Em Defesa do Verdadeiro Amor e Contra a Crença na Trindade

O ser humano tem dificuldade de compreender a natureza do amor de Deus. Disse Jesus: "se Me amais, guardareis os Meus mandamentos". Mas os mandamentos dEle não eram diferentes dos de Seu Pai. Jesus também disse: "tenho guardado os mandamentos de Meu Pai". Os mandamentos de Jesus são os mandamentos do Pai - os mesmos Dez constantes na lei do monte Sinai. Todos os Dez Mandamentos estão fundamentados sobre o princípio do amor divino - amor a Deus e amor ao próximo.

Portanto, aos olhos do céu, a transgressão dos mandamentos é o verdadeiro demonstrativo da falta de amor a Deus e ao próximo.

Os 4 primeiros mandamentos expressam como se ama a Deus segundo o entender divino, e os seis últimos o como espera-se que ele ame ao próximo. A ordem na qual os mandamentos foram expostos deveria nos chamar a atenção. Se não obedeço aos 4 primeiros, como espero eu estar em harmonia com os seis últimos? Segundo Tiago, "aquele que transgride um, é culpado de todos". Se não amo a Deus segundo o padrão divino, não poderei amar o próximo. E a fonte do amor bíblico é Deus, pois está escrito que "Deus é amor". Agora, como poderei amar a Deus, se não o conheço? Ora, se tudo o que conheço dele são três pessoas, quando Ele é uma só, como poderei conhecê-lo?

Ilustro, para fazer-me mais claro: "suponhamos que uma criança nunca viu seu pai. Depois de 12 anos, ela fica sabendo que terá a oportunidade de conhecê-lo e vai esperá-lo na rodoviária. Ao perguntar para outros sobre como ele é, recebe como resposta: 'ele na verdade são três; são trigêmeos'. O ônibus chega, e ela fica então em expectativa, esperando ver os trigêmeos descerem. Para sua decepção, ninguém semelhante à descrição que ela recebera desce do ônibus. Uma pessoa, a que seria seu pai, desce, mas ela não o conhece. Não há como três pessoas serem ao mesmo tempo o pai dela, mas ela fora enganada quanto a isso, e não estava preparada para receber seu verdadeiro pai."

O mesmo se dá conosco em relação ao nosso Pai celestial. A Bíblia diz que Deus é nosso Pai, e quando cremos em Jesus nos tornamos "filhos de Deus". Todavia, a crença na trindade leva o fiel a crer que é filho de trigêmeos, e não de um Pai celestial. "Deus é amor", e para termos amor, importa conhecê-Lo. Mas segundo a Bíblia, "há um só Deus, o Pai" I Cor. 8:6. Se busco conhecer trigêmeos como meu pai, não os encontrarei na Escritura. Não posso conhecer um Deus que não é revelado na Bíblia. O falhar em conhecer a Deus significa falhar em conhecer o amor, e ter o amor. A crença falsa em um Deus triúno leva a isso.

Está escrito que "Deus amou o mundo de TAL maneira, que deu Seu Filho unigênito" Jo. 3:16. O que leva o apóstolo a escrever que Deus amou o mundo de TAL maneira é o fato de que Ele deu Seu Filho unigênito - o único Filho gerado que possuía. De fato, concordamos que um grande sacrifício para um pai sacrificar o único filho que possuía. A experiência de Abraão e Isaque foi uma lição objetiva do amor de Deus demonstrado para com o mundo. Ao levar Isaque ao altar, Abraão experimentou em parte a perda do filho que ele mesmo sacrificaria, e pode compreender melhor o amor de Deus.

Todavia, se Deus for considerado uma "unidade de três pessoas co-eternas" (trindade) a beleza da mensagem de João 3:16 se perde, e o sacrifício de Deus em nosso favor passa a ser uma mera demonstração de amor, não abnegado, mas egoísta. Explico: "se Deus são três pessoas iguais e co-eternas, o Filho não era de fato filho. Somente assumiu o papel de Filho para vir ao mundo e dar Sua vida por nós. O Pai, ficou no papel de Pai, sentado no trono, vendo Seu FIlho passar por provas na terra e ser sacrificado por mãos de iníquos. Então, o Pai poderia ter assumido o papel de Filho, se o quisesse, mas, por alguma razão não revelada não o fez.

Sendo assim, a declaração "Deus amou o mundo de TAL maneira que deu Seu Filho unigênito" deixa de ser uma revelação do verdadeiro amor de Deus, para ser apenas uma demonstração de hipocrisia - se amou mesmo, porque não veio Ele mesmo morrer em lugar de enviar Seu irmão que assumiu o papel de Filho e vê-lo morrer? Qual é a posição mais fácil - dar a vida ou sentar-se e ver o sacrifício do irmão? Obviamente, o segundo. E se nós não vemos o amor de Deus, não poderemos ter amor.

Não nego que os leigos possuam falhas de caráter. Agora, isso não torna verdadeira a afirmação de que a mensagem do Deus único é trazida apenas para conferir um sentimento de exclusivismo aos que nela creem. Infelizmente, todos herdaram tendências para o pecado, e como diz Paulo, hoje "vemos em parte...conhecemos como por espelho" a Deus (I Cor. 13). Se O conhecemos em parte, ainda não somos como Ele, mas se prosseguimos no conhecimento dEle, finalmente conheceremos como somos conhecidos, e seremos como Ele.

"CONHEÇAMOS e prossigamos em CONHECER ao Senhor; certamente Ele virá até nós como chuva, como chuva serôdia que rega a terra" Os. 6:6. Se prosseguirmos neste estudo, agora não apenas para conhecer quantas pessoas são Deus (isso já sabemos), mas sim para conhecer QUEM é Deus, qual é o Seu caráter e o Seu amor revelado e concretizado em Cristo em nosso favor, seremos em breve agraciados com a aperfeiçoadora Chuva Serôdia.

É verdade que muitas pessoas serão herdeiras da salvação sem conhecer determinadas verdades da palavra de Deus. Todavia, isso não demonstra que é melhor não buscar o conhecimento da Escritura. O ladrão na cruz estará com Jesus no paraíso; mas por não se aprofundar no conhecimento de Jesus e de Deus por meio da Palavra, não pode ainda em vida dizer como João, o discípulo amado: "aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor", e ainda: "nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós".

A verdadeira experiência cristã introduz o crente em uma vereda sem fim na qual ocorre o aprofundamento do conhecimento  do amor de Deus, por meio do estudo da Palavra e da experiência cristã prática. Não fosse assim, Paulo não diria, em Efésios 3, que se punha de joelhos diante do Pai, pedindo para que os crentes pudessem conhecer a largura, a altura e a profundidade do amor de Cristo, para que ENTÃO pudessem ser cheios de toda a plenitude - do AMOR de Deus. O conhecer a correta relação de Pai e Filho existente entre Deus e Jesus é fundamental para que qualquer ser humano possa ser cheio da medida de amor que Deus deseja conceder a ele:

"e a vida eterna é esta: que Te CONHEÇAM, a Ti só, POR ÚNICO DEUS VERDADEIRO, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" João 17:3.

Que todos prossigam no conhecimento do caráter do Deus que se revelou a nós como o único Deus verdadeiro, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo estudo da palavra e pela prática dos princípios da Escritura por Sua graça, que é derramada abundantemente sobre todo aquele que crê em Cristo Jesus. É meu sincero desejo e oração.

Que Deus abençoe a todos,

Jairo Carvalho

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