Sinagoga de Satanás - Parte 2

Alguém perguntou numa das listas adventistas de discussão por e-mail: "O que vcs acharam da resposta do Pr. José C. Ramos na RA de novembro?"

Esta foi a resposta do irmão Humberto Caputo:

A) José Carlos Ramos abordou pontos acessórios, porém evitou o foco do mérito, ilustro:

I - ACUSAR é obra exclusivamente satânica?

Quem acusa os judeus no Céu, segundo Jesus? "Não penseis que eu vos hei de acusar perante o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vos esperais." --  João 5:45. 

Se a critica é do Diabo, criticar os críticos é Divino? Ou seja, criticar nossos irmãos críticos não é "pagar mal, com mal"? "Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam." -- Mat. 23:3 

"Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade." Tia. 2:12.

II - Quando, ao fato de acusar os irmãos críticos de "sinagoga de satanás", acusando-os de estarem "fazendo exatamente o que o diabo quer" e que "seus escritos" são "pasquim", linguagem pejorativa. Sugiro consulta ao Comentário Bíblico Adventista, para verificar que esta nova interpretação do termo "sinagoga de satanás" não se encontra em seu bojo, logo, pode ser uma exegese subjetiva artificialmente construída para satisfazer interesses locais e atuais.

III - Ao comparar a administração com uma miserável meretriz indefesa na iminência de ser apedrejada, incorre o hermeneuta em um equívoco. Pois, Cristo a defendeu, porém aos administradores da igreja de seu tempo, freqüentemente, e também neste caso, os acusou. Neste passagem o docente inverteu a lição bíblica, pois na verdade, Cristo defendeu a adúltera denunciando a hipocrisia dos fariseus e doutores da lei, que envergonhados, partiram, e não o contrário. v. Joao. 8.

IV - ROTULAR certo escrito, em análise, de "pasquim" (linguaguem pejorativa), citando, seletivamente, partes que, aparentemente, abonam tal assertiva, sem tornar disponível, na íntegra, o documento condenado, é um procedimento impróprio, máxime nos meios científicos, sobretudo quando não há nem mesmo a citação objetiva da fonte. Seria isso o prelúdio da ressurreição do INDEX (índice textos proibidos pela igreja)? Defenderia também o articulista a importância dos censores eclesiáticos da vetusta inquisição? Como os dignos bereanos hodiernos podem examiniar "se as coisas são mesmo como dizem"?

Como um professor universitário, em um artigo desta relevância, ousa olvidar as normas da ABNT, pois no artigo "Sinagoga de Satanás", o professor cita o documento analizado como - "pasquim, pág. 7" - isto é correta citação para um respeitável docente universitário? Porventura olvidou os estudos sobre metodologia de pesquisa científica (não rotular, evitar asserções não demonstráveis, etc.)? Mesmo se este artigo fosse um ensaio (opinião pessoal e/ou subjetiva do pesquisador) deveria ofertar objetivamente as fontes de sua pesquisa! 

Como podemos ratificar o parecer do colendo docente se o documento analizado resta oculto, logo, inacessível?

B)  Quanto a resposta do Prof. Ramos ao missivista, ressalto os seguintes pontos:

I - O professor José C. Ramos julga até as entrelinhas da carta, e ao mesmo tempo afirma que não cabe a nós julgarmos, mas a Deus. Enseja, assim, incoerrência decorrente de equívoco na interpretação do preceito "não julgueis para não serdes julgados". Esclarecento, "não julgueis [homens: quem será salvo ou quem se perderá? nem julgueis: motivos ou entrelinhas], para não serdes julgados", Rom. 10:6.

"Mas a justica que vem da fé diz assim: Não digas em teu coracao: Quem subira ao ceu? (isto e, a trazer do alto a Cristo;) Quem descera ao inferno? (isto e, a fazer subir a Cristo dentre os mortos)." --  Rom. 10:6-7.

"Portanto nada julgueis antes do tempo, ate que venha o Senhor, o qual não so trara a luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestara os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor." - 1Cor. 4:5.

Porém, julgueis [atos: mentir, matar, roubar etc, bem como escritos injuriosos ou maledicentes, como dignos de censura]. Isto fazemos em todas as comissões de igreja, não julgamos homens, porém condutas, condenamos o pecados, visando salvar o pecador.

II - O prezado docente acusa o missivista de ser defensor do Diabo e/ou seus serviçais, bem como ameaça que se permanecer, o escritor, nesta vereda, Deus o destruirá. Técnica conhecida como "terrorismo espiritual", pois segue o binômio "se não concordar comigo Deus te destruirá".

O Pr. Bullon, também é acusado de ultilizar este método (ver https://www.adventistas.com/bullon.htm) ao ameaçar pedir a Deus que mande lepra sobre os autores de sites (https://www.adventistas.com; http://www.movanews.net; http://www.adventistas.net)  que criticam "a igreja", ou melhor, sites que criticam seus sermões, sua conduta, bem como os procedimentos de alguns administradores e pastores adventistas.

"Vendo isto os discípulos Tiago e Joao, disseram: Senhor, queres que mandemos descer  fogo do ceu para os consumir [como Elias também fez?] Ele porém, voltando-se, repreendeu-os, [e disse: Vos não sabeis de que espirito sois.] -- Lucas 9:54-55.

III - O referido professor procura criar uma relevante dessemelhança terminológica entre os verbetes: "advertência/acusação":

a) Se Deus, os profetas ou Ellen White diz que a Deus diz que a igreja é miserável, cega e nua, ou seja, que falta testemunho, discernimento espiritual, e que pecados vergonhosos estão a mostra, então é ADVERTÊNCIA.

Quando Deus diz: "roubais nos dizimos" Ml. 3:10, por isso não há mantimento na casa de Deus, então é ADVERTÊNCIA.

Quando João Batista "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?" Mat. 3:7, era uma ADVERTÊNCIA.

b) Se um irmão diz que a igreja é miserável, cega e nua, ou seja, que falta testemunho, discernimento espiritual, e que pecados vergonhosos estão a mostra, então é ACUSAÇÃO.

Quando um irmão diz: "roubais nos dízimos" Ml. 3:10, por isso não há mantimento na casa de Deus, então é ACUSAÇÃO.

Quando um irmão João "disse-lhes: Raca de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?" Mat. 3:7, era uma ACUSAÇÃO.

Sendo que advertência (crítica construtiva) visa edificar, acusação (crítica destrutiva) visa derrubar. Erro houve ao se confundir a CONDUTA com o MOTIVO. Uma mesma conduta pode encerrar diversos motivos. Motivação divina ou Motivação diabólica. Lembremos que não podemos julgar os motivos, somente a ação, pois só Deus conhece, com segurança, os motivos.

Estas contendas de palavras são, freqüentemente, utilizadas pelos católicos para provar que não adoram imagens, mas a Deus atráves das imagens. Entristece-nos, divisar alguns teólogos adventistas modernos seduzidos por teses desta natureza!  

"Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que e segundo a piedade, e soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questoes e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injurias, suspeitas maliciosas, disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade e fonte de lucro;" -- I Tim. 6:3-5.

"Lembra-lhes estas coisas, conjurando-os diante de Deus que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam, senão para subverter os ouvintes." 2 Tim. 2:14  

IV - Mantem a argumentação: "a igreja tem erros": a) sem dar diagnóstico específico [quais erros?], evitando a ira dos segmentos pecaminosos impenitentes, b) sem ofertar remédio aconselhado [qual a solução sugerida?], evitando uma reação prática dos adventistas fiéis contra crescente apostasia coletiva.

"E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro." -- Eze. 44:23.

"Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem ensinam a discernir entre o impuro e o puro; e de meus sábados  escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles." -- Eze. 22:26.

"Oxalá que entre vós houvesse até um que fechasse as portas para que não acendesse debalde o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da  vossa mão." --  Malaquias 1:10.

É confortável dizer teoricamente: "dos pecadores sou o principal" parafraseando, publicamente, Paulo, sem confessar, contudo, pecados graves e especificos; é fácil dizer, ao auditório, "se dizermos que não temos pecados a verdade não está em nós", ocultando, com esta frase, nossa justiça própria. Dizer isto é muito diferente de confessar clara e publicamente onde temos falhado.

V - Mantém o articulista (não rejeita) o princípio dogmático absolutista de Luis XIV:  "o Estado sou eu", em outros termos, "a igreja sou eu", os administradores quando censurados por seus pecados, tentam provar que toda crítica a sua conduta, ainda que ilegítima, importa em um crime contra toda igreja! Temem terrivelmente a difusão da assertiva: "A administração é de Deus, mas o administrador pode estar servindo ao diabo. Assim como, a igreja é de Deus,  mas o membro pode estar servindo ao diabo".

VI - Não diferencia: a) "a crítica aos pecados reais de alguns administradores" e a "critica indevida, infundada, difamatória ou infamante contra igreja", logo, enseja a confusão sobre procedimentos dessemelhantes.

Enfim lembremos, que certamente, "todo poder vem de Deus",  porém "todo abuso de poder vem do Diabo".

"Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus; convertei-vos, pois, e vivei." -- Ezequiel. 18:32

"Todavia ninguém contenda, ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote." Oséias 4:4. -- Humberto Caputo. Texto copiado sem permissão do autor de uma lista adventista de discussões por e-mail.

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