Daniel 8: Por Que Roma e NÃO Antíoco Epifânio?

Daniel 8 fala-nos a respeito da controvérsia entre o bem e o mal e do triunfo final de Deus. Esse capítulo revela que no espaço decorrido entre a inauguração do ministério sumo-sacerdotal de Cristo e a purificação do santuário celestial, um poder terrestre haveria de obscurecer o ministério de Cristo.

O carneiro da visão representava o império Medo-Persa (Dan. 8:2) - sendo que dos dois chifres, o mais alto apareceu por último, retratando claramente as duas fases do império, em que os persas dominantes entraram em cena por último. Conforme Daniel predissera, esse reino oriental exaltaria o seu poder "para o ocidente, e para o norte, e para o sul", e assim se engrandeceria (Dan. 8:4).

O bode macho que vinha do ocidente simbolizava a Grécia, com o seu grande chifre, o "rei primeiro" representando Alexandre o Grande (Dan. 8:21). Provindo "do ocidente", Alexandre rapidamente derrotou os persas. Depois, dentro de poucos anos após sua morte, o império foi dividido em "quatro reinos" (Dan. 8:8 e 22) - os reinos de Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.

"No fim do seu reinado" (Dan. 8:23), ou, em outras palavras, próximo ao fim do dividido império grego, erguer-se-ia um chifre pequeno" (Dan. 8:9). Alguns consideram Antíoco Epifânio, um rei sírio que governou sobre a Palestina durante curto período no segundo século A. C., como sendo o cumprimento desta porção da profecia. Outros, incluindo a maioria dos reformadores, têm identificado este chifre pequeno como Roma, tanto em sua fase pagã quanto na fase papal. Esta última interpretação corresponde exatamente às especificações dadas por Daniel, ao passo que a outra não o faz. Observe os seguintes pontos:

a. O poder do chifre pequeno estende-se desde a queda do império grego até o "tempo do fim" (Dan. 8:17). Somente Roma, pagã e papal, preenche essas especificações quanto ao tempo.

b. As profecias de Daniel 2, 7 e 8 correm paralelamente. Os quatro metais da imagem de Daniel 2, assim como as quatro bestas de Daniel 7 representam os mesmos impérios mundiais: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Tanto os pés de ferro e barro como os dez chifres do quarto animal representam as divisões do império romano; esses estados divididos deveriam continuar até o Segundo Advento. Observe que ambas as profecias indicam que Roma sucederia a Grécia, e que ela seria o último império antes da Segunda Vinda de Cristo e do julgamento final. O chifre pequeno de Daniel 8 encaixa-se na mesma moldura; sucede a Grécia e é destruído de modo sobrenatural, ou "sem mão humana" (Dan. 8:25; cf. Dan. 2:34).

c. A Medo-Pérsia é identificada como "grande", a Grécia é apresentada como "muito grande" e o chifre pequeno como "excessivamente grande" (Dan. 8:4,8 e 9). Roma, um dos maiores impérios mundiais, preenche bem esta especificação.

d. Somente Roma expandiu seu império para o sul (Egito), para o leste (Macedônia e Asia Menor) e para a "terra gloriosa" (Palestina), exatamente como predissera a profecia (Dan. 8:9).

e. Roma ergueu-se contra o "príncipe do exército", o "Príncipe dos príncipes" (Dan. 8:11 e 25), que é ninguém menos que Jesus Cristo. "Contra Ele e Seu povo, assim como contra o Seu santuário, o poder de Roma desenvolveu a mais extraordinária guerra. Esta descrição cobre tanto a fase pagã quanto a fase papal de Roma. Enquanto Roma pagã atingiu a Cristo e até mesmo destruiu o templo de Jerusalém, Roma papal efetivamente obscureceu o ministério mediatório, sacerdotal de Cristo em favor dos pecadores no santuário celestial (veja Heb. 8:1 e 2), ao instituir um sacerdócio que pretende oferecer perdão através da mediação humana." Esse poder apóstata alcançaria bastante êxito, pois "deitou por terra a verdade; fez isto e prosperou." (Dan. 8:12). -- Nisto Cremos, págs. 419-420, 451.

Leia também:

Para entrar em contato conosco, utilize este e-mail: adventistas@adventistas.com