Equipe do Site Concerto Eterno Discorda de Artigo Sobre 22/10/1844
Apesar de louvável a atenção que os irmãos Paulo Alexandre de Oliveira e Jairo de Carvalho Filho, de Curitiba, Paraná, deram à Astronomia como eficiente recurso para a determinação da data do Dia da Expiação no término das 2.300 tardes e manhãs, não podemos deixar de apontar alguns sérios equívocos em seu artigo “22 de outubro de 1844 – Yom Kippur – Início do Juízo Investigativo – Podem os luminares do céu atestar a veracidade desta data?”. Afirmam os autores:
Na base de Levítico 23:10-12, a Festa das Primícias vinculava o ciclo dos meses lunares do calendário judaico ao ano solar (trópico), pois o primeiro mês (Abib-Nisan) não podia começar sem que se tivesse uma previsão confiável de que, no dia da apresentação das primícias, a cevada já estaria madura. Portanto, ao contrário do que afirmam os autores do referido artigo, o suposto amadurecimento precoce ou tardio da cevada não colocaria o primeiro mês fora do seu tempo exato, pois era justamente o amadurecimento da cevada que realmente determinava a época do ano solar em que o primeiro mês devia ocorrer. Embora se possa vincular o mês de Nisan ao equinócio da primavera (outono para nós), deve-se ter em mente que esta é uma associação decorrente, indireta, na base de que o amadurecimento da cevada ocorria próximo ao equinócio. Não se sabe se os judeus da época de Jesus ou antes disso tinham suas atenções voltadas para o equinócio. O que se sabe com certeza é que eles se preocupavam com o amadurecimento da cevada. Em outras palavras, observar se a cevada já estava madura não era um MÉTODO convencionado pelos judeus para tentar situar o mês de Nisan o mais próximo possível do tempo indicado por Deus; na verdade, o amadurecimento da cevada era a própria REGRA que fixava esse tempo. Uma observação dos astros era e continua sendo útil apenas na medida em que ajuda a prever o tempo em que cevada ficaria madura. Afirmam ainda os autores:
O trecho transcrito traz outra pressuposição perigosa, do ponto de vista do rigor científico. Segundo os autores, o primeiro mês sempre começava após o equinócio, o que necessariamente não era o caso. O que se exigia era que, no Dia das Primícias, houvesse cevada madura para ser oferecida. Poderia ser o caso, dependendo do ano, que o primeiro mês começasse poucos dias antes do equinócio, mas o Festival das Primícias viesse a ocorrer no dia do equinócio ou depois disso. Por exemplo, se o primeiro crescente lunar ocorresse no dia 18 de março (portanto, antes do equinócio atual, que é 21 de março), a celebração das Primícias poderia cair no dia 3 de abril (considerando as Primícias num eventual 16 de Nisan, na suposição de um 15 de Nisan coincidindo com um Sábado semanal). Assim, o mês começaria antes do equinócio, mas as Primícias viriam somente após o equinócio, satisfazendo possivelmente a exigência quanto à cevada madura. Portanto, a solução proposta pelos autores no sentido de colocar o primeiro mês sempre e invariavelmente após o equinócio, sem avaliar outros fatores mais a fundo, deve ser descartada como simplista. Além disso, importa esclarecer que gradativamente o ciclo lunar vem acumulando um distanciamento em relação ao ciclo solar, pois a cada 19 anos o ciclo lunar vai avançando cerca de 2 horas sobre o ciclo solar. Trata-se de um processo natural, decorrente do fato de que a duração do movimento de translação da Terra e a duração do movimento de translação da Lua (revolução) não são perfeitamente harmonizáveis, já que não possuem valores múltiplos um do outro. Com o passar dos séculos, esse acúmulo vem aumentando consideravelmente, de tal forma que, se nenhuma acomodação (reforma) for realizada no calendário, o primeiro mês judaico vai ocorrer cada vez mais dentro de maio (e conseqüentemente mais próximo do verão do hemisfério norte); da mesma sorte, o sétimo mês vai se distanciar mais ainda do mês de setembro e adentrar cada vez mais o mês de novembro. Se o Templo ainda existisse e seus serviços ainda estivessem em vigor, esse distanciamento provocaria um novo problema, eis que o mês de Nisan chegaria muito depois da época da cevada madura, impedindo durante um grande lapso de tempo a colheita, pois que esta só podia ocorrer depois que os primeiros frutos fossem apresentados pelo sacerdote (FLÁVIO JOSEFO, História dos Hebreus, Antigüidades Judaicas, livro 3, artigo 133, p. 102. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus. 1º edição 1.992). Adiantando-se a esse problema, os judeus rabínicos já fizeram sua reforma do calendário, corrigindo-o no quarto século da Era Cristã. O que se discute não é a necessidade da reforma, pois esta se apresenta como uma necessidade, mas se ela foi efetuada corretamente ou não, precocemente ou não. Tudo indica que ela foi efetuada precocemente, distorcendo os parâmetros mais antigos do sistema do calendário judaico, pois situou artificialmente o Dia das Primícias no próprio dia do equinócio ou bem próximo a ele, fazendo o início do mês cair muito cedo no ano. Isso parece se dever ao fato de que, naquele momento histórico, a diferença entre o ciclo solar e o ciclo lunar não havia atingido ainda um nível crítico no calendário judeu. Esperamos com isso ter provido uma crítica séria e responsável ao artigo em análise, visando a uma melhor compreensão do tema. Sugerimos aos autores que continuem pesquisando o assunto, pois é de grande valia para a nossa fé. Aconselhamos a leitura do livro de Juarez Rodrigues Oliveira, publicado recentemente pela UNASP: Chronological Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27. O indicado autor já é considerado a maior autoridade sobre a cronologia de Daniel 8 e 9 no mundo. Também sugerimos uma visita aos sites www.setentasemanas.com e www.concertoeterno.com. Equipe do Site Www.concertoeterno.com. Resposta de um dos autores do material analisado Primeiramente, ressalto o bom trabalho apresentado pelo site "o Concerto Eterno", na defesa da verdade adventista de 1844, mediante a comprovação do cumprimento da profecia das 2300 tardes e manhãs. Todavia, gostaria de tratar de alguns pontos relativos aos comentários que ele fez no artigo que encaminhou para o site, sobre o material encaminhado pelo irmão Paulo. Cito o seguinte parágrafo: "Em outras palavras, observar se a cevada já estava madura não era um MÉTODO convencionado pelos judeus para tentar situar o mês de Nisan o mais próximo possível do tempo indicado por Deus; na verdade, o amadurecimento da cevada era a própria REGRA que fixava esse tempo. Uma observação dos astros era e continua sendo útil apenas na medida em que ajuda a prever o tempo em que cevada ficaria madura." O irmão declara que o amadurecimento da cevada era a REGRA que fixava o tempo. A pergunta a se responder é: quem deu tal regra? Com base em que esta regra foi estabelecida? Foi na Palavra de Deus? Se não foi, não pode ser considerada como regra; no máximo poderia se dizer que é uma acreditada regra HUMANA, portanto falível. A única regra infalível em quaisquer questões de fé e prática, é a Palavra de Deus. E nesta Palavra, encontramos uma informação de forma clara, dirigida aos simples que desejam tomar a Deus em Sua Palavra:
Foi Deus quem disse que os luzeiros do céu eram para estações, dias e anos. Pelo que o irmão colocou, nos parece que é o homem quem diz que a regra é se contar pelo ciclo da cevada. Fico com a Palavra de Deus. "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens." I Cor. 1:25 Cito também os seguintes parágrafos do material da equipe do site "O Concerto Eterno", para comentário:
O irmão pede para que seja descartada a solução proposta segundo a regra estabelecida por Deus para a contagem do tempo (Gên. 1:14), para que confiemos nas pesquisas de uma pessoa instruída segundo o mundo (uma das maiores autoridades no mundo, segundo afirma seu material). Está escrito que "Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus." I Cor. 1:27-29. Tal verdade ficou comprovada através do material "Eu e o Pai Somos Um", do Ricardo Nicotra, que não é professor de teologia e nem nunca cursou teologia; é um estudante da palavra de Deus que em seu material conduz o leitor a tomar a Deus em Sua Palavra; a aceitar o que está escrito como está escrito, em detrimento dos elaborados raciocínios dos doutos. E desta forma seu livro tem muita aceitação e envergonha os doutos teólogos adventistas. Inspirado por Deus, o autor cita as Palavras de Jesus:
Sim, como Jesus mesmo disse, o Pai se agrada de revelar as mais profundas verdades de forma simples para que todos os pequeninos possam entender. Me coloco entre eles aqui. Leio a Palavra de Deus e vejo que Ele disse que os luminares do Céu seriam para "estações, dias e anos" (Gên. 1:14). E creio na Sua Palavra. Simples, como as coisas de Deus são simples.
Não vão entrar no céu os doutos e instruídos; não é o conhecimento intelectual que salvará a ninguém, e sim a crença simples pela fé na Palavra de Deus que transforma o coração e faz o ser humano pouco entendido aos seus próprios olhos e muito confiante na onisciência divina. É louvável vosso trabalho para preservação da verdade, desde que seja feito motivado pelo puro amor a Deus e ao próximo pois unicamente desta forma ele é frutífero a Deus - I Cor. 13), mas o ser humano não deve descrer que Deus poderá levar outros a entender a mesma verdade a que chegamos através de raciocínios elaborados, de forma simples. Que Deus vos abençoe, Jairo Carvalho Réplica da Equipe do Site ConcertoEterno.Com Prezado irmão Jairo de Carvalho, Nosso objetivo ao tecer alguns comentários sobre seu artigo no Adventistas.com não o foi o de desmerecê-lo. Muito pelo contrário, pois a atenção dada pelo irmão ao estudo da Astronomia é deveras elogiável. Entendemos que a REGRA da cevada madura está implícita nas Escrituras, pelos seguintes motivos: 1º) Deus ordenou que, na semana dos Ázimos, “no dia imediato ao sábado” (portanto, no domingo), um molho dos primeiros frutos da colheita deveria ser agitado perante o altar dos holocaustos por um sacerdote (Levítico 23:10-12); 2º) O primeiro cereal a amadurecer na Palestina é a cevada – por isso, os judeus a tomaram como uma referência para a abertura da estação da colheita. Se outro cereal (por exemplo, o trigo) tivesse sido escolhido para constituir o feixe que era apresentado na Festa da Primícias, a cevada não poderia ser colhida e teria de esperar no campo até que esse outro cereal amadurecesse. Isso transtornaria profundamente o sistema agrícola dos judeus. Ver Levítico 23:14, que vedava que se comesse “pão” ou “grãos torrados ou verdes, até ao dia em que” a oferta fosse trazida perante Deus. 3º) Êxodo 9:31 e 32 confirma que a cevada era o PRIMEIRO cereal a amadurecer, pois ao descrever a sétima praga (a chuva de pedras), o texto informa que “o linho e a cevada foram feridos, pois a CEVADA já estava na ESPIGA, e o linho em flor. Porém o trigo e o centeio NÃO sofreram dano, porque ainda não haviam nascido”. Perceba-se a ordem: [1º] a cevada estava na espiga; [2º] o linho estava em flor; [3º] o trigo e o centeio ainda não haviam nascido. As passagens de Êxodo 9:31 e 32 e de Levítico 23:10-12 e 14 encontram-se nas Escrituras, fazem parte da Bíblia e, conjugadas, revelam que os judeus estavam corretos ao prestar atenção na cevada. Portanto, estamos diante de uma REGRA divina e não humana. Implícita, é verdade, mas ainda assim era uma regra. O Dia das Primícias era um festival agrícola – nada mais lógico, portanto, que sua data estivesse diretamente vinculada ao ciclo agrícola. Se, no entanto, aceitássemos a alegação do irmão Jairo e de seu colaborador, o irmão Paulo Alexandre de Oliveira, de que a observação da cevada madura não era uma regra confiável, muito menos bíblica, então cairíamos num vazio, eis que a Bíblia NÃO FALA DE EQUINÓCIO. Por certo que Gênesis 1:14 nos informa que Deus fez o Sol e Lua para marcarem o tempo, mas essa é uma declaração genérica. Gênesis 1:14 não fixa a época do primeiro mês. Por que teria de ser após o equinócio?! Não há definitivamente passagem bíblica que declare isso. E caso o irmão Jairo aponte Êxodo 9:31 e 32, ele estará prestando atenção ao fator agrícola, que é exatamente o que estamos advogando. Isso não quer dizer que menosprezamos o equinócio como marco de tempo indicado por Deus. Muito pelo contrário, quando observamos alguns detalhes do sistema cronológico definido pela Bíblia, percebemos que o equinócio ocupa papel relevante no plano divino. Por exemplo: se o primeiro dia do primeiro mês coincidir com o equinócio da primavera (isso dependerá de que o primeiro crescente seja visível ao pôr-do-sol do dia que antecede o equinócio), então o equinócio do outono ocorrerá precisamente no Dia da Expiação, que é o primeiro dia dos anos sabático e do jubileu (Levítico 25:9). Contudo, no caso específico da localização do primeiro mês judaico dentro do ano trópico, o fator DIRETO que a Bíblia apresenta é o amadurecimento da cevada e não o equinócio, pois a Bíblia simplesmente não menciona o equinócio. Quanto ao que o prezado irmão escreveu concernente a não valorizar a sabedoria do mundo mas sim a sabedoria de Deus ou quanto ao livro do Ricardo Nicotra, não temos nada a declarar. Cremos que apresentamos sólido embasamento escriturístico para nossas observações. Preferimos nos ater aos fatos e não fugir para outros temas, que não são pertinentes ao assunto. Com respeito ao autor do livro Chronological Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27, cremos que se o conhecessem pessoalmente, bem como sua história de vida, não se sentiriam a vontade para chamá-lo de “sábio segundo o mundo”. Ele não é um teólogo profissional; é formado em Línguas e atua como tradutor juramentado. Labutou por mais de 20 anos para reunir as mais refinadas informações no campo da cronologia profética. Em sua pesquisa, descobriu sérios equívocos de alguns autores denominacionais na análise das profecias de Daniel 8:14 e 9:24-27. Por fim, após muitos anos de esforço, de luta e de suor, sua pesquisa está ganhando forte reconhecimento por parte da Igreja, pois a verdade é sempre triunfante – não pode ser vencida, muito menos destruída. Por isso, recomendamos a leitura de seu livro e a visita ao site www.setentasemanas.com, em que ele disponibiliza alguns de seus arquivos mais importantes. Esperamos ter contribuído um pouco mais para uma melhor compreensão do assunto. Reiteramos o convite para que os leitores visitem o site www.concertoeterno.com e pedimos que Deus ilumine a todos na busca da verdade! Equipe do site Www.concertoeterno.com. Leia também: |
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