Pastor Pede Ajuda para Pagar Escola de Menina Especial

Robson:

São exatamente 04:24, plena madrugada, quando comecei a lhe escrever depois de me remexer bastante na cama e, infelizmente, não conseguir conciliar o sono talvez, imagino, devido a uma série de problemas dos irmãos com os quais convivo diariamente nas visitas em seus lares e nas entrevistas e aconselhamentos em minha casa e nas respectivas igrejas. É um detalhe interessante este que, certamente, teria que me fazer dormir como uma "pedra" ao invés de, ironicamente, estar ouvindo um galo cantando, ao fundo (deve estar "sonâmbulo" que nem eu), num morro vizinho à minha casa, enquanto tento escrever este texto chato (o primeiro, deste tipo, que escrevo e o mais incômodo de todos que já escrevi em minha vida).

Após uma semana super-cansativa, estafante mesmo, na qual concluí (no espaço de duas semanas apenas) a visitação a todas as famílias e membros da Igreja Central de Jardim América, sede distrital, e, ao mesmo tempo, tive a "maratona" de desgastes (físicos, mentais e emocionais) da preparação e execução do nosso Concílio Distrital (que, como sempre, foi uma bênção). Preguei na maior igreja do distrito, dando início a mais um programa evangelístico, e atendi, junto com um dos anciãos, a uma irmã que estava numa terrível crise emocional (graças a Deus, conseguimos levar-lhe o alívio e paz tão almejados).

Foram quase duas horas de atraso, no retorno à minha casa e isto, sem dúvida, me deixou ainda mais "arrebentado". Perdoem-me (você e os demais leitores) se estou sendo prolixo nesta abertura... Por que estou fazendo questão de frisar isto? Simplesmente, para mostrar que, devido ao cansaço normal e diário do meu trabalho pastoral (que é meu maior "estimulante", no sentido de ajudar as pessoas), eu não deveria estar perdendo o sono (pelo menos hoje) e, muito menos, importunando vocês com este texto maçante.

A questão que me fez perder o sono (ao acordar e começar a remexer-me na cama) foi uma das dezenas de visitas que fiz esta semana. Ao contrário das outras, foi feita atendendo à solicitação desesperada de uma mãe. Ela já me havia pedido a visita com bastante insistência e, em meio às diversas outras visitas, havia me telefonado umas duas vezes para confirmar se eu iria atendê-la.

Pensei que se tratava de mais uma questão de ordem espiritual, problemas familiares, etc, mas não era. A questão é a seguinte: A sua filha, uma juvenil de uns 15 anos de idade, possui um certo grau de retardamento mental e cursa a quarta série no Centro Educacional de Campo Grande (Av. Expedito Garcia, 217, Campo Grande, Cariacica-ES). A menina se ajustou bem ao programa da escola (lá ela se sente bem e, na medida das suas possibilidades, está se desenvolvendo: principalmente nos aspectos social e espiritual) e, além disso, foi batizada em janeiro juntamente com a sua mãe.

O problema (motivo de desespero desta mãe e que, com desconforto, lhes apresento), é que, logo em seguida ao batismo de ambas -- por favor, não estou fazendo nenhuma associação entre fatos, mas, apenas, na questão de tempo --, agora em fevereiro, a mãe foi comunicada do corte da bolsa de cerca de R$ 50,00 que recebia do Depto. Social da Rádio Novo Tempo de Vitória para fazer frente ao pagamento das mensalidades escolares.

Sei que a importância parece (é) pequena; mas, para esta família, como para a maioria dos membros das 09 igrejas deste meu novo distrito (assumi em fevereiro) é alta. Com muito carinho, expliquei a situação para esta mãe: Estou chegando ao distrito, a escola está "desvinculada" da AES (trata-se de um sistema de franquias: é gerida por um grupo de professores e membros do outro distrito). Tenho uma despesa pessoal muito alta (estou terminando faculdade de Jornalismo em julho: é um gasto, integral, de cerca de uns R$ 500,00 mensais, sem nenhuma ajuda externa). E, além disso, mantemos, com a ajuda do meu pacto e da minha esposa, mantemos o pagamento integral de um obreiro bíblico para fazer avançar mais o evangelismo (R$ 410,00: pode não ser, também, muito dentro da qualidade do trabalho desenvolvido; mas, certamente, é muito dentro das nossas possibilidades).

O desespero daquela mãe (ao sentir o risco palpável de a filha, com as suas grandes limitações mentais e financeiras, ter de interromper os estudos) me cortou o coração. Ela me passou às mãos o carnê (com os boletos bancários*) e, confesso que com relutância mental, não consegui devolver-lhe às mãos.

* O esquema de pagamentos é o seguinte:
Até 05/3/2002 Cobrar R$ 75,04. Já venceu.
Até 10/3/2002 Cobrar R$ 87,02. Já venceu.
Até 15/3/2002 Cobrar R$ 99,00.  
Após 15/3/2002  Cobrar R$ 100,98 + 0,03% ao dia.  
Após 19/4/2002 Não receber esta boleta. Espero não chegar a tanto, sem solução.

Olha, abrindo um parêntesis, me lembrei naquela hora dos belos sermões e apelos emocionantes que já fiz em prol da educação cristã e, espero não ser crucificado por isto. Senti-me completamente impotente e derrotado (num deles, conto a experiência do famoso educador Horace Mann que, ao inaugurar uma grande escola, afirma em seu discurso:

-- Todos os milhares de dólares gastos aqui valerão a pena se, com isto, conseguirmos salvar apenas uma criança!

Um figurão, ali presente, o interpela dizendo que ele havia cometido um exagero verbal... Ao que o grande educador refuta:

-- Não se esta única criança for o meu filho ou o seu filho!

Quanto vale a educação de uma criança? Quanto vale a alegria que esta juvenil sente em estudar num colégio adventista, numa escola cristã? Quanto vale a salvação desta criança? Certamente que vale muito mais do que estes míseros R$ 50,00 que se negam a continuar pagando e que eu (frustrado, impotente e infeliz com esta situação lamentável e ridícula) infelizmente não tenho a mínima condição de arcar. (Esqueci-me até dos gastos mínimos com a formatura que se aproxima: mínimos, pois, não posso e não irei participar da festa com os colegas pois não tenho condições: estou investindo outros R$ 300,00 na compra de um equipamento para o evangelismo no meu distrito).

Perdoem-me, encerro aqui: já é dia, são 06:02, o dever me chama; mas, como puderam ver, durma-se com um "barulho" destes!!! Olha, o problema é real e o risco imediato (parafraseando o título de um filme) e as almas caridosas que queiram ajudar nesta questão receberão todos os recibos (da igreja ou da escola) nos valores correspondentes às doações. Caso queiram entrar em contato comigo para maiores detalhes e/ou informações: 0xx-27-3222.7645 ou 0xx-27-99957536 E-mail: lira@escelsa.com.br

Perdoem-me o incômodo (como disse antes, nunca fiz isto e, sinceramente, espero nunca mais ter de fazê-lo), obrigado pela simples atenção e/ou compreensão para esta minha atitude (talvez tresloucada, para alguns) e que Deus nos abençôe a todos!

Sinceramente, Pr. Elizeu C. Lira.

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