SUPERINTERESSANTE!
Descubra o Que a Umbanda e a IASD Têm em Comum

 

Quando eu era menino, se me dissessem que eu viveria o suficiente para ver a liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia comemorar a inclusão de uma reportagem sobre a igreja numa revista ecumênica, eu primeiro iria consultar o dicionário para descobrir qual o significado desse adjetivo. Mas assim que soubesse que "ecumenismo" era um nome mais chique para a "união das igrejas" contra a qual meu pai sempre alertava os interessados para quem ele dava estudos bíblicos, eu logo descartaria essa possibilidade. Era menino ingênuo e acreditava que a IASD jamais embarcaria nessa canoa furada!

Obviamente, a Revista das Religiões, edição especial da revista Superinteressante, não é uma publicação patrocinada por um grupo de denominações que se uniram para lançá-la pela Editora Abril. Contudo, não deixa de ser uma iniciativa ecumênica porque a revista é um espaço de convivência e diálogo para diferentes confissões religiosas e se destina exatamente ao público consumidor dessas mesmas denominações.

Umbandista, xintoísta, monge católico, adventista, tanto faz. Todo mundo lê e gosta, pois não há comparações, nem rivalidade ou sectarismo, muito menos polêmicas doutrinárias. Todas as propostas são apresentadas em pé de igualdade, como num catálogo religioso, que você pode consultar e escolher qualquer uma porque, afinal, todas "adoram o mesmo Deus" e parecem iguais. Até o número de páginas para cada igreja é rigorosamente igual! Obviamente, o que os editores visam é atender a uma crescente demanda por literatura de conteúdo religioso, fenômeno que há poucos meses foi matéria de irreverente capa da revista semanal Isto É Dinheiro (edição de quarta feira 03 de setembro de 2003): "A Indústria de Jesus".

Na primeira reportagem dessa edição da Isto É Dinheiro, intitulada A Fé que Move Montanha$, a revista destacou que "a fé, mais do que nunca, está movendo milhões de reais e atraindo novas empresas ao mercado cristão."

"A fração mais barulhenta, sem dúvida, é a das igrejas evangélicas, donas de um rebanho composto por 26 milhões de pessoas espalhadas por todas as classes sociais. Consumidores ávidos por produtos com a grife 'Jesus', eles movimentam uma fatia estimada em R$ 3 bilhões por ano, de acordo com empresários que militam na causa. E não se trata apenas do 'kit básico': bíblia, paletó, gravata e viagens aos lugares santos (Aparecida ou Jerusalém). Muitos empreendedores estão enchendo os bolsos comercializando artigos como roupas, CDs, móveis, cadernos, agendas, jogos, instrumentos musicais, games e até mesmo licenciando personagens com 'inspiração celestial'. As 800 empresas que fazem produtos para o rebanho cristão não sabem o que é recessão. Suas vendas crescem a taxas de até 30% a cada ano."

Basta observar o quadro ao lado para perceber que o pastor Eduardo Calissi, entrevistado pela revista Isto É Dinheiro, foi muito sincero ao afirmar: “As Igrejas foram as primeiras a enxergar o seu rebanho como um mercado consumidor. Agora é a vez dos empreendedores arriscarem seu capital.”

Em outras palavras, as empresas brasileiras estão começando a explorar esse filão religioso do público consumidor no rastro das igrejas. Foram elas que primeiro o exploraram!

Pense bem: Não é a IASD uma superestrutura empresarial, que se sustém através da produção de literatura, cds, cd-roms, vídeos, dvds e produtos alimentícios e da prestação de serviços religiosos, educacionais e de saúde para um público cativo, a quem se ensinou a rejeitar produtos e serviços de outras fontes?

 

Maus pastores e executivos amadores

O maior problema da IASD é o amadorismo ou miopia empresarial de alguns de seus líderes-pastores, metidos a executivos, que não são capazes de perceber as tendências mercadológicas e se recusam, por exemplo, a publicar uma revista de cunho religioso-espiritual destinada aos jovens (Mocidade?) e/ou uma publicação de igual teor para o público feminino. Enquanto as editoras "mundanas" percebem que há consumidores interessados em ler sobre religião e lançam revistas para suprir a essa demanda, a CPB suspende a edição da revista Sinais dos Tempos!

E depois ainda aparecem uns sábios comentaristas para dizer que a publicação de uma matéria sobre a IASD na Revista das Religiões é uma bênção divina, verdadeiro milagre, "uma oportunidade rara para termos uma divulgação da Igreja Adventista em todas as livrarias e bancas do Brasil". Ora, uma igreja que possui uma editora com um parque gráfico e equipe de profissionais como a CPB não pode depender de uma divulgação esporádica e oportunista de suas atividades, feita por uma revista que não tem qualquer compromisso com a Verdade e publica, por exemplo, como matéria principal, absurdas histórias da infância Jesus que os Evangelhos não contam.

Será que ninguém mais percebeu que primeiro eles ridicularizaram a Cristo, como se houvesse sido um suposto menino fazedor de mágica, e depois nos ridicularizam, apontando-nos como aqueles que esperam a volta desse menino, que fazia pé-de-côco envergar para a mãe dele matar a sede? Respeita o cérebro que Deus me deu, pastor...

Merece crédito religioso essa revista, que se tem demonstrado um verdadeiro "caldeirão do diabo, misturando tudo que não presta na área do misticismo, religiões orientais e práticas espíritas e lhes dando uma aparência de cultura e caráter científico, que engabela e seduz os incautos?

Não percebem nossos líderes que incluíram uma matéria positiva sobre a Igreja Adventista nessa edição para vendê-la aos consumidores adventistas de informação? Ou será que teriam algum interesse em divulgar nossa Mensagem? É óbvio que não, senhores! E esse dinheiro que irá para as mãos da Editora Abril, de cuja revista os senhores estão fazendo propaganda de graça, poderia muito bem ir para a CPB caso soubessem, no mínimo, explorar melhor essa demanda.

Se fossem um pouco mais inteligentes, perceberiam que é possível atender até à demanda provocada pelo movimento leigo, publicando com fidelidade os livros de Waggoner e Jones e outros autores não-convencionais. Diria mais, diria que são péssimos administradores e estão perdendo a inquebrantável credibilidade construída por homens sérios e fiéis a Deus que vieram antes de vocês... (Já que não são mesmo Pastores, sejam pelo menos bons comerciantes e adeqüem-se às exigências do mercado!)

Fazer o quê? Deus tomou a condução da Igreja em Suas mãos e está operando por meios inesperados, em que apenas homens humildes e consagrados têm lugar! Os ímpios, arrogantes e sábios a seus próprios olhos, irão de mau a pior, cancelando a revista missionária e aplaudindo uma reportagem que explora exatamente o orgulho idiota de aparecer numa revista mundana, só porque parece chique... Também só fotografaram a Igreja de Moema e prédios de grandes instituições! Por que não levaram o repórter às igrejinhas caindo aos pedaços e precisam de recursos? Porque querem parecer ricos e abastados, que de nada têm falta!

Vocês comemorariam a inauguração de uma Igreja Adventista ao lado de um templo católico e de um terreiro de umbanda? No entanto, fazem alarde por causa de uma revista em que essas três religiões são postas lado a lado, como se fossem iguais? Que comunhão pode existir entre a luz e as trevas, senhores?

O que a Umbanda e a IASD têm em comum? Essa é chamada do artigo. Bem, as duas estão juntas na edição ecumênica da Superinteressante deste mês de dezembro de 2003, a Revista das Religiões. As duas ocupam seis páginas e o catolicismo outras seis: 6+6+6. Cálculo sugestivo, né? Mas tem também outras seis páginas para o xintoísmo...

Quer saber o que mais a Umbanda tem em comum com a IASD? Abra a sua Revista Superinteressante das Religiões, à pág. 33:

É isso! A Umbanda e a IASD têm em comum o SINCRETISMO, essa capacidade ecumênica de absorver elementos de outros cultos e assimilá-los em sua liturgia. Exemplos? Árvore de Natal, presépio, velas, quadros sacros, cálices, culto domingo de manhã, desbravadores sem religião, doutrinas como a trindade, imagens de escultura...

Sim, essa mesma imagem do "Sagrado Coração de Jesus" que você vê ao fundo da foto acima, que mostra uma "médium incorporada por uma preta velha", convive tranqüilamente com um pastor adventista a alguns quilômetros dali, no interior de um templo católico!

E eu que, menino excessivamente ingênuo, lá na Rua do Araés, em Cuiabá, MT, jamais imaginei que isso um dia poderia acontecer! -- Robson Ramos

Fontes:

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