Siamesas separadas em Los Angeles estão sob observação médica

O estado de saúde das gêmeas siamesas da Guatemala, que foram separadas numa maratona cirúrgica que durou 22 horas, permanece estável, segundo a equipe médica que as mantém sob cuidadosa observação no Hospital Infantil Mattel, da Universidade da Califórnia, no Centro Médico de Los Angeles. Cerca de quatro horas após a cirurgia, um dos bebês -- Maria Teresa Quiej-Alvarez -- voltou à sala de cirurgia para uma segunda operação que durou mais de cinco horas por causa de uma hemorragia cerebral, disseram os médicos.

Maria Teresa retornou à UTI e está em condição crítica mas estável. Sua irmã, Maria de Jesus Quiej Alvarez, também está na unidade de tratamento intensivo em condição crítica mas estável. "Apesar das complicações envolvendo Maria Teresa, estamos esperançosos para ambas as garotas", disse o Dr. Jorge Lazareff, diretor do Programa de Neurocirurgia Pediátrica da UCLA. "Nós removemos um coágulo de sangue para apressar sua recuperação".

As meninas nasceram em uma área rural da Guatemala unidas pelo crânio e rostos virados em direções opostas. Elas são conhecidas carinhosamente como "Pequenas Marias".

"Essa foi uma cirurgia muito complicada e, até vencermos muitos dias, ambas correm risco de vida. Vamos acompanhar minuto a minuto, hora a hora, dia a dia", disse o diretor do Centro Médico da UCLA, Michael Karpf.

A equipe médica, formada por 50 profissionais, bateu palmas na sala de operações ao final do procedimento no amanhecer de terça-feira. "O momento em que as duas crianças foram separadas foi mágico. As pessoas estavam chorando, rindo, todos começaram a aplaudir e gritar", disse Houman Hemmati, médico da UCLA que observou a operação.

Segundo Hemmati, a cirurgia foi menos complicada do que o esperado, pois os cérebros das meninas estavam separados. No entanto, ela foi rara e difícil, e foram necessárias nove horas só para os médicos exporem o cérebro das gêmeas.

EVENTO RARO

Os gêmeos siameses ocorrem em 1 em 200 mil nascidos vivos. No entanto, gêmeos unidos pelo topo da cabeça, conhecidos como gêmeos craniópagos, correspondem apenas a cerca de 2 por cento desses casos.

De 40 a 50 casos registrados de gêmeos unidos pelo crânio, apenas 15 por cento viveram até 5 anos de idade e apenas um par atingiu a idade adulta, disse Moise Danielpour, diretor de neurocirurgia pediátrica do Instituto de Neurocirurgia Cedars-Sinai Maxine Dunitz, em Los Angeles. Normalmente, eles morrem porque órgãos como coração e rins de um gêmeo fazem a maior parte do trabalho e quando eles começam a falhar ambos os gêmeos morrem, explicou o neurocirurgião.

Ele informou ainda que avanços tecnológicos nos últimos dez a 15 anos nas técnicas de imagem, planejamento pré-operatório e cirurgia aumentaram a taxa de sucesso de separação para cerca de 65 por cento, de 25 por cento. Mas com a operação de separação de vasos sanguíneos intrincados próximos ao cérebro sempre há um risco maior de perda de sangue, inchação do cérebro ou outras complicações, acrescentou.

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