Caso AES: Que Tal Esquecermos Tudo e Conversarmos Sobre 1 Milhão de Reais?

 

Caro amigo Robson Rodrigues Dias, auxiliar de pessoal da AES:

Gostaria de fazer alguns comentários sobre seu artigo que critica os críticos dos seus empregadores.

Primeiro, parabenizo-lhe por escrever e assinar seu nome. Eu acho você corajoso, embora, como você mesmo disse, “pessoas com falta de coragem, por que criticar no papel não é a mesma coisa de falar na frente”. Portanto, segundo sua própria opinião, você não foi corajoso, pois não procurou as pessoas que escreveram para este site criticando seus chefes para lhes falar pessoalmente. Mas esta é a sua opinião. E não concordo com ela, acho que você foi corajoso sim, pois quando escrevemos e assinamos, somos obrigados a assumir, não dá para ficar dizendo que não falamos o que falamos.

Para citar um exemplo, na conversa que tive frente a frente com o pastor Maurício, quando ele veio me criticar duramente no dia do ex-aluno no EDESSA, ele disse algumas coisas, e poucos minutos depois, disse que não disse o que havia dito. Se você quiser, posso lhe mostrar toda a conversa. Além disso, disse outras ment... quer dizer, disse coisas que não são verdades, coisas que são o absoluto contrário da verdade. Se a nossa conversa tivesse sido escrita, ele não poderia se dar ao luxo de se contradizer em poucos minutos, era só mostrar-lhe o que acabara de escrever.

 

Púlpito não é o lugar

Sua idéia de ir ao púlpito falar, não é muito boa. O púlpito não é um lugar próprio para isso. Eu nunca usei o púlpito para fazer críticas aos administradores, se me convidam para pregar, o assunto ali é a Palavra de Deus, problemas administrativos se resolvem em outro lugar. Há um site na internet que democraticamente dá chance às pessoas para fazerem suas críticas, é o “adventistas.com”.

Você, por exemplo, ao invés de procurar as pessoas que estão criticando seus empregadores e falar-lhes pessoalmente, preferiu vir direto ao “adventistas.com” para acusar de “aberração”, julgar a fé (Será que pessoas assim realmente crêem em Deus?), relacionar ao diabo (o Diabo está muito feliz por existir pessoas assim), menosprezar (pessoas que não têm influência nenhuma), julgar as intenções (mas se quisermos realmente aparecer)...

Você, ao invés de procurar estas pessoas que estão erradas, conforme sua opinião, para exortá-las, preferiu vir acusá-las e criticá-las no site do seu xará Robson. Fica meio difícil de entender sua intenção ao acusar pessoas de fazer uma coisa que você próprio está fazendo.

 

O que é crítica construtiva? 

Concordo plenamente com seus princípios: “Eu tenho meus princípios e aprendi que se for para criticar alguém, qualquer pessoa que seja, se a crítica não for construtiva, melhor não fazê-la e, sim, orar por ela”. Parabéns. Devemos então encarar sua crítica aos que estão sendo perseguidos pelos seus patrões como algo construtivo. Mas, logo em seguida, você faz uma crítica ofensiva e destrutiva – chama de covardes -(“E com todo respeito aos escritores, eu não vi ainda uma crítica que fosse construtiva aqui, e, sim, pessoas com falta de coragem,”...).

Assim, você dificulta um tanto o entendimento do que quer dizer, pois diz que não pode fazer uma coisa, ao mesmo tempo em que a está fazendo. Não pode criticar, diz você, criticando. E o que você chama de crítica construtiva? Pelo que sua carta dá a entender, não se pode criticar os líderes, pois “são seres humanos carentes de igual forma do amor e da misericórdia de Deus...” Mas, criticar os de baixo, aí pode. Criticar os que estão sendo massacrados pelos seus patrões, aí pode.

Por um acaso os de baixo também não são “seres humanos carentes de igual forma do amor e da misericórdia de Deus”? Mas o pastor Maurício pode criticar, pode desdenhar, pode ofender. O pastor Maurício pode mentir. Por quê? Que moral é esta, em que ética você se baseia para justificar e dar impunidade aos de cima enquanto concorda com o massacre dos de baixo?

 

Lembra-se do rei Davi?

Fico até constrangido em responder suas críticas, pois imagino o editor e outros colaboradores deste site, que por centenas de vezes precisaram dar respostas a críticas como a sua, lendo isto aqui e se divertindo, vendo a história se repetir mais uma vez. Mas para mudar um pouco a rotina, para ter ao menos um argumento original, vou recorrer a um argumento que usei em dezembro de 1997, meses após os líderes da AES terem cometido o assassinato espiritual do pastor Alcy. 

Caro Robson (Rodrigues Dias, não o Ramos). Você pergunta: “Lembra-se do rei Davi?”

Lembro. Lembro bem. Em Dezembro de 1997, meses após o pastor Alcy, ungido oficialmente ministro do evangelho, ser caluniado, massacrado e morto espiritualmente, sem direito a defesa e sem nem ao menos saber do que lhe acusavam, muitos membros da igreja foram até Vitória e pediram para falar com o pastor Correia. Ele lhes disse “não vou atender pois não convidamos ninguém”. E deu um empurrão no Dr. Ivanovick, e saiu rápido, tinha um encontro (conforme palavras gravadas do pastor Kapisch). Naquele sábado à noite, não houve nenhuma atividade da igreja em lugar nenhum, ficamos sem saber que “encontro” era aquele, mas você hoje deve imaginar o que era.

O pastor Kapisch nos garantiu que nos atenderia em Fevereiro, pois em Janeiro era férias e presidente não pode estragar as férias explicando nada para leigos. Pois passou Fevereiro de 1998, Fevereiro de 1999, Fevereiro de 2000, Fevereiro de 2001, Fevereiro de 2002, e até agora ninguém recebeu os leigos para conversar. Quem sabe agora, em 2003?

 

Apostila X Ungidos

Como eles não explicam, não dão satisfações e não cumprem sua palavra, escrevi uma apostila e distribuí aos anciãos e obreiros. Nesta apostila, comento as palavras do pastor Nelson Duarte, visitando meu pai, ao tocarmos no caso do pastor Alcy, ele, mesmo sem apoiar o pastor Correia no mérito da questão, disse que o presidente não podia ser criticado, pois era “o ungido”, e Davi não ousou tocar em nem um fio do cabelo de Saul, que era “ungido”.

Procurei então em minha Bíblia ler a história de Davi com cuidado. Este argumento é usado com freqüência: não se pode tocar nos ungidos. “NÃO TOQUEM NOS MEUS UNGIDOS!”  Foi até capa da Revista Adventista. Pois bem, o pastor Alcy era “ungido”, e foi caluniado, massacrado, pisoteado até o pó, sendo inocente das acusações que lhe eram feitas. Mas, quando alguém ia defendê-lo, aí não podia, aí os líderes são intocáveis. Mas o presidente da Associação, além de caluniar o pastor Alcy, caluniou os que o defendiam.

Veja, Robson Dias, eu dou datas, digo nomes, cito o fato e digo como prová-lo. No caso do pastor Kapisch, por exemplo, encontrei com ele logo após sua destituição do cargo, na porta da igreja do EDESSA. Nós nos abraçamos, e eu disse a ele: pastor Kapisch, o sr. precisa parar de falar mentiras. Ele ficou bravo, como era de se esperar. Eu continuei: o sr. disse tal e tal calúnia sobre um membro, para um membro do Rio de Janeiro. Ele disse: Não falei isso. Eu completei:  - Disse. Disse, por telefone, ele gravou, e a fita está aqui comigo. Quer ouvir?

Nesta hora, ele preferiu mudar de assunto e me acusar – por sinal é o que você está fazendo, sr. Robson, ao invés de rebater as críticas ou exortar os errados a se emendarem, prefere criticar quem denuncia – e o pastor Kapisch disse: “Pois é, Tales, mas você me criticou muito, você pegou muito no meu pé”. No que eu concordei com ele.

O pastor Kapisch não era uma pessoa má intencionada. É uma pessoa de bom coração, e fez o que fez pela terrível pressão do pastor Correia e de um grupo de pastores que odiavam o pastor Alcy e por sinal estão por aí vigilantes para que o caixão não saia da sala do presidente, o “guardião do cadáver”.

 

Responsabilidade pelo ESCÂNDALO

Eu ia falar do argumento de Davi e o ungido, mas precisei lembrar alguns problemas crônicos desta Associação. Já que o fiz, peço que observe de novo meu procedimento: Cito os fatos, dou nomes, mostro as provas. Não fico guardando “dossiês secretos” como blefam os inimigos do pastor Alcy. Não faço acusações vagas, nem chamo os que discordam de mim de “diabo”. Acuso apenas o que posso provar, e apenas o que é importante para a igreja.

Neste ponto você vai discordar de mim, mas lamento informar, você está profundamente errado. No Novo Testamento há um bonito ensinamento sobre ESCÂNDALO. O responsável pelo escândalo é quem o faz, não quem o denuncia! O escândalo, como o nome já faz entender, é algo que estarrece a opinião pública. A culpa não é de quem comenta o fato, mas de quem o faz!

Um presidente de União que passa anos e anos ministrando, ordenando pastores e recebendo honras, ao mesmo tempo está em franco adultério. Quando isso é descoberto, surge o escândalo. Todos os membros comentam. De quem é a culpa? Do presidente sem-vergonha ou dos membros? Tenha dó, sr. Robson!

Mas vamos ao caso de Davi, que você citou para dar alguma credibilidade aos seus argumentos.

 

Ungido também faz cocô, diz a Bíblia

O Rei Saul foi, segundo a Bíblia, fazer um cocozinho em uma caverna, em cujo fundo estavam Davi e seus homens. Ao invés de aproveitar a ocasião e matar a Saul, Davi corta a pontinha da sua capa. Quando os amigos de Davi lhe perguntam porque não matou o rei, ele diz: “O Senhor me guarde de fazer algum mal ou estender minha mão contra o ungido do Senhor”. A história está em 1 Samuel cap. 24. 

Em outra ocasião, Abisai teve a chance de matar Saul, mas Davi voltou a falar: “não o mate, porque Deus castigará quem levantar a mão para matar seu ungido” (1 Sam. 26:9) Vou repetir a última parte do verso, destacando uma palavra: “Deus castigará quem levantar a mão para matar seu ungido” .

Quando as pessoas querem defender uma doutrina sem base bíblica, mas precisam usar a Bíblia para dar consistência aos seus argumentos, costumam usar um verso que acaba servindo para provar o contrário do que querem. Tal foi o caso da esmola da viúva pobre, usado de forma doutoral para criticar o editor deste site, e cujo contexto ensinava o contrário.

No caso de Davi, observe, meu amigo que trabalha na Associação e defende seus patrões, Davi não matou Saul. Não matou. Não bateu nele, não arrancou seus cabelos, não lhe deu um chute. Dentro da caverna, poderia ter dado um puxão no traseiro real, e Saul cairia sentado sobre aquilo que acabara de fazer, seria ridículo. Mas Davi respeitou a vida, a saúde e a honra de Saul. Estamos de acordo?

Fora isso, Davi fazia oposição cerrada ao Rei. Davi desacatava as ordens, não obedecia a Saul, falava abertamente contra ele, e, preste atenção, sr. Robson Dias, Davi acolheu consigo todos os descontentes, os endividados, os que estavam por baixo e revoltados com o domínio corrupto de Saul. (1 Sam. 22:2). Em 1 Sam. 24:9, você verá Davi discordando de Saul em público, se defendendo das acusações.

Não é errado criticar os líderes quando estes estão errados, caro funcionário da Associação. Errado é ser cúmplice dos erros deles. Errado é ficar calado para não perder o emprego.

Quanto a estar errado denunciar, observe que o site no qual você publica suas acusações e tenta desmerecer os que se defendem das agressões dos seus chefes, é feito basicamente de denúncias e críticas. O “adventistas.com” tem  como cardápio principal, questionamentos, denúncias, debates.

Você faz um artigo dizendo que isto está errado, e o editor publica sua carta, que em última instância condena o próprio site. Você defende o pastor Maurício, que disse, pelas costas, sem provas e sem primeiro procurar o editor para conversar, que Robson Ramos é desonesto, imoral... mas ele publica sua carta, dá a você o direito de se expressar e de atacar os que considera errados.

Porque os que estão por baixo, os que não tem emprego na Associação, não podem falar também? Entre as  vítimas da administração que você defende, estão muitos “ungidos”, pastores e anciãos que estão sofrendo com a perseguição deles. Quem vai defendê-los?

 

O caso do milhão

Como você trabalha aí na Associação, você poderia investigar esta história que corre entre os obreiros de que a AES está devendo Um Milhão de Reais, e passá-la para os leitores deste site.

A maioria dos que lêem o “adventistas.com” são pessoas que não gostam de meias verdades. Você tentou convencê-los que não devem dar atenção aos que criticam seus chefes pois são pessoas ruins, que não oram (você afirmou isso!), que agradam ao diabo. Mas o leitor não está muito interessado em quem dá a notícia. O mais importante é a notícia em si, é o fato.

A AES foi condenada em última instância a pagar 1.000.000,00 reais de indenização trabalhista. Todos comentam isso. Gente daí me garantiu que é verdade. Você poderia contar esta história aqui, já que é leitor e colaborador deste site. E aproveitaria para enaltecer os líderes, devem um milhão, sim, mas são competentes. Os membros pagarão a dívida com alegria e satisfação.

 

Críticas e oração

Sr. Robson Dias, você diz que “não resolvi escrever aqui para poder defender e nem acusar a ninguém”. Mas acusa os que escrevem contra seus chefes, aos quais defende. Você diz: “Não quero criticá-los, vou orar por vocês, é o melhor que posso fazer.”  No mesmo parágrafo, você faz duras críticas! A razão de sua carta é criticar!

Você diz: “podem enviar mensagens para este site tentando manchar o caráter de pessoas que, por mais que falhas, estão na frente da organização de nossa igreja nesse Estado”, mas aceita, então, que os que estão na frente da organização nesse Estado possam ser beneficiados por um artigo tentando manchar o caráter de quem os denuncia.

Sim, você disse que os que denunciam os erros conhecidos dos seus chefes não oram, não tem coragem, alegram o diabo, questiona se crêem em Deus, etc... com que autoridade? E você está sendo injusto, pois as coisas não são assim. Como você sabe que os que escrevem não oram? Há muitas pessoas passando por dificuldades, por culpa de seus patrões. Estas pessoas oram muito, suplicam pela misericórdia de Deus. Há muitas pessoas sofrendo opróbrio por culpa dos seus chefes. Eles oram, sim, muito.

Você diz que não vai criticar os que denunciam os erros de seus patrões, e sim orar por eles. Esta sua carta ao “adventistas.com” então, é uma oração? Robson Ramos é deus?

 

Fé e obras

Você diz, já no final de sua carta, que devemos deixar que Deus tome as devidas providências. “Ou será que não temos fé e comunhão suficiente para confiar que Ele pode fazer o melhor?” Pois bem. Se você acha que as cartas que os que denunciam os erros dos seus patrões estão atrapalhando a igreja, por que você não espera, então, que Deus também venha defender seus chefes? Por que você precisa vir a este site tão...– não vamos repetir de novo as palavras do seu presidente – para defender “a igreja”? Será que você não tem fé e comunhão suficiente?

(Ah... estou pagando meus pecados. Volta e meia via o Robson Ramos recebendo este tipo de crítica e me divertia... agora ele deve estar morrendo de rir vendo meu contorcionismo para tentar argumentar com quem pensa com o contra-cheque na mão...)

Se você quiser, meu amigo, vou aí na Associação para conversarmos. Ou se você quiser, pode subir a serra e vir à minha casa, estudar a Bíblia comigo, me ensinar o que é correto, garanto que o ouvirei com toda educação e interesse, e se você me mostrar onde estou errado, com certeza pedirei perdão e mudarei minha atitude.

O pastor Kalbermatter fez isso uma vez, foi muito bom, ele me convenceu que devia parar de criticar o diretor do EDESSA, e eu o convenci que o distrito de Cobilândia merecia um grande educador como pastor, e depois disso nunca mais critiquei o diretor, até hoje. Você deve ter lido o que escrevo, elogiando o que há de bom lá no nosso colégio. Neste site mesmo, pode procurar.

Mas hein, e a história do Milhão? Você que trabalha aí poderia escrever sobre isso, já que se tornou colaborador do “adventistas.com”... -- Tales Fonseca

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