Cuidado, Pastores! É Hora de Consagração

Olá, Robson. 

Depois de ver e ouvir falar de tantos desatinos por partes de alguns pastores, resolvi ajudar um pouco a nossa membresia com alguns esclarecimentos que englobam: Espírito de Profecia, Bíblia, PRAXES, Manual da Igreja, Estatutos da Organização, Código Civil, Código Penal e outros. Já é hora da igreja (membros) começarem a conhecer seus direitos (e deveres). 

Peço, por gentileza, que publique os artigos que lhe enviarei a fim de que se levante um debate sobre a conduta de muitos pastores. Já fui pastor por mais de quinze anos e vi e ouvi muitas coisas que somente os livros celestiais mantêm os registros com a devida fidelidade. Segue o primeiro artigo, que é uma espécie de introdução:

Houve um tempo em que a Igreja Adventista do Sétimo Dia era constituída, quase que em sua maioria, de pessoas simples e sem formação universitária. Época em que as palavras do Pastor da Igreja tinham um peso grandioso. Irmãos iletrados não ousavam questionar os posicionamentos do ministro. Pastores que conheciam muito bem a Bíblia e tinham uma familiaridade grandiosa com o Espírito de Profecia. 

O ministro era considerado um homem "santo" e, por isso, muitos não ousavam confrontá-lo. Receber sua visita em casa era uma grande honra e privilégio e, quando convidado para almoçar, comia o que lhe era servido, dando graças ao bom Deus.

Quando um irmão ou irmã confidenciava-lhe algum problema sabia que sua angústia ou dilema não seria alvo de um sermão numa conferência pública. 

Andavam longas horas sobre cavalos, burros ou carroças. Não mediam esforços para visitar uma igreja lá fundo do matão. Que saudade desses pastores!

Bem Diferente

O tempo foi passando e hoje temos uma igreja, ainda que regida pelos mesmos princípios e crenças, bem diferente de 30, 40 ou 50 anos atrás. 

É muitíssimo comum termos numa congregação: pedagogos, advogados, médicos, enfermeiros, professores, historiadores, psicólogos, engenheiros, arquitetos e outros. Isso é bom. Faz com que tenhamos uma igreja culta. Daí surge uma grande preocupação: Quando um teologando sai do SALT, qual é de fato a sua formação acadêmica? Será que ele está preparado para enfrentar uma igreja multicultural? 

Acredito convictamente que o curso teológico procura fazer o melhor pelos seminaristas. Todavia, creio que matérias como como Administração, Psicologia das Relações Humanas, Economia e até mesmo Direito, deveriam ser incorporadas ou melhor aprofundadas no programa de curso, para dar uma melhor visão ao pastor; e visão de um "mundo globalizado".

O que temos visto e ouvido é que muitos pastores novos e alguns até com uma certa "quilometragem" de ministério, estão cometendo erros crassos. Aos novos, cabe a Igreja ajudar na construção de um ministério rico e frutífero. Cometerão deslizes? É lógico que sim. Um verdadeiro pastor, comprometido com a causa de Deus, não se faz com quatro anos de teologia e com mais quatro de aspirantado. Isso requer constante e contínuo crescimento em todos os sentidos: vigilância, equilíbrio e, principalmente, humildade.

Os mais antigos, digo, os mais experientes, deveriam ouvir mais e falar menos. Há uma grande sabedoria nisso. Quantos pastores pecam por não saber manter a boca fechada ou controlar a língua. Querem fazer suas opiniões prevalecer sobre a opinião dos irmãos. Quantos irmãos e igrejas estão sofrendo por causa desses que têm espírito despótico. Pensam que as ovelhas estão ali para obedecer cegamente a "voz do pastor".

Graças a Deus que esses não são maioria. É um aqui, outro ali, outro lá, mas que são o suficiente para macular o ministério. O pior é quando algum desses tem uma posição de destaque na Organização. O desastre é gigantesco e muitas vezes irreparável. Quantos interesses, quanta trama no ar há por parte daqueles que estão mais preocupados "com a grama do que com as ovelhas".

Igreja Pensante

É evidente e inquestionável a presença no ministério de homens comprometidos com Cristo, com a Igreja de Cristo e com a Obra de Cristo. Homens que são capazes de fazer profundas renúncias para não ver a causa de Deus ser achincalhada. Dão muitas vezes a cara a tapas em defesa da Obra de Cristo. Muitos desses não são compreendidos porque não são e nem estarão nunca comprometidos com homens. Esses são como Elias e outros sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal.

Está na hora de nossos ministros perceberem que estão diante de uma igreja pensante. A membresia começa a tomar a mesma atitude dos nobres de Beréia. Não está mais aceitando tudo que o pastor fala. Estão questionando e pesquisando. A Internet tem aproximado países geograficamente distantes e tem aberto um universo à pesquisa. Assim, o sermão que o pastor preparou na terça-feira para pregar no Sábado, pode ter seus dados desatualizados nesse intervalo. Um irmão, na sexta-feira pode ter dados mais recentes e o pastor precisa aprender a conviver com isso, se por acaso for questionado. O mais importante é que pastor e membro não se digladiem, mas que ambos possam beneficiar a igreja local com a mesma informação.

Cuidado pastores para não defenderem bandeiras erradas em locais certos. O pior é quando o pastor está com a bandeira errada e no local errado. Onde está a humildade que deve caracterizar o ministério ? Onde está a sensatez em estender a mão e dizer ao irmão: "Obrigado, irmão, você está certo."

Que Deus nos ajude a compreender e aceitar isso. Até o próximo artigo.

Dr. Lindenberg Vasconcelos
E-mail para correspondência:
psicolin@cable.splicenet.com.br 

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