Explicação em Linguagem Simples Sobre Quem ou o Que é o Espírito Santo Irmão Robson, Venho acompanhando de perto o assunto "trindade" já algum tempo, e nunca pensei que tal debate chegasse ao ponto em se encontra. Estou enviando uma pequena colaboração para que o irmão examine se possível, e veja se há condição de ser publicada. Quero aqui também expressar o meu apreço pelo seu belo trabalho. Sei que o Espírito Santo está na dianteira dele - a despeito do que alguns 'contrariados' falam. O Espírito Santo não só está apoiando o seu site, mas também todos aqueles que trabalham na disseminação da verdade, os que mostram o pecado sem máscara ou disfarce. Portanto aqui vai um resumo em linguagem simples do que tenho explicado àqueles que me perguntam sobre o assunto: A Bíblia não ensina que o Espírito Santo seja um outro Ser separado do Pai ou do Filho e nem que exista como pessoa além do Pai e do Filho. O que gera essa idéia de "três" é a forma de como foi colocada a situação do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na tentativa de nos fazer entender a obra de Deus, os escritores separaram a ação de cada um dos dois elementos da Divindade. Num momento trata da ação do Pai, noutro do Filho antes de aqui nascer, e em outra do Filho do Homem, do Messias que nasceu, morreu e ressuscitou. É evidente que tal maneira de descrever o meio de salvar a humanidade gerou uma séria confusão, e por quê? Pelo simples fato de que a nossa ínfima capacidade de entender as coisas espirituais não deixa de ser afligida continuamente pelo poder das trevas. Todavia, se deixarmos que o Senhor Jesus nos ajude e abrirmos a nossa mente a sua divina influência, certamente conseguiremos entender a sua mensagem tal como ela é. Quando Jesus falou: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco" (João 14:16). Ele estava fazendo uso (como sempre) da terceira pessoa pronominal numa aplicação a Si mesmo, assim como quando usava a expressão "o filho do homem", ou seja, Ele mesmo (Mat. 8:20; 9:6.- ). Caso não fosse Ele mesmo o Consolador que virá, estaríamos em maus lençóis para entender expressões como estas "Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (João 16:7) e "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" (João 14:18). Como podemos ver, num lugar Ele afirma que 'o consolador virá' falando como se o Consolador fosse uma outra pessoa além dEle, depois ele afirma que quem virá será Ele mesmo. Tanto que em outras passagens com referência ao seu retorno a Terra Ele disse: "virei outra vez", ou "voltarei para vós". (João 14: 3; Apoc. 3:3; etc.). Como distinguir os dois casos? É simples e veremos a seguir. No 'princípio' (ninguém sabe quando) havia uma só pessoa, o Espírito Santo, o Criador (João 4:24). Depois, gerou o seu "Filho" fazendo que Ele saísse de si mesmo, se tornou "Pai". (Gên. 5:1,2). A melhor maneira de se ter uma idéia, ainda que pobre, de como aconteceu esse "nascimento" do Filho de Deus, é observar como uma célula ou uma bactéria se divide em duas. Ambas as partes se tornam adultas e exatamente iguais quase que instantaneamente. No caso do "nascimento" do Filho, vemos que ficaram dois Espíritos Santos, ou seja, o Pai e o Filho que exatamente iguais. Como disse Jesus "Eu e o Pai somos Um" (João 10: 30), isto é, eu e o Pai somos exatamente iguais. Portanto, tanto o Pai como o Filho são Espíritos Santos. Tal Pai, tal Filho, ou como diz o ditado popular, "filho de peixe, peixe é!" O Filho, portanto, tem a mesma essência do Pai, eles são carne/carne, osso/osso e divindade/divindade. E, de certo modo, ambos têm a mesma idade, pois a "matéria" de que o Pai se compõe e exatamente a mesma que compõe o Filho. A única diferença está na posição em que se acham os dois - um é Pai e o outro é Filho. O Pai é um ser real, o Filho é um ser Real. Ambos são Espíritos Santos. Ter a presença de um, implica em ter a presença do outro. Foi por isso que Jesus disse: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. (João 14: 23). Portanto, a presença do Espírito Santo é a presença de ambos em nossas vidas. Quanto a pessoa do Espírito Santo, Jesus nos informa que o Consolador procede do Pai (João 15:26), e nos sabemos que quem procede do Pai (Fil. 3:9) é o Filho, e esse Filho é unigênito. Caso a pessoa do Espírito Santo fosse uma outra pessoa procedente do Pai, Jesus já não seria unigênito (João 1:18), e um dos dois teria que ser primogênito. Se assim fosse, o que está escrito já não teria o menor sentido. Por outro lado, diante dessa situação, se entende que o Filho, o qual procede do Pai, nunca será o progenitor do próprio Pai, assim como o Pai jamais será o gerado de seu próprio Filho, e o estado familial de ambos permanecerá assim por toda a eternidade. Se bem que o Pai e o Filho sejam em Si uma unidade, Jesus nos ensinou a orar ao Pai e não a Ele e nem ao Espírito Santo em particular, deixando bem claro o diferenciado parentesco que existe entre os dois. (Mat. 6:9). E quanto à humanidade do Filho? (João 1:1-3). Bem, um dia, há uns dois mil anos passados, o Filho deixou tudo no lar de seu Pai. Deixou estado espiritual e sua condição de príncipe do Universo (dos exércitos do Senhor - Josué 5:14) e veio a Terra e se fez carne e habitou entre nós. João O chama de "a Palavra", "o Verbo", "o Logos", títulos que bem poderiam ter sido traduzidos por "Espírito Santo", de modo que a leitura ficasse assim: No princípio era o Espírito Santo, e o Espírito Santo estava com Deus, e o Espírito Santo era Deus. Neste aspecto de tradução, até Gênesis cap. 1:2 onde diz: "..., e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas"; perde seu confuso sentido e se torna bastante esclarecedor, se entendermos "ruach" (vento) "Espírito de Deus" como sendo o Filho que executava o projeto "Planeta Terra" enquanto sobrevoava a área a ser estruturada. Ellen White ao escrever sobre a Criação diz: Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a cabo Seu propósito planejado antes da queda de Satanás, o de fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente sobre ela. (História da Redenção, pág. 20). (Sublinhados nosso). Ela não cita uma terceira pessoa chamada Espí-rito Santo, a não ser que ao dizer que haviam dois tenha se referido de fato ao Filho. E parece que nenhum teólogo já se aventurou dizer que o Espírito Santo é parente do Pai e do Filho - pelo que falam é um outro Deus cujas origens não está definida. (Nota: Existe uma tradução de pé de pagina de Gên. 1:2, que assim diz: No começo quando Deus criou o universo, a terra era disforme e desolada. O oceano que a tudo cobria estava engolfado em total escuridão, e um poderoso vento vindo de Deus soprava furiosamente por cima das águas. Good News Bible - Today's English Version - Americam Bible Society - 1978). Portanto, a tradução que diz que o "Espírito de Deus pairava sobre as águas" é dúbia, visto que o tradutor 'interpretou' o texto segundo sua própria imaginação ao atribuir a palavra hebraica ruach (vento, etc.), o sentido de Espírito de Deus. Existem algumas páginas na internet que poderão dar uma explicação mais ampla a interpretação desse texto. Pesquise. Em Atos 20:28 lemos: "Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (Atos 20:28). Ora, todos nós sabemos que o Espírito Santo que nos comprou com seu próprio sangue foi Jesus, e que foi Ele que constituiu os evangelistas daquela época em bis-pos, pastores, não foi? E também temos a afirmação de Paulo: Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o espírito do Senhor, aí está a liberdade... (II Coríntios 3:17). (Sublinhados nossos). Pedro nos confirma dizendo que Jesus ressuscitou em "espírito" (I Ped. 3:18), e em atos fica-mos sabendo que esse Espírito ascendeu aos Céus, voltando a ter o mesmo "status" de antes quando estava ao lado de Seu Pai lá na Eternidade (João 17:5). O Espírito Santo (Jesus) ressuscitou e seu corpo é sólido, concreto assim como o é qualquer corpo vivo. Não é um fantasma desses que povoam a mente do vulgo. Veja o que o "Espírito Santo" ressuscitado disse diante do medo e espanto dos discípulos: Eles, porém, surpresos e atemorizados, acreditavam estarem vendo um espírito (fantasma). Mas Ele lhes disse: Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito (imaginário) não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, por não acredita-rem eles ainda, por causa da alegria, e estando admirados, Jesus lhes disse: Tendes aqui al-guma coisa que comer? Então, lhe apresentaram um pedaço de peixe assado e um favo de mel. E Ele comeu na presença deles (Luc. 24: 37-43). (Negritos nossos). O fato de ser carne e osso e de comer na frente deles insinua que Jesus queria que eles entendessem que Ele, como Deus que é, é também um ser concreto, sólido e modelo do ser que criou, o homem. Ellen White nos ajuda a entender isso quando diz: No princípio o homem foi criado à semelhança de Deus não somente no caráter, mas na forma e aspecto (O Grande Conflito, Pág. 644, 645 - CD, na ed. 1983, pág. 650). Por isso o "Espírito Santo" comeu na frente deles, e mandou que lhe apalpassem para que vissem que o fato de ser um espírito não diminui a sua solidez física da qual fomos feito a imagem e semelhança. Quando Jesus esteve aqui, preso a incapacidade da condição humana pós-pecado, não podia interagir simultaneamente com todos os homens em toda a Terra e ao mesmo tempo. Era necessário que voltasse ao seu estado original de Filho de Deus, a condição de Espírito Santo para que pudesse, com seu poder de onipresença, nos atender até a consumação dos séculos. (Mat. 28:20). Foi Ele mesmo quem disse: "... voltarei". (João 14:18). Como vimos não é tão difícil entender quem de fato é a pessoa do Espírito Santo. Creio que ficou fácil saber quem nos concede dons e capacidades para levar o Evangelho adiante. Como da primeira vez que aqui veio como 'homem' a mando de Seu Pai, novamente o Pai o envia agora como Espírito Santo, não para morrer de novo, mas para que possamos executar a obra que nos foi proposto fazer. (João 14: 26). Bom seria dizer, ainda que de passagem, para que ninguém confunda o espírito santo - mente não corrompida, mente separada do mundanismo - com a pessoa do Espírito Santo. Que ao ler a Sagra Escritura saiba separar uma coisa da outra. Um fraternal abraço e que Deus o abençoe profusamente. Venicius Domingos -Gov. Celso Ramos, SC. |
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