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Revista Spectrum Destaca Primeiros Casamentos Gays Entre Adventistas
Embora o Presidente Bush e o Papa estejam procurando meios de evitar que casamentos gays se realizem, a instituição já encontrou completa aceitação entre gays e lésbicas adventistas do sétimo-dia. Isso foi o que presenciei como parte das atividades na última reunião campal da organização SDA Kinship. Já em existência há 24 anos, a organização SDA Kinship está composta de pessoas que são consideradas como uma extensão da família de cada um; que partilha em amor as dificuldades que a vida lhes outorgou. Durante as reuniões que tiveram lugar de de 20 a 27 de Julho de 2003, quase todos os dias havia uma reunião onde a todos presentes, era oferecida a oportunidade de contarem suas histórias, como também partilharem detalhes sobre suas lutas da vida até chegarem ali. A honra e respeito dados a cada indivíduo foi impressionante. Com muitos abraços, lágrimas, e às vezes aplausos, tal foi a inclusão, aparente e sentida, como nunca antes eu havia experimentado. Esse ano, em adição aos programas e eventos, foram celebrados vários casamentos, um deles entre duas senhoras da Carolina do Norte. As mesmas haviam planejado um casamento simples usando o juiz local, (Vermonte legalizou recentemente o casamento entre gays), mas as companheiras presentes as convenceram de que deveriam partilhar sua alegria com todos. Foi então que foram providenciadas flores, algumas velas arranjadas entre as flores, e também um bolo de casamento feito de sorvete famoso e produzido localmente. Na sexta feira, um pouco antes da entrada do sábado e depois da última reunião do dia, já com os assentos em forma especial, e depois de estar tudo arranjado com muito gosto, a cerimônia comecou. Primeiro o juiz de paz as liderou na declaração dos votos matrimoniais. Em seguida, um ex-pastor adventista, pronunciou numa palestra palavras de celebracao. As duas senhoras, vestidas em calças longas de cor branca, e com blusas de cor verde limão, ao terminar a cerimônia saíram rodando em círculo, como se estivessem numa dança vagarosa, ao redor de todos presentes. Naquela mesma noite, os presentes se reuniram em volta de um televisor para verem um outro casamento via DVD -- a união de dois rapazes, que se havia realizado em Masssachusetts no dia cinco do mesmo mês. O casamento na campal foi algo simples e entre amigos presentes, mas este outro foi algo completo e formal. Nesse casamento, os acompanhantes estavam vestidos em trajes de gala, e as meninas acompanhantes muito bem produzidas, como em qualquer outro casamento. Foi também convidado o coral masculino gay da área de Boston, e o ministro oficiante veio da igreja congregacional. Os que se reuniram para ver em DVD esse casamento, o fizeram porque um dos noivos havia sido membro da organização por muitos anos, e conhecido por muitos. Seu pai, doutor adventista aposentado. Essa foi a primeira vez em que estive presente numa dessa campais e fiquei surpreendida pelo número de casais que ali presenciei. O fato de estarem em uma relação permanente, pareceu-me algo que para eles era muito importante. Muitos apareciam nas reuniões cada dia, de mãos dadas e muitas vezes, vestidos igualmente. Um casal está junto por 40 anos. Um outro, por mais de 25 anos. Os mais jovens testificaram estarem felizes e vivendo uma vida melhor, por estarem em uma relação estável. Um amor real era visível em suas faces. Um terceiro casal me disse estar se preparando para casarem-se logo depois da reuniao campal. Esse encontro teve lugar em uma pequena cidade rural em Poutney, Vermonte, com muita razão, por estar Vermonte honrando as uniões entre gays, tornando-se assim conveniente o estar ali aos que buscavam uma união civil. Poutney é tambem significativa na história adventista. Guilherme Miller esteve ali pregando muitas vezes. Sua casa e fazenda se localizavam a menos de quinze minutos, do outro lado da divisa com o estado de Nova York. Muitos dos presentes estiveram ali visitando sua fazenda. Para alguns essa visita foi um tanto dificil. Sendo diferente e rejeitados por sua orientação sexual, alguns haviam deixado a igreja a qual tanto amavam. Muitos foram até abandonados por suas famílias. O voltar a entrar na história adventista lhes provocou uma abertura de uma velha ferida. Vários ex-pastores estiveram presentes, vindos de Maryland, California, Noruega e Brasil. Para estes, a descoberta e o assumir sua sexualidade haviam sido bem dificeis, pois o ato lhes causou não só um estreitamento de suas relações familiares, como também a perda de emprego por parte da igreja. Um desses homens nos contou como foi exposto perante o publico, num jornal local onde morava, num sábado de manha. O caso mais recente de exposição foi o de um pastor brasileiro presente ali. O mesmo perdeu sua família, lar, e posicão, quando alguém foi ao escritório de sua Associação para denunciá-lo por sua orientação sexual. A rejeição pior para ele foi o perder a comunhão que gozava com sua congregação. Muitos ali se identificaram com ele em sua dor interna. O adventismo apesar de tudo, pareceu-me ser parte de cada um ali presente. Os hinos cantados eram aqueles velhos tradicionais, conhecidos por todos. No sábado à tarde, discutimos e nos concentramos, em quais seriam as maneiras melhores formas de trabalhar em conjunto com a igreja amada. No sermão que havíamos ouvido aquela manhã, Roger Bothwell havia nos falado de como podemos nos vestir das vestiduras do amor de Cristo, mostrando em nossas lapelas bem visível um rótulo que identifica que realmente temos Seu amor para dar a todos. Ao presenciar a bondade e a inclusão amorosa dos membros da SDA Kinship, sai dali sentindo que eles estavam cobertos dessas vestiduras do amor de JESUS ao mundo, e com muito estilo. -- Bonnie Dwyer, de Riverside California, EUA, é editor da revista SPECTRUM -Jornal da Associação de Foros Adventistas. Este artigo foi publicado em 4 de Agosto de 2003. Fonte: http://www.spectrummagazine.org/conversationcafe/columns/030804dwyer.html Leia também: |
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