João 10:30 x João 14:28

 

Existe um só Deus, o Pai, que é Espírito Eterno, Santo, Onipotente, Onisciente, Onipresente, (...) (1Cor. 8:6), (João 4:23,24) Ele nunca teve princípio, pois é Deus de eternidade a eternidade, que transcende o tempo, como também o espaço, além do que a nossa mente finita pode assimilar. (Salmo 139; 90:2) Ninguém pode compreender e conhecer plenamente a sua mente, a não ser o Seu próprio Espírito. ( 1Cor. 2:11, 16). Ele é o Deus Único e não divide a sua glória com qualquer outro ser. Apesar de transcender tudo, Ele é um ser Pessoal, com sentimentos e qualidades.

Antes de criar todas as coisas, inclusive o tempo e o espaço nas dimensões físicas e espirituais, gerou de si próprio um Único Filho, como sua manifestação e imagem perfeita e expressão exata do seu ser. (Heb. 1:3). O Deus imensurável e infinito se torna visível no Filho, que é a sua imagem perfeita na dimensão finita e relativamente compreensível. (Col. 1:15)

Sendo Deus Unigênito, o Filho existe em forma de Deus, quanto a sua natureza(Fil. 2:5), mas é MENOR DO QUE SEU PAI no que se refere a sua posição. (João 14:28) É o Verbo e a Sabedoria de Deus manifestos. Assim, antes de todas as coisas serem criadas, o Verbo que estava com Deus, era, também Deus. Porém, não era um outro Deus, mas UM COM DEUS. (João 10:30 ) Se por um lado ele é o Filho de Deus, por outro lado é Deus de Deus, Deus manifesto, Ser não criado, mas gerado pelo Pai. Assim, todas as coisas criadas, as visíveis e as invisíveis, no mundo físico e no espiritual, foram criadas por Deus a partir dele.(Ap 3:14).

Na realidade, Deus criou tudo sozinho, sem outra Divindade ao seu lado; sem a sabedoria e o poder de outro. (Is 44:24) Tudo foi criado por Deus (Gên 1:1), o Pai, manifestado naquele que quando age é UM COM O PAI. Jesus Cristo é a Sabedoria de Deus manifesta. (Gen 1:26; Prov 8:22-31).

O Deus Único não subsiste em três pessoas, conforme ensinam os trinitarianos; nem se manifesta de três formas, como enfatiza a doutrina modalista unicista. Ora, uma trindade despersonaliza o Ser do Deus do Antigo Testamento que, sob o silêncio dos cristãos judeus, transiciona para uma Divina Comunidade de Pessoas. Já a Unicismo teria algum sentido se não fosse barrado pelos textos que expressam o relacionamento entre o Pai e seu Filho, antes, durante e depois da primeira vinda do Messias. Portanto, a verdadeira unicidade bíblica não é Deus manifestado como Filho, mas Deus, o Pai, manifestado no Filho. Isso não torna Deus uma espécie de bindade, pois o Deus Todo-Poderoso não divide a Sua Glória com nenhum outro ser. A geração do Filho não resultou em dois Deuses.

No âmbito da dimensão infinita de Deus não há espaço para outro. Neste sentido, há um só Deus, o Pai. ( 1Co 8:6 ). Deus consegue habitar em seu Filho e, ao mesmo tempo, contê-lo em Si. (João 14:9-11) Ainda assim, não interfere na vontade e liberdade do Filho. Em outras palavras, na dimensão da infinita grandeza do Pai, o FILHO É MENOR, mas na dimensão finita e limitada ele é 100% Deus, UM COM O PAI. Aquilo que o Pai é sozinho como Único Deus (Jo.17:3) é manifestado em seu Filho, a expressa imagem de Sua Pessoa. Ele não dá a sua glória a ninguém, mas é glorificado no Filho.

Houve um tempo na dimensão de Deus em que não existia o Filho e, conseqüentemente o Pai. Deus, como Pai, passou a existir a partir da geração do Filho unigênito. Quando a Bíblia fala unigênito, é isso mesmo o que ela está querendo afirmar. Muito debate é feito em torno da palavra monogenés , esquecendo os trinitarianos que, até os unigênitos que, na Bíblia, afirmam não serem únicos-gerados, foram, pelo menos, gerados. Jesus Cristo é, no mínimo, gerado de Deus e, por conseguinte, como é ele antes de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis, é, também, primeiro gerado de Deus. Ele é o único ser que é literalmente Filho de Deus, tendo em si a plenitude da natureza Divina e é, por isso, Único Gerado de Deus e portanto, Filho Unigênito de Deus.

É interessante que a Bíblia nunca usa o termo Pai de Deus, o que segundo a ‘lógica’ trinitariana seria algo normal. Assim, a relação entre Deus e seu Filho transcende o tempo na dimensão que hoje compreendemos, mas, mesmo assim, O PAI SEMPRE SERÁ MAIOR DO QUE O FILHO. Maior quanto a posição, igual quanto a natureza. O gerado existe pela vontade daquele que o gerou, assim como o enviado age pela ordem daquele que o envia. O Filho em relação ao Pai é menor, mas em relação a nós é Deus Conosco, a plena manifestação e revelação Daquele que nos adota como filhos. Aprouve a Deus que residisse nele toda a plenitude, a qual, por meio de um só Espírito, também habita em nossas vidas.

Foi também da vontade do Pai, que ama o Filho com amor eterno, exaltá-lo acima de todas as coisas criadas e constituí-lo herdeiro de tudo. Neste sentido, o Filho é o primogênito de toda a criação, pois tudo o que foi criado nele foi, também, para ele, como um direito legitimado por seu Deus e Pai. O Senhor Jesus ocupa, também, posição central no Plano de Redenção do Deus que nele veio reconciliar o mundo consigo mesmo. ( 2Co. 5:18,19; Ef. 1:10) Ele não é a Segunda Pessoa da Divindade, mas a Primeira quanto a execução dos interesses do Pai, que com ele é UM. Ora, aquele em quem reside corporalmente toda a plenitude da divindade ( Col. 2:9 ) não é um simples representante do Pai que nele está. ( Jo 14:1-11)

Por isso, muitos títulos, atos e profecias que, primariamente, se referem ao Pai, são aplicados ao Filho. É uma Procuração Divina do Pai, concedendo honra, reverência e toda a autoridade na Terra e no Céu àquele que antes de ser glorificado disse: “ Que todos honrem o Filho assim como honram o Pai.” ( João 5:17-24 ) Isso responde o sentido de o Filho se sujeitar ao Pai e entregar-lhe o Reino no fim do Milênio. É para que Aquele que outorgou a Procuração, o Único Deus verdadeiro, Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, seja efetivamente ‘ tudo em todos’. ( 1Co. 15:24-28 ).

Adri Campbel, Igreja de Cristo.

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