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Ministro de Israel Quer Converter Islâmicos ao Cristianismo

O ministro israelense do Turismo, Beni Elon, chegou a um acordo com grupos missionários americanos para que tentem converter ao cristianismo muçulmanos que defendem métodos assassinos em sua luta contra Israel e contra Ocidente. "Vão de mesquita em mesquita e levem a luz aos muçulmanos", disse Elon aos dirigentes de vários grupos evangélicos cristãos com os quais se reuniu na semana passada nos EUA.

A informação é do jornal israelense Maariv, segundo o qual o ministro afirma: "Convertam os muçulmanos em cristãos crentes e em boas pessoas". Além de ministro do Turismo, Elon é rabino de formação e um dos dirigentes da coalizão de ultradireita União Nacional-Israel Beitenu.

O ministro advertiu os grupos evangélicos, aliados de Israel, que essa atividade missionária não pode ser feita em hipótese algum dentro de Israel, onde a lei proíbe o proselitismo. Trata-se de grupos messiânicos que vêem no retorno dos judeus a Sion o primeiro passo para a volta de Jesus. Por isso, defendem o direito dos judeus a toda a Terra Prometida.

Na semana que vem, Elon participará de um encontro desses grupos americanos, que também contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e durante o qual realizarão uma manifestação contra a remoção de colônias da Faixa de Gaza. Elon sustentou que não se refere a todos os muçulmanos, mas apenas àqueles que se esqueceram do mandamento supremo de "não matarás" e àqueles que defendem "o assassinato e os atentados suicidas porque não compreendem o direito dos judeus a voltar a sua Terra Bíblica", disse à rádio pública.

"O ministro Elon deve olhar para a luz e ser o primeiro de todos a dar exemplo", respondeu indignado o deputado Abdel Malek Dahamshe, do Movimento Islâmico de Israel. "Uma pessoa que acredita em Deus como Elon não pode dizer coisas desse tipo. O Islã trouxe a luz a toda a humanidade e continuará trazendo luz e paz no futuro a todo o mundo, incluindo os infiéis", acrescentou o deputado árabe-israelense. --
EFE

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI265733-EI308,00.html


ENTREVISTA DA 2ª

D. JOÃO BRAZ DE AVIZ e D. WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO

Para novos arcebispos de BH e Brasília, perda de fiéis não significa mudanças no rumo da Igreja

Ascensão de neopentecostais não muda atuação de católicos

MARCOS SERGIO SILVA
DA REDAÇÃO

A ascensão de outras religiões, sobretudo as neopentecostais, não é vista por dois dos três novos arcebispos indicados pelo Vaticano como uma "ameaça" à hegemonia católica no Brasil. D. Walmor Oliveira de Azevedo, 49, de Belo Horizonte, e d. João Braz de Aviz, 56, de Brasília, reconhecem a perda de fiéis indicada pelo Censo 2000 -o percentual de católicos passou de 83,8% em 1991 para 73,8%-, mas sustentam que o dado não muda a opção da Igreja pelo trabalho em comunidade. Ambos defendem um diálogo maior com o governo, por meio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e do Vaticano, e elogiam a escolha de Patrus Ananias para o superministério social.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0902200412.htm


D. JOÃO BRAZ DE AVIZ

"Não concordo com com essa teologia da prosperidade"

DA REDAÇÃO

Para o arcebispo eleito de Brasília, d. João Braz de Aviz, 56, a valorização do capital tem provocado um desvio espiritual sério e cabe à Igreja a missão de mostrar o lado mais profundo da fé. Indicado pelo Vaticano há duas semanas para o lugar do cardeal José Freire Falcão, que renunciou por ultrapassar a idade de 75 anos estabelecida pela Santa Sé, d. João é crítico do que considera a "teologia da prosperidade", vinculada a igrejas neopentecostais como a Universal do Reino de Deus.
Aviz foi indicado pelo Vaticano para a arquidiocese da capital federal 14 meses depois de assumir como arcebispo de Maringá (PR). O novo arcebispo defende o diálogo com o governo -embora deixe claro que ele deve ser feito pelos meios oficiais da Igreja.
 

Folha - O atual arcebispo de Brasília, dom José Freire Falcão, optou por um distanciamento político nesses 15 anos na arquidiocese. Com o senhor assumindo, como será essa relação com o governo?
Dom João Braz de Aviz
- Estar em Brasília certamente irá facilitar essa aproximação. Mas deve ser feita pelos canais oficiais, como o Vaticano e a CNBB. Acredito que durante o governo muitos pontos de divergência se atenuaram. Há uma esperança de diálogo maior com o governo Lula até por essa marca de diálogo profundo que o PT sempre teve com a base. Minha missão em Brasília estará mais ligada ao aspecto religioso, mas tenho interesse comum por essas questões fundamentais
 

Folha - O governo Lula, sobretudo o programa Fome Zero, foi bastante criticado por figuras importantes da Igreja Católica. Até que ponto a entrada de Patrus Ananias, historicamente ligado à Igreja Católica, pode melhorar a relação com o governo federal?
Dom João
- Não conheço o ministro pessoalmente, mas acredito que o Fome Zero é um projeto essencial de nossa nação. A Igreja tem o Mutirão Nacional de Superação da Miséria e da Fome, que é anterior ao Fome Zero. Mas chega um momento em que não pode haver divisionismo nem dificuldades de atuar com todos. A participação do empresariado, por exemplo, é muito pequena. A luta pela dignidade humana deve superar as dimensões políticas.
 

Folha - Estudos apontam uma grande troca de religiões, sobretudo de antigos fiéis da Igreja Católica. Como o senhor encara o avanço das igrejas neopentecostais?
Dom João
- Esse decrescimento da fé católica é um fenômeno consolidado. Mas temos de considerar que nunca tivemos todos os católicos ligados à Igreja praticantes. Esse dado é o de batizados, não o das pessoas que realmente pertencem à comunidade. O que me impressiona é o número de pessoas sem ligação com nenhuma religião. É algo que vou ter de lidar em Brasília, um centro muito complexo e sensível a tudo. Não concordo com essa teologia da prosperidade, de "eu amo a Deus porque Deus me faz rico". É um engano. A experiência de fé é mais do que isso. Essa teologia da prosperidade é relativa. A fé deve se aprofundar, esse é o segredo.
 

Folha - Como vem sendo o diálogo da Igreja com outras religiões?
Dom João
- Vem tendo um crescimento extraordinário. Com o anglicanismo, por exemplo, houve progresso no campo doutrinal. O papa João Paulo 2º é visto como uma esperança ecumênica, com diálogo com todas as religiões.
 

Folha - Existe alguma mudança que o senhor acredita necessária na Igreja latino-americana?
Dom João
- Penso que uma das características que devem se consolidar é a do esforço comunitário, respeitando as diferenças. E seguir com a opção social da Igreja pelos pobres. Se não seguirmos esse caminho, corremos o risco de não conseguirmos a fraternidade. O sistema de valorização do capital tem provocado um desvio religioso sério. Cabe à Igreja Católica mostrar o lado mais profundo.
 

Folha - O senhor acha que o papa, devido ao seu estado de saúde, deve renunciar?
Dom João
- Nós, bispos do Paraná, quando estivemos em Roma, pedimos que o papa permaneça em seu lugar enquanto tiver forças. Essa é nossa posição.
 

Folha - Em uma sucessão papal, qual a possibilidade de um latino-americano chegar ao Vaticano?
Dom João
- Todos os nomes que entram no Conclave [processo de votação em que cerca de 130 cardeais apontam o sucessor do papa] têm essa possibilidade. E a América Latina está incluída.
 

Folha - Qual a opinião do senhor sobre a posição contrária da Igreja com relação ao uso de preservativos e anticoncepcionais?
Dom João
- A posição da Igreja Católica é muito clara. Trata-se de questões dentro de nosso âmbito de valores e soa fora de qualquer norma pensar em mudar essa posição. (MSS)

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0902200413.htm


D. WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO

"A fé como uma simples tradição entrou em colapso"

DA REDAÇÃO

Embora acredite no laço familiar da catequese, d. Walmor Oliveira de Azevedo, 49, novo arcebispo de Belo Horizonte, enxerga que é a conscientização -sustentada por um misto de fé e razão- que trará mais fiéis para a Igreja. A fé meramente tradicional, segundo ele, entrou em colapso.

D. Walmor foi um dos responsáveis pela tradução da Bíblia para o português, pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e é identificado com o setor moderado do clero.
Em Belo Horizonte, ele deverá substituir o atual arcebispo, o cardeal Serafim Fernandes de Araújo, 78, que renunciou ao completar os 75 anos regulamentares.
 

Folha - É possível falar que, com a posse dos novos arcebispos, a Igreja encerra um ciclo de renovação?
D. Walmor Oliveira de Azevedo -
Sem dúvida, as substituições naturais que estão sendo feitas revelam um rosto novo para a Igreja, em função das respostas que a realidade, a vida e a própria Igreja pedem que sejam dadas.
 

Folha - Quais são essas respostas?
D. Walmor -
Elas estão inscritas nos quadros de rearticulações de dimensões muito fundamentais da vida. Nós estamos em um tempo em que, embora constatemos tantos progressos e tantas conquistas, a pobreza aumentou. Não temos conseguido soluções para problemas muitas vezes básicos.
 

Folha - Existe uma tendência nas populações mais carentes de optar por um outro tipo de Igreja, as neopentecostais. O senhor acredita que a Igreja Católica tenha de assumir uma postura mais combativa por causa dessa fuga de fiéis?
D. Walmor -
O que precisamos é dar respostas bem articuladas, de modo a olhar com sinceridade, com competência e com lucidez a realidade social, política e econômica. Creio que esse é o modo de a Igreja enfrentar o que as estatísticas mostram, não como quem quer meramente reconquistar para dizer que tem número.
 

Folha - O senhor crê em uma certa transformação da fé, deixando de ser algo meramente tradicional para outra, mais consolidada?
D. Walmor -
Nós estamos em um contexto sociocultural e religioso em que a superação de uma fé por simples tradição de fato entrou em colapso, podemos até dizer. Mas não quer dizer o fim da importância da dinâmica da tradição de pai para filho. Em uma sociedade moderna, a hegemonia da racionalidade abriu caminhos interessantes, entre eles o da conscientização. A conseqüência de assumir decisões é a de fazer opções com a consciência elaborada.
 

Folha - O governo Lula, sobretudo o programa Fome Zero, foi bastante criticado por figuras da Igreja Católica. Até que ponto a entrada de Patrus Ananias, historicamente ligado à Igreja, pode melhorar essa avaliação do governo?
D. Walmor -
Patrus Ananias é um ministro de grande competência. Isso é muito importante para que projetos na área social que estão sob sua responsabilidade possam de fato decolar. Penso que o governo neste primeiro ano com esse projeto Fome Zero encontrou dificuldades, pois muitas vezes a burocracia não conseguiu agilizar questões importantes. A Igreja, em função de sua presença em tantos lugares, tem grande contribuição a dar para esse projeto.
 

Folha - E como o senhor avalia a relação da Igreja com o governo?
D. Walmor -
A relação Igreja-governo é sempre importante, sobretudo no diálogo. Isso tem que ser feito de maneira nacional, com a CNBB. Nos Estados e nos municípios também. A Igreja deve participar dessa construção.
 

Folha - A Igreja acusou os laboratórios farmacêuticos de genocídio, por não baratearem medicamentos contra a Aids, mas ao mesmo tempo é contra o uso de preservativos e a distribuição de seringas descartáveis. Não é contraditório?
D. Walmor -
A Igreja quer salvar as populações e sabe que precisa batalhar e exigir que aqueles que têm o poder dêem as condições de promover essa melhora. Quando se fala da distribuição de preservativos, muitas vezes se pensa como resposta à necessidade imediata e se esquece da necessidade de se partir de princípios éticos. A crítica que o Vaticano faz da não-disponibilização de medicamentos é para dizer que princípios apenas burocráticos são insuficientes para superar epidemias.
 

Folha - Há dois anos, o noticiário sobre religião teve uma concentração de denúncias de pedofilia na Igreja Católica. Passado esse período, como a Igreja enfrenta assuntos polêmicos como esse?
D. Walmor -
A Igreja Católica, mesmo se na história tenha essa ou aquela falha, é especialista em humanidade. Embora com tanto alarde acerca do assunto, a Igreja, sabendo do problema, vai sempre trabalhar. A recomposição do humano é a coragem de tocar em suas próprias feridas. (MSS)

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0902200414.htm

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