Fui Reformista Até os 21 Anos e Conheci Alfonsas Balbachas
O seguinte relato vem de acordo com minha observação de Alfons Balbach lá na Vila Matilde, ex-sede da publicadora reformista e centro de reuniões de 1953 até o meio dos anos 60. Eu era bem jovem, mas como já era adestrado quanto à música, fui convidado por Alfons Balbach, várias vezes, a acompanhá-lo como pianista/organista dos casamentos reformistas, aos quais ele era convidado a realizar na área ao redor da grande São Paulo. Nessas viagens, o indivíduo raramente trocava uma palavra amigável comigo. Sempre se concentrava em alguma leitura a caminho dos locais onde íamos. Quando leio sobre o que Alfons fala em seus livros e as contradições nas quais ele entra, minha impressão é que ele foi alguém trazido à força para dentro daquela organização, e sem realmente ter sido convertido, no princípio de sua participação no Movimento de Reforma. Eu era um menino adolescente nos anos 50, mas lembro que foi um pastor reformista Romeno, chamado Lavrick, que encontrou Alfonsas Balbachas (era assim que era chamado, quando morava no Brasil). Alfons, como é chamado hoje em dia por morar aqui na América, era de certa forma um homem sábio, quando comparado ao resto dos dirigentes reformistas, os quais então rejeitavam a educação secular como pecaminosa. Lavrick o visitou várias vezes na área de São Bernardo do Campo, onde morava (isso de acordo com o que foi contado então), e um dia, Alfons resolveu aceitar tornar-se membro da IASD-MR. Imediatamente o levantaram a uma alta posição por ser mais educado que o resto dos ministros da reforma. Quando eu o conheci em 1958, uns três anos depois de ter sido contactado e convencido, Alfons já ocupava posição elevada na igreja e dali subiu e subiu. Lembro ser ele o tradutor do inglês ao português, sempre que havia reuniões nas quais líderes de língua inglesa falavam à congregação. Pessoalmente, Alfons era um homem fechado socialmente. Quase não se ajuntava com os membros. Era alguém que parecia estar sempre em estado de meditação, o que era interpretado pela maioria dos reformistas como se ele fosse um homen totalmente consagrado. Não lembro de ter visto Alfons dar um sorriso ou participar de um grupo alegre de jovens durante todo o tempo que o conheci. Anos depois, eu o vi aqui na área de Los Angeles e era, todavia, o mesmo homem que conheci anos atrás. Meus pais haviam sido convertidos ao adventismo inicialmente pela igreja reformista. Ao tornar-me um adulto, cheguei à conclusão de que a razão da existência deles foi simplesmente um incidente provocado por homens despreparados intelectual e administrativamente, na maioria europeus, o qual resultou numa nova igreja. Embora façam reclamos quanto à Igreja Adventista e o quebranntamento dos mandamentos durante a guerra na Europa, ao conseguirem seu intuito de liderança, eles controlavam os membros no Brasil com as mesmas táticas que o comunismo usou contra eles, no período de onde haviam escapado. Lembro como nós, os jovens, éramos maltratados e vivíamos sempre sob líderes que sempre nos corrigiam em tudo que fazíamos. A vida dentro da Igreja reformista naqueles tempos era muito dificil para quem era jovem. Apesar de toda a opressão existente, havia dentro daquela igreja uma classe considerada superior, seja por sua relação familiar aos dirigentes principais ou seja pela categoria e classe financeira que eles desfrutavam. Entre essa classe estavam as filhas de Lavrick e os filhos de outros dos lideres. Estes foram muitas vezes encontrados em filas de cinema e saindo a farrear pela cidade, pois se sentiam superiores. Quando um jovem da classe inferior à deles era repreendido, muitos reclamavam que se o tal tivesse sido filha de Lavrick ou de um outro da classe superior, nada teria acontecido... Faço essa declaração simplesmente para pôr por terra a falsa impressão que os reformistas procuram disseminar, dizendo serem eles superiores em tudo à Igreja Adventista. Houve muita hipocrisia dentro das fileiras reformistas, o que me fez escapar de lá quando cheguei aos 21 anos de idade. Logo depois, toda a minha família abandonou aquela igreja. Também, no período de 1972 a 1975, centenas deixaram a Igreja Adventista da Reforma e se juntaram à Igreja Adventista. -- EDV. Robson, Os reformistas pelo menos no passado foram bem extremistas e tratavam seus membros demasiadamente mal. Gostaria de saber se entre seus leitores existem um grande número de ex-reformistas, que pudessem confirmar algumas das coisas que falei no artigo sobre o Alfonsas Balbachas, às quais adicionarei um pouco mais aqui. Não sei se eles hoje em dia respeitam aos adventistas melhor do que o fizeram naqueles tempos. Dentro das igrejas reformistas os adventistas eram considerados piores que os católicos, e éramos ensinados a chamá-los de Babilônia. Numa ocasião em 1960, o Dr. Kimple veio a Vila Matilde para umas reuniões que esclareceriam as diferenças entre os Adventistas e Reformistas, e onde finalmente poriam a pratos limpos os reclamos dos Reformistas contra a Igreja "GRANDE", como eles chamavam aos Adventistas naqueles tempos. Lembro-me de ver pela primeira vez naquela ocasião o ódio
aos Adventistas subir Aquilo me deixou tão surpreso ao ponto de sentir que não pertenceria àquela igreja por muito tempo a partir dali. Eu sabia desse ódio que era discretamente incutido nas mentes dos membros, mas naquela ocasião vi o mesmo sendo praticado claramente. Ao estarem já reunidos na polêmica que não parecia chegar a conclusão alguma, lembro que o tal Pastor Lavrick (que morava então no Belém, perto do centro de São Paulo) chegou de repente, e como se fosse um líder comunista, sem respeito algum ao público reunido, que era de quase umas mil pessoas, mandou que parassem com a discussão, pois, de acordo com ele "não haviam pedido nenhuma permissão para se reunirem". Eu vi naquele acontecimento uma semelhança bem grande da Reforma aos governos dos ditadores europeus. Foi então que decidi partir daquele meio para sempre. Mais ou menos um ano mais tarde, soube que os adventistas estariam realizando umas conferências na Penha, que era perto de Villa Matilde. Fui até lá e gostei imensamente de tudo que vi, e principalmente da música do coral Carlos Gomes. Descobri que eles haviam mandado espias que me denunciaram por ter assistido entre os adventistas. Fizeram-me prometer que não iria três dias depois, quando continuariam as séries. Prometi, mas ao chegar o dia não agüentei a ansiedade e fui outra vez. Foi então que no dia seguinte fui despedido do trabalho de impressor que tinha na publicadora deles. E a razão dada foi a quebra da promessa que havia feito. Fiquei desempregado, mas algo me dizia que tinha feito o correto. Passaram dois dias, e no sábado ao ir assistir o culto na Igreja Adventista de Vila Matilde contei ao pastor Duilio Parotti sobre minha situação. Ele disse que oraria sobre o assunto. Como se fosse um milagre, no domingo de manhã um rapaz bate à porta de minha casa e me pergunta se eu era o jovem que havia sido despedido da publicadora reformista. Disse-lhe que sim. Esse rapaz, chamado Manuel, contou-me então que havia ido a Vila Matilde com a intenção de buscar alguém da igreja local que quisesse trabalhar na Casa Publicadora Brasileira, de Santo André, pois para isso o havia enviado o então gerente, Pastor Schueneman. Manuel, que também era um impressor, havia ido direto à casa do Pastor Duilio Parotti com a mensagem. Foi então que foi enviado a minha casa. Não esqueço que a data era dia 1º de Setembro de 1961, quando comecei a trabalhar lá em Santo André. Eu havia estado sem trabalho por dois dias somente. Ainda não havia sido batizado na igreja adventista e isso aconteceria só no dia 11 daquele mês. O pastor Schueneman que até ali nunca havia empregado ninguém que não fosse membro da igreja, concedeu-me a oportunidade de trabalhar antes de me batizar. Isso não caiu bem com os líderes e supervisores que eu havia tido na reforma. Mas os bons amigos me felicitaram pela sorte que havia tido. EXISTEM OUTRAS COISAS PELAS QUAIS PASSEI ALI NA REFORMA, MAS ACHEI QUE ESSAS VALIAM A PENA SER CONTADAS. -- EDV Ola, Meu nome e Luciano Moreno Araujo, sou reformista e costumo visitar esta pagina com frequencia. Noto que voceis possuem artigos interessantes, e que possuem o desejo de levar o evangelio e esclarecer nós adventistas sobre coisas que se passam até em nosso meio. Fiquei muito descepcionado ao ler um artigo de alguem que "sem nome" disse ter pertencido ao movimento da Reforma, afirmando que os reformistas são pessoas sem instrução, e que existem diferenças de tratamentos as pessoas só porque pertencem a classe do que ele chama de "favorecida". Em primeiro lugar gostaria desmintir estas afirmções e de esclarecer que o objetivo da Reforma é, e sempre será o de levar o evangélio da forma como os pioneiros do advento faziam, e levantando bandeiras como a verdadeira guarda do sábado, a tríplice mensagem angélica e a reforma pro-saúde. Instiuições são falhas, a Reforma não escapa dessa regra, mas a instituição adventista também não chega a ser melhor pelo o que acompanhamos aqui. Acho que existe um grande preconceito por parte dos Adventistas em relação a Reforma, devemos nos lembrar que se planejamos ir para o céu as instituiçoes ficaram na terra. O povo reformista é um povo pobre, simples mas tem uma verdade a apresentar ao mundo, e de acordo com a Bíblia, só seremos filhos de Abrarão se fizermos as obras de Abraão. Assim procuramos agir, colocar em prática o que pregamos. Tenho o privilégio de conhecer pessoalmente o irmão Alfonsos Balbach, uma pessoa bastante instruida, e a par da realidade que vivemos. Um homem simples que dedicou a vida inteira a escrever alguns dos livros que a Editora Missionaria Verdade Pesente publica a varias décadas. Não é um Homem rico, mas poderia ter sido se ao inves da Igreja ele escrevesse para seu proprio proveito. Não posso esquecer de dizer as inúmeras pessoas que ajudou, com dinheiro, com uma palavra amiga ou com orações. Como ele temos muitos outros, irmãos advogados, engenheiros, médicos, enfermeiras, professores, Juizes etc. Cremos que a instrução por si só não faz o trabalho, o maior exemplo disso é os dicípulos de Jesus, homens simples pescadores que estiveram perante cécares reis do mundo de então. Mas cremos também que a onde estão 100 despreparados uma pessoa preparada e com Deus faria o trabalho dos 100. Por isso temos escolas missionarias, escolas seculares, hospitais para prepara-nos para atuar no campo missionario. A Reforma se encontra em quase todos os paises, somos um número reduzido mas estamos em todos os lugares levando a mensagem da Breve Volta de Jesus. Sobre a nossa historia temos o nosso Livro A Historia dos Adventistas do Sétimo dia Movimento de Reforma, que poderá melhor do que eu contar e comprovar o porque do Movimento de Reforma, o qual aconselho que lesse inclusive a pessoa que escreveu o artigo "Fui Reformista Até os 21 Anos e Conheci Alfonsas Balbachas". O Livro pode ser encontrado no site www.asd-mr.org.br ou www.sdarm.org em Inglês. Para concluir gostaria de deixar o pensamento de que Igrejas não salvaram niguem e que sim a verdadeira amizade com Cristo que hoje se encontra no tarbenáculo celestial a interceder por nós. Não façamos da Igreja um partido político pois tais coisas só nos conduziram a perdição mas os convido a conhecerem a Reforma e a verem pelos os seus proprios olhos o que é esta Igreja, que com todos seus defeitos tem se mantido de pé e fiel aos mandamentos e Deus e a fé e Jesus. Agradeço desde ja a atenção Seu irmão em Cristo, Luciano Moreno Araújo Resposta a Luciano Moreno de Araujo, Você fala tudo de bom sobre a Reforma, incluindo que ninguém se salvará por meio de nenhuma igreja e que a reforma tem seus defeitos. Se isto é verdade, qual e a necessidade de existir outra igreja separada? A reforma predita seria algo que deveria acontecer dentro do adventismo. Se uma pessoa quer fazer uma reforma em sua casa onde mora, ela não sai por aí dizendo a todos que vai reformar sua casa. Mas em vez de falar o que vai fazer, constrói logo uma nova casa! Eu penso estarem os reformistas completamente confundidos. Eles vivem das aparências. Ao pertencer uma pessoa às suas fileiras, verá a realidade das coisas. Existe uma aparência visual de santidade e observação de tudo que pregam, mas a realidade nas mentes da maioria dos membros é um sentimento de dúvida e frustração, pois esse é o resultado geralmente de dependermos de, como pecadores, observar tudo ao pé da letra para conseguir a aprovação de Deus, temendo continuamente de perder a salvação. Existe muito temor e incerteza dentro da reforma. Quando eu fui membro da reforma, uma coisa que era considerada pecado era dizer: "Estou salvo", ou mesmo o entender que, pelos méritos de Jesus, sim, podemos pronunciar essas palavras com confiança. Quanto às diferentes classes de pessoas e o trato dispensado pelos dirigentes a elas, pode ser que houve alguma mudança em 40 anos, mas duvido muito. Quem sabe outros jovens do MR, que leêm essas páginas do adventistas.com, poderiam nos informar sobre isso sem divulgar quem são. Sei que existe muito temor entre eles, mas pessoas corajosas poderiam falar a verdade, e quem sabe isso resultaria em uma mudança do trato entre eles como resultado. -- EDV Leia também: |
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