Menos Dízimo e Mais Bênção$! Como? Siga o Exemplo de Seu Pastor...

Como usar o exemplo de quem nos cobra o dízimo para calcular a nossa parcela.

Em todos os Sábados, em todas as Igrejas Adventistas, é nos colocado que a devolução do dízimo é uma questão de fidelidade, e assim devemos contribuir com 10% de tudo o que ganhamos. Mas será que o cálculo está realmente sendo feito corretamente? Nos quadros abaixo, vamos considerar duas pessoas, uma um pastor e outra um trabalhador comum, onde o padrão de vida dos dois é bastante semelhante, por exemplo:

1) Moram na mesma região da cidade, em casas que se equivalem,

2) Têm o mesmo número de filhos,

3) Estudam na mesma Faculdade,

4) Os filhos são colegas de aula.

5) Os dois têm um plano de saúde.

6) Têm um plano de previdência complementar

7) Têm os mesmos carros e assim por diante...

Pela maneira de proceder do pastor e do membro, vamos verificar como é calculado o dízimo de um e do outro.

Membro Comum da Igreja

Despesa/Receita Valores
Salário 4.000,00
Aluguel (1.000,00)
Faculdade Própria (650,00)
Escola dos Filhos (2) (360,00)
Plano de Saúde (4) (350,00)
Previdência complementar (200,00)
Veículo (500,00)
Dízimo (400,00)
Sobra: 540,00

 

Pastor ou Obreiro da IASD

Despesa/Receita Referência Quanto Pagou Quanto Ganhou
Salário     1.250,00
Aluguel 1.000,00 (100,00) 900,00
Faculdade Própria 650,00 (162,50) 487,50
Escola dos Filhos (2) 360,00 (162,50) 487,50
Plano de Saúde (4) 350,00 (87,50) 318,75
Previdência complementar 200,00 (31,25) 168,75
Veículo 500,00 (0,00) 500,00
Dízimo   (125,00)  
Soma   (668,75) 4.112,5
Sobra   581,25*  

*Este é o valor que sobra na carteira do pastor, pois os descontos são feitos sobre o salário. Os demais valores obviamente foram repassados ao locador, faculdade, escola, previdência, posto de gasolina, etc, mas representam "ganho" pela ótica adotada para a taxação dos membros.

Pela comparação acima, fica mais claro que o pastor de sua Igreja não é um dizimista fiel, nos modelos a nós apresentados. Enquanto um membro comum, para que possa proporcionar os mesmos benefícios a sua família, deverá ganhar pelo menos R$ 4.000,00 e para que seja considerado fiel deve dar a Igreja R$ 400,00. O pastor contribui para a Igreja a título de dízimo (que não devolve, pois vem descontado), com somente R$ 125,00. Isto sem contar com outras vantagens que uma pessoa comum não teria, como auxílio para tratamento dentário e para despesas farmacêuticas entre outras.

Os pastores podem alegar que devemos pagar sobre salário e não sobre "benefícios", como já escutei, o que deixa mais complicado ainda. Existem muitos pastores de mordomia, que dizem o seguinte: Se você receber um presente de alguém, deve ver quanto custa este presente e dar o Dizimo do mesmo. Por esse ponto de vista cai todo tipo de desculpas proveniente dos "benefícios".

O que fazer?

De posse desses dados, o que eu como membro deveria fazer? Revoltar-me? Claro que não, devemos apenas aprender com os pastores como calcular os nossos dízimos. Vão aqui umas dicas:

Quando receber o seu salário, coloque na ponta da caneta o quanto você gastou para consegui-lo. Deduza e contribua somente com o que realmente foi ganho. Abaixo daremos uma breve explicação, tendo como base um salário inferior ao dos exemplos acima. Neste caso, o valor é de três mil reais mensais:

Descrição Valores
Salário Bruto(1) 3.000,00
INSS(2) (269,61)
IRRF(3) (465,00)
Gasolina para trabalho(4) (350,00)
IPVA(5) (150,00)
Empregada(6) (300,00)
Alimentação(7) (70,00)
Aluguel(8) (680,00)
Outras Despesas(9) (180,00)
Total (10) 535,39
Dízimo(11) 53,53

Agora, se quiser dar o dízimo dos R$ 300,00, tem toda a liberdade. Mas sabendo que se assim o proceder estará dando seis vezes mais do que realmente deveria dar, seria mais prudente usar este dinheiro para caridade e aplicação direta no evangelismo.

Explicação dos itens:

1) Salário Bruto é aquele vindo no contra cheque todos os meses, incluindo as gratificações e outras verbas denominadas proventos.

2) É o valor que é deduzido do salário para algum benefício do INSS, e para futura aposentadoria. Como continuaremos a ser dizimistas depois de aposentados, devemos deduzir estes valores.

3) Quando da Restituição, deveremos dizimar, pois não dizimamos quando foi descontado.

4) É aquela gasolina que se gasta para ir e voltar ao trabalho, como também as despesas no exercício da função.

5) Como o carro é uma ferramenta de trabalho, deve-se também deduzir os valores a eles pagos.

6) Para que eu possa trabalhar, é necessário contratar uma pessoa para cuidar dos filhos, o que torna também um valor dedutível para o cálculo.

7) Alimentação efetuada no exercício da função, no trabalho.

8) Moradia é uma despesa que temos necessariamente. Como poderemos ganhar dinheiro se tivermos que morar embaixo da ponte?

9) Farmácia, médico, plano de saúde, etc...

10) É o valor do salário menos a despesas efetuadas para conseguir dinheiro para continuar a vida.

11) Esse valor é o que devemos devolver a Deus, sendo em forma de dízimo, em forma de ajuda humanitário a nossos semelhantes, cestas básicas, materiais evangelístico e também para que a Igreja possa se manter e pregar devidamente o evangelho.

(Obs. O autor deste artigo é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, conhece de perto como é calculado o dízimo que se desconta dos pastores, prefere porém manter-se anônimo, o que temos permitido neste site a fim de evitar retaliações seja na igreja ou no trabalho.)


Opinião do leitor:

"Concordei, mas discordei. É o seguinte: O pastor não devolve 400 reais de dízimo, mas também não dizima apenas em cima do que sobra. Veja bem: Descontam dele R$ 125 reais de dízimo, quando o correto, por essa conta de vocês, seria devolver apenas R$ 58,12. Ou não?" -- Souza.

Respondendo a dúvida do Sr. Souza, o valor de R$ 53,53, surgiu após um cálculo de um empregado normal, que não estaria ganhando a mesma coisa da comparação feita entre o pastor e um trabalhador comum. Você pode ver pelo salário bruto. Na comparação os dois ganhavam aproximadamente R$ 4.000,00. No exemplo exposto, o salário básico foi de R$ 3.000,00, se o mesmo fosse aumentado para R$ 4.000,00 ficaria da seguinte forma

Descrição Valores
Salário Bruto(1) 4.000,00
INSS(2)* (171,77)
IRRF(3)* (471,13)
Faculdade (650,00)
Escola dos Filhos (360,00)
Gasolina para trabalho(4) (350,00)
IPVA(5) (150,00)
Empregada(6) (300,00)
Alimentação(7) (70,00)
Aluguel(8) (1.000,00)
Total(10) 477,10
Dízimo(11) **47,71

* Esses valores dependem de tabelas oficiais

** No exemplo anterior, não foram colocadas algumas despesas que fizeram parte do calculo de comparação, como aluguel, faculdade e escola dos filhos, na mesma proporção do salário. Esses valores são variáveis de acordo com as despesas de cada pessoa. O que apresentamos é apenas uma formula de cálculo e uma crítica.

Não é que o leigo esteja levando vantagem nessa proposta. É que o cálculo do pastor está errado. Mesmo dizimando sobre o "salário" de 1.250,00, não deveria ser correto, pois existe também o desconto do INSS, que pressupõe que, após aposentado, dizimará o valor da aposentadoria, valor esse que quando da contribuição não deduziu para o cálculo do dízimo, conseqüentemente não deveria dizimar da aposentadoria.

A comparação não é perfeita e, talvez até devêssemos refazer o cálculo, porque, como já foi demonstrado aqui mesmo no site a média dos pastores recebe aproximadamente R$ 6.000,00, considerando-se todos os benefícios. Como a lista dos beneficios é longa, não tive a intenção de colocar todos, pois seria quase impraticável. Tentei colocar apenas os valores que normalmente conhecemos e que todos nós, de uma forma ou outra, temos em comum.

Já o segundo exemplo não foi feito sobre os R$ 4.000,00 porque achei muito difícil no meio em que moro ter pessoas com rendimentos nesse valor.

O que realmente tentamos deixar bem claro, é que como foi nos dias de Cristo, o qual condenou veementemente a hipocrisia, ainda a encontramos em nosso meio, apesar de muitas vezes ouvirmos pastores falarem sobre fidelidade na questão do "Dinheiro de Deus", quando realmente não praticam o que pregam.

Agora, respondendo exatamente a sua pergunta, a instituição apenas considera como salário aquilo que vem no contra cheque com esse nome. Os "benefícios" estariam excluídos desse cálculo e dentre esses benefícios estão os aluguéis, planos de saúde, devolução do Imposto de Renda além de muitos outros não relacionados, porque a lista ficaria muito grande.

Só vou dar um outro exemplo: Se um pastor compra um computador para a sua casa, a instituição o reembolsa, mas isso não é considerado salário, porque se entende que será utilizado para o desenvolvimento da sua profissão. Será? Porém, o trabalhador adventista comum dizima todo o seu salário e, quando compra o referido computador, usa um dinheiro já dizimado e não será reembolsado por ninguém.

Se seguíssemos o mesmo raciocínio praticado pelos pastores, iríamos retirar de nosso salário tudo o que é despesa de manutenção de nossa família e o que sobrar disso é que seria dizimado. O mais irônico é que o pastor iria até a sua casa e lhe diria que estaria sendo um mordomo infiel. É mole?

Um outro ponto é que não sou contra o pastor ter um bom salário, ser bem remunerado pelo que faz, mas o fato de dizer que ganha pouco é inverídico. O pior é que muitos (não 100%), trabalham na mesma proporção que acreditam receber.

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