Laodiceía e o Toque da Sétima Trombeta

 

Antes de qualquer coisa, primeiramente devemos saber o que é um toque de trombeta.

Comparemos os textos de Apocalipse para termos uma idéia do que poderá ser um toque de trombeta ou o seu som.

Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta... Apocalipse 1:10

Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, ... Apocalipse 4:1

Parece pouco para acharmos que uma um sonido de trombeta possa ser uma grande voz. Então recorramos ao Espírito de Profecia para ver o que nos diz:

Sua voz soou como trombeta através do templo. O desagrado de Sua fisionomia assemelhava-se a um fogo consumidor. Com autoridade, ordenou: “Tirai daqui estes.”

Três anos antes, os dirigentes do templo haviam-se envergonhado de sua fuga à ordem de Jesus. (Ellen White, Desejado de Todas as Nações, pág 591)

Por entre as mais tremendas convulsões da Natureza, a voz de Deus, semelhante a uma trombeta, foi ouvida da nuvem. (Idem, Patriarcas e Profetas, pág. 340)

Em ansiosa expectativa o povo aguarda que ele fale. Olhando primeiramente para o altar derribado de Jeová, e depois para a multidão, Elias exclama de maneira clara, em voz como de trombeta: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; e se Baal, segui-o”. I Reis 18:21. (Idem, Profetas e Reis, pág. 147)

Quase vinte séculos se passaram desde que o idoso Paulo derramou seu sangue em testemunho da Palavra de Deus e para testificar de Jesus Cristo. Nenhuma mão fiel registrou para as gerações vindouras as últimas cenas da vida deste santo homem; a inspiração, porém, nos preservou seu testemunho ao morrer ele. Como o clangor de uma trombeta, sua voz tem repercutido através de todos os séculos, enrijando com sua coragem milhares de testemunhas de Cristo, e despertando em milhares de corações, feridos pela tristeza, o eco de sua alegria triunfante: “Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo de minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda.” II Tim. 4:6-8. (Idem, Atos dos Apóstolos, pág. 513)

A um mundo ocupado, cheio do burburinho do comércio e a altercação de transações, onde os homens estavam procurando obter tudo para si mesmos, Cristo viera; e acima da confusão, Sua voz foi ouvida como a trombeta de Deus: “Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?” Mar. 8:36 e 37 (Idem, Profetas e Reis, pág. 274)

Já podemos perceber que o som da voz é como de trombeta. Mas precisamente o que se prega ou ensina é uma voz de trombeta.

No antigo Israel, como em muitos outros povos, a trombeta era utilizada para uma convocação. Ora para guerra, ora para algumas reuniões que poderiam ser religiosas ou não. Observe estes textos:

Então se ouviu um som como de trombeta, convocando o povo para encontrar-se com Deus; e Moisés guiou-os ao pé da montanha. Da espessa treva chamejavam vívidos relâmpagos, enquanto os ribombos do trovão ecoavam e tornavam a ecoar por entre as montanhas circunvizinhas. (Idem, Patriarcas e Profetas, pág. 304)

O som de uma trombeta convocou Israel a encontrar-se com Deus. A voz do Arcanjo e a trombeta de Deus convocarão, da Terra toda, tanto os vivos como os mortos, à presença de seu Juiz. (Ibidem, pág. 339)

Saul fez agora proclamar a guerra pelo som da trombeta, por toda a terra, chamando a todos os homens de guerra, incluindo as tribos de além do Jordão, para se reunirem em Gilgal. Esta convocação foi atendida. (Idem, Profetas e Reis, pág. 617)

As trombetas também indicavam como Israel no deserto deveria proceder:

Esses sacerdotes recebiam ordens de Moisés, as quais comunicavam ao povo por meio das trombetas. Era dever dos dirigentes de cada companhia dar instruções definidas com respeito a todos os movimentos a serem feitos, conforme eram indicados pelas trombetas. (Idem, Patriarcas e Profetas, pág. 376)

As trombetas iniciavam períodos de adoração:

Ao som da trombeta que dava os sinais, juntamente com a música dos címbalos, erguia-se o coro de ações de graças, avolumado por centenas de vozes:

“Alegrei-me quando me disseram:

Vamos à casa do Senhor... (Ibidem, pág. 538)

Transpondo as colinas que ficavam à vista da santa cidade, olhavam com temor reverente para as multidões de adoradores que caminhavam para o templo. Viam o fumo do incenso a ascender, e, ao ouvirem as trombetas dos levitas anunciando o serviço sagrado, tomavam-se da inspiração do momento, e cantavam:

“Grande é o Senhor e mui digno de louvor,

Na cidade do nosso Deus, no Seu monte santo.

Formoso de sítio, e alegria de toda a Terra

É o monte de Sião sobre os lados do norte,

A cidade do grande Rei.” Sal. 48:1 e 2... (Ibidem, pág 539)

“Eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos músicos, e bendizendo ao Senhor, porque era bom, porque a Sua benignidade durava para sempre, a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do Senhor, e não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.” II Crôn. 5:13 e 14. (Idem, Profetas e Reis, Pág. 38-39)

Sabemos que trombeta serve para convocação e que a voz pode soar como de trombeta. Agora saberemos que a voz de trombeta soa, também, como uma advertência e repreensão, e que nossa voz deve soar como trombeta. Estas passagens nos mostra que o que pregamos soa como uma trombeta. Ou Laodicéia não recebeu uma trombeta (voz) para soar? Observe estes texto e constate:

É privilégio dos vigias sobre os muros de Sião viver tão perto de Deus e ser tão susceptíveis às impressões de Seu Espírito que Ele possa operar por meio deles, a fim de advertir do perigo a homens e mulheres, e apontar-lhes o lugar de segurança. Fielmente devem adverti-los do inevitável resultado da transgressão, e devem fielmente salvaguardar os interesses da igreja. Em tempo algum devem eles relaxar sua vigilância. Sua obra requer o exercício de cada faculdade do ser. Em sons de trombeta sua voz deve fazer-se ouvir, e nunca deixar soar uma nota confusa ou hesitante. Não pelo salário devem eles trabalhar, mas porque não podem agir de outra maneira, pois sentem que há um ai sobre eles se deixarem de pregar o evangelho (Idem, Atos dos Apóstolos, pág. 361-362)

Há necessidade hoje da voz de severa repreensão, pois graves pecados têm separado de Deus o povo. A infidelidade está depressa tornando-se moda. “Não queremos que Este reine sobre nós” (Luc. 19:14), é a linguagem de milhares. Os sermões macios tão freqüentemente pregados não deixam impressão duradoura; a trombeta não dá um sonido certo. Os homens não são atingidos no coração pelas claras, cortantes verdades da Palavra de Deus. (Idem, Profetas e Reis, pág 140)

Agora sabemos que a voz soa como trombeta, que devemos ter cuidado para não darmos um sonido certo, que a trombeta pode ser utilizada para uma convocação e que esta voz pode ser de advertência. Pois bem, onde encontraremos na Bíblia esta voz para Laodicéia, já que ela também recebe uma trombeta para tocar. No momento não me interessa que tipo de advertência ou voz levantaram as outras igrejas. Apenas acredito que a voz de Éfeso com certeza fora a  de que Jesus era o Messias e que o povo judeu deveria acreditar, e com isso receber a advertência de que Jerusalém seria destruída. A primeira trombeta foi tocada e fogo com mistura de sangue foi lançado à terra, e a terça parte da erva verde foi queimada juntamente com a terça parte das árvores. Leia Isaías 44:3 e 4 e Salmos 1:3, 52:8 e 92:12 e veja que o Senhor identificava o antigo Israel como ervas e árvores. Portanto, a voz (trombeta) do primeiro anjo, fora rejeitada e Jerusalém fora destruída em 70 AD.

E agora? Qual deveras ser a voz de Laodicéia? Bem, podemos dizer que todo o evangelho. Mas e daí? Todo o evangelho fora designado para todas as igrejas. Ali cada anjo de cada igreja recebe a sua trombeta. Recebe a sua voz, a sua mensagem. Então busquemos na Bíblia alguma mensagem que seja específica para os últimos dias que deva ser dada com voz como de trombeta, ou seja, para advertência. Leiamos Isaías 56:1:

“Assim diz o Senhor: Mantende o juízo e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça prestes a manifestar-se.”

Sabemos que a justiça do Senhor está prestes a manifestar-se nestes últimos dias, como também, que a Sua salvação só virá quando Jesus voltar. Obviamente podemos entender que esta profecia é, também, para nós de Laodicéia. Para nós nestes últimos dias. Agora avance na seqüência da profecia e observe o que ela nos determina fazer. Observe que mensagem o Senhor requer de nós. Que tipo de convocação Ele deseja. E que voz de advertência Ele nos pede que seja dada: Leiamos Isaías 58:1 que é a seqüência desta profecia de Isaías 56:

Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó, os seus pecados.

Leia toda a profecia de Isaías que vai do capítulo 56 ao 58 e descubra ali qual a mensagem o Senhor requer de nós. Qual voz que Senhor quer de nós. Observarás ali não só uma mensagem de advertência do sábado como também dos atalaias cegos de Laodicéia. Além da convocação para prática do verdadeiro jejum. Se analisarmos profundamente encontraremos semelhanças com a tríplice mensagem angélical. Veja o que escreveu Ellen White:

Antigamente o Senhor declarou a alguém que falava em Seu nome: “A casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não Me querem dar ouvidos.” Não obstante, disse Ele: “Tu lhes dirás as Minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir.” Ezeq. 3:7; 2:7. Ao servo de Deus, no presente, é dirigida esta ordem: “Levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.”

Tanto quanto as oportunidades o permitam, cada um que haja recebido a luz da verdade se encontra sob a mesma responsabilidade solene e terrível em que esteve o profeta de Israel, a quem viera a palavra do Senhor, dizendo: “A ti pois, ó filho do homem, te constituí por vigia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta dele, e ele se não converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma.” Ezeq. 33:7-9.

O grande obstáculo tanto para a aceitação como para a promulgação da verdade, é o fato de que isto implica incômodo e vitupério. Este é o único argumento contra a verdade que os seus defensores nunca puderam refutar. Mas isto não dissuade os verdadeiros seguidores de Cristo. Estes não esperam que a verdade se torne popular. Estando convictos do dever, aceitam deliberadamente a cruz, contando, juntamente com o apóstolo Paulo, que “nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (II Cor. 4:17), “tendo”, como alguém da antiguidade, “por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito”. Heb. 11:26.

Unicamente os que, de coração, se fazem servos do mundo, qualquer que seja a sua profissão religiosa, é que agem, em matéria de religião, por expedientes em vez de princípios. Devemos escolher o direito, porque é direito, e com Deus deixar as conseqüências. A homens de princípios, fé e ousadia, deve o mundo as grandes reformas. Por tais homens tem de ser levada avante a obra de reforma para este tempo.

Devemos clamar a plenos pulmões e anunciar ao povo de Deus, à casa de Jacó a sua transgressão. Observe que não é uma mensagem para o mundo e sim para a igreja de Deus nestes últimos dias. Recomendo aqui para ter um maior esclarecimento sobre a mensagem que devemos dar a leitura do capítulo “Restauração das verdades” nas páginas de 451 a 460 do livro o Grande Conflito. Com certeza uma dessas transgressões é a do primeiro mandamento que trata de adoração ao único Deus.

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