De Olho em Tudo

"Despertador de virgem louca." Essa foi a melhor definição que encontrei até agora para esta homepage tão escandalosa! Faz barulho, incomoda, mas precisa ser assim mesmo se quiser acordar a metade da igreja representada pelas cinco sonolentas virgens da parábola. 

(Se você procura informações sobre Bert Beach, o material que procura está um pouco mais abaixo.)

Ovelhas Loucas

Por falar em parábola, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos iniciou na última sexta-feira o sacrifício de ovelhas contaminadas pela encephalopatia spongiforme , doença que matou 53 pessoas e prejudicou o comércio de carne bovina na Inglaterra em 1995. O casal de "ovelhas loucas" da foto ao lado foi o primeiro a ser sacrificado.

A notícia sugere uma reflexão que gostaria de desenvolver com mais profundidade, mas admito que não será possível devido a extensão da lista de assuntos que anotei para mencionar neste texto. 

Em resumo, perguntaria: Não estaríamos nós, adventistas, agindo como ovelhas loucas do rebanho do Senhor? Felizmente, neste caso, Alguém tomou nosso lugar no sacrifício e, por isso, há esperança de cura para nós!

Bezerro de Ouro

"Doença da vaca louca" lembra bezerro de certo modo e daí para a lembrança do incidente do bezerro de ouro na história de Israel é só um pulo... Cansados de esperar por Moisés que subira ao monte Sinai para estar com Deus e receber dEle as tábuas da lei, os israelitas convenceram a Arão de que não seria idolatria derreterem as jóias que traziam do Egito e moldar a partir delas um bezerro que representasse o Deus libertador para que Lhe prestassem culto. Argumento idêntico está sendo utilizado para justificar a aceitação da fantástica escultura do retorno de Jesus Cristo a ser instalada definitivamente na Sede da Associação Geral a partir de agosto.

Estamos repetindo o erro de nossos pais no deserto. Cansados de esperar pelo retorno de Cristo que subiu ao Céu para preparar-nos lugar, nós, adventistas do sétimo dia, encomendamos nosso "bezerro de ouro" ao irmão Victor Issa! Dizer que se trata apenas de uma "ilustração tridimensional de nossa bendita esperança" não convence. O próprio artista refere-se a suas esculturas como "criaturas vivas de bronze, que não apenas estão vivas, mas nos fazem sentir vivos". Blasfêmia! Aquele Cristo de bronze rodeado de anjos com formas femininas é o Cristo vivo, irmão?

O segundo mandamento proíbe não só a adoração, mas a produção de imagens de escultura. O Pai Eterno conhece-nos a fundo e sabe que, com facilidade, impressionamo-nos com aquilo que podemos ver e tocar e depositamos equivocadamente nossa confiança em meros símbolos. Por isso, disse: "Não farás." 

Outra razão para a proibição pode ter sido o fato de que as mãos que moldam uma imagem repetem parte do processo divino da criação do homem e são tentadas, por sugestão diabólica, a pretender igualar-se a Deus. Foi o que aconteceu com Michelângelo, quando ordenou que sua estátua de Moisés falasse. Mas o poder de criar imagens tridimensionais e posteriormente dar-lhes vida pertence unicamente a Deus e não pode ser usurpado.

Faz quase vinte anos que ouvi um velho irmão questionar a inclusão de uma cruz metálica na fachada da Igreja Adventista Central lá de Campo Grande, MS. Usava como argumento contrário uma passagem de O Grande Conflito em que a Sra. White diz que "os romanistas colocam cruzes sobre suas igrejas"... Ele me disse que aquilo era apenas o começo e que viriam coisas bem piores, inclusive a adoração de ídolos. Duvidei, achei um exagero, mas sou obrigado a admitir ele estava certo.

Aliás, acertou também quando me disse que "entrar para a Obra é o jeito mais seguro de sair da igreja".

Dentro, mas Fora

Quando o "obreiro-problema" deixa a igreja, é menos mal. Complicado é quando permanece e só marca gol contra no time de Deus! É assim que avalio o trabalho de "relações públicas" do irmão Bert B. Beach, que insiste em nos aproximar da Igreja Católica desde a década de 50. 

Em 1977, ele homenageou o Papa Paulo VI com uma medalha, recentemente foi reeleito secretário da Conference of Christian World Communions da qual participa há 29 anos, é vice-presidente da International Religious Liberty Association e até já aceitou convite para falar sobre os direitos e problemas das minorias religiosas num congresso direito canônico católico, realizado na Alemanha em 98. Imagine uma ovelha num congresso de lobos, comprometendo-se em nome do rebanho a não difamá-los nem acusá-los ao tentar livrar outras ovelhas de suas garras!

A medalha cunhada pela Associação Geral e entregue por Bert Beach ao Papa traz de um lado uma representação em relevo de Cristo sobre uma nuvem, rodeado por "anjinhos", bem ao estilo católico. Do outro, uma referência ao sábado, sem especificar que se refira ao sétimo dia da semana. Segundo dizem, serviu para homenagear autoridades e celebridades na época. Clique na miniatura ao lado para vê-la melhor.

Em fevereiro deste ano (2000), durante o "Meeting of U.S. Church Leaders," um encontro anual de líderes de igrejas cristãs nos Estados Unidos, depois de participar de reuniões semelhantes por mais de quinze anos, Beach finalmente foi escolhido para integrar a comissão diretiva. Ele entendeu isso como "uma indicação da crescente estima que a Igreja Adventista está conquistando entre os líderes das igrejas dos Estados Unidos".  

Realizado em Asheville, Carolina do Norte, o encontro foi uma reunião especial alusiva ao novo milênio que se aproxima e teve como tema "o dom do Espírito Santo". Ao final, uma oração escrita (e assinada) por todos os participantes rogou que "Deus use os cristãos dos Estados Unidos para preparar o Seu reino e realizar Sua vontade assim na Terra como no Céu". Beach garante que nenhuma decisão substancial foi tomada. "Simplesmente, oramos juntos, partilhamos momentos de devoção, fizemos amizades, consultas, reanimamo-nos, deixando as hostilidades de lado e adorando juntos como bons cristãos," disse ele.

Se essa não é a temível união de igrejas de que falou Ellen G. White em O Grande Conflito, sinceramente não sei como será!

Continua

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