Paz no Oriente Médio Depende de
Intervenção de Roma
Tenho um amigo que não perde a chance de dizer que nossa
interpretação profética quanto ao papado está furada. Ele fez teologia,
mestrado e tal, mas não acredita mais nem na inspiração da Sra. White.
Decepcionou-se com a Organização e rejeitou também a Mensagem Adventista.
Quer dizer, ele ainda é adventista mas do jeitão dele. Não o condeno, eu
também já misturei as coisas e andei duvidando de tudo numa certa época.
Na semana que passou, esse amigo me escreveu:
"E diante do debate entre israelenses e palestinos a
respeito do status de Jerusalém, o Papa João Paulo II manifestou o seu
desejo de que a histórica e famosa cidade, considerado sítio sagrado por cristãos,
muçulmanos e judeus, seja administrada por uma espécie de 'comissão
internacional'. A influência da Igreja
Católica poderia fazer-se sentir aí, com todos acatando imediatamente tal
sugestão. O que se deu, porém, é que NINGUÉM deu a mínima atenção a tal
apelo (ou sugestão) papal. Grande influência tem o Vaticano sobre essas questões.
Não
consegue nem convencer os católicos a deixarem de usar pílulas e camisinhas,
quanto mais convencer árabes e judeus a transformarem Jerusalém num sítio
internacional...
"E depois vêm aí
esses alarmistas adventistas ultraconservadores falando 'abobrinhas' sobre o que
o Vaticano deseja conseguir dominando o mundo com alguma lei dominical (na
verdade que seria iniciativa americana e protestante)... Dá para
entender um raciocínio tão tortuoso, de malabarismo exegético desses?
"O fato é que o Papa tem apelado por décadas em favor da
posição católica quanto a Jerusalém. Se a líderes políticos ou ao povo
comum, não vem ao caso. O fato é que
NINGUÉM LHE DÁ ATENÇÃO QUANTO A ISSO! Árabes e judeus terão que
encontrar uma fórmula entre eles para resolver o problema de Jerusalém, a
despeito dos desejos do Vaticano. Nem mesmo os católicos dão ouvidos a seu líder
máximo, como se esperaria de um poder realmente dominante, absoluto... Bem,
acho que isso é suficiente para sérias reflexões e revisão de conceitos, se
houver humildade para reconhecer os fatos."
Imagino que existam muitos outros adventistas que raciocinam
como esse meu amigo. Por essa razão, fiz questão de incluir esses trechos de
cartas dele aqui no Adventistas.Com e chamar a atenção de todos para
estas duas notícias publicadas pela Agência Católica de Notícias Zenit:
Estados Unidos
Analisarão a Questão de Jerusalém com a Santa Sé
 |
Madeleine
Albright desembarcou nesta segunda em Roma. |
Encontro entre Madeleine Albright e o Ministro de
Relações Exteriores do Vaticano
Washington/Cidade do Vaticano, 30 de julho (ZENIT.org) - A Sala
de Imprensa da Santa Sé confirmou na manhã de hoje que nesta terça-feira o arcebispo Jean-Louis Tauran, Secretário do Vaticano para
as Relações com os Estados -- conhecido como o "ministro" de
Assuntos Exteriores da Santa Sé -- irá se reunir em Roma com a
secretária de estado norte-americana Madeleine Albright.
O sub-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Ciro Benedettini,
não quis antecipar os objetivos do encontro, contudo fontes do
Departamento de Estado NorteAmericano anunciaram que se falará das
delicadas negociações de paz no Oriente Médio, que encontraram na
questão de Jerusalém o motivo do fracasso dos encontros de
representants israelenses e palestinos em Camp David na semana passada.
Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado afirmou que:
"Esta é uma daquelas ocasiões em queremos aproveitar a
oportunidade de manter informadas as partes interessadas."
A viagem de Albright coincide com a turnê por 14 países árabes que
está sendo preparada pelo assessor do governo dos Estados Unidos Edward
Walker, em um novo esforço para alcançar um compromisso sobre o futuro
de Jerusalém.
Segundo revela um comunicado da Agência Reuters, um funcionário do
alto escalão americano informou que Albright negociaria mais detalhadamente
a questão de Jerusalém, reclamada como capital por israelenses e
palestinos, porém também considerada sagrada pelos cristãos. "A
secretária de Estado programou levar novamente a questão de Jerusalém
à mesa de negociações" entre israelenses e palestinos. "Será
um novo esforço para conduzir as duas partes a um ponto em que possam
chegar a um acordo", afirmou.
"Sabemos que o assunto (do status de Jerusalém) é um obstáculo
muito grande, porém os Estados Unidos não o consideram
intransponível", acrescentou.
No domingo anterior, João Paulo II havia confirmado que a Santa Sé
deseja para Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e
cristãos "uma condição especial, garantida
internacionalmente" e havia pedido às partes envolvidas que
levassem essa exigência em conta.
Com o fracasso das negociacões de Camp David, que foram encerradas
exatamente ao tocar o problema de Jerusalém, alguns especialistas, como
George Shultz, que acompanhou durante anos o conflito entre árabes e
israelenses quando era secretário de Estado do presidente Ronald Reagan,
consideram que o espinhoso problema da Cidade Santa só se poderá
resolver se forem oferecidas garantias internacionais, como propõe
precisamente João Paulo II. - ZS00073007 |
George Shultz Defende
Proposta do Papa para Jerusalém
ROMA, 28 de julho (ZENIT.org) - George Shultz, que acompanhou
durante anos o conflito entre árabes e israelenses quando era secretário
de Estado do presidente Ronald
Reagan e que hoje continua dedicando-se a esses assuntos como um dos
principais conselheiros de política exterior do candidato presidencial
republicano George Bush, afirmou em declarações ao diário italiano Avvenire
que "chegou a hora de considerar a proposta de João Paulo II
quando a conferir status especial a Jerusalém.
Como revelou o presidente Bill Clinton, as negociações de Camp
David se romperam quando se discutiu o delicado tema de Jerusalém.
"As divergências entre israelenses e palestinos são demasiado
profundas e não se resolvem traçando linhas divisórias na cidade,
porque envolvem questões religiosas e de vida -- explica George Shultz
--. Ao mesmo tempo, Jerusalém tem um valor universal, que trascende os
possíveis acordos entre israelenses e o líder da OLP. João Paulo II tem
razão quando sugere adotar status internacional."
Alguns opinam que isso complicaria las negociações de paz, pois
nelas teria que ser incluída ema terceira parte, os cristãos. Shultz
responde: "A negociação já me parece complicada e sem saída. Os
cristãos, por outro lado, não viriam a fazer reivindicações
territoriais ou políticas, apenas mediariam a busca de uma solução
comum. O papa já ofereceu nesse sentido uma grande liderança e há
grupos de outras denominações cristãs que trabalham sobre o tema de
Jerusalém há vários anos." - ZS00072809 |
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