Debate Sobre Chuva Serôdia: "Não é Permitido Sequer Tocar Neste Assunto..."

Caro Robson:

Tive a oportunidade de ler o artigo escrito pelo irmão Antonio Rodrigues da Silva, da igreja de Glendale na Califórnia, e gostaria de refutar alguns dizeres, pelos quais entendo segundo o que Deus me concede entender, que a reforma principia dentro de nós.

Já tentamos algumas vezes trazer esse assunto à igreja, não sei como funcionam as coisas na América do Norte, mas aqui, não é permitido sequer tocar neste assunto. Não podemos falar abertamente, discutir com irmãos para ver o caminho mais acertado e então tomar o púlpito e pregar abertamente. 

Gostaria muito que isso fosse possível, e um dia será em nome de Jesus, pois a salvação é do interesse de todos. Não queremos ficar "como atitude de gato que dá o tapa e depois esconde a unha". Se a igreja não nos permite falar, não queremos nos opor a ela nem tampouco contrariar aos seus princípios. Por isso pedimos a todos que orem, e Deus irá tocar o coração de cada um, conforme a sua sinceridade.

Irmão Antonio: não queremos que o senhor "engula goela abaixo" nada do que está sendo dito, nem "a teoria de nossa família". Não temos poder de convencer ninguém, pois sabemos que toda a sabedoria vem de Deus. Se o senhor tem interesse em compreender a mensagem ore e leia o que diz o apóstolo Paulo em I Coríntios 2:10. Não é possível compreender as coisas de Deus com espírito indomável, agressivo e contraditório, pois se assim é, algo não anda bem.

Não temos razão de nada, irmão Antonio! Toda a razão vem de Deus! Estamos onde estamos não por culpa dos pastores, mas por nossa própria culpa, pela nossa mornidão, negligência às advertências de Deus e as Escrituras Sagradas.

Deus não esqueceu de nada. Quem faz questão de não lembrar somos nós, irmão Antonio, que somos imperfeitos, cheios de orgulho, vaidade, de justiça própria, que aos olhos de Deus não passa de trapos de imundícia.

Leia Colossenses 2:16 e 4:6, pois assim diz o Senhor.

Se não quisermos não precisamos crer no que disse o apóstolo Paulo, afinal ele não tem provas de que o que diz foi Jesus quem disse para ele!

"Bem aventurados aqueles que não viram e creram". Pode até ser não! É a luz que foi revelada! Muitos também disseram a Noé, que podia até ser que chovesse, mas disseram que ele era louco. Quanto ao que passa de pai para filho e para as gerações, embora o senhor não saiba, a bíblia estabelece um critério sim. Leia Êxodo 20:5 e 6. A herança passa de pai para filho tanto na maldição quanto na misericórdia divina.

Em momento algum foi falado em "reforma da doutrina", sendo essas palavras usadas pelo senhor. Mas para que se compreenda a mensagem de Deus, que muitos até hoje não entendem que a mensagem da Justificação pela Fé é a terceira mensagem Angélica em verdade, segundo diz a Sra. White, e ela é um movimento de reformulação de vida, mas foi apresentada para a igreja como mera doutrina. É uma mensagem para se fazer e não para se ouvir.

Sem isso, caro irmão, não é possível entender a chuva serôdia. Diz a irmã White no livro Preparação para a Crise Final página 16, ou capítulo Visão Panorâmica dos Acontecimentos Finais: "Dentro das fileiras da igreja deverá ocorrer um processo especial de reforma e santificação, o qual afetará a grande maioria dos seus membros no preparo para a chuva serôdia, para a forte pregação e a terminação da tarefa evangelizadora." Ou seja: sem preparo, sem chuva serôdia!

Quanto às perguntas "Qual testemunho? Onde? De Quem?" Pode dar seu próprio testemunho irmão Antonio! Gostaríamos de saber o que o senhor tem a nos dizer. Será um prazer compartilhar as experiências do irmão! 

Desculpe ter atravessado o artigo dirigido ao irmão Nelson, mas é que houve também uma referência à minha pessoa, quanto ao artigo que escrevi. Leia I Coríntios 10:32 e 33.

Estarei orando pelo irmão.

Em Cristo, Adriana Zorub F. Feal


Muito Respaldo Bíblico

Gostaria de ajudar nossos queridos irmaos a se desfazerem de chavoes que lhes possam impedir por vezes de entender os proprios argumentos pelos quais o movimento adventista veio a existencia.  Nem os tipos que se referem ao primeiro advento se cumpriram todos na cruz, quanto mais os tipos que se referem ao segundo advento.

Na sequencia, explico justamente isto que relatei acima sob diferente prismas.  Vai ficar bem simples para entender que o tipos do segundo advento estavam esperando o lapso dos 2300 anos para recomecar a vigir.  Em outras palavras, estes tipos estavam sob o selo da profecia dos 2300 anos.

Portanto, comecamos com a  minha explicacao sobre este assunto.  Note tambem como o mesmo assunto sera explicado por Samuel Snow e Senhora White. Portanto, vou apresentar tres versoes diferentes e espero que agora o assunto fique mais claro. 

Bom, aqui vai minha versao explicando o porque que a lei cerimonial nao foi toda cumprida na cruz como ensina a teologia popular.  Ao contrario, a cruz e o fundamento para o cumprimento da lei cerimonial.  As leis cerimoniais colocadas ao lado da arca do concerto ao contrario da lei dos dez mandamentos, colocada dentro da arca, eram de carater provisorio. Portanto, podemos afirmar que grande parte da lei cerimonial foi cumprida na cruz. 

O apostolo Paulo nao queria que os novos cristaos incorressem em um retrocesso, guardando leis cerimoniais ja cumpridas. Portanto, o livro de Hebreus chama atencao dos judeus para o santuario celestial. Os cristaos gentios, por exemplo, nao estavam abaixo do cerimonial da circuncisao, dias de festas ja cumpridas, ou matanca de animais.

Porem, mesmo apos a cruz, ainda estaria por cumprir partes importantes do plano da redencao que o cerimonial mosaico prescrevia: Partes das solenidades tipicas da primavera, que se referiam ao primeiro advento de Cristo e as solenidades tipicas do outono que principiaria seu cumprimento ao cabo dos 2300 anos.  Por exemplo, Jesus teria que esperar 1810 anos para comecar a cumprir os tipos do segundo advento.  Nao somente isto, teria que esperar naquele ano de 1844 a hora do juizo, ou seja, o grande dia da expiacao, o dia dez do mes setimo, o yom kippur.

A) Vamos utilizar outros autores para dizer exatamente isto que mencionei acima.  Comecarei pelo que escrevi ao irmao Antonio a semana passada:

A cruz e o fundamento para o cumprimento da lei cerimonial.  Os tipos que se relacionavam com a pascoa se cumpriram na cruz, ou seja na pascoa.  Depois, os tipos que se referem ao molho movido devem se cumprir na realidade do molho movido.  Portanto, depois da cruz, no terceiro dia, Jesus cumprindo o que foi dito Dele por Moises no cerimonial mosaico, ressuscitou dos mortos.

Acerca do que o Apostolo Sao Paulo falou em Colossenses 2:16 e 17,” Ninguem vos julgue pelo comer , ou pelo beber ou por causa dos dias de festas, ou da lua nova, ou dos sabados.  Que sao sombras de coisas futuras” esta absolutamente certo.  O apostolo Sao Paulo entendeu que Jesus morreu na pascoa, ressussitou nas primicias e outorgou o espirto santo no pentecostes.  Os tipos do primeiro advento se cumpriram.  Agora, no tempo em que o amado apostolo escreveu a carta, os tipos que se referem ao Segundo advento, ou seja, trombetas e expiacao, estavam sob o selo do livro de Daniel e portanto aguardando o fim dos 2300 anos.  Portanto, bem disse o apostolos que ninguem vos julgue agora porque estes sabados sao sombras de bens futuros.  Veja como a biblia nao se contradiz nunca.

B) Agora vamos ver o que Samuel Snow, o que deu o clamor da meia noite, “Ai vem o esposo”, fala sobre o mesmo assunto.  Sermao extraido do livro Historia do Adventismo, capitulo o Clamor da Meia Noite, Mervyn Maxwell.

“O principal festival das cerimonias de primavera era a Pascoa, realizada no ‘primeiro mes’ do ano biblico. O principal festival das cerimonias do outono era o Dia da Expiacao, no ‘setimo mes’ do ano. Agora, em que dia Cristo morreu na cruz?

- Na Pascoa – respondeu a multidao, seguindo-o atenciosamente.

- Correto! “Cristo nossa pascoa” foi crucificado por nos (I Cor. 5:7) no primeiro mes, na primavera do ano, no mesmo dia em que o cordeiro pascal era morto.  Mas isso nao era tudo.  Em que hora do dia era morto o cordeiro pascal?

- A tardinha – respondeu o grupo.

- Sim, mais precisamente “entre as tardes” como o hebraico expressa; nao no por do sol mas no meio da tarde.  Digam-me a que hora Cristo, Nossa Pascoa, entregou a vida por nos?

- As tres horas da tarde foi a resposta.

Referindo-se ao antigo historiador judaico Josefo e ao habil cronologo William Hales, Snow estabeleceu a data da morte de Cristo como sendo a primavera de 31 AD, no meio da septuagesima semana de Daniel e no exato dia prescrito na lei cerimonial – de fato a hora exata prescrita nessa lei.  O tempo foi considerado de modo estrito!

- Agora, irmaos, assim como a Pascoa era o principal tipo da primavera, igualmente o Dia da Expiacao, era o principal tipo do outono.  E o que fazia o sumo sacerdote no dia da expiacao?

- Ele purificava o santuario.

- Sim, exatamente! E que obra Jesus completara ao final dos 2300 dias-anos de Daniel 8:14?

- A purificacao do santuario! – completou a multidao outra vez.

- Perfeito! Agora, se o tempo foi considerado de modo estrito quando Cristo morreu na cruz como nosso sacrificio pascal, nao se seguira que o tempo sera tao estritamente considerado quando nosso Sumo Sacerdote cumprir a purificacao do Santuario?  Nao parece claro que Jesus cumprira a profecia de Daniel 8:14 nao somente no ano de Daniel 8, mais precisamente, na exata data do Dia da Expiacao? 

Os mileritas olhavam para suas Biblias, para Snow e entreolhavam-se surpresos e com profunda gratidao.

Snow continua detalhando seu ponto de vista.

- E em que data,irmaos, cai o Dia da Expiacao no calendario cerimonial da Biblia:

- No decimo dia do setimo mes – responderam eles em unissono.

- Certo novamente! Levitico 23:27 declara: “Mas aos dez deste mes setimo sera o dia da expiacao.”  Irmaos, se o tipo da purificacao vinha no decimo dia do setimo mes, quando, no antitipo Jesus completara a purificacao do santuario?- Sua animacao era dominante.

E a multidao reagiu em resposta.

- No decimo dia do setimo mes.

Snow fez uma pausa e tomou folego antes de apresentar sua evidencia final:

- Pelo mais cuidadoso registro preservado na providencia divina pelos judeus caraitas, o decimo dia do setimo mes cai neste ano em 22 outubro.”

Sabemos que os nossos pioneiros nao estavam equivocados na questao do tempo para purificacao do santuario e sim quanto ao evento.  Pensavam a principio que Jesus deveria purificar o santuario voltando a esta terra em vez de principiar o juizo investigativo no ceu.

Guilherme Miller recebeu luz quanto ao ano para a purificacao do santuario.  Para ele o santuario deveria ser purificado ao cabo dos 2300.  Entre a primavera de 1843 a primavera de 1844. Por isso que o desapontamento sofrido pelos mileritas nao foi tao marcante nesta ocasiao.

Conforme previsto no livro de Daniel, o assunto para o santuario seria objeto de estudo para o tempo do fim, ou seja, depois de 1798.  Guillherme Miller depois de muito estudo apareceu oficialmente pregando o dia do juizo em meados de 1833.

Porem, Samuel Snow recebeu mais luz sobre o assunto, e como acima explicado, estabeleceu o dia para a purificacao do santuario.  Porem, a semelhanca de Miller, os que seguiram a luz do setimo mes naquele periodo do clamor da meia noite sofreram uma grande decepcao quando Jesus nao apareceu na terra para purificar o santuario.

Porem, luz adicioanal ainda recebeu Iran Edson que compreendeu que Cristo principiou o Juizo Investigativo no dia da expiacao no santuario celestial.  Ele ensinou: “ Detive-me em meio ao campo.  O ceu parecia abrir-se-me a vista e vi distinta e claramente que em lugar de nosso Sumo Sacerdote sair do Lugar Santissimo do santuario celestial para vir a Terra (em 22 de outubro),… Ele pela primeira vez entrava nesse dia no segundo compartimento desse santuario; e que Ele tinha uma obra para realizar no Santissimo antes de vir a Terra.”  Historia do Adventismo, pg. 50, capitulo Cleopas do milharal.

Como se pode notar ate aqui, os mensageiros nao estao contrariando ou desmascarando um ao outro.  Eles estao revelando luz adicional que foram e eles revelados por Jesus.  Ninguem, nem a senhora White foge a esta regra.  Por esta mesma razao que a senhora White diz que: “Luz adicional e velhas verdades deverao ser recuperadas e colocadas no quadro da verdade sob novas molduras”, Review Extra, 23 de dezembro de 1980. 

C) Agora vamos ver abaixo como a senhora White explica esta questao dos tipos do segundo advento em relacao a purificacao do santuario, em seu livro o Grande Conflito, capitulo Profecias Alentadoras, pagina 398 e 399.

“O que determinou este movimento foi descobrir-se que o decreto de Artaxerxes para a restauracao de Jerusalem, o qual estabelecia o ponto de partida para o periodo dos 2300 dias, entrou em vigor no outono de 457 antes de Cristo, e nao no comeco do ano, conforme anteriormente havia crido.  Contando o outono 457, os 2.300 anos terminam no outono de 1844.

“Argumentos aduzidos dos simbolos do Velho Terstamento apontavam tambem para o outono como tempo em que deveria ocorrer o acontecimento representado pela “purificacao do santuario.”  Isto se tornou muito claro ao dar-se atencao a maneira por que os simbolos relativos ao primeiro advento de Cristo haviam se cumprido.

A morte do cordeiro pascal era sombra da morte de Cristo.  Diz S. Paulo:  “Cristo, nossa Pascoa, foi sacrificado por nos.” I Cor. 5:7.  O molho das primicias, que por ocasiao da Pascoa era movido perante o Senhor, simbolizava a ressurreicao de Cristo.  Falando da ressurreicao do Senhor e de todo o Seu povo, diz S. Paulo: “ Cristo, as primicias, depois os que sao de Cristo, na sua Vinda.  I Cor. 15:23.  Semelhante ao molho que era agitado, constituido pelos primeiros graos amadurecidos que se colhiam antes da ceifa, Cristo e as primicias da ceifa immortal de resgatados que, por ocasiao da ressurreicao futura, serao recolhidos ao celeiro de Deus.

Aqueles simbolos se que cumpriram, nao somente quanto ao acontecimento mas tambem quanto ao tempo.  No dia catorze do primeiro mes judaico, no mesmo dia e mes em que, durante quinze longos seculos, o cordeiro pascal havia sido morto, Cristo, tendo comido a Pascoa com os discipulos, instituiu a solenidade que deveria comemorar Sua propria morte como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”  Naquela mesma noite ele foi tomado por maos impias, para ser crucificado e morto.  E, como o antitipo dos molhos que eram agitados, nosso Senhor ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, como – “as primicias dos que dormem” (I Cor. 15:20), exemplo de todos os ressuscitados justos, cujo “corpo abatido” sera transformado, “para ser conforme o Seu corpo glorioso.” Filipenses 3:21.

De igual modo, os tipos que se referem ao segundo advento devem cumprir-se ao tempo designado no culto simbolico.  No cerimonial mosaico, a purificacao do santuario, ou o grande dia da expiacao, ocorria no decimo dia do setimo mes judaico (Lev.16:29 - 34), dia em que o sumo sacerdote, tendo feito expiacao por todo Israel, e assim removido seus pecados do santuario, saia e abencoava o povo.  Destarte, acreditava-se que Cristo, nosso Sumo Sacerdote, apareceria para purificar a Trera pela destruicao do pecado e pecadores, e glorificar com a imortalidade a Seu povo expectante.  O decimo dia do setimo mes, o grande dia da expiacao, tempo para a purificacao do santuario, que no ano de 1844 caia no vinte e dois de outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor.”

Apesar do exposto acima, a irma White nao teve uma compreensao completa  sobre as questoes do santuario.  Por exemplo, em outra parte, do livro o Grande Conflito, ela diz:  Vivemos hoje no grande dia da expiacao, pagina 493, capitulo O Grande Juizo Investigativo.

Porem, como expliquei para um outro leitor, irmao Jonas, a dificuldade de entender que o dia do juizo e um dia literal de 24 horas, que ocorre uma vez ao ano a partir de 1844, vem da popular interpretacao que considera que o dia da expiacao da primeira ou tipica dispensacao, e um tipo do periodo de juizo presente, desde 1844 ate o fim da provacao, ou seja, o fim da graca. 

Porem, nao existe justificativa biblica para justificar esta ideia.  (Notem que nao foi assim que Samuel Snow, Iran Edson e a senhora White nos ensinou).  Na profecia, nos nao temos nenhuma chave biblica que justifique que um dia de 24 horas tipifique ou denote um periodo indefinido de tempo.

Mas, quando nos tomamos o periodo da primeira dispensacao, no qual o dia da expiacao acontecia uma vez ao ano, como o tipo da presente dispensacao desde 1844, e o dia ali como tipo do dia aqui, a dificuldade desaparece. 

Jesus poderia julgar todos em um dia, ou um segundo, mas ele segue o processo pre-determin ado no plano da salvacao.  Primeiro os mortos, um pouco de cada vez, e por ultimo os vivos no ultimo dia da graca que por divina coincidencia sera o ultimo dia da expiacao.  Se nao for assim, perderemos toda a direcao como os discipulos perderam por ocasiao das festas tipicas da primavera. 

“Nao cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: nao vim ab-rogar, mas cumprir.  Porque em verdade em verdade vos digo que o ceu e a terra passem, nem um jota e nem um til se omitira da lei ate que tudo se cumpra. Mateus 5:17 e 18.

Nelson Oliveira Jr., da Igreja Adventista de Los Angeles

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