"Teólogo" Mente em Defesa da Trindade

Faz poucos dias, recebemos de um irmão adventista, que usa o título de pastor, porque cursou teologia (embora não esteja ligado à Organização), uma pequena apostila intitulada "O Espírito Santo é o Anjo Gabriel? - Uma Análise à Luz da Bíblia e do Espírito de Profecia". Junto do arquivo em formato Word, enviou-nos também mensagens em que afirmava ser o autor do texto, pedia nossa opinião e que o publicássemos aqui no Adventistas.Com:

"Um grande abraço! Fiz um pequeno estudo sobre quem é Gabriel (anjo). Por favor, leia e dê sua Opinião."

"Peço-lhe, se possível, que publique o meu comentário: "É o Espírito Santo o anjo Gabriel?" Segue anexo. Obrigado."

A leitura atenta do tal texto, porém, deixou-nos decepcionados quanto à honestidade desse nosso irmão, pois embora tenha acrescentado uma introdução personalizada, mas não relacionada diretamente ao tema proposto ("nariz de cera", para os jornalistas), seu trabalho constitui plágio de praticamente 100% de uma outra apostila distribuída em 98 em Brasília, DF, por outro teólogo, aliás, doutor em teologia, conhecidíssimo de ex-alunos do curso teológico. Ao final, acrescenta uma conclusão pessoal. Mas em nenhum momento diz no texto que o trabalho de pesquisa e redação não é seu.

Nem seria necessário dizer que a verdade liberta e que o diabo "é mentiroso e pai da mentira" (João 8:32 e 44). "Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade." II Coríntios 13:8. "Mentira alguma jamais procede da verdade. I João 2:21. Sobre os 144 mil, é dito que "não se achou mentira na sua boca". Apocalipse 14:5. "Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte." Apocalipse 21:8. "Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira." Apocalipse 22:15. "Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros." Efésios 4:25.

Por ora, deixaremos de publicar o "pequeno estudo" e "comentário" desse irmão, porque, de fato, não é dele. Mas o alertamos de que isso não deve voltar a se repetir, uma vez que sua credibilidade poderia ser reduzida a pó. Publicamos, porém, cópia da apostila original, em formato *.jpg, para que os interessados no assunto possam ter acesso também a esses dados a fim de formar sua opinião.

Aproveitamos ainda para alertar a nossos leitores, como já fizemos em ocasiões anteriores, que nenhum texto aqui publicado deve ser aceito como verdade absoluta, definitiva e incontestável. Apenas o texto bíblico tem essas características, em se tratando da nossa salvação. Se até mesmo os escritos inspirados da Sra. White devem passar por esse crivo, o que dizer de artigos produzidos por colaboradores do Adventistas.Com?

Compare todo texto, sermão, artigo (seja daqui ou da Revista Adventista) com a Bíblia. Ela, sim, é nossa única regra de fé e prática. -- Robson Ramos

Consultado sobre o tema, o irmão Josiel Teixeira, que tem escrito sobre o assunto aqui no Adventistas.Com, opinou:

"Tanto o verdadeiro autor, como quem plagiou, querem transmitir a idéia, como se eu estivesse dizendo: que o anjo Gabriel é o Pai do Messias. Eu jamais falei tal aberração. A Escritura Sagrada é explicita ao dizer: “O VERBO SE FEZ CARNE”. Portanto, Ele não precisou de um terceiro para que pudesse tornar-Se Homem. (Fil. 2:5-8 – 'tornando-Se semelhante aos homens').

"Procurando, combater-me, esqueceram um detalhe importante. Eles dizem: 'Você seria capaz de imaginar que o filho de Deus (criador) foi fruto de Gabriel (criatura)?" Por esse período, ou eles não perceberam que Maria é uma criatura, ou então, como os católicos, divinizaram-na!"

"Estou mandando a carta completa da Sra. White, apresentada apenas parcialmente por eles, mas desta vez traduzida na íntegra e algumas citações de Ellen G. White. Fiz muitos destaques na carta. Leia com bastante atenção, e você perceberá muitos detalhes importantes.

"Ela fala de dois assuntos e, na realidade, são três afirmações que o irmão citado fez. Primeira: O Espírito Santo é Gabriel. Segunda: O Espírito de Deus é Cristo. Terceira: Os 144.000 são judeus que aceitarão a Cristo como Messias.

"Disse que "os dois assuntos apresentados' não estavam em harmonia com a luz que Deus havia dado a ela. (É claro, que é com a luz que ela havia recebido até aquela época - junho de 1891). Contudo, ela não disse: O Senhor me revelou que isso não é verdade. Ela disse que a aplicação do irmão estava errada.

"Ela disse também, que a natureza do Espírito Santo é mistério.

"Outro detalhe importante: é uma carta particular." -- josielteli@hotmail.com


JULGANDO O QUE É VALIOSO

Tenho escrito no diário que tenho feito em todas as minhas viagens muita coisa que, sendo essencial, deve ser apresentada ao povo, mesmo que eu não escrevesse outra linha. Quero que aquilo que for julgado de valor apareça, pois o Senhor tem-me dado luz que quero que o povo possua; pois há instruções que o Senhor me deu para Seu povo. Há luz que eles devem receber, regra sobre regra, preceito sobre preceito, um pouco aqui, um pouco ali. Isto deve agora ser apresentado ao povo, porque foi dado a fim de corrigir erros especiosos, e especificar o que é a verdade. O Senhor tem revelado muitas coisas que indicam a verdade, dizendo assim: ‘Este é o caminho, andai nele’.” – E.G. White, Carta 117, 1910.  (WHITE, Arthur L., Ellen G. White – Mensageira da Igreja Remanescente – 2ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1993. pp. 251-252.)

O TEMPO E O LUGAR DEVEM SER CONSIDERADOS

Quanto aos Testemunhos, coisa alguma é passada por alto; coisa alguma é posta à margem; mas o tempo e o lugar devem ser considerados. Coisa alguma deve ser feita prematuramente. Algumas matérias precisam ser retidas, porque algumas pessoas fariam indevido uso da luz concedida”. – The Writing and Sending Out of the Testimonies to the Church, pág. 25. (Ibidem. p. 255.).

ESCRITOS NÃO AUTENTICADOS, OBRAS NÃO PUBLICADAS E CARTAS PARTICULARES NÃO MERECEM CRÉDITO 

E agora, a todos quantos sentem desejo da verdade, eu gostaria de dizer: não deis crédito a ditos não autenticados quanto ao que a irmã White fez ou disse ou escreveu. Se desejais saber o que o Senhor tem revelado por intermédio dela, lede-lhe as obras publicadas. Não há aí quaisquer pontos de interesse acerca dos quais não haja escrito; não apanheis e propaleis boatos acerca do que ela disse”. – Testimonies, vol. 5, pág. 696. (Ibidem. pp. 262-263.)

Como exemplo da maneira em que o irmão S. compilou este folheto, relatarei o seguinte incidente: escrevi uma carta particular a um de nossos ministros, e de maneira bondosa, pensando que isso seria um auxílio ao irmão S., esse irmão lhe enviou uma cópia dela, mas em vez de a considerar como uma questão para o seu auxílio pessoal, ele exprime porções dela num panfleto, como Testemunho não publicado, para apoiar a posição que ele assumira. É isso honroso? Nada há no Testemunho para apoiar a posição mantida pelo irmão S.; mas ele faz mau uso disto, como muitos fazem com as Escrituras, para prejuízo de sua própria alma e da dos outros. Deus julgará os que tomam desautorizada liberdade fazendo uso de meios desonrosos com o fim de dar caráter e influência àquilo que consideram como sendo uma verdade. Usando uma carta particular enviada a outra pessoa, abusa o irmão S. dos bondosos esforços envidados por alguém que o deseja ajudar”. – Testemunhos para Ministros, pág. 33. (Ibidem. p. 261.)


CARTA, PARTICULAR, ESCRITA PELA Srª WHITE, DE PETESKEY, MICHIGAN, 11 DE JUNHO, 1891, AO IRMÃO CHAPMAN

IMPORTÂNCIA DA UNIDADE; O ESPÍRITO SANTO UM MISTÉRIO

Eu recebi a sua [carta] datada de 3 de junho. Na sua carta você fala nestas palavras:

O pastor Robinson não permite que eu parta, entretanto, recomenda-me, com insistência, para colportar até que a Associação possa chamar-me para outro trabalho, mas afirma positivamente que eu não posso ser enviado para apresentar a verdade aos outros enquanto eu não mudar alguns dos meus pontos de vista a fim de que os pontos de vista defendidos por nós, como povo, sejam apresentados apropriadamente. Ele cita como exemplo, minha idéia sobre o Espírito Santo, como sendo não o Espírito de Deus, o qual é Cristo, mas o anjo Gabriel, e minha opinião de que os 144.000 serão os judeus que aceitarão a Jesus como Messias.’ Sobre todos os pontos fundamentais eu estou em perfeita harmonia com o nossa povo; mas quando eu tento mostrar o que parece ser para mim uma nova luz sobre a verdade, aqueles em autoridade, os quais nunca fizeram uma investigação pessoal do problema, recusam olhar na Bíblia, mas me chamam como um seguidor com idéias duvidosas da Bíblia.

RESPOSTA: E.G.W.

Meu irmão, você sinceramente me pediu conselho. Por favor leia com atenção João 17:17-27; eu cito os versos 20 a 23: [...]. É seu privilégio e seu dever procurar essa unidade, sua unidade, e desse modo responder a oração de Cristo. Esta oração está cheia de instrução e consolo. Como nosso intercessor no céu, Cristo está sempre trabalhando pela unidade de seu povo. Para estar em harmonia com o céu, nós temos que buscar ser um em fé e em prática.

Nosso Senhor orou para que os discípulos estivessem unidos nos laços mais íntimos, em unidade e amor; como um corpo, na Cabeça suprema. Isso somente existirá na proporção de sua iluminação e santificação. Quanto mais você receber do Espírito vivo, mais próximos eles virão harmonizar-lhe o entendimento do que é verdade. Quanto mais intimamente eles estiverem unidos no juízo mais confiança eles terão um ao outro. Eles serão abençoados com paz e harmonia, acreditando e falando as mesmas coisas, ‘com o coração e uma boca glorificando a Deus’. O Seu amor, sua unidade cristã, é uma evidência para o mundo de que Deus enviou Jesus para salvar os pecadores, e com poder de convicção testificar de que a Palavra de Deus é uma regra segura de vida.

As diferenças que agora existem entre cristãos não existiam pelos dias de Cristo ou de Seus apóstolos. Quando o evangelho foi pregado depois da ressurreição e ascensão de Cristo, a união prevaleceu; os crentes eram todos um coração e uma mente. Por um certo período houve uma diferença de entendimento com relação à circuncisão, tal como se a admissão na Igreja devesse ser concedida aos gentios incircuncisos; mas este problema foi rapidamente resolvido, e através da divina iluminação e santificação do Espírito os crentes foram unidos na mesma mente e no mesmo juízo. Isto foi e sempre será o fruto do que ocorre sob a influência do Espírito Santo.

Os irmãos não deveriam acreditar que é uma virtude estar à parte porque eles não vêem os menores pontos exatamente na mesma luz. Se nas verdades fundamentais eles estão de acordo, eles não deveriam discutir e disputar sobre assuntos de pouca real importância. Enfatizar as questões perplexas que, afinal de contas, não são de vital importância, tem uma tendência direta de afastar a mente das verdades que são vitais para salvação da alma. Os irmãos deveriam ser muito modestos na discussão destes aspectos de questões os quais às vezes eles mesmos não entendem, pontos que eles não sabem ser verdade e que não são essenciais conhecer para a salvação. Quando há diferenças de opiniões sobre tais pontos, quanto menor importância você der, melhor será para sua espiritualidade e para a paz e unidade que Cristo almejou entre os irmãos.

Os incrédulos são críticos, e eles desejam uma estrutura que justifique porque não recebem a verdade como está em Jesus. Onde existir essas diferenças entre nós, aqueles que se encontram de fora irão dizer, ‘poderá haver tempo suficiente para acreditar, como vocês fazem quando vocês puderem concordar entre vocês o que constitui verdade?’ O ímpio tira vantagem das divisões e controvérsias entre os cristãos.

Existe entre nós mais daqueles que são cristãos meramente nominais do que muitos supõem. Estes não estão ligados com Cristo, não são um com Ele e, por isso não sentem que cabe a eles responder a oração de Cristo de que Seu povo deve ser um. Mas alguns que são realmente crentes aceitam o espírito de contenda. Alguns estão buscando, sempre, ser originais, para trazer alguma coisa nova e surpreendente, e eles não compreendem, como gostariam, a importância de preservar a unidade da fé nos laços do amor.

Os cristãos são completos em um corpo - em Cristo; e por meio de Cristo eles são um com o Pai. Qual é o resultado? Eles têm a evidência que eles não tem seguido uma fábula, mas a segura palavra da profecia. Mas por sua palavras e ações, todos os homens terão conhecimento de que eles que eles tem estado com Jesus e aprendido a respeito dEle. Eles são santos e felizes, o objeto do divino amor de Cristo

“João 17:23 e 26[...].” Com intenso esforço nós deveríamos procurar pela unidade. A Igreja será aperfeiçoada através de sofrimentos em busca do exemplo de Cristo. Sendo (seguidor) conforme (de Sua) à imagem dEle, seremos um com Ele.

Nós devemos orar por esclarecimento divino, mas ao mesmo tempo nós deveríamos ser cuidadosos de como receber qualquer coisa que é chamada de nova luz. Nós devemos nos precaver de que sob a cobertura, da procura de nova verdade, Satanás não desvie nossas mentes de Cristo e das verdades especiais para este tempo. Tem sido mostrado-me que é o meio do inimigo para conduzir as mentes a permanecerem em alguns pontos obscuros ou não importantes, naquilo que não está completamente revelado ou não é essencial a nossa salvação. Isto é feito o tema principal, a ‘verdade presente’, quando todas as suas investigações e suposições só servem para tornar o assunto mais obscuro do que antes, e confundir as mentes de alguns que deveriam estar procurando a unidade por meio da santificação da verdade.

Suas idéias sobre os dois assuntos que você mencionou não harmonizam com a luz que Deus me tem dado. A natureza do Espírito Santo é um mistério não claramente revelado e você nunca será capaz de explicá-la para outros porque o Senhor não o revelou isto a você. Você poderá reunir Textos e pode pôr sua construção neles, mas a aplicação não está correta. As exposições pelas quais você sustenta sua posição não são sensatas. Você pode levar alguns a aceitar suas explicações, mas você não faz bem a eles, nem eles a si mesmos, aceitando suas visões, e nem a outras pessoas.

Não é essencial para você conhecer e (ser hábil em discernir exatamente) poder definir o que é o Espírito Santo. Cristo nos diz que o Espírito Santo é o Consolador, e que o Consolador é o Espírito Santo, “o Espírito da verdade, que o Pai enviará em Meu nome”. “Eu rogarei ao Pai, e Ele lhe vos dará outro Consolador a fim de que esteja para sempre convosco; o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vos.” [John 14:16, 17]. Isto, refere-Se à onipresença do Espírito de Cristo chamado o Consolador. Jesus diz novamente: “Eu tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade.” [John 16:12, 13].

Existem muitos mistérios, que eu não procuro entender ou explicar; eles são muito elevados para mim, ou para você. Sobre alguns desses pontos, silêncio é ouro. Piedade, devoção, santificação da alma, corpo, e espírito - isto é essencial para todos nós. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” [John 17:3]. “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna.” [John 6:40].

Eu espero que você procure estar em harmonia com o corpo. Para mim foi mostrado que você não exercerá uma influência salvadora em ensinar a verdade, porque a sua mente está irrequieta, e a menos que você beba mais profundamente da Fonte de Vida, você cometerá o erro que muitos que outros tem cometido de pensar que você tem uma nova luz, quando apenas é uma nova fase de erro. 

Você precisa estar em harmonia com seus irmãos. Você tem tido certas visões das Escrituras e, pesquisando a Bíblia na luz de suas idéias poderá colher ao mesmo tempo um grande número de textos e dizer que eles significam isto e aquilo, e pedir a alguém para provar que suas visões estão incorretas. Mas que influência pode ter alguém sobre sua mente, quando ele pega os mesmos textos e os interpreta e aplica diferentemente? Ambos dirão (reivindicarão) ter achado suas visões na Bíblia.

 É seu dever se aproximar do povo o máximo que você puder, e não se afastar dele e através de suas interpretações criar uma diferença que não deveria existirAqui está seu perigo, de desviar as mentes dos reais assuntos deste tempo. E você não é o único que parece ser movido, com ambição nesta direção. Não seria certo ou prudente enviá-lo como obreiro para divulgar suas idéias peculiares e desse modo causar divisão; nós temos muitos desses agora. Nós desejamos homens de sólida experiência, que sejam capazes de firmar (ancorar) as mentes e não desviá-las (deixá-las) sem rumo (a deriva sem mapa) ou bússola.

Atualmente (agora, neste momento), meu irmão, é isso a verdade que nós queremos e precisamos ter, mas não introduza erro como nova verdade. Eu gostaria de escrever mais sobre este ponto, mas devo concluir por agora. Deus deseja que sejamos unidos. - Carta 7, 1891.  

Ellen G. White, Washington, D. C. 6 de dezembro, 1984 Carta Inteira


CRENÇA EM UMA MENTIRA NÃO SANTIFICA A ALMA

A fé em uma mentira não terá influência santificadora sobre a vida ou o caráter. Nenhum erro é verdade, nem pode tornar-se verdade pela repetição, ou por fé nele. A sinceridade nunca salvará a alma das conseqüências de crer num erro. Sem sinceridade não há genuína religião, mas a sinceridade numa religião falsa jamais salvará o homem”. (Idem. Mensagens Escolhidas. Vol. 2. 1ª ed. Santo André – SP, CPB, 1986. p. 56.).

A verdade e a glória de Deus são inseparáveis; é-nos impossível, com a Bíblia ao nosso alcance, honrar a Deus com opiniões errôneas. Muitos alegam que não importa o que alguém creia, se tão-somente sua vida for correta. Mas a vida é moldada pela fé. Se a luz e a verdade estão ao nosso alcance, e negligenciamos aproveitar o privilégio de ouvir e vê-las, virtualmente as rejeitamos; estamos a escolher as trevas em vez da luz”.

Deus nos deu Sua Palavra para que pudéssemos familiarizar-nos com os seus ensinos e saber, por nós mesmos, o que Ele de nós requer. ... Não basta termos boas intenções; não basta fazermos o que se julga ser direito, ou o que o ministro diz ser correto. A salvação de nossa alma está em jogo, e devemos examinar as Escrituras por nós mesmos. Por mais fortes que possam ser nossas convicções, por maior confiança que tenhamos de que o ministro sabe o que é a verdade, não seja este o nosso fundamento. Temos um mapa dando todas as indicações do caminho, na jornada em direção ao Céu, e não devemos estar a conjeturar a respeito de coisa alguma.

O primeiro e mais elevado dever de todo ser racional é aprender das Escrituras o que é a verdade, e então andar na luz, animando outros a lhe seguirem o exemplo. Devemos dia após dia estudar a Bíblia, diligentemente, ponderando todo pensamento e comparando passagem com passagem. Com o auxílio divino devemos formar nossas opiniões por nós mesmos, visto termos de responder por nós mesmos perante Deus.

As verdades mais claramente reveladas na Escritura Sagrada têm sido envoltas em dúvida e trevas pelos homens doutos que, com pretensão de grande sabedoria, ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não transparece na linguagem empregada. Estes homens são falsos ensinadores. Foi a essa classe que Jesus declarou: ‘Errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus’. Mar. 12:24. A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa: ‘Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus’. João 7:17. Se os homens tão-somente tomassem a Bíblia como é, e não houvesse falsos ensinadores para transviar e confundir-lhes o espírito, realizar-se-ia uma obra que alegraria os anjos, e que traria para o redil de Cristo milhares de milhares que ora se acham a vaguear no erro.

Cumpre-nos exercer todas as faculdades do espírito no estudo das Escrituras, e aplicar o intelecto em compreender as profundas coisas de Deus, tanto quanto possam fazer os mortais; não devemos, contudo, nos esquecer de que a docilidade e submissão da criança é o verdadeiro espírito do aprendiz. As dificuldades encontradas nas Escrituras jamais podem ser dominadas pelos mesmos métodos que se empregam em se tratando de problemas filosóficos. Não nos devemos empenhar no estudo da Bíblia com aquela confiança em nós mesmos com que tantos penetram nos domínios da ciência, mas sim com devota dependência de Deus, e sincero desejo de saber a Sua vontade. Cheguemo-nos com espírito humilde e dócil para obter conhecimento do grande Eu Sou. De outro modo, anjos maus cegar-nos-ão o espírito, endurecendo-nos o coração para que não sejamos impressionados pela verdade.

Muitas porções das Escrituras que homens doutos declaram ser mistério, ou que não consideram como tendo importância, estão repletas de conforto e instrução para aquele que aprender na escola de Cristo. Um dos motivos por que muitos teólogos não têm compreensão mais clara da Palavra de Deus é o cerrarem os olhos às verdades que não desejam praticar. O compreender a verdade bíblica não depende tanto do vigor do intelecto posto à pesquisa como da singeleza de propósito, do fervoroso anelo pela justiça.

Nunca se deve estudar a Bíblia sem oração. Somente o Espírito Santo nos pode fazer compreender a importância das coisas fáceis de se perceberem, ou impedir-nos de torcer verdades difíceis de serem entendidas. É o mister dos anjos celestiais preparar o coração para de tal maneira compreender a Palavra de Deus que fiquemos encantados com sua beleza, admoestados por suas advertências, ou animados e fortalecidos por suas promessas. ...”. (Idem. O Grande Conflito. 36ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1988. pp. 597-600.).

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