Graves Problemas de Comunicação em Sorocaba

Não conheço pessoalmente o pastor da Igreja Central de Sorocaba, contra quem publicamos recentemente uma reclamação aqui. Na ocasião, relutei um pouco, pensando sobre a conveniência de publicar aquela carta. Imaginei, porém, que se a informação estivesse incompleta ou distorcida alguém tomaria a iniciativa de nos escrever e complementar, ou esclarecer o equívoco.

Algum tempo depois, deixamos de publicar um outro e-mail vindo de Sorocaba, que indagava: "O que uma igreja pode fazer para ajudar um pastor arrogante, orgulhoso, pedante e sarcástico?"

O irmão que nos escreveu disse-nos que era impressionantemente arbitrária e despótica a conduta do pastor e que ele antes de ir para o distrito de Sorocaba teria enfrentado problemas financeiros e "outros", quando atuava no Rio Grande do Sul. 

Foi citado também o caso de um irmão da igreja que teria se aventurado a questioná-lo sobre os problemas em que ele esteve envolvido no Sul e levou doze meses de disciplina. Esse irmão teria pedido desculpas ao pastor numa reunião de igreja em que a igreja estava lotada de membros, mesmo assim não teria havido misericórdia. 

"Foi lamentável e constrangedor ver aquela figura imponente e ditatorial conduzindo o caso de modo que a igreja aprovasse aquilo que ele mais queria: disciplinar o irmão! Alegou que sua 'moral pastoral' havia sido atingida."

"Onde foi parar o espírito de perdão que os ministros devem ensinar, por preceito e exemplo, a igreja praticar? Quando um pastor não é capaz de perdoar o erro de um irmão, que condição tem ele depois de falar de perdão e reconciliação no púlpito?" -- perguntou-nos o leitor.

Outro caso mencionado foi o de uma senhora cuja exclusão teria sido decidida em reunião administrativa, sem que os participantes entendessem exatamente porque estavam votando sua remoção do livro da igreja. Ao que consta, ela teria sido excluída simplesmente porque estava grávida! "Se essa irmã errou ou não, isso não ficou muito bem claro."

Incoerência!

Para uma das pessoas que nos escreveu, esse caso da irmã excluída por estar grávida ilustraria muito bem as incoerências que estariam ocorrendo na Central de Sorocaba. 

"No ano passado, tivemos um dos maiores batismos da história desta igreja. Resultado do projeto chamado CÉU. Acontece que nesse batismo muitas pessoas foram batizadas com a vida ainda irregular. Alguns ainda fumando, outros usando jóias e pessoas que ainda não estavam, ou não estão, casadas no papel. E entre esses casais 'amigados' que foram batizados, há alguns que pertencem ao distrito da Central o próprio pastor batizou!"

"Onde está a coerência? Para fazer número e média para a Associação pode-se batizar qualquer um e de qualquer jeito. Agora, depois de batizado e dentro da igreja, errou tá fora ! Batizar 'amigados' pode, mas uma mulher engravidar sem estar casada é inadimissível. Por quê? Dois pesos e duas medidas."

Sermão diabocêntrico

Comentaram-nos também piadas de mau gosto que o pastor faria em cada sermão e supostos erros doutrinários que teria cometido no "sermão diabocêntrico" que pregou, plagiando autor da Meditação deste ano, George Knight: 'Se Eu Fosse o Diabo...'"

Neste ponto, cabe-nos observar que, depois de ouvir atentamente uma cópia do sermão que nos foi enviada em fita cassete, não encontramos na mensagem equívocos que já houvessem sido cometidos pelo próprio Pastor Knight quando proferiu o sermão na reunião da Associação Geral em Toronto. Podemos, sim, questionar a comodidade de o pastor pregar um sermão "enlatado", que ele encontrou prontinho aqui mesmo na internet. 

Outro problema grave do sermão é a ausência de fundamentação bíblica. Embora tenha sido chamado pelo pastor de "sermão temático", aquela mensagem é mais um discurso pessoal que um sermão bíblico. E o pior é que fere a sensibilidade de alguns irmãos por conter repetidas vezes a frase "Se eu fosse o diabo..."

De positivo, mencionaríamos a defesa do Pastor César Augusto da Costa, autor do livro Como Afinal Será o Fim, que teria sido proibido de pregar e comercializar seu livro em todas as Igrejas da União Central Brasileira por ordem do pastor Tércio Sarli. O pastor Élcio chega a dizer que o Pastor César teria sido inspirado, como o foi a Sra. White, para escrever aquele livro, que, no mínimo, ainda que necessite de correções e revisões, tem o mérito de suscitar entre o povo de Deus um debate enriquecedor acerca dos acontecimentos finais. 

Na minha avaliação, o adjetivo "ultrapassado" usado pelo pastor para referir-se ao Espírito de Profecia, manifestado através da Obra da Sra. White, não expressou corretamente o que ele pretendia dizer. Talvez, teria sido melhor afirmar que as mensagens da irmã White não esgotaram as revelações divinas para o tempo, que não foram suficientes, conclusivas ou mesmo completas e que Deus ainda hoje tem muito a nos dizer se estivermos dispostos a ouvir.

Viagem proibida

Ontem à tarde (13/03/01), um novo e-mail nos informava que o pastor teria abandonado seu distrito em Sorocaba para "passear" no Rio Grande do Sul. Com isso, segundo a denúncia, o distrital teria infrigido "as PRAXES da Organização". Saiu de seu distrito sem autorização da Mesa Administrativa!

"Uns afirmam que foi para resolver assuntos particulares. Outros que, talvez, fosse uma viagem turística, uma vez que o referido pastor teria trabalhado por muitos anos naquele Estado. E ainda há outros que afirmam que ele teria ido visitar seu antigo Campo para processar alguém por razões que 'a própria razão pastoral desconhece'."

"É bom esclarecer para todos os membros da IASD", diz o denunciante, "que nenhum pastor deve sair de seu território ou Campo de trabalho sem autorização da Mesa administrativa, por várias razões. É o que dizem as PRAXES:

"E 62 05 S Autorização para sair do território de atividade – Cada organização denominacional fixará as diretrizes que seus obreiros deverão seguir quando necessitarem ausentar-se de seu território. Nem o obreiro nem sua família devem sair da área geográfica de influência de seu lugar de atividade, quer seja por razões de saúde, férias ou outras, sem fazer os arranjos correspondentes com sua administração e informar onde e como poderá ser localizado em caso de emergência. Se um obreiro tiver que ausentar-se devido a uma grave emergência, deverá entrar em contato com a administração tão logo seja possível.

"Essa recomendação é para todos os obreiros, incluindo departamentais e administradores", acrescenta o autor do e-mail. 

À luz de todos esses fatos, irmãos, fica evidente que estão ocorrendo graves problemas de comunicação no distrito da Igreja Central de Sorocaba. E os irmãos, com razão, esperam que aquele a quem sustentam com seus dízimos aja com maior transparência e humildade, informando-lhes pacientemente sobre suas atividades e, sobretudo, sujeitando-se à autoridade da Igreja local a quem unicamente compete tomar decisões. O pastor é apenas um auxiliar, que está ali para conduzir os trabalhos e dirigir as reuniões administrativas sem interferir nos resultados. -- Robson Ramos

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