Os Peixinhos Reclamões e o Segredo da Vida Longa do Peixe Gordo

 

Quando o mar se acalmou, os peixinhos se reuniram entre os recifes de coral, em um lugar bem protegido, onde algas coloridas faziam um verdadeiro jardim.

Um peixinho mais novo, famoso por sua velocidade, logo começou a falar. Sempre que se reuniam ele era o que tinha mais idéias, mas neste dia parecia mais animado:

Nós podemos mudar esta situação! Nós não somos obrigados a ficar limpando a sujeira que os tubarões fazem. Eles dizem que nós somos culpados, que se eles comem peixes, a sujeira é feita de peixes e portanto a culpa é nossa. Mas isso não está certo!

Outro peixe também se entusiasmou:

E porque quando eles passam nós precisamos ficar em reverência? Só porque são maiores? O Criador de todos os peixes não disse que todos os peixes são iguais?

O primeiro voltou a falar:

É possível mudar. É só querer. Os tubarões dizem que sempre foi assim e só o Criador pode vir consertar o que está errado, mas para eles é fácil dizer isto! Não são eles nem os filhos deles que estão morrendo! Nós precisamos mudar isso, nada mais de reverenciá-los como se fossem deuses. Não vamos mais limpar seus restos de comida. Eles sujaram, eles que limpem! Se todos entenderem isso, é só querer a tudo pode mudar!

Neste momento, um peixe mais gordo, bem antigo no cardume, pediu a palavra:

As reivindicações do nosso amigo aqui parecem justas. Mas eu já tenho muita experiência, já vivi muito, sei que isso nunca vai mudar. Netuno, o deus dos mares, já fez as coisas para serem assim. Se for para mudar, só ele pode mudar. Quando chegar a hora, ele vai vir consertar o que está errado. Enquanto isso, devemos ser bons peixinhos. Netuno não gosta dos reclamões. Nós devemos nos resignar ao nosso destino...

Todos ficaram em silêncio. O peixe gordo era também o mais velho e, por isso, era conhecido como “ancião” e muito respeitado ali no fundo do mar. Suas palavras foram como um balde de água fria no ânimo de todos, se é que balde de água fria funciona no fundo do mar.

Os peixinhos foram saindo, um a um, tristes, voltando para sua rotina diária até chegar a sua vez de servir aos tubarões na cadeia alimentar.

O peixe mais esperto ficou sozinho, pensativo. Quando todos já haviam ido embora, foi que ele pensou. Como, por quê, o peixe gordo, que era o mais lento, vivia tanto? Por que os tubarões não o haviam devorado ainda?

Mas era tarde, todos já haviam partido. A esperança era que os outros um dia percebessem por si mesmos... -- TF


(Sem Palavras)

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