Sonhei com o Presidente da Conferência Geral... Foi numa noite, penso que quase ao amanhecer, tomado talvez por uma insônia que me deixou por horas a fio lendo sem prestar bem atenção no conteúdo da leitura, e num dado momento me deparei com uma página da Revista Adventista que me fez perder definitivamente o sono. O resto da noite passei em claro, ou cochilando, ou delirando, não sei bem explicar. No artigo que acabava de ler, parecia que estava vendo a cena de Moisés no deserto dizendo ao povo que já bastava de ofertas, que havia ouro suficiente para o tabernáculo do Deus verdadeiro. O autor era o Presidente da Conferência Geral, que dava as razões pelas quais não mais deveríamos enviar fundos para a Organização, e enumerava-as mais ou menos assim:
Nas palavras do Presidente, era facilmente identificada a doçura e a dedicação de um santo homem. Este ungido do Senhor exortava o povo do advento a pregar com mais dedicação e empenho sobre a breve volta de Jesus e em seu discurso dizia que estava preocupado em salvar o maior número possível de almas. Também mostrou-se preocupado com os já convertidos ao advento e a estes dirigiu um apelo final solicitando mais consagração e dedicação. Salientou a necessidade de nos entregarmos totalmente para a causa, descartou a fidelidade parcial ou percentual e com autoridade vinda do alto declarou que deveríamos entregar todos os nossos recursos; financeiros inclusive. Falou que Cristo, representando o sacerdócio de Melquisedeque exigia entrega total e incondicional e como exemplo falou dos discípulos que deixaram tudo e seguiram o Mestre, falou da viúva que deu tudo, falou também do moço rico que se entristeceu por ter que dar tudo. Concluiu seu artigo falando da alegria de dar tudo para o Mestre. Fiquei totalmente atordoado com a idéia de não enviar mais recursos para a Organização e ao mesmo tempo pasmo com a cobrança de entregar tudo, não um dízimo, mas a totalidade de meus bens, e meditando na parábola dos talentos e na história de Ananias e Safira, vi-me envolto em uma confusão mental, mas nitidamente sentia-me chamado para uma consagração total de minha vida. Agradeci aos céus por uma mensagem tão simples e ao mesmo tempo tão tocante e cheia do Espírito. Enquanto pensava em como organizaria minha vida religiosa e como administraria meus bens ao serviço da causa, ouvi uma doce voz, vindo de alguém que parecia estar preocupada comigo: -- O senhor está se sentindo bem? Abri os olhos e vejo em pé ao meu lado uma pessoa muito bonita, toda vestida de branco, com um rosto angelical inesquecível, mesmo agora ao escrever estas palavras sinto como se eu a estivesse vendo. Esta pessoa sorri para mim e diz: -- O senhor bateu a cabeça na pia, esteve desacordado por algumas horas e por isto está aqui neste hospital. -- OP. |
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