Bush: O Dono do Mundo?

 

Foi um discurso incisivo: para o governo americano, o Iraque é só um dos fronts na guerra pela liberdade no planeta. Bush acredita que o papel dos Estados Unidos é levar a democracia aos quatro cantos do mundo. Libertar todos os povos que, na opinião do governo americano, hoje são oprimidos.

"Nosso compromisso com a democracia está sendo testado no Oriente Médio", disse Bush. "Esta é a minha prioridade hoje e deve ser a prioridade da política americana nas próximas décadas".

Ele citou os países em que a Casa Branca vê avanços: Bahrain, Oman, Marrocos e Arábia Saudita. E deixou claro que o Irã está na mira do que chamou de revolução democrática global: "O regime de Teerã tem que ceder às demandas democráticas do povo iraniano ou perderá a pouca legitimidade que ainda tem".

Bush seguiu com a lista negra, dizendo que, na Síria e no Iraque de Saddam Hussein, a ditadura deixou um legado de tortura, opressão, miséria e ruína. Ainda no Oriente Médio, ele criticou os líderes palestinos que estariam alimentando o ódio e impedindo a paz.

Bush também apontou a necessidade de mudanças fora do Oriente Médio e citou alguns exemplos: Cuba, Coréia do Norte e Zimbábue. Bush falou até da China, país que recebe hoje o maior volume de investimento capitalista no mundo. Ele disse que a China precisa se emendar, porque o país tem hoje apenas um rasgo de democracia.

O discurso já está sendo considerado um marco do governo George Bush, porque o presidente disse, com todas as letras, o que o mundo já vinha temendo e percebendo: que a guerra no Iraque não é um episódio isolado e, sim, parte de um projeto maior que provavelmente terá novos desdobramentos.

Fonte: http://redeglobo3.globo.com/bomdiabrasil/materias.jsp?id=29967


Bush defende 'revolução democrática'

Por David E. Sanger :: 06:13 07/11

WASHINGTON - Na quinta-feira (06), o presidente Bush desafiou o Irã, a Síria e dois aliados cruciais dos EUA no Oriente Médio - o Egito e a Arábia Saudita - a abraçar as tradições democráticas. E que a queda de Saddam Hussein deveria ser vista "como um evento decisivo na revolução democrática global".   

O discurso de Bush, diante da National Endowment for Democracy, parecia ser um esforço da Casa Branca para alterar a percepção americana e do mundo sobre a ocupação iraquiana, que foi descrita em termos mais estratégicos que a derrubada de um ditador. Mas esta tentativa foi realizada no momento que Bush luta para criar instituições democráticas no Iraque, e quando as baixas diárias entre as forças americanas e da coalizão no Iraque levaram muitos na região a questionar se os EUA são capazes de transformar a nação que invadiram.

No discurso, Bush tentou posicionar o experimento de transformar o Iraque ao lado dos esforços dos EUA para difundir a democracia na Ásia e Europa após a Segunda Guerra Mundial e para vencer a União Soviética. Ele diretamente comparou "a nova estratégia para a liberdade no Oriente Médio" de seu governo à declaração de Ronald Reagan na Inglaterra em 1982 de que o comunismo soviético havia fracassado.

"Sessenta anos em que as nações ocidentais desculparam e acomodaram a falta de liberdade no Oriente Médio nada realizaram para nos proteger", Bush argumentou, em uma crítica que abrangeu democratas e republicanos que o precederam, "porque em longo prazo, a estabilidade não pode ser comprada ao custo da liberdade".

Bush citou quatro países onde, segundo sua visão, a ditadura estava condenada ao fracasso: Coréia do Norte, Mianmar - que ele se referiu pelo antigo nome, Birmânia - Cuba e Zimbábue, declarando que "estes regimes não podem reprimir para sempre a liberdade". Para Bush, assim como Nelson Mandela surgiu para libertar seu país, "um dia, das prisões e campos de prisioneiros, e do exílio, os líderes das novas democracias surgirão" nestes quatro países.

Bush já se manifestou sobre assuntos similares no passado, notavelmente em um discurso para o American Enterprise Institute um mês antes da invasão do Iraque. Mas entes do discurso de quinta-feira, ele não havia mencionado especificamente os países que, segundo sua visão, necessitavam urgentemente de reformas. Pela primeira vez, ele também abordou cuidadosamente a questão de falta de liberdade na Arábia Saudita, um dos maiores fornecedores de petróleo dos EUA e um país que vinha sendo poupado das críticas públicas.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1407903,00.html

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