O Dr. John Graz (à direita), da
Igreja Adventista do Sétimo Dia é visto aqui com o Bispo
George Walker da Igreja AME Zion e o Dr. Stanley
Noffsinger da Igreja dos Irmãos. [Bread for the World/Rick
Reinhard] |
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Discussões por líderes religiosos sobre como
conversão entre as fés deve ser promovida deve levar em conta os direitos de
todos os indivíduos de escolher e seguir as crenças que sua consciência ditarem,
declararam líderes do setor de liberdade religiosa da Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
O Vaticano e o Concílio Mundial de
Igrejas esta semana lançaram um projeto conjunto de estudo visando ao
desenvolvimento de um código de conduta comum quanto ao controvertido tema da
conversão religiosa, segundo uma declaração do CMI.
O projeto, intitulado "Reflexão
Inter-religiosa sobre conversão: de controvérsia a um código comum de conduta",
começou com uma reunião em Velletri, Roma, de 12 a 16 de maio, informa o CMI.
Cerca de 30 participantes representando diferentes tradições e regiões
religiosas, reuniram-se para avaliar "a realidade presente da conversão
religiosa a partir de um ponto de vista inter-religioso".
"A questão de conversão religiosa permanece uma dimensão controvertida em muitas
relações interconfessional e inter-religiosas", declarou o Rev. Dr. Hans Ucko,
chefe do escritório de relações inter-religiosas do CMI, numa declaração emitida
pelo grupo. "Esperamos que ao final
deste projeto de estudo, sejamos capazes de propor um código de conduta que
afirme que o comprometimento com nossa fé nunca deve traduzir-se em denegrir
outra", ele aduziu.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia não é membro do CMI,
mas enviou observadores às reuniões da
organização. O Dr. John Graz, diretor de relações públicas e liberdade
religiosa da Igreja diz que os adventistas
acompanharão os trabalhos do painel do
CMI-Vaticano "com interesse".
Declara Graz: "Também esperamos que o conceito de liberdade religiosa não seja
neutralizado por um consenso entre maiorias religiosas. A questão-chave será o
chamado 'proselitismo'. Não será difícil imaginar que uma rejeição comum do
proselitismo venha a ser um dos primeiros resultados dessa comissão".
A promoção de escolha religiosa por indivíduos é uma parte inerente do
entendimento internacional. O artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aprovado pelas Nações Unidas em 1948, declara que "cada um tem o
direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui
liberdade para mudar sua religião ou crença, e a liberdade, seja sozinho ou em
comunidade com outros, e em público ou privado, manifestar sua religião ou
crença na prática de ensino, adoração e observância".
Essas provisões--a liberdade de mudar de crença, bem como de "manifestá-la" em
"prática de ensino"--poderiam sofrer conseqüências se restrições em proselitismo
resultarem das conversações entre o Vaticano e o CMI, declara o Dr. Jonathan
Gallagher, que representa a Igreja adventista a nível mundial junto às Nações
Unidas.
"Negar o direito de mudar a religião de uma pessoa é uma violação de um direito
humano fundamental", disse Gallagher à AAN. "Vários países têm aprovado leis
negando esse direito", limitando-o severamente. Mais recentemente a Algeria
aprovou legislação que criminaliza qualquer pessoa que tentar converter um
crente muçulmano, com a penalidade de até cinco anos de prisão. Leis semelhantes
têm sido aprovadas em alguns estados da Índia, no Irã e na Mauritânia, e estão
sob consideração em Sri Lanka.
Acrescenta Gallagher: "Nas Nações Unidas temos apresentado mumerosas declarações
condenando a imposição de pena de morte por conversão, e temos repetidamente
instado a ONU em suas resoluções sobre intolerância religiosa a rejeitar
especificamente tais violação extremas de direitos humanos. O direito de
escolher mudar a religião ou crenças de uma pessoa deve ser salvaguardado, e
leis ou políticas anticonversão devem ser combatidas. Elas representam uma
intromissão indevida numa área sagrada de liberdade de consciência".
A Associação Internacional de Liberdade Religiosa é uma organização
interdenominacional primeiro estabelecida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia
que tem trabalhado para promover a liberdade religiosa desde 1893 e tem estado
ativa mediante seus afiliados em mais de 70 países.
Fonte:
http://news.adventist.org/data/2006/04/1147872302/index.html.pt