Qual é a Mensagem de 1888?

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18/04/2004


1888: Por Que Essa Data é Tão Importante?

Resposta a uma oração persistente

 

Muitos milhares de adventistas do sétimo dia em todo o mundo estão desejosos de compreender o que está acontecendo nas providências de Deus. Têm ouvido falar de algo misterioso conhecido como “1888”. Não sabem em que consiste, porém trata-se de algo que volta vez ou outra.

Este material pode ajudá-lo a adquirir a informação sólida e consistente que está precisando. O conteúdo desta obra tem ajudado muitos a resolverem a confusão reinante. Fortalecendo sua confiança em como Deus dirige Sua igreja. Aprenderão uma esperança mais significativa do triunfo final do evangelho.

Sim, nesta geração.

 

O interesse por “1888” caracteriza o movimento de maior alcance de todos que existem hoje na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não consiste em olhar para trás, mas para frente. Está plenamente vinculado com a futura consumação da mensagem de Deus ao mundo.

A razão é que “1888” constitui um ponto de reflexão na história, apontando para o grande clímax do plano da salvação. É um complemento ao ano 31 de nossa era, momento em que o céu abriu suas janelas e derramou sobre os discípulos o começo do grande dom do Espírito Santo de Deus, nunca antes conhecido naquela profusão. Denominou-se “chuva temporã”, algo ansiosamente anelado pelos profetas do Antigo Testamento, mas nunca antes experimentado.

“1888” demanda nossa atenção por ser o momento em que o céu voltou a abrir suas janelas e derramou sobre os dirigentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia o “começo” do dom final do mesmo Espírito Santo. De acordo com as entusiastas declarações de E. White, foi como a repetição do pentecostes. 1  Foram os “aguaceiros da chuva serôdia”, no mesmo sentido que Pentecostes foi a “chuva temporã”. 2

A “chuva temporã” do Pentecostes marcou o começo da extensão do evangelho. Durante todos os séculos desde então, um número indefinido de pessoas em todo o mundo ouviram as boas novas do ministério de Jesus no primeiro compartimento do santuário celestial. Aqueles que creram, morreram na fé de Jesus e aguardam sua ressurreição na ocasião da segunda vinda, quando Jesus chamá-los de seu sono “o povo da terra”.

“1888” assinala o acontecimento complementar ao Pentecostes: o movimento mais significativo efetuado desde então pelo Espírito Santo. Segundo E. White, Deus enviou uma mensagem especial com o objetivo de completar a comissão evangélica que deu inicialmente no Pentecostes. Centralizava-se no ministério de Cristo no segundo compartimento do santuário celestial.3

Assim, a benção do Espírito Santo derramada em 1888 tinha por objetivo preparar aquela geração para a transladação – sem ver a morte – na segunda vinda de Cristo. Maravilhosas novas! A maior desde 1844; sim, desde Lutero no século 16; e também, desde o Pentecostes.

Essa é a razão pela qual “1888” e o Pentecostes marcam dois gloriosos “começos”: o primeiro, o começo da comissão de “ide por todo o mundo”; e o segundo, o da consumação, segundo essa luz que “[há de iluminar] toda a terra com sua glória” antes que termine o tempo da graça.

“1888” introduz essa benção final. Há nela duas partes: (1) Os “aguaceiros celestiais da chuva serôdia” que prepara o povo de Deus para a segunda parte. (2) Nosso primeiro vislumbre do que será a mensagem que penetrará no Islã, no Budismo, no Catolicismo Romano, no Protestantismo, e todos os “ismos” de nosso mundo atual. Será uma apresentação do evangelho que possuirá tal poder de convicção, tal poder de conversão, que nada na história passada poderá igualar.

Tudo isto é o que começou em “1888”

O Apocalipse descreve a dinâmica das cenas finais. Um poderoso quarto anjo “descendo do céu com grande poder” (18:1). E. White explica profeticamente:

“Esta mensagem parecia ser um complemento do terceiro anjo, pois se unia com o clamor da meia noite iniciado em 1844 na mensagem do segundo anjo. A glória de Deus repousava sobre os pacientes e expectantes santos... A luz derramada sobre os fiéis penetrava em todos lugares... vi que esta mensagem terminaria com força e vigor muito superiores ao clamor da meia noite” (Primeiros Escritos, pág. 277- 278).

“Então os raios de luz penetrarão por toda parte, a verdade aparecerá em toda sua luminosidade, e os sinceros filhos de Deus romperão as cadeias que os detinham. Os laços de família e as relações da igreja serão impotentes para detê-los. A verdade lhes será mais preciosa que qualquer outra coisa. Apesar dos poderes coligados contra a verdade, inumeráveis pessoas se alistarão nas fileiras do Senhor” (O conflito dos séculos, pág. 670).

Maravilhoso!

 

Deus continua vivo, e não tem voltado as costas à Igreja Adventista do Sétimo Dia, nem tão pouco ao mundo necessitado, mas segue à frente. Apesar de nos mantermos na expectativa de algo tão importante, o Espírito Santo toca os corações ao redor da terra, exortando a ponderar o significado de “1888”. Não é possível desvencilhar-se do tema. Desde do maior até o menor na organização da igreja, faz-se um solene chamado para uma atenção respeitosa. Muitos despertam como se tratando de um sono. Acham respostas a questões que causaram perplexidade durante anos. Muitos membros da igreja têm-se perguntado há muito tempo: ‘Porque não soubemos nada a respeito destes portentosos acontecimentos de nossa história? Havia ouvido falar sobre “1888”, mas nunca compreendi o que significava. Está o céu descendo até tocar a terra? Não desejo que o Espírito Santo me passe por alto’.

 

Entretanto, o melhor de tudo: “1888” é a resposta a numerosos movimentos que pretendem seduzir ao separatismo. Esses “ventos de doutrina” estão soprando com maior intensidade como nunca antes, confundindo a juventude e a sinceros membros da igreja. A mensagem de 1888 renova a confiança no triunfo da igreja organizada, ao oferecer evidência convincente de que o arrependimento da igreja é algo real, um dom que o Senhor não vai reter, e que não vai finalmente ser rejeitada. Como resultado a igreja será fortalecida e purificada pelo poder renovador do Espírito Santo de Deus. “1888” é muito maior que qualquer indivíduo ou grupo. Chama a linha telefônica do céu e reanima os membros com a fresca evidência do contínuo ministério pessoal de Jesus a favor dos dirigentes de Sua igreja.

 

O que aconteceu em “1888”?

 

Tem-se publicado muitos livros sobre “1888”, mas é difícil encontrar um relato simples e verdadeiro de sua história. O único totalmente confiável é o proporcionado pelas observações de E. White. Ela foi uma testemunha ocular, e o Espírito Santo guiava sua mente. A não ser pela inspiração profética, seria impossível compreender o que aconteceu. Ela discerniu em “1888” um significado que nenhum de seus contemporâneos pode ver com clareza. Nos diz uma centena de vezes que o ministério de Cristo sobrevoou nossas cabeças, de uma forma paralela ao que aconteceu com os dirigentes judeus quando Ele esteve na terra.4  Algumas poucas declarações em destaque:

 

(1) “Em Sua grande misericórdia o Senhor enviou uma preciosa mensagem a Seu povo por meio dos pastores Waggoner e Jones”, dos quais ostentou algo que a nenhum outro pastor havia dito que possuísse: “credenciais do céu”. (Testemunhos para Ministros, p. 91, escrito em 1896).5  Nenhum outro mensageiro em nossa história recebeu o impressionante registro de declarações de apoio que eles dois possuem.

 

(2) Eram dois pastores jovens da costa Leste, delegados da Assembléia da Associação Geral em Minneapolis, movidos pelo Espírito Santo para proclamar “a mensagem do terceiro anjo” numa nova luz que nenhum de seus irmãos haviam percebido anteriormente como boas novas de tal magnitude. Em apresentações simples, os jovens “mensageiros” mostraram que o verdadeiro coração ou essência da “mensagem do terceiro anjo” não é um legalismo próprio do antigo concerto, motivado pelo temor, mas uma bendita mensagem de graça superabundante. Incluía uma visão mais madura da justificação pela fé, baseada no tipo de fé  que “opera” e produz uma vida santa, de justiça.

 

O que trouxe tal alegria ao coração de E. White ao ouvir pela primeira vez a mensagem, é a

constatação de que estava acontecendo algo transcendente: a proclamação de um tipo de fé como essa, convertia as pessoas  em obedientes a todos os mandamentos de Deus.6  Viu algo pela primeira vez em 45 anos: essa mensagem estava dando aos pecadores (a igreja está cheia deles!) o dom do arrependimento; apagaria os pecados, e os prepararia para encontrar-se com Jesus sem serem confundidos na Sua presença. 7

 

Depois que a mensagem tivesse feito a sua obra na igreja, haveria de estender-se a todo o mundo. Estava a ponto de acontecer aquilo que os profetas antigos e os apóstolos esperavam tão ansiosamente!

 

(3) Os mensageiros basearam-se especialmente em Romanos e Gálatas, mas apresentaram a mensagem paulina em uma luz fresca que ia além da que os Reformadores do século XVI puderam compreender em seus dias. Jones e Waggoner de nenhuma forma diminuíram a importância da obediência à santa lei de Deus; pelo contrário, a mensagem que levaram reconciliava os corações com Deus, reconciliando assim suas vidas com a santa lei de Deus. É por ela que a obediência brotava do interior, não sendo algo imposto por uma motivação baseada no temor. Houve poder. Naquele curto período subseqüente a Minneapolis onde as pessoas tiveram a oportunidade ouvir, a mensagem operou milagres. E. White não cabia em si de alegria porque finalmente a justificação pela fé, apresentada de forma adequada, motivaria e convenceria as pessoas que santificassem o sábado separando-o dos demais dias de trabalho comum.

 

A razão pela qual os mensageiros viram a justificação pela fé em uma renovada luz é porque uniram essa verdade com a singular noção adventista da purificação do santuário, noção que escapou da compreensão, tanto dos reformadores então como dos guardadores do domingo de hoje. Trata-se da justificação pela fé, assinalada no Dia cósmico da Expiação.

 

Ambas verdades confluíram como o fazem os canais de um rio antes de desembocar no mar. Essas renovadas verdades que nem os reformadores do século XVI nem os protestantes ou católicos contemporâneos puderam alcançar, foram o que E. White denominou “grandes idéias”. (E. White afligiu-se ao comprovar que, incluindo entre os adventistas presentes em 1888, abundavam aqueles que careciam de uma compreensão do Dia da Expiação. Hoje isto acontece em maior grau).

 

(4) A juventude ficou especialmente atraída pela “mensagem de 1888” (o termo abrange, não somente aquilo que os “mensageiros especiais” ensinaram em Minneapolis, mas também durante a década que seguiu, caracterizada pelas contínuas declarações de apoio que E. White fez de seus ensinamentos). A juventude nunca antes havia percebido “a mensagem do terceiro anjo” como boas novas de tal magnitude. Impressionava seus corações.

 

(5) Longe de ser fria teologia, a mensagem foi percebida como verdade viva. O testemunho histórico demonstra que o reavivamento-reforma entre membros leigos e pastores, nos meses que se seguiram a Assembléia de 1888, foi impressionante. E. White, junto com Jones e Waggoner, visitaram reuniões campais, e onde estiveram, se seguiu o reavivamento. Houve sinais, “especialmente claras” “manifestações” do Espírito Santo.8  Ela não poderia se conter de alegria: Este poderoso anjo de Apocalipse 18 havia descido e havia começado sua missão! A alegria transbordante que a preenchia, lhe impedia de conciliar o sono à noite. As décadas de pesada obra efetuada pelos pioneiros, desde 1844 até 1888, iriam agora ser compensadas com o triunfo da obra da igreja. O mundo estava a ponto de ficar deslumbrado com a resultante glória da mensagem. As profecias de Primeiros Escritos estavam em processo de cumprimento. Se você estivesse em seu lugar, sem dúvida teria ficado tão alegre como ela ficou.

 

 (6) Ao mesmo tempo, o Senado e o congresso dos Estados Unidos estavam fervorosamente, clamando por uma lei dominical. Nunca sentimos a crise tão de perto como naquela ocasião. Os mesmos mensageiros que trouxeram o começo da chuva serôdia, ficaram providencialmente envolvidos no papel de defender o princípio constitucional americano da liberdade religiosa. Jones foi a Washington e impressionou o Senado com sua notória defesa pela lealdade à constituição, e apesar de sua aparente inferioridade, derrotou o projeto de lei dominical. Waggoner escreveu e publicou artigos a respeito. Se o povo americano conhecesse esta parte de sua história, ergueria uma estátua a Jones e Waggoner. Temos desfrutado nos Estados Unidos mais de um século de liberdade religiosa, em grande parte fruto do trabalho deles, em uma época em que o governo estava a ponto de repudiar a Primeira Emenda.

 

E. White, apoiando a Jones e Waggoner, escreveu artigos e numerosas cartas aprovando sua mensagem. Os membros leigos observavam expectantes. Nunca antes havia estado seus corações tão profundamente impressionados.

 

Mas uma tragédia imprevista surgiu em cena

 

(7) Aquele “dragão” de Apocalipse que “se encheu de ira contra a mulher”, se infiltrou na Assembléia em Minneapolis, e nos anos seguintes. Pela primeira vez em nossa história denominacional, os dirigentes “em alto grau”, “em grande medida”, resistiram a mensagem que provinha de Deus. Lemos que este “poder especial do Espírito Santo que Deus queria conceder-lhes” foi mantido “longe do mundo” e dos “nossos irmãos”.9  Deus, de forma misteriosa, havia passado por alto os de mais idade que ocupavam postos elevados nos departamentos da Associação, para conceder Seu Espírito a dois jovens. Tratava-se de algo sem precedentes no adventismo, em duplo sentido: o da magnitude das bênçãos celestiais enviadas por Deus; e o da magnitude de nossa incredulidade como resposta.

 

Os leigos e pastores jovens cujos corações responderam em princípio, se viram tendo que enfrentar um problema: Por que surgia a oposição do quartel general em Battle Creek, e da revista oficial Review & Herald? Os membros sinceros estavam perplexos e não sabiam o que fazer. Seus corações haviam sido impressionados, mas suas mentes estavam confusas devido a este antagonismo com sede nas oficinas de Battle Creek. Em 1891, contra a vontade do Senhor (segundo E. White declarou), a profetiza foi “exilada” para a Austrália, devido a um chamado “missionário”. E o Senhor certamente abençoou a Sua obra missionária desenvolvida ali por quase uma década, mas o movimento que promovia o derramamento da chuva serôdia e o alto clamor, ficou grandemente restrito em “casa”.10

 

No ano seguinte foi Waggoner que foi enviado para a Inglaterra, em um momento em que tanto ele como Jones necessitavam da companhia e conselho constantes que somente E. White poderia dar-lhes. Tratava-se de uma crise de dimensões desconhecidas até então pela igreja.

 

O resultado final

 

Aproximadamente uma década depois da importante Assembléia da Associação em Minneapolis, E. White teve que declarar:

 

“Suscitando esta oposição, Satanás teve êxito em impedir, em grande medida, que fluísse para nossos irmãos o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava conceder-lhes. O inimigo lhes impediu que obtivessem aquela eficiência que poderia ter tido em levar a verdade ao mundo, tal como os apóstolos a proclamaram após o dia de Pentecostes. A luz que deve iluminar a terra com sua glória foi resistida, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido em grande medida afastada do mundo” (Testemunho Seletos, vol. I, pág. 276. Escrito em 1896).

 

Essa análise retrospectiva resume muito bem a história, depois que os reavivamentos foram bloqueados e virtualmente anulados pela oposição oficial.

 

O céu se viu obrigado a retirar o precioso dom da chuva serôdia e o alto clamor. Desde então não se tem realizado nenhum esforço sério para recuperar a proclamação da mensagem que E. White apoiou com tanta firmeza. Muitos estão proclamando o que eles chamam “Justificação pela fé”, enquanto assumem a postura de que não necessitamos daquilo que “o Senhor em Sua grande misericórdia [nos] enviou”. Tomam em seu lugar conceitos Evangélicos copiados das igrejas guardadoras do domingo. Dito de outro modo: “Sou rico, e estou enriquecido”. A questão que muito se perguntam é: ‘Teremos que esperar a alguma futura geração?’  Sendo hoje o terrorismo a principal preocupação do mundo próspero, deveríamos postergar para futuras gerações àquilo que o Espírito Santo tanto anelou a dar-nos?

 

A história de 1888 tem sido esclarecida pelo trabalho de investigação de numerosos historiadores e estudiosos na denominação. O registro do passado está escrito em caracteres indeléveis. Não é possível mudá-lo. Hoje existe um acordo geral no que diz respeito aos fatos históricos básicos.

 

Reconhecendo o crescente desejo por compreensão, os depositários do E. White Estate publicaram em anos recentes tudo que foi escrito por E. White a respeito do tema: sermões, visões, artigos e até cartas pessoais. Eles se encontram na coleção de quatro volumes The Ellen G. White 1888 Materials: 1821 páginas publicadas por The Ellen G. White Estate. Portanto, não existe mais desculpa  para duvidar quanto ao valor que ela concedeu à mensagem, à veracidade de sua história, ou ao seu conteúdo.

 

Mas nos resta uma questão ainda mais importante:

 

EM QUE CONSISTE (OU CONSISTIU) A MENSAGEM DE 1888?

 

Felizmente a própria mensagem tem sido preservada em grande medida nos arquivos, juntamente com a história de como foi recebida. Existem investigadores que tem cavado fundo nesta busca.

 

A mensagem que Jones e Waggoner proclamaram se encontra em seus livros, e seus muitos artigos e sermões feitos após as reuniões da Associação Geral, e que foram transcritos. Seus contemporâneos nos proporcionam ocasionalmente informações valiosas. Uma análise objetiva deste material nos prove uma razoável compreensão da “mensagem de 1888”. Esta mensagem se mostra ser marcadamente diferente daquilo que comumente se entende por “justificação pela fé”. Segue aqui uma breve referência dos principais elementos desta mensagem:

 

(1) A descoberta mais surpreendente da mensagem: o evangelho é uma boa nova muito melhor do que aquilo que admite a compreensão popular.

 

Por exemplo, se bem que ambos “mensageiros especiais” mantiveram-se firmes a favor da obediência a lei de Deus, declararam que é fácil ser salvo, e difícil perder-se, se compreendermos e crermos no evangelho em sua pureza. Isto significa uma mudança radical na forma de pensar adventista.

 

Viram os Dez Mandamentos numa perspectiva diferente: como dez promessas (E. White afirmou que Deus havia dado a Waggoner uma compreensão singular e clara a respeito dos concertos). Viram o preâmbulo de boas novas em Êxodo 20 como necessário, antes de poder compreender a própria lei. Despojada deste preâmbulo, a lei é entendida de forma distorcida. Com ele, se transforma em boas novas: “Eu sou Yahweh, teu Deus, que te tirei [no passado] da terra do Egito, da casa da servidão” (verso 2). Antes de sequer ouvir o primeiro dos mandamentos, estão as novas daquilo que Cristo realizou a nossa libertação do pecado.

·         O Salvador esta a nosso favor, e não contra nós.

·         Os obstáculos e tropeços estão pelo caminho que vai para o inferno, e não no que vai para o céu.

·         Os que pensam ao contrário não tem compreendido “a mensagem do terceiro anjo em verdade”.

O dragão que está em guerra com Cristo, tem começado frustrando suas boas novas. Jesus disse: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei... Meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mat. 11:28-30). O salvador não permanece impassível, indiferente, se escolhes o caminho mal. Toma-te pela mão e te diz: ‘Vem. Vamos para o céu!’ “Não temas, porque estou contigo... sempre te ajudarei... Eu Yahweh sou teu Deus, que te sustém pela tua mão direita” (Isa. 41:10, 13). “A seus anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos os teus caminhos” (Sal. 91:11). Ele não força nada, mas se perdes o caminho e tomas a senda errada, fará por ti o que fez por Saulo de Tarso, cujo caminho errôneo o estava levando para a perdição. O Senhor colocou obstáculos para fazer com que o caminho errado se tornasse “duro”. Por ocasião da mudança de seu coração, o apóstolo disse: “Ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: ‘Saulo, Saulo, por que Me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões’” (Atos 26:14). O Senhor não permite que nenhuma alma se perca, sem confrontá-la a cada passo do caminho errado!

 

O amor do Salvador é forte demais para permitir que sequer um pereça sem ser incomodado. O exposto apresenta uma cena totalmente diferente daquela que muitos imaginam. Tem-se ensinado freqüentemente aos jovens que o caminho para o céu é difícil, entretanto o caminho que conduz ao inferno é fácil. Essa confusão proporciona uma visão distorcida do caráter de Deus.

 

A confusão produzida pela carência desta “preciosa mensagem” tem levado também a muitos, jovens especialmente, a pensar que E. White é enfática ao apresentar a comunhão com Cristo como algo difícil e chato.

 

Certo, se requer negação do eu a cada passo em nosso caminho, mas o que Paulo denomina “a verdade do evangelho” converte a negação do eu em escolha prazerosa para todo aquele que contempla a escolha de negar o eu que Jesus fez para o nosso bem.

 

Ao nos identificarmos com Ele pela fé, a negação do eu se converte para nós em um prazer, tal como foi para Ele, quando afirmou: “Deus meu, Minha alegria consiste em fazer a Tua vontade”. Seu amor nos motiva a nos aproximarmos com Ele no Getsêmani. Nos unimos a Ele em Sua oração: “Não se faça a minha vontade, mas a Tua”. Imaginemos a surpresa dos jovens, ao descobrir quão diferente é E. White daquilo que haviam imaginado. Efetivamente, prestou apoio incondicional aos corajosos e reconfortantes conceitos dos “mensageiros” de 1888:

“Não deduzamos, entretanto, que o caminho ascendente é difícil e a rota descendente é fácil. Em todo caminho largo que conduz a morte há penalidades e castigos, há pesares e desapontamentos, há advertências para que não se prossiga. O amor de Deus é tal que os desatentos e os obstinados não podem destrui-se facilmente” (O maior discurso de Cristo, pág. 117 e 118).

(2) Em relação com estas boas novas vem uma compreensão mais clara daquilo que o Filho de Deus realizou na cruz.

 

Provê uma nova motivação para seguí-lo.

 

Jones e Waggoner compreenderam os ensinamentos bíblicos segundo o qual, a dádiva de Cristo significou muito mais que uma mera oferta de salvação a “todos os homens”. Cristo concedeu o dom a cada um deles. Compreenderam que a morte que Cristo morreu foi o equivalente a segunda morte, e que de fato, experimentou “a [segunda] morte por todos” (Heb. 2:9). Pagou o preço pelos pecados de todo o mundo. “Yahweh fez cair sobre Ele o pecado de todos nós” (Isa. 53:6).

“O dom não é como a ofensa de um só que pecou [Adão]: O juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas, para a justificação... Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens, para justificação e vida” (Rom.5:16 e 18).

Comentando o texto, Waggoner escreveu:

“A fé de Cristo traz a justiça de Deus, porque a posse desta fé é a posse do próprio Senhor. Essa fé é dada a todo homem, da mesma forma em que Cristo se deu a Si mesmo a todo o homem.  Você se pergunta: O que então pode impedir que todo homem seja salvo? – Nada, exceto o fato de que nem todos os homens guardarão a fé. Se cada um guardasse tudo o que Deus lhe dá, todos seriam salvos” (Carta aos Romanos, pág. 36. Escrito em 1896).

“’Por um ato de justiça veio a graça a todos os homens para justificação e vida’. Não existe aqui nenhuma exceção. Assim como a condenação veio a todos os homens, também a justificação. Cristo provou a morte por todos. Deu-se a Si mesmo por todos, se deu por cada um. O dom gratuito veio sobre todos. O fato de que seja um dom gratuito é a evidência de que não há exceção alguma. Se houvesse vindo somente para aqueles que tivessem uma qualificação especial, não poderia ser um dom gratuito” (Id, p. 56).

Jones esteve de pleno acordo. Provavelmente não seria exagerado dizer que ninguém, desde Lutero, o expressou com tamanha clareza: (a) Como nosso “segundo Adão”, Cristo justificou legalmente a todos “em Seu sangue” (Rom. 5:9). Mas cada um é livre para desprezar, vender, recusar, aquilo que Cristo já lhe deu (e essa é precisamente a razão pela qual se perderá os que finalmente se perderem). Multidões fazem como Esaú, que “desprezou” e “vendeu” a preciosa primogenitura que lhe havia sido dada. Cristo tem dado a primogenitura a todo ser humano, em virtude de Seu sangue derramado. 11

 

Isto suscita imediatamente uma questão: Parece evidente que isto é precisamente o que disse João 3:16, mas E. White esteve de acordo na compreensão destas boas novas, na forma direta e simples como expuseram os mensageiros de 1888?

 

Quando ela ouviu Jones e Waggoner, escutou e aprendeu. Em um livro que escreveu pouco tempo depois de ouvi-los, declarou pela primeira vez:

“O pecador pode resistir a este amor, pode recusar ser atraído a Cristo; mas se não resistir, será atraído a Jesus; o conhecimento do plano de salvação lhe conduzirá ao pé da cruz, arrependido de seus pecados que causaram os sofrimentos do amado Filho de Deus” (O Caminho a Cristo, pág. 27).

(3) A compreensão comum é que o sacrifício de Cristo torna possível uma mera “oferta” de salvação.

 

Essa concepção torna o crente o protagonista, quem toma o primeiro lugar em sua iniciativa de crer. A conclusão lógica é que nossa salvação está baseada inicialmente no que nós fazemos. É dizer, contribuímos para nossa salvação.

 

Em contraste, a “preciosa mensagem” afirma que nossa salvação é 100% devida à iniciativa de Cristo, e nossa fé permite que Ele a efetue. Deixamos de resistir-lhe. De forma inversa, a perdição de nossas almas é devida a nossa iniciativa de não crer nas boas novas. Parece surpreendente, mas assim é o evangelho. O único caminho para se perder é resistir e recusar o que Cristo já fez por nós, e continua fazendo mediante Seu Espírito Santo. Nisto consiste a incredulidade. Qual é nossa parte? É correspondentemente simples: crer, a fé. A resposta do coração, a profunda apreciação daquilo que Ele fez por nós mediante Seu sacrifício.

 

Lemos: “O amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por ele morreu e ressurgiu” (2 Cor. 5:14 e 15). Em outras palavras, tal fé torna impossível que sigamos vivendo uma vida egoísta! O evangelho é infinitamente mais que bons conselhos, é “poder de Deus para a salvação” (Rom. 1:16).

 

É bom demais para ser verdade?

 

Esta foi precisamente a objeção que nossos queridos irmãos fizeram a mais de um século.

 

Espero que comece a entender por que E. White sentiu-se tão feliz ao ouvir esta mensagem. Cumpriu-se, ou melhor dizendo, começou a cumprir-se as visões de sua mocidade. Ali estava o começo do que haveria de tocar os corações no Islam, no Budismo, no paganismo, no Catolicismo Romano, e sim, iluminaria a terra com Sua glória!

 

Poderíamos continuar mais e mais...

 

A mensagem de 1888 fez brilhar com nova luz virtualmente qualquer página da Bíblia:

·         A proximidade do salvador é o que necessita sentir o alcoólatra, o drogado, todo pecador. Cristo tomou sobre Sua natureza impecável, nossa natureza pecaminosa e caída, afim de que pudesse saber como nos socorrer quando somos tentados. “Foi tentado em tudo como nós, mas sem pecado” (Heb. 4:15). Podemos ser tentados igualmente, mas não teremos o porque ceder ao pecado!

·         A igreja Católica Romana se opõe a cada um dos aspectos desta “preciosa mensagem”, e possui uma falsificação para cada verdade. O dogma da imaculada concepção (proclamado em 1854) sustém que a virgem Maria, ao ser concebida, ficou “isenta” de receber geneticamente a natureza humana caída de Adão, desta forma transmitiu para seu Filho uma natureza impecável. Toda carne humana é pecaminosa por natureza; por tanto, sua concepção sobre Cristo afirma que Ele tomou somente a natureza impecável, não caída, que possuía Adão antes de pecar. Isto torna pertinente a advertência do apóstolo: “Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; este é o espírito do Anti-Cristo” (1 João 4:3).

·         A mensagem de 1888 recupera a mensagem do santuário da confusão tão comum em nossos dias. Constituem vibrantes boas novas, já que a purificação do santuário é vista, não em termos do que nós fazemos, mas do que permitimos que o Sumo Sacerdote faça por nós. Deixamos de resistir-lhe. Enquanto Jesus ministra no santuário celestial, o Espírito Santo trabalha em todo coração humano que assim permite. Antes que possa ser declarada completa a purificação do santuário, os pecados têm que haver sido, não somente perdoados, mas também apagados dos corações humanos que têm sido pecaminosos desde o nascimento. Os pecadores serão purificados, o caráter mudado ou transformados; um milagre da graça e uma demonstração nunca vista antes do grande Dia cósmico da expiação (exceto em casos específicos, como o de Enoque e Elias).

Não temos que esperar deixar de pecar antes de poder ir a Jesus; venha assim como está. Ele lhe está atraindo sem cessar, responda-lhe! Seu ofício consiste em aceitar pecadores e salva-los do pecado.

 

Não consiste na eliminação da natureza pecaminosa – o povo de Deus a reterá até a glorificação, quando Cristo voltar – (a confusão neste ponto é uma causa de freqüente desânimo). Seguiremos sendo tentados, como foi Jesus. Mas se bem que possuindo uma natureza pecaminosa, não será uma natureza que continua pecando. “A graça de Deus... nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas, para que vivamos  neste presente século sóbria, justa e piedosamente” (Tito 2:11 e 12). É simples e funciona! Este professor concederá a mais alta qualificação a todo aquele que está disposto a assistir em Sua classe, permitindo-lhe que o instrua. Ninguém precisa temer o fracasso.

 

Que maravilhosas boas novas! “As bodas do Cordeiro” estão em andamento. “Em Sua grande misericórdia o Senhor enviou [esta] preciosa mensagem” em 1888, a fim de preparar “Sua esposa” para as bodas (Apoc. 19:1-9).

 

Conclusão

 

O propósito deste livreto não tem sido tanto te alimentar, como fazer com que sintas fome. É possível que queiras saber mais. Existe um comitê esperando tuas questões, que serão sempre bem recebidas. Consulte-nos sobre aquilo que possa estar lhe deixando confuso ou perplexo, em relação à “preciosa mensagem” de 1888 e sua história. Convidamos-te a entrar em contato conosco.

 

 

1888 Message Study Committee
8784 Valley View Drive, Berrien Springs MI 49013 U.S.A.
Phone: (269) 473-1888 • Fax: (269) 473-5851
E-mail:
1888msc@netbox.com


Referências:

1. Testemunhos Seletos, vol. I, p. 276.
2. Special Testimonies, Series A, No. 6, p. 19 e 20; The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1478.
3. Review & Herald, 21 janeiro, 28 janeiro, 4 fevereiro, 11 fevereiro, 25 fevereiro, 8 abril, 1890.
4. Uns poucos exemplos: The Ellen G. White 1888 Materials, p. 406, 512, 541, 911-913, 1478, 1479, 1651, 1656.
5. Encontramos a expressão "credenciais divinas" em: Review & Herald, 18 março 1890; The Ellen G. White 1888 Materials, p. 497, 543, 545, 575, 595, 722, 835, etc.
6. Testemunhos para Ministros, p. 91-93.
7. The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1814.
8. Id., p. 1478.
9. Testemunhos Seletos, vol.
I, p. 276.
10. “O Senhor não me enviou a este país [Austrália]" Cada dia com Deus, p. 59; The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1622 y 1623.
11. Ver história de Esaú em Gên. 25:27-34; Heb. 12:16 e 17.

Comitê para o estudo da mensagem de 1888


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