Só a oração sustenta a americanos em meio de tragédia

WASHINGTON DC, 15 Set. 01 (ACI).- "América reza" é a frase que melhor sintetiza o que ocorre nos Estados Unidos depois da tragédia da terça-feira. Milhares se congregaram na National Cathedral desta capital para rezar junto com o Presidente George Bush e líderes de distintas denominações cristãs, incluindo o Cardeal Theodore McCarrick, Arcebispo de Washington.

Dos atentados, a constante entre os americanos é a oração. Na quarta-feira, milhares de pessoas se reuniram em uma vigília de oração nos subúrbios do Mall de Washington. Na quinta-feira, Bush declarou na sexta-feira como Dia Nacional de Oração e Lembrança.

Hoje, previsto-se uma jornada de oração que reunirá a 100 mil cristãos em todo o país, justamente baixo o lema "América reza".

Segundo o Pai Carlos Mullins, sacerdote argentino que trabalha no Bronx, Nova Iorque, desde que se produziram os brutais atentados "notamos que muita mais gente está indo aos templos".

Em declarações à agência AICA, o Pai Mullins –pároco de São Felipe Neri- explica que nas quatro missas diárias que oferece seu templo, a igreja esteve enche. "Nestas horas, todos estão recorrendo à oração como quão último fica: rezar pelos que morreram e por seus familiares", indicou.

Embora o Pai Mullins vive a 20 quilômetros do World Trade Center, onde se desatou a tragédia das Torres as Gema, sabe que há sacerdotes que trabalham diretamente no lugar dos fatos, brindando ajuda espiritual e assistencial.

O sacerdote se dedicou a assistir aos alunos do colégio paroquial que regentea. Muitos dos 600 menores que concorrem diariamente a classe ficaram conmocionados pelas imagens que vêem por televisão.

"Também atendemos a muitas pessoas de nossa comunidade que estavam perto das Torres as Gema e viram como a gente se lançava das janelas, presas do desespero. Ficaram extremamente impressionados e o melhor que podemos fazer é aliviar seus espíritos e lhes aconselhar que rezem pelas almas dessas vítimas inocentes e o arrependimento de seus executores", sustenta o sacerdote.

Segundo o Pai Mullins, entre os americanos "não se fala de vingança e se tende a esperar que as autoridades investiguem quem som os verdadeiros responsáveis. O povo norte-americano está demonstrando uma grande solidariedade, mantém a calma e não alimenta sentimentos de vingança contra ninguém".

"Também aprendeu que o fanatismo religioso pode conduzir a estes excessos. Para toda isto humanidade foi uma grande lição, mas infelizmente a costa de milhares de vítimas inocentes. Se os culpados forem pessoas que atuaram em nome de Deus, convencidas de que cometendo estes atos irão ao Céu, significa que terá que revisar os valores religiosos de certa gente", adicionou.

Conforme explicou o sacerdote argentino, o Cardeal Edward Egan, Arcebispo de Nova Iorque, visitou o Hospital São Vicente, a cargo da Igreja católica, aonde permanecem internados 300 feridos. O Cardeal celebrará este domingo duas missas na Catedral de São Patrício para rezar pela paz.

Para o Gabe Lyons, organizador da vigília de hoje, "espera-se que no domingo seja o dia no que o maior número de pessoas na história dos Estados Unidos atiram a serviços religiosos. Por isso, nos templos se está tendo muito cuidado com a mensagem que darão aos crentes".

De Denver

Em Avermelhado, o Bispo Auxiliar de Denver, Mons. José Gómez, presidiu ontem uma Missa na Catedral da Imaculada Concepção. Em sua homilia, recordou que ante atos de tal maldade, deve-se recordar que "a batalha entre o bem e o mal não está para fora de nós em alguma parte do mundo, a não ser no centro mesmo de cada coração humano".

"Muitas vezes ignoramos a Deus, ou lhe emprestamos pouca atenção e logo esperamos que apareça como um paramédico da linha de emergência. Isso não é amá-lo, é usá-lo e se nós não gostamos que nos usem, o que podemos pensar de Deus?", Questionou Mons. Gómez.

O Bispo também advertiu que a gente não deve perguntar-se como manter a fé em meio da tragédia, a não ser dar-se conta que "na tragédia e o sofrimento encontramos nossa fé. Deus usa o sofrimento para fazer despertar a nosso propósito no mundo".

"Em meio de todo o sofrimento desta semana, Deus segue conosco e nos segue falando", assinalou Mons. Gómez e concluiu expondo uma pergunta que seria a decisiva: "o que vamos fazer?". "Nos dia e semanas que vêm, vamos odiar como odiaram os assassinos da terça-feira? Ou vamos tratar de viver e amar como Jesus o fez sem importar o custo?"

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