Depois dos Elogios da Associação
Geral à Igreja Católica, Somente no último parágrafo do artigo "A Globalização da Fé", que você lê abaixo, Marcos Schultz tenta corrigir distorções do movimento ecumênico romanista, cujos objetivos e futuros desdobramentos deveria estar cansado de saber. Ou nossos líderes já não creaditam no que dizem os capítulos finais de O Grande Conflito? A Globalização da Fé Este artigo do Pr. Marcos O. Schultz, Presidente da Associação Mineira Central, foi publicado na seção "Opinião" do jornal Estado de Minas em 27/04/00. Dois grandes fatores acentuaram no homem a convicção de que pertence a um mundo de dimensões diminuídas em que a interdependência e a compreensão mútua se fazem imperiosas: a era espacial, demarcada a partir de 1957 e a globalização, definida como a consagração máxima do capitalismo. O novo tempo daí surgido, com suas conquistas sociais, tecnológicas e culturais, desafia até mesmo as religiões a saírem do seu isolamento e a fortalecerem as suas posições. Da necessidade de promover uma reação que se contraponha às tendências declinantes da religiosidade do mundo cristão, surgiu o interesse pela unidade dos cristãos. O movimento reunificador, conhecido por ecumenismo, visa a formação de uma superestrutura eclesiástica pela união de poderosas e influentes corporações religiosas numa tentativa de estabelecer a estratégia mais segura e eficaz, para superar os dilemas que a igreja e a sociedade como um todo hoje defrontam. A idéia de reunir as forças dispersas da cristandade, há séculos divididas por convicções opostas e abismos teológicos, busca compensar a perda da influência e atração que a religião cristã sempre exerceu. Para muitos, esse é o fenômeno religioso mais importante do século 20. A idéia nasceu com o próprio fundador do cristianismo, que numa oração à véspera de ser crucificado, pediu que os seguidores de todas as épocas fossem um e se tornassem aperfeiçoados na unidade (S. João 17:20-23). Mas essa unidade sonhada por Jesus, cedo na história foi quebrada por dissenções teológicas, culturais e políticas. Em 1054, a inclusão de uma cláusula no credo sobre a origem do Espírito Santo rachou o cristianismo em dois blocos: a igreja oriental que não aceitou a interpolação com sede em Constantinopla, hoje Istambul, e a igreja ocidental conhecida como Igreja Católica, com sede em Roma. No século XVI outra grande divisão dentro da Igreja Católica fragmentou ainda mais o cristianismo. Ao afixar suas 95 teses sobre justificação pela fé na porta da igreja de Wittenber, Alemanha, o monge Agostiniano Martinho Lutero rompia com a liderança da igreja cuja corrupção denunciava, e dava origem às inúmeras igrejas cristãs protestantes hoje existentes. De lá para cá, o anseio por unidade ressurgiu. Do final do século XIX às primeiras décadas do século XX, teólogos famosos como Oscar Cullmann, luterano, empunharam a bandeira ecumênica. Mas foi com a fundação do Conselho Mundial de Igrejas, em 1948, por inspiração das igrejas protestantes, que o movimento ecumênico ganhou força. O Conselho Mundial de Igrejas, sediado em Genebra, Suíça, congrega atualmente 339 igrejas - membros representando 500 milhões de cristãos protestantes, anglicanos e ortodoxos de mais de cem países. No início, visto com reservas pelos católicos, o ecumenismo a partir do Concílio Vaticano II, na década de 60, ganhou nova importância. Um dos documentos diz: Este sagrado concílio exorta todos os fiéis católicos a reconhecer os sinais dos tempos e a participar ativamente no trabalho do ecumenismo . O Papa João Paulo II, grande incentivador e promotor da unidade cristã faz do ecumenismo uma das prioridades pastorais de seu pontificado. A encíclica Que Todos Sejam Um , é um forte chamado à unidade. Pelo seu esforço, chefes de igrejas há séculos separadas por divergências profundas, confraternizam-se num abraço ecumênico, reflexo dos novos tempos vividos no mundo religioso. Católicos e luteranos já assinaram acordo doutrinário, ortodoxos e católicos estão em fase de entendimento. No Brasil, a Campanha da Fraternidade, pela primeira vez, tem feições ecumênicas. Mas, obstáculos na área teológica precisam ser transpostos para que essa união seja uma realidade entre católicos e protestantes. Verdade é que as grandes ramificações cristãs estão se aproximando entre si desde um ponto de vista institucional e que a Igreja Católica é o centro de convergência do processo. Entretanto, essa unidade entre os cristãos só será legítima se: 1) Nascer do amor a Deus, ao próximo e à verdade; 2) For construída em torno de Cristo, e não em torno de figuras ou programas humanos; 3) Constituir uma volta às raízes apostólicas, pautando seu ensino e prática pela Bíblia; 4) Buscar legitimamente construir o reino de Deus; 5) Não formar um monopólio discriminador das minorias que pensarem diferente. Leia também: Opinião do Leitor: A questão da unidade no contexto do Concílio do Vaticano II à qual o Papa têm reforçado, não pode ser mal compreendida por qualquer Adventista. Este comentário publicado por esse presidente mineiro é, no mínimo, ingênuo. Jaime D. Bezerra |
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