O Juramento do Pai Comprova a Hierarquia da Divindade (Primeira Parte) Aqui, neste capítulo, serão analisadas algumas passagens da Escritura Sagrada que confirmam a hierarquia entre o Pai e o Filho. Nesses primeiros versos, temos: o Anjo de Yahweh, chamando Abraão e, em seguida, Ele fala do juramento feito por Yahweh. O ANJO DE YAHWEH “... Do céu lhe bradou” o Anjo de Yahweh: “Abraão! Abraão! ... Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. ...”. (Gên. 22:11-12 - ARA). Nesses dois versos, percebemos claramente, pela última parte do verso 12 (“porquanto não me negaste o filho, o teu único filho”) que, o Anjo de Yahweh é o Messias, o Filho do Eterno. Isso, só é possível entender pela expressão: “Não Me negaste”. Portanto, somente o Pai e o Filho poderiam ter dito isso. Além do mais, o Filho é o Anjo do Concerto, e sobre este Anjo, Ellen White escreveu o seguinte: “Enquanto dedicado a seus deveres, [Moisés] viu um arbusto cujo tronco, ramos e folhas ardiam, mas não eram consumidos. Aproximou-se para observar a maravilhosa cena, quando ouviu uma voz dirigida a ele, provinda do interior da chama. Era a voz de Deus. Havia sido Ele, na qualidade de Anjo do Concerto, quem Se revelara aos patriarcas em outras eras.” 1 O JURAMENTO DE YAHWEH “Então, do céu bradou pela segunda vez” o Anjo de Yahweh “a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz” Yahweh, “porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho...”. (Gên. 22:15-16 - ARA). Nesses dois versos, percebemos duas coisas. Primeiro: é o mesmo Anjo que brada pela segunda vez. Segundo: Yahweh faz um juramento por Si mesmo. Sobre a expressão Assim diz o Senhor, Ellen G. White escreveu: “... Quando um profeta ou anjo apresentava uma divina mensagem, suas palavras eram: ‘Assim diz o Senhor: Eu farei isto’, mas no tocante à Pessoa que esteve com Gideão, entretanto, é dito que ‘o Senhor lhe disse: ... Eu hei de ser contigo.’ Juí. 6:16.” 2 No entanto, embora em Gên. 22:16 esteja escrito: “diz Yahweh”, entende-se perfeitamente, pelo contexto, que o juramento é de Yahweh – do Pai, contudo, foi proclamado pelo Anjo de Yahweh – o Filho. Estas afirmativas serão comprovadas abaixo. O JURAMENTO DE YAHWEH (THEÓS) NA CARTA AOS HEBREUS Nesta segunda referência bíblica, veremos como o autor da Carta aos Hebreus, através da inspiração, interpretou o referido juramento. “Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo”. (Heb. 6:13 – ARA). Nesse capítulo 6 da Carta aos Hebreus, a palavra Theós é uma referência à Yahweh - o Pai e não a Elohym, em quem poderíamos relacionar a unidade existente entre o Pai e o Filho. Depois é feito um paralelismo: “Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda”. (Heb. 6:16 - ARA). Abaixo, temos mais uma garantia do juramento: “Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta”. (Heb. 6:17-18 - ARA). Ainda, para alguns, não ficou clara a afirmativa de que foi o Pai, Yahweh quem fez o juramento, por meio do Seu Filho, o Anjo de Yahweh. Contudo, nas passagens que apresentaremos abaixo, perceberemos com mais clareza a hierarquia que existe entre o Pai e o Filho. Antes, porém, veremos uma que não é muito clara. YAHWEH, ELOHYM DOS EXÉRCITOS JURA POR SI MESMO “Por isso, assim disse Iahweh, Deus dos Exércitos, o Senhor”. (Amós 5:16 - BJ). “O Senhor Iahweh jurou por si mesmo – oráculo de Iahweh, Deus dos Exércitos”. (Amós 6:8 – ARA). Nesses versos, a terceira referência que apresentamos sobre o juramento, é em função da palavra hebraica: “’ădōna(y)” – Adonay, que é traduzida por “Senhor”. Esta palavra, é uma referência tanto ao Pai quanto ao Filho. Embora, o Filho, também seja chamado de Yahweh, bem como Yahweh dos Exércitos ou Elohym dos Exércitos (O Desejado de Todas as Nações – DTN. 20ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. pp. 579 e 833.) pois nEle está o nome do Pai (Êxodo 23:20-21; Jer. 23:5-6 e 33:15-16; João 6:27; Fil. 2:9; Heb. 1:4). No entanto, se aceitarmos esta citação do DTN, que apresenta o Filho como “O Senhor, o Deus dos Exércitos; o Senhor é o Seu memorial”. (p. 579.). “Yahweh, Elohym dos Exércitos; Yahweh é o Seu memorial (ou Sua lembrança)”. Teremos que aceitar todas as afirmativas da página anterior e da referida página:
Essas afirmações, proferidas pelos discípulos, foram “inspiradas” pelo “Espírito de Deus”. E o testemunho, inspirado, de Ellen G. White, é que o Messias é “o Filho de Deus”. E o testemunho de Abraão, segundo ela escreveu: “Melquizedeque” é o Messias prometido. Ela, bem como a Escritura Sagrada, declara, o Pai, disse: “Este é o Meu Filho amado”. Além do mais, para que não se confunda o Pai com o Filho, Ellen G. White disse: “O grande Jeová proclamou”. Portanto, se o Pai é “o grande”, é porque “o Filho não é o grande”. Em outro lugar, ela referindo-se ao Pai disse: “O grande Criador convocou as hostes celestiais, para na presença de todos os anjos conferir honra especial a Seu Filho. ..” 4 Em outro lugar, em 1904, ela declarou: “Deus é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi atribuída uma posição exaltada. Foi feito igual ao Pai. Cristo participava de todos os desígnios de Deus.” 5 MIGUEL JURA PELO PAI Nesse quarto grupo de referências bíblicas, Miguel (Aquele que é igual a Elohym ou como Elohym ou semelhante a Elohym) fazendo juramento pelo Pai. “Então, eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro lado. Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas? Ouvi o homem vestido de linho, [Miguel] que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente [Yahweh], que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão”. (Dan. 12:5-8 - ARA). Em primeiro lugar, temos que destacar, que o personagem que estava sobre as águas do rio – o homem vestido de linho, é o mesmo personagem descrito pelo profeta Daniel (Dan. 10:5-9) e pelo apóstolo e profeta João (Apoc. 1:10-20). Em segundo lugar, vale destacar, também, o posicionamento dos anjos descrito por Daniel. Esse posicionamento, pode ser percebido, também, na quantidade de anjos que visitaram o patriarca Abraão (Gên. 18). Encontramos, também, aqui, uma referência ao posicionamento dos “querubins de ouro sobre o propiciatório” que estava “sobre a arca do Testemunho”. (Êxodo 25:10-22). Essa cena, também, de maneira semelhante, foi descrita pelo profeta Isaías (Isaías 6). Um último grupo de passagens, sobre juramento, que será citado é o que está descrito no Livro do Apocalipse. “Vi outro anjo [Miguel] forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo; e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra, e bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias vozes. Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as escrevas. Então, o anjo [Miguel] que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos [Yahweh], o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora”. (Apoc. 10:1-5 - ARA). Os detalhes desses versos são muito importantes. A “nuvem” que envolve o Ano forte, é uma nuvem de anjos. “O arco-íris por cima de sua cabeça”, é o mesmo descrito pelo profeta Ezequiel (Eze. 1). A descrição: “o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo”. Assemelha-se a que foi feita por Daniel (Dan. 10:5-9) e no capítulo 1:10-20. Além do mais, lembra a visão que o apóstolo teve no Monte da transfiguração. “O seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. (Mat. 17:2). O detalhe do livrinho: “tinha na mão um livrinho aberto”, não pode ser outra referência, se não ao Livro do profeta Daniel. Porque do capítulo dez ao capítulo doze, é onde se encontra, àquela parte do Livro, que foi ordenado ao profeta selar. (Dan. 12:4 e 9). O posicionamento do anjo: “Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra”, lembra-nos Dan. 12:7. O bradar do anjo, bem como o livrinho aberto: “bradou em grande voz, como ruge um leão”, é uma referência a Apoc. 5:5: “O Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos”. (AVR). O juramento: “Então, o anjo [Miguel] que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos [Yahweh]”, é semelhante ao descrito em Dan. 12:7. “Aquele que vive pelo século dos séculos”, é uma referência ao que foi dito em Apoc. 4:9 e 11: “E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos”. “Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas”. (AVR). Sobre o Anjo de Apocalipse 10, o Anjo que fez o juramento, Ellen G. White escreveu o seguinte:
“O anjo poderoso que instruiu a João era nada menos que Cristo. Quando coloca seu pé direito no mar e seu pé esquerdo sobre a terra seca, ... Esta posição denota seu supremo poder e autoridade sobre toda a terra. ...” 6 - josielteli@hotmail.com Leia também: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1WHITE, Ellen G. A Verdade Sobre os Anjos. 3ª ed. Tatuí – SP, Casa Publicadora Brasileira - CPB, 2001. p. 90. 2Ibidem. p. 113. 3Idem. O Desejado de Todas as Nações. 20ª ed. 1997. pp. 578 e 579. 4Idem. História da Redenção. 3ª ed. Santo André – SP, CPB, 1981. p. 13. 5Idem. Testemunhos Seletos. Vol. 3. 5ª ed. Santo André – SP, CPB, 1985. p. 266. 6Editor. FRANCIS D. Nichol.. Comentario Bíblico Adventista del Séptimo Dia, (citando: WHITE, Ellen G., ao comentar Apocalipse 10) SDABC, Tomo 7, p. 982. |
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