Clipping: Pastor morre assistindo o filme "A Paixão de Cristo"
O pastor José Geraldo Soares, de 43 anos, da Igreja Missão Amém, morreu ontem quando assistia ao filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, no cinema Minas Shopping, na região norte de Belo Horizonte, Minas Gerais, em decorrência de um infarto fulminante. José Geraldo foi ao cinema com a esposa Maria Eliete, os dois filhos e fiéis da Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e da Igreja Batista da Lagoinha. Eles reservaram as duas salas do cinema para assistir ao polêmico filme, marcado por cenas consideradas violentas. Durante a exibição do longa, que mostra com detalhes o calvário de Jesus em suas 12 últimas horas de vida, o pastor passou mal e sofreu uma parada cardíaca. Ele chegou a ser atendido por um médico que estava na sala, mas não resistiu. A mulher do pastor contou que durante o filme fez uma pergunta a José Geraldo, mas ele não a respondeu. Foi aí que ela percebeu que o marido estava desacordado. Na enfermaria do shopping, para onde foi levado às pressas, José Geraldo foi examinado pelo médico Gustavo Agra, que também assistia ao filme. Ele constatou a morte do pastor. O médico Antônio Serra, que trata da família, emitiu um atestado de óbito apontando como causa da morte um ataque cardíaco. Amigos de José Geraldo disseram que o pastor não tinha histórico de problemas cardíacos. Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI282513-EI306,00.html Pastor morre durante sessão de "A Paixão de Cristo" Belo Horizonte - O pastor José Geraldo Soares, de 43 anos, morreu vítima de um ataque cardíaco fulminante quando assistia na tarde de ontem ao polêmico filme A Paixão de Cristo, dirigido por Mel Gibson, em um shopping da capital mineira. Ele chegou a ser atendido por um médico que estava na sala, mas não resistiu. Soares era membro da 8ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e presidente da Missão Amém, um grupo religioso independente. De acordo com o pastor Amauri Costa de Oliveira, a igreja alugou uma das salas de cinema do Minas Shopping para que cerca de 270 fiéis pudessem assistir à exibição do filme, que estreou no Brasil na última sexta-feira e retrata as últimas 12 horas de Jesus. Soares estava acompanhado da mulher, Maria Eliete, e dos dois filhos. O pastor Oliveira conta que durante as cenas da via-crúcis - a caminhada de Jesus carregando a cruz - Maria Eliete fez uma pergunta para o marido, mas ele não respondeu. Ela, então, percebeu que Soares estava desacordado. O óbito foi constatado pelo médico Gustavo Agra na enfermaria do shopping. Um atestado apontou um ataque cardíaco como causa da morte. Esta é a segunda morte registrada no mundo durante uma sessão do filme. Na estréia do longa nos Estados Unidos, no final do mês passado, Peggy Law Scott, uma mulher de 57 anos, desmaiou durante as cenas finais que mostram a crucificação de Jesus numa sessão em Wichita, cidade do Kansas. Ela chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu. A causa teria sido um enfarte. Fatalidade - Os amigos não acreditam que a morte do pastor Soares tenha relação com as cenas fortes do filme, que, entre outras coisas, mostra a mutilação do corpo de Jesus pelos soldados romanos. "Pelo que a gente conhece dele, por ser um estudioso do assunto e por não ser uma pessoa muito emotiva, não associamos essa fatalidade com o filme", disse o pastor Amauri, que hoje comandou um culto em homenagem a Soares. -- Eduardo Kattah Fonte: http://www.estadao.com.br/divirtase/noticias/2004/mar/22/116.htm Estréia de "A Paixão de Cristo" no Brasil vira ato de fé Público que assistiu às primeiras sessões do filme de Mel Gibson acha que mesmo com excesso de violência a história reforça a crença cristã Rio de Janeiro - Os cariocas lotaram os cinemas logo nas primeiras sessões de A paixão de Cristo. Os espectadores se dividiram: muitos acharam a versão de Mel Gibson para o martírio de Jesus violenta demais; outros gostaram justamente do realismo que viram na tela. A maioria chorou durante o filme, principalmente nas cenas em Maria sofre com a dor do filho. “Eu não consegui controlar as lágrimas. É muito bonito ver Maria chorando pelo que fizeram com Jesus”, disse a fisioterapeuta Flávia Barbosa, de 28 anos. Evangélica, Flávia se comoveu ao ver representado o sofrimento do mártir cristão. E não se incomodou com a abundância de sangue na maior parte das cenas. “É claro que é desagradável, mas já esperava por isso.” O aposentado Wilson de Oliveira, de 81 anos, católico, achou o filme bastante fiel à Bíblia. Ele acredita que a produção irá agradar a pessoas de todas as idades e crenças religiosas. “É uma história de dois mil anos que continua dando o que falar.” A mutilação do corpo de Jesus pelos soldados romanos causou repulsa no público. Já as tomadas em que Maria acompanha o açoitamento e a via-crúcis e troca olhares com o filho despertaram ternura. “Mãe é sempre mãe”, lembrou o aposentado Oliveira. Ricardo Gomes, professor de inglês de 35 anos, estava ansioso pela estréia e tratou de comprar ingresso antecipado para não correr o risco de ficar de fora. Ele gostou do que viu e acredita que A Paixão de Cristo é um programa interessante para os seguidores do cristianismo e de outros credos.
Bahia - O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cardeal dom Geraldo Majella Agnelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil gostou do filme e chegou a recomendá-lo aos católicos. "Pode ir tranqüilo, mas sabendo que há cenas de violência muito fortes", disse na capital baiana, classificando a narrativa de "real" e didática para quem quer saber mais sobre o calvário de Jesus. Mesmo a suposta violência exacerbada do filme para dom Geraldo é fiel aos evangelhos. "O profeta Jeremias havia dito 700 anos antes de Cristo que Ele seria tanto açoitado que não restaria sinal de criatura humana no seu corpo". O cardeal voltou a opinar que o filme não é anti-semita. "A Igreja tem a convicção que Cristo morreu pelo pecado de toda a humanidade, não especificamente por culpa de um povo". Na visão do presidente da CNBB, o filme pode até reforçar a crença com suas imagens fortes. "A fé é um dom de Deus e às vezes a pessoa é atraída não se sabe porque; se você perguntar a um convertido o que o tocou, será certamente uma razão diferente do outro: eu acredito que um espectador que conhece a Bíblia, vai aprofundar ainda mais a questão da paixão de Cristo, enquanto que um outro sem ter familiaridade, pode buscar a leitura da palavra de Deus, seja tocado e nesse sentido acredito na contribuição desse filme".
Rio Grande do Sul - O movimento da primeira sessão desta sexta-feira surpreendeu o gerente operacional do Cinema Imperial, Júlio César Fontoura, em Porto Alegre. Cerca de 200 espectadores fizeram fila no calçadão da rua dos Andradas, no centro da capital gaúcha, para ver a estréia do filme polêmico e tomaram quase a metade da capacidade da sala, uma das mais antigas e mais populares da capital gaúcha, com ingressos a R$ 4. Ao final da sessão, os espectadores demonstraram percepções diferentes sobre o filme. “Este é o evangelho segundo Mel Gibson”, comentou o técnico em telecomunicações João Soares, um leitor que costuma buscar o caráter histórico na Bíblia. “É a visão dele, mas pode ser muito real”, avaliou. Para Soares, a versão do diretor expressa alguma tentativa de acusar os judeus pela morte de Cristo. São Paulo - Em São José dos Campos, a Primeira Igreja Batista da cidade reservou sete sessões em duas salas de um cinema em um shopping para que os fiéis não perdessem a estréia do filme. Cerca de 1.200 evangélicos assistiram ao filme. A igreja se encarregou de vender antecipadamente os ingressos. Ao final de cada sessão o choro para muitos foi inevitável. Reações à parte, os fiéis saíram do filme com uma certeza: "este foi o real sofrimento de Jesus". "Chorei muito, fiquei chocada, mas assistiria outras vezes. Tudo aquilo é o que Jesus realmente sentiu" afirmou a recepcionista Jucilene Ribeiro, de 27 anos. "Ele (Jesus) sofreu tanto e a gente faz tão pouco ou quase nada", concluiu. Entre as pessoas que assistiram a primeira sessão do filme em Ribeirão Preto, alguns acharam interessante a visão do cineasta, outros um exagero. "Gostei do filme, mas achei pesada e exagerada a maquiagem dos ferimentos (de Cristo)", comentou o fotógrafo Paulo Villas-Boas, de 39 anos. "Com aqueles sofrimentos nos espancamentos ele (Cristo) nem chegaria à cruz (calvário)." Para o casal Juliano Balduíno, de 25 anos, repositor de mercadorias, e Renata Pedroso, de 23, conselheira tutelar, o filme é bom e não foi exagerado. "É forte", disse Balduíno. "É ótimo e se as pessoas puderem, devem assisti-lo, pois é uma lição de vida", recomendou Renata. "Os ferimentos tocam a todos e isso faz a gente dar valor à vida; vou parar para refletir", emendou ela. Roberta Pennafort, Biaggio Talento, Elder Ogliari, Simone Menocc "Cristo" de Gibson leva polêmica a mais de 500 telas Megalançamento de A Paixão de Cristo, hoje, repercute o sucesso de bilheteria nos EUA e a polêmica que suscitou mundo afora, com acusações de anti-semitismo e homofobia São Paulo - Há 15 anos, os católicos sentiram-se ultrajados com o Jesus humano de A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese. Agora, são os judeus que reclamam do anti-semitismo de Mel Gibson em A Paixão de Cristo. Os gays também acusam o diretor de homófobo - todo mal em seu filme, do próprio Diabo a Herodes, remete à androginia e ao homossexualismo. O mais curioso é que cada grupo faz seu protesto em separado. Se o objetivo de Gibson era provocar polêmica, ele conseguiu. A Paixão de Cristo estréia hoje nos cinemas brasileiros. Serão mais de 500 cópias, um megalançamento justificado pela discussão que o filme provoca e pelo estouro de bilheteria nos EUA. Você pode não gostar de A Paixão de Cristo. Gostar ou não gostar, é o de menos. O importante é não se subtrair à experiência rara que é ver este filme. Os detratores vão dizer que o que impressiona é a sangueira. Nunca houve filme mais violento sobre Cristo. Nunca houve outro filme no qual a carne humana é tão flagelada. O Cristo de Mel Gibson é fatiado em cena. Quando o corpo é destruído desta maneira, só resta a elevação do espírito. Parece simples, mas não é - e, de tudo o que A Paixão de Cristo mostra, o que talvez permaneça em definitivo com o espectador seja o olho de Jesus. Gibson constrói sua Paixão num fascinante e, às vezes, agoniado jogo de olhares, mas, mais do que o olhar, o olho é o emblema do filme. Você pode não ter notado antes, mas Jim Caviezel, que faz o Cristo, tem um olho de boi. No filme, um olho é estourado no começo e fica só o outro - um olho de bicho levado ao matadouro, que revira nas órbitas e passa a agonia do animal ferido. E existem as conexões - o olhar de Maria, o de Maria Madalena, o de Judas, todos conectados com o do Cristo. Remetem a outro detalhe que só fica claro agora. A produtora de Mel Gibson chama-se Icon. O ícone que a representa é o olho de uma representação bíblica. O cinema como olho, o olho como testemunho. Gibson fez da sua Paixão uma tragédia sofocliana. O tema do filme é o encobrimento e a descoberta da verdade do Criador. Pôncio Pilatos e a mulher - Cláudia - têm um diálogo revelador sobre a verdade. Discutem se a verdade pode ser reconhecida, e como. O Cristo de Gibson é a Verdade, mas quem a reconhece? Na primeira cena, no Jardim das Oliveiras, ele próprio duvida. É um Cristo que antecipa o sacrifício e desmorona. Você pode achar que o filme é anti-semita, mas os guardas de Caifás não são menos brutais que os centuriões romanos. E há sempre um elo que se rompe na cadeia - o guarda cuja orelha decepada é recomposta no começo, o sacerdote que tenta deter Caifás, o soldado romano que crava a lança no peito do Cristo morto e é borrifado pelo sangue do Justo, convertendo-se, ali mesmo, sem a necessidade de uma palavra. O arrependimento é uma constante no filme. Caifás transmite no olhar o horror da consciência do que fez. Sua troca de olhares com Maria, quando ela o acusa silenciosamente, só com o olhar, é uma coisa muito forte. O templo que desmorona fornece ao sacerdote a suprema consciência desse mal que os homens exercem, por ambição ou o quê. Talvez A Paixão de Cristo seja mesmo blasfemo. A principal acusação é contra o Pai - e a lágrima que ele verte, no desfecho, por mais brega que seja, vira um signo de arrependimento. Deus celebrou por meio do Filho sua aliança com os homens. Um Deus culpado não é a menor das perturbações que A Paixão de Cristo pode causar. Todos são muitos humanos - o Cristo, os discípulos que o negam, Caifás, Pilatos. Só o gay, aquele Herodes ridicularizado e cruel, não revela sua substância humana. Mel Gibson permanece homófobo. Tudo isso se presta à discussão, mas Gibson, como encenador, dá um salto imenso. A cena de Maria correndo para socorrer o menino Jesus que caiu se contrapõe à de Maria que vê o filho tombar, sob o peso da cruz. O menino ela conseguiu acarinhar. O Cordeiro de Deus não consegue tocar. E o que significa a insanidade de Maria e Maria Madalena tentando secar o sangue de Cristo, no pátio onde ele foi flagelado? Gibson pediu a seu fotógrafo, Caleb Deschanel, que buscasse inspiração nas sombras de Caravaggio, mas realiza um percurso muito interessante. Caravaggio retratou o isolamento humano ante o destino e esse é o sentido da luz (e da sombra) no filme. De Caravaggio, Gibson e Deschanel fazem um arco para chegar ao expressionismo. O Cristo que inicia o calvário escancara a boca e lança um grito silencioso - como o do quadro de Edward Munch. E os soldados são sempre representações grotescas, como nos quadros de Bruegel. Tudo isso está no filme, para desgosto dos que acham que o durão da série Máquina Mortífera não tem estofo intelectual para pensar essas coisas. A verdade é que o ponto possivelmente mais interessante dessa polêmica está sendo minimizado. O Cristo antiespetacular de Mel Gibson traz uma linguagem de amor. Qual é a recompensa de amar os que nos amam? Difícil, e necessário, é amar os inimigos. A guerra, Pilatos faz sua reflexão em voz alta, só tem perdedores. A retórica é anti-Bush, total. O fato de o filme estar fazendo esse sucesso no mercado americano pode ser um sinal de saturação do poder que só cria tragédia e se volta contra os que o exercem. Luiz Carlos Merten Fonte: http://www.estadao.com.br/divirtase/noticias/2004/mar/19/54.htm Chilenos consideram filme de Gibson "impactante" Os chilenos que assistiram ontem à noite à estréia do filme de Mel Gibson A Paixão de Cristo saíram impactados, comovidos e com os olhos cheios de lágrimas da sala de projeção. "Silenciosos, pálidos e com os olhos cheios de lágrimas, os cerca de 500 espectadores que presenciaram a estréia da polêmica fita de Mel Gibson deixaram a sala de cinema", publicou nesta quinta-feira, o jornal La Segunda. Os presentes entraram no cinema equipados com um pacotes de lenços descartáveis e com muitas garrafas de água "para não se desidratar com o choro", informa o jornal. Segundo os trabalhadores da sala onde foi feita a exibição, durante todo o filme escutaram-se soluços, ruídos nasais, queixas e exclamações de dor, especialmente na cena em que Jesus recebe 40 chicotadas. Uma mulher chegou até a sair correndo para o banheiro. Um sepulcral silêncio reinou na sala após o fim do filme. Muitos permaneceram sentados durante vários minutos impactados com as cenas do trabalho de Gibson. Um dos presentes assinalou com os olhos cheios de lágrimas que viu o filme com muita dor e que é "uma das fitas que, com maior realismo, retrata o que Jesus sofreu por nós". Dois estudantes de Psicologia, que se declararam ateus, reconheceram que o filme não deixa ninguém indiferente. "Foi difícil levantar e sair da sala", contaram. O sacerdote Rafael Navas, que saiu muito afetado do cinema, comentou que não chorou durante o filme porque se dedicou "a rezar durante as duas horas" de projeção. Em geral, a maioria dos presentes "sofreram" com a fita de Mel Gibson, cuja trilha musical também foi considerada um sucesso nos países onde o filme já estreou. "Forte e brutal"; "são duas horas de pura tortura e sangue", "choramos tudo", "isto é o pior, o pior, o pior", foram algumas das expressões com as quais os chilenos comentaram a forte carga de emoção desencadeada por A Paixão de Cristo. Fonte: http://cinema.terra.com.br/interna/0,,OI281215-EI1176,00.html |
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