Jesus NÃO Disse: "Vinde e Patrocinai o Evangelho!"

Você já deve ter ouvido falar no trabalho da irmã Iraci Castelo Cunha, que reside na região da Associação Costa Norte. Essa irmã, com dinheiro doado por irmãos de todo o Brasil, já construiu 205 igrejas! Pois saiba que as igrejas da rica União Central Brasileira, comandada por Tércio Sarli, estão proibidas de convidar essa irmã para subir ao púlpito, ou permitir que ela faça qualquer solicitação. 

Obviamente, suspeitam, que muita gente prefere enviar o dízimo para lugares pobres e pôr o dinheiro na mão de gente que realiza alguma coisa. Mas isso não é tudo. Os pastores agora procuram constranger publicamente os que não pagam o dízimo para a Associação.

Sábado, dia 1º de dezembro de 2001, na igreja do jardim Campo de Fora, em São Paulo, bem perto do IAE Campus I, houve a Escola Sabatina e, logo depois, o culto. O pregador foi o diretor de mordomia da igreja, irmão Gelson, e o assunto, por ordem da Associação, foi mordomia. Ao final do culto, ele e seu amigo Walter Palomares tomaram uma lista com 415 nomes de irmãos que tinham feito alguma espécie de doação para a igreja (dízimos, ofertas, etc) e foram lendo nome por nome e pedindo para que ficasse de pé para receber um envelope. Naturalmente, aqueles que não tivessem um envelope na mão à saída eram os infiéis do pedaço, que não devolvem os dízimos e ofertas!

Outro exemplo: A igreja de Moema, na cidade de São Paulo, contribui com 100 a 120 mil reais por mês de dízimo, o que seria suficiente para pagar o salário de trinta pastores. Na rica Associação a que ela pertence, não há uma única igreja que não arrecade o suficiente para pagar seu pastor. Mesmo assim, cada distrital cuida em média de quatro igrejas. E é uma das Associações que tem um dos melhores índices do Brasil. Pergunta: Por que não há um pastor para cada igreja se tem o dinheiro? Resposta: Não é uma prioridade na Associação!

Então, para que serve uma Associação, se não é para servir as igrejas? Um índice típico de muitos Estados do Brasil é um distrital cuidar de 8 a 10 igrejas. Mas, no nordeste, um distrital cuida de até 18 igrejas, segundo dados fornecidos pela própria Administração. No mundo, a proporção é de 3,5 obreiros ativos para cada igreja. Onde estão eles? O dinheiro do dízimo está sendo usado para tudo e INDEVIDAMENTE!

Jesus deixou instruções claras de como seus discípulos deveriam se conduzir no trabalho missionário: Dois a dois, não levar dinheiro e se hospedar na casa de quem fosse digno. "De graça recebestes, de graça dai." Se a Administração acha que isso não tem sentido no mundo moderno, deveria entender que significa, no mínimo, manter-se com simplicidade e economia. Bem diferente de pôr vinte obreiros para não fazer nada em escritórios de luxo, enquanto cada distrital cuida de dez igrejas, cujos templos precisam de urgentes reparos, como acontece na maior parte das cidades do Brasil.

O que diz a Bíblia

Para o povo de Israel, o dízimo foi instituído com o objetivo de prover o sustento dos sacerdotes que trabalhavam no templo. Mas a palavra dízimo na Bíblia tanto pode representar uma oferta de gratidão, resultante de um pacto ou desejo especial do ofertante, quanto o percentual previsto na lei do dízimo, que beneficiava os Levitas dedicados aos trabalhos do templo.

Embora na Bíblia apareçam exemplos anteriores de gente que pagou o dízimo, o simples exemplo de Abraão ou Jacó não estabelece um dever. É necessário que exista uma ordem que institua a obrigação. Portanto, em Gênesis 14:20 e 28:22, o dízimo foi oferecido voluntariamente e em reconhecimento a um benefício recebido.

A primeira vez que aparece uma ordem para pagar o dízimo, está em Números 18:21 (ver também os versos 24, 26 e 28): "Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação."

Os levitas, ao contrário das outras tribos, não tiveram direito a nenhuma parte da terra que acabavam de conquistar. Assim, pela inteira dedicação aos trabalhos do templo e devido ao fato de não terem recebido terras como herança, Deus mandou que as outras tribos lhes pagassem o dízimo.

Não se tratava de uma contribuição em dinheiro. O dízimo devia ser dado sob a forma de grãos e frutos da videira: "E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. ...Quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira, e como novidade do lagar, se contará aos levitas." Versos 27 e 30. Obviamente, era uma lei que duraria apenas o tempo que durou o sacerdócio levítico.

Hebreus 7

Hebreus 7 faz uma comparação entre o antigo sacerdócio levítico e o sacerdócio de Jesus. Aliás, faz várias comparações entre diferentes aspectos do antigo e do novo sacerdócio.

O sacerdote levita primeiro tinha que oferecer pelo seus próprios pecados e depois oferecia sacrifício pelo povo. Jesus, sem pecados, não precisa oferecer sacrifícios por si mesmo. O sacerdócio antigo era da tribo de Levi e Jesus, da tribo de Judá. O sacerdócio levítico era temporário. O sacerdócio de Jesus é eterno...

Entre os versos 2 e 9, o dízimo é mencionado seis vezes entre as várias leis do sacerdócio levítico que foram abolidas com a morte de Jesus. O verso cinco cita especificamente "a lei, de tomar o dízimo do povo". Em seguida, no verso 12 diz: "Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz mudança da lei."

"Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade. (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) é desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus. ...De tanto melhor concerto, Jesus foi feito fiador." versos 18, 19 e 22. O sacerdócio levítico foi extinto -- "abrogado" quer dizer anulado -- e junto com ele, extinguiu-se também a obrigatoriedade do pagamento do dízimo para o sustento dos sacerdotes e levitas.

E Mateus 23:23?

Como já dissemos acima, Jesus deu instruções de como os discípulos deveriam obter o sustento e não falou em dízimo. Simplesmente, não deveriam carregar dinheiro e procurar uma casa digna para hospedar-se, enquanto estivessem naquela cidade. Jesus não instituiu um clero ou hierarquia na igreja e não se justifica a gigantesca administração que hoje devora dízimos e ofertas das igrejas.

Cristo deixou uma ordem: "Ide, pregai o evangelho a todo o mundo, a cada nação, tribo e língua." Jesus NÃO Disse: "Vinde e patrocinai o Evangelho!" O discipulado é individual e, da mesma forma, a ordem de ir e pregar é para cada discípulo de Cristo. Mas, se eu não tenho condições de ir além-mar pregar o Evangelho de Jesus, devo fazer isso nos bairros da minha cidade e cidades vizinhas. E tenho também o dever de ajudar aqueles que vão a outras terras anunciar a salvação por Jesus.

Essa responsabilidade dada por Jesus não foi estipulada em percentuais, como 10, 20 ou 25%. Jesus é o fiador da nossa dívida para com Deus e não temos que pagar nenhuma porcentagem para ser salvos. Temos, sim, que dar tudo que temos para anunciá-Lo ao mundo! O nome que queiram dar ao dinheiro (dízimo, pacto ou outro nome apelido qualquer) não é importante. O importante que o dinheiro seja usado para a finalidade devida e isso não está acontecendo na Organização adventista.

Mateus 23:23 é a única referência direta de Cristo ao dízimo no Novo Testamento: "Ai de vós, escribas e farizeus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas."

Note que o foco da afirmação de Jesus foi a hipocrisia dos escribas e farizeus naquele tempo, e não um aceno de que a lei do dízimo sobreviveria ao fim do sacerdócio levítico. Jesus não estava dando instruções sobre a manutenção da igreja a Seus discípulos, mas fazendo um paralelo entre coisas absurdas que aconteciam, no tempo em que o sacerdócio Levítico ainda estava valendo. Na contra-mão da assertiva, Jesus teria dito que deveriam substituir os cereais por dinheiro se essa fosse sua intenção.

Quando se argumenta que Jesus se referiu ao templo como "a Minha casa", convém lembrar que dizia respeito àquele momento, pois Ele próprio profetizou que o templo seria completamente destruído e, após Seu ministério, morte e ressurreição, o judaísmo não mais representava a religião verdadeira e os discípulos do Mestre é que estavam encarregados em levar o cristianismo a todos os povos.

Outros argumentos

Pregar o Evangelho a todo o mundo é uma responsabilidade global e muito maior do que entregar dez por cento do meu salário à Associação. Mesmo assim, muitos argumentam que, como acontece com os mandamentos da lei de Deus, a lei do dízimo não precisaria ser repetida no Novo Testamento para continuar válida e que Paulo disse que quem anuncia o Evangelho pode viver do Evangelho.

Hebreus 7:18 não fala que a lei de Deus foi anulada e, sim, que a lei cerimonial ligada ao dízimo perdeu seu valor. Quanto ao apóstolo Paulo, não fala na continuidade da obrigatoriedade do dízimo. Observe bem o que diz o contexto dessa afirmação: 

"Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo.

"Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho; eu, porém, não me tenho servido de nenhuma destas coisas e não escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, antes que alguém me anule esta glória.

"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.

"Nesse caso, qual é o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho, para não me valer do direito que ele me dá. Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível." I Coríntios 9:11-19. 

Paulo fez questão de evangelizar sem qualquer remuneração para não criar qualquer obstáculo ao Evangelho de Cristo. Ele disse até que preferia morrer para não anular essa glória de propor o Evangelho da Graça, de graça, como escravo de todos. 

Conselhos escondidos

No folheto reproduzido ao lado, que nos foi enviado diretamente do White Estate da Associação Geral, há instruções da Sra. White quanto à aplicação individual dos dízimos que a Organização adventista tenta esconder no Brasil.

À pág. 41, numa carta escrita por ela ao irmão Olsen, datada de 26 de Maio de 1896, Ellen White revela que administrava seus dízimos dando-lhes o destino que melhor encontrava:

"Algumas pessoas da Adminsitração podem dizer que é isto que eu desejo fazer. Os membros da Associação se apropriam do seu dinheiro para uma determinada finalidade. Mas o Senhor nos tem feito individualmente mordomos. Cada um de nós tem a solene responsabilidade de investir esses recursos por si mesmos. Uma parte é correto dar ao tesouro para o avanço geral da obra, mas o mordomo dos recursos [o membro da igreja] não estará sem culpa perante Deus, a menos que ele use esses recursos onde se revela a necessidade.

"Devemos estar prontos para ajudar os que sofrem e pôr em operação planos que façam a verdade avançar de várias maneiras. Não está a cargo da Associação, ou qualquer outra organização, tirar-nos essa responsabilidade de mordomos... Se você vê alguma localidade que a verdade está estagnada e não existe lugar de adoração, então faça alguma coisa para suprir a necessidade. Pelas suas próprias ações, encoraje outros à ação em construir uma casa de adoração a Deus. Tenha interesse em todas as partes da Obra..."

Agora, falando do dízimo especificamente: "Embora não seja sua propriedade, aquilo que está manuseando, você foi feito responsável pelo investimento inteligente, por seu uso e abuso. Deus não lhe exige perguntar à Associação, ou a qualquer concílio de homens, como você deve usar seus recursos para o avanço da obra divina nas vilas e cidades empobrecidas. Se um plano correto fosse implementado, tantos recursos não seriam usados em alguns lugares, enquanto tão poucos vão para outros, onde a bandeira de verdade ainda não foi levantada." -- Ennis Meier, Adventistas.Net

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