus não começou sua pregação motivado por este sentimento, na verdade, ele nunca foi movido por sentimentos, sempre se moveu por princípios, e isto é que fez dele o que era quando aqui esteve, ele tinha uma missão, mas não começaria antes da hora.

O livro de Daniel diz: “Sabe e entende, desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Messias, o príncipe, sete semanas, e setenta e duas semanas... e depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e não será mais...E ele firmará um concerto com muitos por uma semana: e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.

Considerando o decreto de Artaxerxes, que o promulgou para restaurar Jerusalém no ano 457ac, diminuidos das 69 semanas (483 anos proféticos) chegamos ao ano 27dc, quando Cristo (o Messias) é batizado (Messias quer dizer ungido) , dando início à semana de concerto com muitos, na metade da semana, três anos e meio depois de ter sido batizado, (31dc) é morto (será tirado o Messias).

Cristo iniciou a pregação somente após sua unção, ou batismo, pois o relógio profético assim o havia determinado, note-se que quando João Batista afirma que ele é que deveria ser batizado, Jesus lhe diz: “Deixa, para que se cumpra a profecia...”, estava demonstrando assim, que seu ministério não iniciaria antes que a profecia se cumprisse, uma profecia escrita bem antes, para que o povo judeu e todos os que o quisessem seguir, tivessem certeza de sua natureza.

7 –Lázaro foi ressuscitado por Cristo porque estava em coma, não havia morrido biologicamente...

Jesus pouco antes de ressuscitar a Lázaro, ressuscitou a filha de Jairo, e ao chegar, já estavam ali os “padres e pastores da época”, conforme mostra o relato:

“E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme”.

“E riam-se dele, sabendo que estava morta”.

Nossa ingenuidade e loucura como seres humanos chega a ser absurda. Jesus diz que ela dorme,  os que ali estão, garantem que ela está morta, rindo inclusive de Jesus. Ocorre que para Jesus, todos aqueles que o aceitam e morrem, são considerados como dormindo, por isso em outra ocasião disse a um que relutava em segui-lo: “Deixe os mortos que enterrem os mortos.” Ela estava de fato morta, Jesus então a ressuscita, mas os padres e pastores da época, os sacerdotes, disseram ao povo que na verdade ela não estava morta e sim, em estado de cataplepsia. Os mesmos que riram quando Jesus lhes disse dorme e categoricamente afirmaram que estava morta, agora diziam que não estava, insinuando que o próprio Jesus havia dito isto. Porque isto aconteceu? Porque eles tinham inveja de Jesus, e estes milagres faziam com que o povo o seguisse, jogando por terra toda a ostentação e afirmação dos sacerdotes de serem os representantes de Deus na terra, bem como humilhando-os (ainda que não fosse sua intenção) ao esquivar-se constantemente com muita inteligência das armadilhas que estes mesmos preparavam para ele. Por isso quando os mensageiros trouxeram a notícia da doença de Lázaro, Jesus ainda permaneceu dois dias com os discípulos, este fato os deixou intrigados, pois sabiam que ele amava a Lázaro, não entendiam sua aparente demora em socorrer o amigo. Quando Jesus chega, Lázaro está morto, e não apenas morto, mas enterrado (na cova de pedra) e já em estado de decomposição, como vemos no relato seguinte:

Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: SENHOR, já cheira mal, porque é já de quatro dias. João 11:39

Jesus aguardou que Lázaro morresse, e não só que morresse, mas que entrasse em estado de putrefação, para que não se pudesse repetir a mentira de que também Lázaro estaria em estado de cataplepsia como o fizeram com a filha de Jairo.

Assim, fica difícil entender como pode ser que com tanta clareza a respeito deste assunto, alguém possa alegar exatamente o contrário daquilo que Deus em sua providência resolveu esclarecer.

A partir daqui farei breve relato dos demais, e se for de seu interesse podemos ampliá-los em outra oportunidade, conforme sua vontade.

  • A lepra era símbolo do pecado, sendo portanto uma doença mortal, dizer que representava toda e qualquer doença de pele é um erro.
     

  • O doente não tinha que pagar taxas para se curar, na verdade ele era imediatamente banido da sociedade, e devia inclusive todas as vezes que se apresentasse no povoado gritar “imundo, imundo” para que as pessoas pudessem evitar algum toque acidental. Se a lepra era ou não contagiosa, não parece haver registros específicos.
     

  • Os saduceus não eram um grupo que não cria na imortalidade da alma, nem eles nem os fariseus criam na imortalidade da alma, os saduceus não criam na ressurreição, o que é bem diferente.
      

  • Jesus não era analfabeto, havia aprendido com sua própria mãe, lendo o “rolo”, (bíblia da época), quando os fariseus apresentaram uma mulher para que fosse apedrejada, Jesus lhes disse que aquele que não tivesse pecado que atirasse a primeira pedra, ocorre que os fariseus se jactavam de não ter pecado e teriam atirado as pedras, só que Jesus estava “escrevendo na areia”, e ali escreveu os pecados deles, o que fez com que eles se retirassem rapidamente com medo que o povo lesse ali os pecados deles, e mais, que Jesus relatasse ao povo estes pecados.
      

  • Em outra ocasião foi dito dele e também de seus seguidores: “Como sabe estas coisas não tendo ele aprendido letras?” Os escribas entendiam que se a pessoa não aprendesse com eles não teria como saber ler, escrever ou entender as palavras do rolo, mas o próprio Jesus, quando aos doze anos lhes falou no templo, mostrou tamanha superioridade de conhecimento nas leis, profecias e tudo que estava escrito nos “livros da lei” que eles ficaram alarmados. Jesus na verdade, embora convidado a estudar na escola de teologia dos rabinos, não aceitou, pelo mesmo motivo que qualquer pessoa hoje que queira aprender sobre Deus, não pode fazê-lo. As escolas de teologia hoje estão mais corrompidas que as da época de Jesus, e a prova disto são estes comentários dos “eruditos”, que não se sabe se por ignorância própria ou se por medo de falar a verdade, tecem, a exemplo dos rabinos do passado, um emaranhado de tradições humanas, criando uma confusão de interpretação que mantém o povo em total ignorância quanto à religião, afastando-os literalmente de Deus, quando pagos para aproximá-los.
      

  • Dizer que o Cristianismo se tornou a religião dos Romanos não é verdade, o que ocorreu é que a religião de Roma, através de Constantino, infiltrou-se na religião Cristã, substituindo-a de forma gradativa, mas completamente. Hoje, longe de ser Cristã, a doutrina Católica Apostólica Romana, segue os mesmos padrões do paganismo da época dos Césares.
      

  • O papa é o cabeça supremo como o imperador o era, 25 de dezembro que se comemorava o nascimento do Deus pagão Tamuz, filho do deus sol, é celebrado, o domingo (sunday) dia do sol (em honra a este mesmo deus) é o dia ensinado a ser guardado, o sinal da cruz, (letra t de tamuz em sua honra), a cruz, longe de ser um emblema da vida, é um emblema da morte, e nunca foi usado pelos cristãos de verdade, posto que criado pelos próprios romanos (pagãos), a adoração de imagens, dogmas, tradições, transubstanciação, faltaria espaço para relacionar todas as incorporações do pagão Constantino na igreja outrora cristã. Aparentemente o Cristianismo venceu, mas de fato, foi vencido.
      

  • A essência da crença na ressurreição de que ao morrer Jesus ascendeu em sua humanidade à presença de Deus não é verídica. Esta confusão se dá com base na afirmação de Jesus que prometeu ao ladrão na cruz: “Em verdade, em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. O texto original não traz a palavra “que”, tampouco os textos gregos traziam pontuação, de forma que o texto ficaria:
      

  • “Em verdade em verdade te digo hoje estarás comigo no Paraíso”. A bíblia colocada no lugar certo diria: “Em verdade em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso”. De tal forma isto é verdade que quando Maria contempla Jesus ressuscitado (3 dias após sua morte) , vai abraçá-lo e ele lhe diz: “Não me toques, eu ainda não subi ao Pai.”
      

  • Não foram as “idéias” de Paulo que desviaram o cristianismo do judaísmo, na verdade o judaísmo se corrompeu de tal modo pelas tradições humanas que Paulo, após compreender o verdadeiro cristianismo, viu quão longe estava este já do verdadeiro cristianismo. Judaísmo e Cristianismo deveriam ser uma coisa só, pois Cristo era Judeu e veio para os seus, porém não foi recebido. A grande diferença entre judeus e cristãos na verdade é que os Cristãos aceitam Cristo como o Messias prometido e os Judeus (excetuando os messiânicos) não o aceitam.
      

  • A questão das chamadas “polêmicas” entre Tiago e Paulo, não existem em verdade, a grande diferença entre a explanação de ambos fica por conta do tema justificação pela fé. Na epístola aos Romanos Paulo dá ênfase à salvação e perdão apenas em Cristo Jesus, conforme relatado no cap 3:24: “Concluímos pois que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei”, enquanto que Tiago dá ênfase ao valor das obras quando diz: Vede, pois que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. Tiago 2:28. Devidamente analisados os dois contextos, não há nenhuma divergência, Paulo fala da Justificação imputada, enquanto Tiago fala da justificação comunicada, mostrando que a prova da fé é demonstrada através das obras. Algo como: Se amo minha mulher, demonstro dando-lhe carinhos, dizer que a amo e não demonstrar, é na verdade não amá-la.
      

  • O problema da circuncisão não era um problema que Tiago levantou, era uma questão de comportamento e ela é retratada na epístola de Gálatas, mas não é contra Tiago que Paulo fala, pois este foi e é um discípulo de Jesus, ao passo que destes contra quem Paulo fala duramente, são chamados por ele mesmo de “falsos irmãos”, o que obviamente não é o caso do irmão de Jesus.

É finalmente triste que uma matéria com tamanha relevância e magnitude seja de tal modo deturpada pela ignorância daqueles que “dizendo-se sábios fizeram-se loucos” Rom 1:22.

Deus seja contigo, Rogério Buzzi - Publicitário.

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