Montes Claros, 24/10/2000 - 11:05

Na tarde do último domingo, a Diocese de Montes Claros, através da Comissão do Diálogo Ecumênico – do projeto de evangelização Rumo ao Novo Milênio, da Igreja Católica – realizou a II Tarde de Louvor Ecumênico (Jubileu Ecumênico). O evento aconteceu no Ginásio Darcy Ribeiro, em Montes Claros, com a participação de dezenas de pessoas. Além da Igreja Católica, enviaram representantes as igrejas evangélicas Batista e Adventista do Sétimo Dia. 

 

Estiveram presentes os padres Reginaldo Wagner, vigário paroquial da Catedral de Nossa Senhora Aparecida, Silvestre José de Melo, pároco do Alto São João, e José do Carmo Zambon, da Quase Paróquia dos Santos Reis, de religiosas, do Seminário Maior Imaculado Coração de Maria e do pastor evangélico Noedson Dorneles. 

 

Padre Reginaldo Wagner abriu o encontro ressaltando o sentido profundo de Ecumenismo, que quer dizer “mundo habitado”. Baseado nisso, frisou a necessidade de todos viverem como irmãos, independente da crença religiosa que professem. O Pastor adventista Noedson Dorneles, que está na cidade há apenas dois anos, advertiu para o fato de as religiões muitas vezes criarem empecilhos a uma maior harmonia entre as pessoas. Referiu-se ao conflito judaico-palestino que ora acontece no Oriente Médio como um alerta sobre a que ponto a intolerância religiosa pode levar homens e mulheres. 

 

“Na Palestina presenciamos pela televisão todos os dias aonde o preconceito pode nos levar. Enquanto não aprendermos que somos pessoas pequenas perante Deus; enquanto não aprendermos essa dependência para com Deus, a divisão entre nós persistirá”, explicou. Disse que “religião alguma salva ninguém”. “Quem salva é Jesus Cristo”, completou. 

 

Em entrevista, o Pastor Noedson disse que a iniciativa da Diocese de Montes Claros “merece ser copiada e aplaudida”. Acha que o Ecumenismo é possível sim, mas apenas mediante “muito diálogo e conversão”. “É preciso esquecer essa coisa de preconceito, de superioridade”, advertiu. Para Padre Silvestre de Melo, a iniciativa ecumênica deve de agora em diante “gerar frutos” através da sua prática efetiva. “E o caminho para isso é a conversão para Jesus. Nele é que encontramos a salvação”, explicou. Conclamou a todos a fazerem “acontecer o Evangelho”, cumprindo dessa forma a determinação de Jesus “para todos sejam um”. 

 

O Jubileu Ecumênico foi marcado ainda por apresentações culturais protagonizadas por várias paróquias e pelas igrejas Adventista do Sétimo Dia e Batista. A programação foi encerrada com Celebração Ecumênica, da qual participaram o Padre Reginaldo Wagner e representantes das igrejas Adventista do Sétimo Dia e Batista.

Fonte: Dom Hélder Câmara