Homepage Católica do Jubileu 2000 Desvaloriza Guarda do Sábado para Promover o Ecumenismo

Exatamente nesta terça-feira (18/12/00) em que o Papa e outros líderes cristãos pediram perdão pela falta de unidade, a homepage oficial do Jubileu do Ano 2000 na seção "o Evangelho de hoje" fez referência direta ao que chamou de "sacralidade" do sábado para afirmar em seguida que a dignidade do homem a supera.

Embora possa ter ocorrido, não sabemos se houve representantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia na solenidade* em que o líder espiritual da Igreja Anglicana e um representante do patriarca ortodoxo de Istambul ajudaram o papa João Paulo II a abrir uma porta simbólica, em cerimônia que expôs o sonho do pontífice de curar as divisões entre os cristãos. O arcebispo de Canterbury, George Carey, líder anglicano, e um representante do patriarca Bartolomeu I, líder espiritual dos cristãos ortodoxos, ajoelharam-se em oração silenciosa junto com o papa católico, ajudando-o a abrir a Porta Santa da Basílica de São Paulo.

No domingo, o papa João Paulo II anunciou que, junto com outros líderes cristãos, pediria perdão pelos pecados cometidos contra a unidade religiosa no último milênio. Segundo o Vaticano, mais de 20 sacerdotes não católicos, incluindo o arcebispo de Canterbury, se reuniriam ao Papa na cerimônia do Ano Santo, para ressaltar seu empenho em melhorar suas relações com o resto da cristandade.

"Somente com a ajuda de Deus é possível avançar pelo caminho da unidade, superando as divisões criadas no mundo cristão durante o segundo milênio", disse João Paulo durante a bênção dominical na praça de São Pedro. "Pedimos perdão à Deus pelos pecados cometidos contra a unidade da Igreja e, ao mesmo tempo, agradecemos pela graça dos passos tomados rumo a reconciliação, especialmente no último século", concluiu o pontífice católico.

*No dia seguinte, os jornais O Estado de São Paulo e O Globo publicaram que presbiterianos, batistas e adventistas não enviaram representantes. Sabemos, porém, que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é membro do Concílio Nacional das Igrejas de Cristo nos Estados Unidos, que se fez representar na solenidade por integrantes do Concílio Mundial das Igrejas.

Íntegra do texto sobre o Sábado

O Evangelho Hoje

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas. Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido». Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros? Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».

Mc 2, 23-28

Palavra à História (Da seção "No tempo de Jesus")

Descanso

Era em sábado que a tradição hebraica ainda dedica ao repouso. Jesus, que também respeitava o sábado, convidava, no entanto, a não ser escravo do sábado nem a ser demasiado formalistas. O espírito legalista tinha transformado a alegria deste dia num dia de opressão, ensinando que o "filho do homem é senhor do sábado"(Lc.6,5). E o formalismo continua.

Actualmente, no bairro dos ortodoxos, a observância do sábado é ainda de tal forma rígida que não se permite nem sequer a passagem dos automóveis, pelo que são trancadas as vias de acesso. A Sexta-feira é o dia da preparação: em casa faz-se a limpeza, prepara-se a comida ritual e meia hora antes do pôr-do-sol, na sinagoga, os fiéis iniciam a oração de preparação.

Antigamente (e muitas vezes também hoje) o início do sábado era anunciado ao som do corno de carneiro, o shofar. Ao regressar da sinagoga, a família tomava serenamente a refeição, à luz do menorah (candelabro de sete braços). O significado do dia de repouso é um convite ao silêncio e ao retiro, à meditação e à oração para encontrar-se com Deus.

Sobre o Evangelho de Hoje

O sábado não é observado exteriormente porque a vida, o amor e a justiça são superiores ao culto, à norma e fins em sim mesmos. Jesus, que vê as mentes dos que O odeiam e querem tirar das obras de bem que Ele faz o pretexto de O acusar, põe-nos diante da sua enorme malícia, enquanto o Seu olhar cheio de amor pousa sobre um homem com a mão seca e o cura.