NISTO CREMOS:
CREDO OFICIAL DA IASD?

Alberto R. Timm, Ph. D., em "Adventismo:
Histórias e Crenças", artigo publicado
na Revista Adventista de
 junho de 2002, pág. 10.

O PRIMEIRO PASSO PARA APOSTASIA

“A possibilidade de posterior desenvolvimento da verdade presente foi uma razão pela qual Tiago White e outros primeiros crentes adventistas se opuseram ao estabelecimento de credos. Ademais, não tinham muitos dos adventistas sido expulsos de suas denominações anteriores, justamente por causa da descoberta de novas verdades bíblicas, a respeito das quais não puderam calar-se? Em virtude dessa experiência, os primeiros adventistas estabeleceram que seu único credo seria a Bíblia.

Em 1861 numa reunião em que os primeiros sabatistas organizaram sua primeira Associação estadual, John Loughborough enfatizou o problema que os pioneiros viam no credo. De acordo com ele, ‘o primeiro passo para a apostasia é estabelecer um credo e dizer que devemos crer nele. O segundo é fazer desse credo um teste de discipulado. O terceiro é provar os membros por esse credo. O quarto passo é denunciar como heréticos aqueles que não crêem no credo. E, quinto, persegui-los por isso’.

Tiago White então falou, mostrando que ‘estabelecer um credo é fazer estacas e levantar barreiras ao futuro desenvolvimento’. Ele se queixou de algumas pessoas que através de seus credos ‘delimitaram um caminho para o Todo-poderoso. Elas dizem virtualmente que o Senhor não deve fazer qualquer coisa no futuro, além daquilo que está marcado no credo. ... A Bíblia é nosso credo. Rejeitamos qualquer coisa na forma de um credo humano’, ele concluiu. Depois de uma animada discussão, a Associação unanimemente votou adotar um ‘Compromisso de Igreja’, que continha uma curta declaração de crenças fundamentais, sobre a base de que a Igreja tem a responsabilidade de dizer alguma coisa do que crê a seus membros e interessados, mesmo evitando um credo inflexível.

Desde o desenvolvimento da primeira Associação organizada em 1861, a Igreja Adventista do Sétimo Dia teve apenas três declarações de crenças que conseguiram certo grau de aceitação oficial, e apenas uma foi votada por uma assembléia da Associação Geral. A primeira foi a declaração de Uriah Smith, em 1872. A segunda data de 1931, e a terceira é a declaração de crenças fundamentais adotada pela Associação Geral, na Assembléia de 1980”. (KNIGHT, George. Revista Ministério. As Mudanças do Adventismo. Edição única. Tatuí – SP, CPB, janeiro/fevereiro 1994. p. 21.).

NISTO CREMOS – A BASE PARA O CREDO “OFICIAL DA IASD”

Sobre esta última declaração de crenças: o livro Nisto Cremos, onde consta a de 1980, está escrito o seguinte:

Durante muitos anos os Adventistas do Sétimo Dia têm-se demonstrado relutante em formalizar um credo (no sentido usual desta palavra). ...”.

“... Embora este volume não represente uma declaração votada oficialmente – já que somente uma sessão da Associação Geral poderia tomar tal medida -, ele deve ser visto como representativo da ‘verdade ...”. (Editores: LESSA, Rubens S., GUARDA, Márcio D. e SCHEFFEL. 4ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 6.).    

Portanto, diante disso, percebe-se que essa última declaração de crenças não é uma declaração oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por que ela não é oficial?

DECLARAÇÃO DE URIAH SMITH

A primeira declaração de crenças, é conhecida como a “declaração de Uriah Smith” datada de 1872. Sobre o pensamento dele, no artigo “as mudanças do adventismo”, está escrito o seguinte:

“Não apenas era antitrinitariano e semi-ariano, tal como os outros de seus companheiros, também apresentava o Espírito Santo como ‘esta divina, misteriosa emanação, através da qual Eles (o Pai e o Filho) levam avante Sua grande Obra’. Noutra ocasião, Smith falou do Espírito Santo, como uma ‘influência divinae não uma ‘pessoa como o Pai e o Filho’”. (KNIGHT, George. Revista Ministério. As Mudanças do Adventismo. Edição única. Tatuí – SP, CPB, janeiro/fevereiro 1994. p. 15.).

“Muitos dentre os fundadores do adventismo não se uniriam à Igreja hoje, se eles tivessem que subscrever as crenças fundamentais da denominação.

Mais especificamente, muitos deles não concordariam com a crença nº 2, a qual trata da doutrina da Trindade. Para José Bates, essa era uma doutrina espúria. Tiago White a classificava como ‘o velho absurdo trinitariano. E para M. E. Cornell tratava-se de um fruto da grande apostasia, tal como os falsos ensinamentos da guarda do domingo e da imortalidade da alma’”. (Ibidem.).

No livro Nisto Cremos, também está escrito sobre a declaração de Uriah Smith:

“Em 1872 a editora adventista de Battle Creek, Michigan, publicou uma ‘sinopse de nossa fé’ em 25 proposições. Esse documento, tendo sofrido rápidas revisões e sido ampliado para 28 seções, apareceu no Yearbook denominacional de 1889. O texto não constou de edições sucessivas da publicação, mas foi novamente inserido no exemplar de 1905, e continuou a sê-lo até 1914. ...”.  (Editores: LESSA, Rubens S., GUARDA, Márcio D. e SCHEFFEL. 4ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 6.).

Ellen G. White não recebeu revelação do Pai e do Filho, nem mesmo do Espírito Santo, para corrigir o erro de Uriah Smith e dos seus contemporâneos, dizendo a eles que o Espírito Santo é “Deus”.

SEÇÕES E SESSÕES

A “declaração de 22 doutrinas fundamentais, que apareceu impressa pela primeira vez no Yearbook de 1931, permaneceu até a seção da Associação Geral de 1980...”. (Ibidem.).

Diante disto, fica claro que a doutrina da Trindade somente passou a fazer parte, embora não oficialmente, das crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia a partir do ano de 1980.

Por que não é oficial? Leia na página seis (não está numerada), o título: “Uma  Palavra a respeito das 27 Doutrinas Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”. Neste tópico, você encontrará duas palavras. A primeira é: “seção”. A segunda é: “sessão”.

Sobre a primeira, o tópico sobre a declaração de crença de 1931, diz: “Permaneceu até a seção da Associação Geral de 1980, quando foi substituída por um sumário mais amplo e abrangente de 27 parágrafos, publicado sob o título ‘Doutrinas Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”.

O presente volume, Nisto Cremos, baseia-se nesses breves resumos. Eles aparecem no início de cada capítulo. Neste livro estamos apresentando a nossos membros, amigos e demais pessoas interessadas – sob forma ampliada, de fácil leitura e de maneira prática – essas convicções doutrinárias atual. Embora este volume não represente uma declaração votada oficialmente – já que somente uma sessão da Associação geral poderia tomar tal medida -, ele deve ser visto como representativo da ‘verdade ... em Jesus’... ” (Editores: LESSA, Rubens S., GUARDA, Márcio D. e SCHEFFEL. 4ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 6.).

O curioso, é que o livro “Nisto Cremos” preparado pela “Associação Ministerial”, diz que - “o esboço inicial de cada capítulo”, foi escrito por uma única pessoa.

“Assim combinamos os esforços de muitos com os esforços de uma pessoa, P. G. Damsteegt, que recebeu incumbência de preparar o esboço inicial de cada capítulo”. (Editores: LESSA, Rubens S., GUARDA, Márcio D. e SCHEFFEL. 4ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1997. p. 7.).

A palavra “seção” significa: “2. Parte dum todo”; “5. cada uma das divisões ou subdivisões duma repartição publica ou dum estabelecimento qualquer”. (Dicionário Aurélio).

A palavra “sessão” significa: “1. Espaço de tempo que dura a reunião dum corpo deliberativo, etc. 2. Espaço de tempo durante o qual funciona um congresso, etc.”. (Ibidem.).

Como você pode perceber, por enquanto, nem as “Doutrinas Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”, nem o livro “Nisto Cremos”, podem ser considerados um CREDO OFICIAL DA IASD. Ambos não foram votados oficialmente.

Então, isso implica dizer, que os votos tomados quanto às “Doutrinas Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”, ocorreu em uma “seção” da sessão da Associação Geral de 1980, foi feito apenas por alguns pastores e líderes. Portanto, não houve uma votação da Assembléia da Associação Geral, e muito menos com base em estudos da Escritura Sagrada e do Espírito de Profecia. Isto, com jejum e oração.

Porque eu não creio que a referida “seção”, “parte dum todo” seja uma referência à totalidade dos membros da IASD no mundo. Caso sejam, então, as “Doutrinas Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia” representam a apostasia oficial da IASD. Portanto, divulgada por meio do livro que divulga tal apostasia em forma de CREDO – NISTO CREMOS.

ADVERTÊNCIAS QUANTO AO PERIGO DOS CREDOS

Roma privou o povo da Escritura Sagrada e exigiu que todos os homens aceitassem seus ensinos em lugar da própria Bíblia. Foi obra da Reforma restituir a Palavra de Deus aos homens; não é, porém, sobejamente verdade que nas igrejas modernas os homens são ensinados a depositar fé no credo e dogmas de sua igreja em vez de nas Escrituras? Falando das igrejas protestantes, disse Carlos Beecher: ‘Horrorizam-se com qualquer palavra rude contra os credos, com a mesma sensibilidade com que os santos padres se teriam horrorizado com uma rude palavra contra a incipiente veneração dos santos e mártires, por eles fomentada. ... As denominações evangélicas protestantes por tal forma ataram as mãos umas às outras, bem como suas próprias, que, em qualquer dessas denominações, um homem não pode absolutamente se tornar pregador, sem, de alguma maneira, aceitar outro livro além da Escritura Sagrada. ... Nada há de imaginário na declaração de que o poderio do credo está começando hoje a proibir a Bíblia tão realmente como o fez Roma, se bem que de maneira mais sutil’. - Sermão sobre a Bíblia como um credo suficiente, pronunciado em Fort Wayne, Indiana, a 2 de fevereiro de 1846”.

Quando ensinadores fiéis expõem a Palavra de Deus, levantam-se homens de saber, pastores que professam compreender as Escrituras, e denunciam a doutrina sã como heresia, desviando assim os inquiridores da verdade. Não fosse o caso de se achar o mundo fatalmente embriagado com o vinho de Babilônia, e multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades claras e penetrantes da Palavra de Deus. Mas, a fé religiosa parece tão confusa e discordante que o povo não sabe o que crer como verdade. O pecado da impenitência do mundo jaz à porta da igreja”. (Idem. O Grande Conflito. 36ª ed. 1988. pp. 388-389.).

Quando a Palavra de Deus for estudada, compreendida e obedecida, uma luz brilhante se refletirá sobre o mundo; novas verdades, recebidas e postas em prática, ligar-nos-ão, em fortes laços, a Jesus. A Bíblia, e a Bíblia tão-só, deve ser nosso credo, o único laço de união; todos os que se submeterem a essa Santa Palavra estarão em harmonia entre si. Nossos próprios pontos de vista e idéias não devem controlar nossos esforços. O homem é falível, mas a Palavra de Deus é infalível. Em vez de lutar uns com os outros, exaltem os homens ao Senhor. Defrontemos toda oposição, como o fez o Mestre, dizendo: ‘Está Escrito.’ Ergamos o estandarte no qual está escrito: A Bíblia, nossa regra de fé e disciplina”. – Review And Herald, 15 de Dezembro de 1985. (Idem. Mensagens Escolhidas, Vol. 1. 2ª ed. Santo André – SP, CPB, 1985. p. 416.).

UM ASSIM DIZ O SENHOR

Este princípio, temos de manter firmemente em nossos dias. A bandeira da verdade e da liberdade religiosa desfraldada pelos fundadores da igreja evangélica e pelas testemunhas de Deus durante os séculos decorridos desde então, foi, neste último conflito, confiada a nossas mãos. A responsabilidade deste grande dom repousa com aqueles a quem Deus abençoou com o conhecimento de Sua Palavra. Temos de receber essa Palavra como autoridade suprema. Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a Legislação humana. Um ‘Assim diz o Senhor’, não deve ser posto à margem por um ‘Assim diz a Igreja’, ou um ‘Assim diz o Estado’. A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de potentados terrestres”.  (Idem. Atos dos Apóstolos. 6ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1990.  p. 69.).

Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro – ‘Assim diz o Senhor’”.  (Idem. O Grande Conflito. 36ª ed. 1988. pp. 595.).

A Igreja Romana reserva ao clero o direito de interpretar as Escrituras. Sob o fundamento de que unicamente os eclesiásticos são competentes para explicar a Palavra de Deus, é esta vedada ao povo comum. Conquanto a Reforma fizesse acessível a todos as Escrituras, o mesmíssimo espírito que Roma manteve impede também as multidões nas igrejas protestantes de examinarem a Bíblia por si mesmas. São instruídas a aceitar os seus ensinos conforme são interpretados pela igreja; e há milhares que não ousam receber coisa alguma contrária ao seu credo, ou ao ensino adotado por sua igreja, por mais claro que esteja revelada nas Escrituras”. (Ibidem. p. 596.).

Um credo e os dons permanecem assim em oposição direta um ao outro. Ora, qual a nossa posição como um povo? A Bíblia é nosso credo. Rejeitamos tudo quanto apresenta a forma de um credo humano. Aceitamos a Bíblia e os dons do Espírito, abraçando a fé que o Senhor nos ensinará de tempos em tempos. E nisto tomamos posição contra a formação de um credo. No que estamos fazendo não estamos dando um único passo rumo a tornar-nos Babilônia.” - (DOUGLASS, Herbert E. MENSAGEIRA DO SENHOR – O ministério profético de Elle G. White. 1ª ed. Tatuí – SP, CPB, 2001. p. 427.).  josielteli@hotmail.com


Reação do Leitor:

Caros leitores deste site,

Senti-me profundamente ofendido com a declaração do Dr. Timm, na RA de 2002, como exposta pelo editor deste site.

A primeira vez que a li, pensei ter tido uma má visão, pois trabalho com a Internet e meus olhos ficam expostos a luminosidade muitas horas durante a semana, resolvi, então, ler novamente e estava lá a exposição para a vergonha adventista. Sinceramente, que nenhuma pessoa que persiga a IASD veja tal declaração, uma vez que a referida expõe tudo o que a IASD menos crê e combate há anos: a idéia de que decisões de os concílios apostatados e dogmas, sem fundamentos escriturísticos, estejam acima do que diz a Bíblia. Sola e Tota Scriptura: Nisto, sim, Cremos!

O mesmo doutor que fez está declaração, durante suas aulas de Orientação Profética, cria e ensinava que a IASD não possuía um credo e que há um progresso na investigação teológica. Por que cargas d'água, mudou ele agora de idéia? Será que é "à lei, ao testemunho, à RA", e ao SDBAC? Será que o discurso desse homem, que até hoje me foi extremamente sincero, é lavrado segundo o desejo de alguns administradores?

Faço uma pergunta aos Pais da Igreja (Timm e Sarlis): No que cremos realmente, nos livros Inspirados e na Bíblia, ou num index mal preparado da sistemática adventista?

O chamado de Deus, hoje, é: "Voltem à Bíblia, voltem às Minhas Palavras". Infelizmente, a IASD está caminhando a passos largos rumo ao abismo. E seus lideres não sustentam mais aquilo que pregam e ensinam a um bando de jovens sinceros e desejosos de fazer o bem.

Com diz minha idosa avó: "Eles não sustentam em pé o que dizem sentados."

Que a voz de Apocalipse não seja contra ti, ó Menina-dos-olhos de Deus: Sai dela povo meu!

Adventista Leigo

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