Papa estaria sendo
pressionado a renunciar, diz escritor Alguns cardeais da cúria romana teriam aconselhado o papa de examinar o cânone 332 do código de direito canônico, aquele que se refere à renuncia do pontífice. Em outras palavras, teriam sugerido que abdicasse. Quem diz isso é o vaticanista e respeitado escritor católico Vittorio Messori. Afirmação que está provocando discussões na Igreja Católica. Muito bem relacionado no Vaticano, Messsori foi autor de uma longa entrevista com o papa João Paulo II, que depois foi editada em forma de livro: No limiar da esperança. Publicado em varias línguas, teve enorme sucesso. Num artigo publicado pelo jornal "Corriere della Sera" de segunda-feira, cujo título é O calvário do papa, os medos da Igreja, o escritor dá como certa, sem citar as fontes - que no Vaticano preferem permanecer secretas -, a iniciativa desse grupo de cardeais. "Mesmo com toda a confiança no Espírito Santo, pode a Igreja viver em tamanha incerteza?",. teria questionado um deles. As dificuldades de locomoção, devido à artrose do joelho direito, e a desistência de João Paulo II de celebrar a missa do Domingo de Palmas, pela primeira vez em seu pontificado, estão concentrando as discussões em torno do estado de saúde do papa. Boatos de uma possível renúncia de Karol Wojtyla correm ha vários anos, desde que seu estado de saúde piorou. Primeiro era a corrente progressista da Igreja a sugerir essa possibilidade - como recorda o próprio Messori em seu artigo -, crítica em relação ao pontificado que limitava a aplicação do Concílio Vaticano II. Agora seriam os conservadores a fazer as maiores pressões. "Para eles são intoleráveis esses contínuos pedidos de perdão a todos e por tudo, as enormes aglomerações em Assis definidas como sincretismo, as visitas a sinagogas e mesquitas, a insistência sobre os direitos humanos". Alem de progressistas e conservadores, no elenco de religiosos
que consideram a renúncia como uma possibilidade há também aqueles que pensam no
aspecto prático, pois temem que esse final de pontificado possa dificultar o
governo da Igreja num período particularmente delicado. A renuncia do papa havia
sido sugerida - mesmo que indiretamente -, em janeiro de 2000 pelo então
monsenhor e agora cardeal Karl Lehmann, presidente da conferencia episcopal
alemã. Fonte: http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=11474&id=2532002223544&sec=3 |
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