O Objeto da Suprema Atenção de Deus

"Testifico aos meus irmãos e irmãs que a Igreja de Cristo, por débil e defeituosa que seja, é o único objeto sobre a Terra a que Ele confere Sua suprema atenção." Vida e Ensinos, pág. 205.

Você já deve ter usado (ou visto alguém usar) a passagem acima como argumento para rebater críticas à Organização Adventista. É uma daquelas respostas-prontas, que parecem perfeitas para calar a boca dos que discordam de determinadas decisões da liderança.

Lemos superficial e isoladamente essa citação e entendemos que proíba qualquer discordância em relação aos líderes da Igreja. Entendemos que Deus zela com tanto carinho por Sua Igreja que jamais permitiria que esta fracassasse ou se desviasse de Seus planos. É como se nossa liderança "por débil e defeituosa que seja" fosse uma extensão do poder e da autoridade divinas. Tão infalível e inquestionável quanto Ele... Mas você sabia que essas palavras originalmente se destinavam exatamente aos líderes da Igreja e faziam parte de uma advertência a estes? Tanto é que o texto começa assim: "Prezados irmãos da Associação Geral..." (Na edição especial para a Semana de Oração deste mês, a Revista Adventista omite esse trecho!)

A Sra. White escreveu essa carta na antevéspera do Natal de 1892. Ela estava em Melburne, na Austrália, e naquele dia foi movida por Deus a admoestar a liderança da Igreja nos Estados Unidos quanto a sua responsabilidade.

Depois dessa breve introdução freqüentemente citada, Ellen G. White deixa claro nos parágrafos seguintes que, quando se referiu inicialmente à Igreja, estava pensando nos membros como indivíduos que formam o povo de Deus. Foi especificamente aos líderes que ela disse: "Considerai, meus irmãos e irmãs, que o Senhor tem um povo, um povo escolhido - a Sua Igreja - para ser Sua propriedade, Sua própria fortaleza, que Ele mantém num mundo contaminado pelo pecado, e rebelde; e determinou que nenhuma autoridade nela se conhecesse, lei alguma fosse por ela reconhecida, a não serem as Suas próprias." Vida e Ensinos, págs. 205-206. Isso desobriga qualquer adventista de concordar com a Organização, quando a conduta desta contraria a expressa vontade de Deus!

Em resumo, nesse texto a irmã White alerta a Associação Geral que a Igreja (povo de Deus), embora seja objeto da exclusiva atenção divina, corre o risco de não cumprir sua missão na Terra, caso seja mal dirigida. "Se, em desafio às disposições divinas, for permitido ao mundo influenciar nossas decisões ou ações, o propósito de Deus será frustrado. Se a Igreja vacilar aqui, por mais especioso que seja o pretexto apresentado para tal, contra ela haverá, registada nos livros do Céu, uma quebra da mais sagrada confiança, uma traição ao reino de Cristo. A Igreja tem que manter seus princípios perante todo o universo celeste e os reinos deste mundo, de maneira firme e decidida." Vida e Ensinos, págs. 206-207.

Você já havia pensado que corremos o risco de trair a confiança de Deus se confiarmos demasiadamente na direção humana da Igreja?

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