Você Viu a Identidade da IASD Jogada no Chão por Aí?
Li
na Revista Adventista de agosto o editorial “A identidade da igreja” escrito por
Marcos de Benedicto, editor da Casa Publicadora Brasileira e editor associado da
Revista e não descobri em momento algum no editorial qual era
identidade da igreja a que o autor se referia.
No
dicionário identidade significa: conjunto de características próprias e
exclusivas de uma pessoa: nome, idade, estado, profissão, sexo, etc. No caso de
uma igreja significa sua identidade teológica, as crenças que a identificam e
direcionam, os princípios básicos da fé.
A
principio a identidade da igreja adventista estaria em seu próprio nome: Igreja
Adventista do Sétimo Dia, uma igreja que se identifica com o advento de Jesus e
a guarda do sábado, ou, que aguarda a volta do Filho, obedecendo aos mandamentos
do Pai. O remanescente da profecia, que guarda os mandamentos de Deus (o Pai) e
a fé de Jesus (o Filho).
No
entanto, parece-me que a IASD está sofrendo uma grave crise de identidade. Pior,
assim
como uma pessoa pode perder a identidade, uma igreja também pode perder sua
identidade.
No
trimestre passado, a Escola Sabatina teve com tema principal a doutrina da
trindade. E isso revela uma perda de identidade. Antes as lições focalizavam a
Bíblia e o tema principal da IASD era a volta de Jesus. No entanto, ao menos no
trimestre passado a volta de Jesus deixou de ser o tema principal. O tema
principal passou a ser o advento da terceira pessoa da trindade.
Uma
igreja que se identificava com a volta de Jesus passou a identificar-se com a
presença da terceira pessoa da trindade. Portanto, a IASD mudou de identidade
e passou a ter mais identidade com a igreja católica, cuja identidade principal
é doutrina da trindade.
Essa
mudança de identidade levou a igreja a mudar sua fotografia. O logotipo de uma
empresa ou de uma igreja é como a fotografia da identidade de uma pessoa. Todo
mundo conhece o logotipo da Coca-Cola. Imagina você acordar um dia e descobrir
que a Coca-Cola adotou o logotipo do Guaraná Antarctica. É o que aconteceu com a
IASD.
Tradicionalmente o logotipo era composto de três anjos anunciando as três
mensagens angélicas de Apocalipse 14, a hora do juízo, a queda da Babilônia e a
falsa adoração. Esse
logotipo identificava que esses três eventos antecediam a volta de Cristo e
portanto faziam parte da identidade da IASD. De um
dia para outro, os três anjos sumiram e apareceu um novo logotipo onde há a
imagem de uma cruz, uma bíblia e uma chama simbolizando a presença do Espírito
Santo.
A
igreja que anunciava a mensagem dos três anjos que antecediam a volta de Jesus
passou a ser a igreja que anuncia a vinda do Espírito Santo como terceira
pessoa da trindade.
Mudança de Identidade
O
artigo embora chamado de “A identidade da igreja” passa longe de seu título
demonstrando que, na verdade, a igreja perdeu sua identidade e encontra-se em
crise, sem identidade.
O
artigo começa afirmando que ter uma identidade religiosa definida no contexto
globalizante do século 21 é cada mais difícil. É por isso que a IASD perdeu sua
identidade, manter sua primitiva identidade e ao mesmo tempo aproximar-se do
ecumenismo é o mesmo que tomar coca-cola pensando que é guaraná. Ou seja entre
propagar veementemente as três mensagens angélicas e pregar a principal mensagem
do catolicismo, a doutrina da trindade , a IASD optou por perder sua identidade
apocalíptica e trocá-la por uma identidade católica e ecumênica.
A
seqüência do artigo confirma que a IASD perdeu mesmo sua identidade revelando
que duas iniciativas ajudarão a igreja a definir melhor sua identidade: a
realização de uma conferencia bíblica internacional e a criação de uma comissão,
como se uma conferência e uma comissão fossem capazes de revelar sua identidade.
Na verdade, o que a IASD está procurando é uma forma de explicar a identidade de
uma igreja que perdeu sua identidade, uma igreja que com medo de ser conhecida
como uma seita resolveu trocar sua identidade pela fama e fortuna do mundo.
O
autor do editorial confirma que a IASD perdeu sua identidade ao definir que “o adventismo é uma síntese teológica especial para o tempo do fim, em que o todo é
maior do que a soma das partes. O adventismo é singular em alguns aspectos, mas
não em outros. Ele é o único na sua formulação teológica total, semi-único em
suas doutrinas isoladas e em sua missão, e não-único em assunto de salvação”.
Para
os pioneiros, o adventismo do sétimo dia resumidamente era aguardar a volta de
Cristo, guardando o sábado e cumprindo os demais mandamentos e não uma síntese
teológica singular, semi-única e não única, ou seja um apanhado de palavras que
nada identificam.
O
editorial assim afirma: “Se o adventismo perder a consciência de que tem um
chamado especial, considerando-se apenas mais uma igreja no cenário religioso ,
logo perderá o seu propósito e sua razão como organização mundial”.
Essa
frase resume bem a identidade atual do adventismo, uma igreja que abandonou o
seu chamado especial, o ministério das três mensagens celestiais e hoje é apenas
mais uma igreja trinitariana no cenário religioso que perdeu o seu propósito
inicial como igreja e preocupa-se mais com seu papel como organização mundial com receio de ser chamada de pequena seita.
O
historiador George R. Knight , professor da Universidade Andrews em seu
livro “Em busca da identidade” foi autêntico ao revelar que “a maioria dos
fundadores do adventismo não poderia unir-se a igreja hoje se tivesse que
concordar com as “27 crenças fundamentais” da denominação (página 16). Que a
esmagadora maioria dos primeiros líderes adventistas não conseguiria concordar
com pelos menos três seções da declaração denominacional de 1980. Essas três
seções tratam da Trindade, da plena divindade de Jesus e da personalidade do
Espírito Santo (pág. 112), que Thiago White referiu-se a trindade em 1846 como
esse “antigo credo trinitariano antibíblico (pág. 113), que Urias Smith
também rejeitava a Trindade (pág. 114) e que Ellen White nunca desenvolveu
argumentos principais sobre os temas da Trindade (pág. 117).
Qual
a verdadeira identidade da IASD hoje? Sua identidade hoje está relacionada com
a fórmula batismal na qual o novo membro tem que ser batizado em nome da
trindade, de Ellen White e da Organização e com a atitude de excluir membros que
não acreditam na doutrina da trindade. É como dizia John Loughborough citado na
pagina 21 do livro “Em busca da identidade”: “O primeiro passo para a apostasia
é elaborar um credo dizendo o que devemos crer. O segundo passo é fazer desse
credo uma prova de comunhão. O terceiro é julgar os crentes por esse
credo. O quarto é denunciar como hereges os que não acreditam nesse credo. O
quinto é último é começar a perseguir essas pessoas”.
Ou
seja, traduzindo as sábias palavras de Loughborough pronunciadas em 1861 para
hoje podemos afirmar que a IASD perdeu sua identidade porque o primeiro passo
foi incluir nas doutrinas da igreja a doutrina da trindade, o segundo passo foi
incluir esse credo na formula batismal atual, o terceiro foi acusar os
não-trinitárianos de “perturbadores de Israel” , o quarto foi denunciar os que
não comungam como os católicos com a doutrina da trindade como hereges e o
quinto foi excluir os adventistas que adoram apenas o Deus Único e seu Filho
amado Jesus Cristo e perseguir os sites que questionam a perda da identidade da
igreja.
O
artigo não tem o que falar da identidade da Iasd porque essa identidade foi
perdida. Deus
hoje chama um pequeno povo remanescente para resgatar a identidade perdida
pela IASD.