O Que os Adventistas do Sétimo Dia Crêem Sobre a Trindade

Este artigo sobre a crença adventista na trindade é o nº 2 de uma série publicada a partir de janeiro de 1982 na Revista Adventista.
A série cobriu todas as 27 "crenças fundamentais" da IASD.

Em janeiro de 1983, toda a série de artigos foi reunida num só número especial, cuja capa você verá logo abaixo.

O objetivo da série foi dar a conhecer à igreja, de maneira mais detalhada, a nova Declaração de Crenças Fundamentais, aprovada em 1980, na sessão qüinqüenal da Associação Geral em Dallas, Texas.

Leia agora o artigo sobre a trindade...

Enquanto outras religiões incluíam uma "trindade" em seu panteão, somente o cristianismo se distingue pela crença geral num Deus triúno - um só Deus verdadeiro e vivente (Deut. 6:4) existindo numa unidade de três Pessoas distintas e coeternas: Pai, Filho e Espírito Santo. As Pessoas divinas nessa Divindade trina e una são imortais, onipotentes e oniscientes.

A Divindade é infinita e além da compreensão humana, mas conhecida na proporção em que Eles decidiram revelar-Se. Os membros da Divindade têm-Se revelado pelas obras de Suas mãos na Natureza, por meio de operações providenciais e na Palavra escrita - a Bíblia - e na Palavra que vive - Jesus Cristo.

As Escrituras ensinam que o único Deus existe como três pessoas distintas, a Trindade:

1. Deus, o Pai - "Para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas." 1 Cor. 8:6. "Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos." Efés. 4:6.

2. Deus, o Filho - "Porquanto nEle [Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da Divindade." Col. 2:9. "Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus." Tito 2:13.

3. Deus, o Espírito Santo -"Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo. Não mentiste aos homens, mas a Deus." Atos 5: 3 e 4. "Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, se não o seu próprio espírito que nele está? assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus." 1 Cor. 2:10 e 11.

As três Pessoas da Divindade são retratadas na Bíblia como tendo correlação entre Si da maneira que se espera entre pessoas. Elas usam pronomes pessoais ao falar uma da outra (ver S. Mat. 17:5; S. João 16:13 e 28; 17:1). Amam e glorificam uma à outra (ver S. João 3:35;15:10;16:14). O Pai envia o Filho (S. Mat. 10:40), o Filho ora ao Pai (S. João 17:18) e o Pai e o Filho enviam o Espírito Santo como Seu Agente (S. João 14:26; 16:7). As Pessoas da Divindade são tão distintas que podem falar uma com a outra, amar uma à outra e agir em relação uma com a outra. Cada uma delas tem também uma obra especial a desempenhar, mesmo quando cooperam juntas em tais atividades como a criação e a redenção.

A declaração bíblica de que "Deus é amor" (1 S. João 4:8) aplica-se com igual acerto a cada Pessoa da Divindade. Com efeito, isso de Deus ser amor desde a eternidade pressupõe mais de uma Pessoa na Divindade. Se Deus fosse apenas uma Pessoa na eternidade, Seu amor ter-se-ia restringido ao amor de Si mesmo.

Embora nenhuma passagem bíblica isolada exponha formalmente a doutrina da Trindade, ela é considerada como um fato pelos escritores da Bíblia e é mencionada diversas vezes. E insinuada em Gênesis 1, onde Deus e o Espírito de Deus são retratados como estando a agir na Criação. O Novo Testamento torna claro que Cristo também participou na Criação, sendo de fato o verdadeiro Criador (S. João 1:3; Col. 1:16 e 17; Heb. 1:2). S. Mat. 28:19 ordena o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Aqui a doutrina da Trindade parece ser apresentada de tal modo que lhe seja dada forte ênfase como ponto de fé.

No batismo de Cristo a realidade da Divindade triúna foi evidenciada no aparecimento de todas as três Pessoas ao mesmo tempo. S. Mateus 3:16 e 17 apresenta a Deus, o Filho - Jesus - sendo batizado. O Espírito de Deus manifestou-Se na forma de uma pomba descendo sobre Ele. Ao mesmo tempo, ouviu-se a voz de Deus, o Pai, proclamando: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo."

S. Lucas 1:35 inclui todas as três Pessoas da Divindade na comunicação do anjo a Maria de que o Céu a escolhera para ser a mãe do Messias. O Espírito Santo desceria sobre ela. O poder do Altíssimo a envolveria com a sua sombra. E o Filho de Deus nasceria dela.

Jesus reconheceu a distinção entre as Pessoas da Divindade ao declarar: "Quando ... vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dEle procede, Esse dará testemunho de Mim." S. João 15:26.

A chamada "bênção apostólica" de Paulo também reforça este ensino. Numa oração dirigida a Cristo em busca de graça, ao Pai em busca de amor, e ao Espírito Santo em busca de comunhão, o apóstolo inclui as três Pessoas da Divindade: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós." II Cor. 13:13.

Provas Tradicionais de Deus

Só podemos aceitar a existência da Trindade pela fé. Não obstante, a razão provê evidências que apóiam nossa crença em Deus. Através dos séculos os teólogos desenvolveram o que passou a ser conhecido como as provas tradicionais de Deus. Ei-las:

1. A prova moral. A procura de cada pessoa pelo "supremo bem" denota a existência de um Ser moral. A consciência e a moralidade distinguem os seres humanos dos animais. Deve haver uma Fonte independente e coerente da moralidade humana - Deus.

2. A prova mental. As qualidades humanas do intelecto, da imaginação e da inteligência só podem ser explicadas pressupondo um Ser todo-inteligente.

3. A prova cosmológica. Visto que todo efeito tem de ter uma causa, uma corrente sem fim precisa remontar à grande "Causa Primária" ou ao "Originador de Tudo". Do nada não pode provir coisa alguma.

4. A prova teológica. As complexidades de estrutura e desígnio encontradas na Natureza, que se estendem da borboleta ao cérebro humano, tornam necessária a existência de um Planejador inteligente. Deve ser difícil, para quem já construiu um computador, acreditar que o fabuloso computador conhecido como cérebro humano pudesse desenvolver-se por acaso.

5. A prova ontológica. O Arcebispo de Cantuária, no décimo primeiro século, Anselmo, definiu a Deus como "um Ser maior do que tudo "aquilo que se possa imaginar". Ele raciocinava que, tendo a existência de constituir uma parte de um Ser tão perfeito e necessário, esse Ser realmente deve existir. Se é possível que exista semelhante Ser concebível, então Ele deve mesmo existir.

6. A prova experiencial. Experiências religiosas muito difundidas indicam que deve haver alguma coisa ou Alguém detrás delas. O fato de que tantas pessoas em toda a parte têm experimentado a Deus torna verossímil que há um Deus que fez e sustenta o mundo.

Essas "evidências de Deus" têm tido seus defensores e oponentes desde que foram formuladas. No século passado houve mais dos últimos do que dos primeiros. Recentemente, porém, muitos dos filósofos e teólogos que lidam com tais questões têm dado nova consideração a essas antigas evidências, encarando-as com mais seriedade e, nalguns casos, adaptando-as e atualizando-as para se ajustarem ao pensamento atual.

No entanto, além dessas evidências racionais, Deus nos convida a conhecê-Lo por experiência pessoal. O Deus triúno promete: "Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração." Jer. 29:13.

Para estudo adicional, ver Deut. 29:29; Efés. 4:4-6; 1 S. Ped. 1:2; 1 Tim. 1:17.

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