Incêndio em
Dormitório Universitário em Moscou: Estudante Adventista Morre, Outro Escapa Ferido
O estudante adventista peruano Giancarlo Paitamala
Saenz, de 20 anos, está assentado nesta foto tirada em 22 de novembro em Moscou.
Paitamala morreu em 25 de novembro por traumatismo craniano provocado quando saltou
pela janela do 3o. andar na Universidade de Amizade dos Povos em Moscou, quando de
um incêndio no dormitório que matou 36 e feriu quase 200 estudantes, inclusive outro
estudante adventista.
Ivan Ostrovski no hospital em Moscou. [foto por
Wilmar Hirle] |
Um incêndio na madrugada de 24
de novembro ceifou a vida de um estudante peruano, membro da Igreja Adventista do Sétimo
Dia na Universidade Amizade Entre os Povos, em Moscou, Rússia. Giancarlo Paitamala Saenz,
de 20 anos, morreu por traumatismo craniano provocado quando saltou pela janela do 3o.
andar do dormitório em chamas. Pelo menos 36 estudantes morreram e mais 200 ficaram
feridos devido ao sinistro.
Outro membro da Igreja
Adventista, de 18 anos de idade, o brasileiro Ivan Ostrovsky, está se recuperando de
ferimentos num hospital de Moscou. Ostrovsky, que havia chegado há somente um mês para
estudar lei internacional, saltou do quinto andar do dormitório em chamas, contudo
sobreviveu milagrosamente. Ele tem conversado com os pais por telefone celular e se
noticia ter tido um braço, bem como costelas fraturados, e ferimentos na espinha.
Patiamala “era um estudante
muito bom que se formou com destaque na Escola Adventista Espanhola em Lima, Peru”,
declarou Heriberto Muller, diretor da ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e
Socorro de Emergência) para a região numa entrevista telefônica. “Ele ganhou uma bolsa
para estudar Ciência Política em Moscou”. Era o caçula de uma família de seis filhos na
família, e seu pai é um líder de uma congregação adventista local.
Muller, que tem estado em
contacto com a família no Peru, declarou que os dirigentes da igreja local tinham somente
localizado tanto Paitamala quanto Ostrovsky em 19 de novembro. Os estudantes freqüentaram
a Igreja Adventista Internacional de Moscou no último sábado e haviam almoçado com vários
membros da igreja naquele dia.
Paitamala fizera a oração no
encerramento do sábado, declarou Muller, “e pedira para ter a coragem e força para ser uma
boa testemunha” na Universidade.
Relatórios noticiosos dão conta
de que um problema elétrico pode ter sido a causa do incêndio, que se manifestou às 2:17
da manhã, pelo tempo local. O dormitório, que era usado para abrigar estudantes
estrangeiros que aguardavam aprovação médica, carecia de um sistema de alarme e não havia
plano de evacuação para seus residentes, muitos dos quais não falavam russo, declara
Vladimir Rodin, chefe do serviço de bombeiros da Rússia, falando à estação de TV "Canal
Um".
Dois dirigentes da sede da
Igreja Adventista regional, o tesoureiro Guillermo Biaggi e o diretor da Missão Global,
Wilmar Hirle, procuraram por Paitamala, que inicialmente era tido por desaparecido após o
incêndio. O escritório local da ADRA planeja ajudar não somente os adventistas, mas todos
os que tenham necessidade de roupas, alimento e outras necessidades.
Originalmente chamada
Universidade Patrício Lumumba de Amizade Entre os Povos, a instituição na era soviética
era destinada a transmitir um currículo estritamente marxista aos estudantes. Após a queda
do regime soviético em 1991, as verbas do governo minguaram, conquanto o estipêndio
escolar bastante baixo--de 1.200 dólares por ano--continuou a atrair estudantes de outros
países.
Fonte:
http://www.adventist.org/news/data/2003/10/1069695581/index.html.pt
Imprensa Dá Ampla Cobertura à Tragédia na Rússia
ASN - Agência Adventista Sul-americana de Notícias
ANO 6 - 2003 - 199 - 26/11/03
Brasília, DF... [ASN] Com cerca de 200 feridos e pelo menos 36 mortos o incêndio no
dormitório da Universidade russa abalou o mundo e mobilizou a imprensa internacional.
Segundo a assessoria da família Ostrowski no Brasil as notícias da repercussão da
tragédia devem continuar até o início da próxima semana. Entre os sobreviventes do
incêndio está o estudante brasileiro Fernando Ivan Ostrowski, de 18 anos.
"Entre os mortos infelizmente está o estudante Giancarlo Paitamala (20)", informa o
presidente da Igreja Adventista na região norte da cidade de Lima, Peru, pastor Haroldo
Morán.
Ivan é membro da Igreja Adventista Central de Brasília e Giancarlo era membro da Igreja
Adventista "La Vid", do bairro de San Martín, na zona norte de Lima. Os dois estudantes
chegaram a Moscou há cerca de 1 mês. "Realmente é muito difícil acreditar no que
aconteceu", lamenta o pastor Morán.
A família Ostrowski no Brasil está orando pelos que perderam seus filhos na tragédia.
"Pedimos que orem pelo nosso filho que, por um milagre, está vivo mas precisa se
recuperar", implora a mãe do jovem Ivan, a professora de música Margarete Ostrowski.
O corpo do estudante Giancarlo deve chegar a Lima antes do próximo sábado. Segundo o
pastor Morán a Igreja Adventista está prestando auxílio espiritual permanente à família
Paitamala por meio da atenção do pastor David Muñoz.
[Equipe ASN/Brasília]
Mais fotos de Ivanzinho e
Giancarlo
Fernando Ivan Ostrowski
Fernando Ivan Ostrowski e sua família
Fernando Ivan Ostrowski
Fernando Ivan Ostrowski e sua família
Sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a região da Rússia.
Giancarlo Paitamala - Rapaz de blusa verde (ao lado da senhora)
Giancarlo Paitamala - Rapaz de blusa verde (primeiro plano)
Os pais de Giancarlo Paitamala
Giancarlo Paitamala com seus pais
Giancarlo Paitamala
Fonte:
http://www.igrejaadventista.org.br/Ivan.asp
Matérias do Jornal Hoje
(Rede Globo)
Tragédia numa universidade da Rússia
Durante
a madrugada, um incêndio destruiu parte de um prédio, usado como dormitório de estudantes
estrangeiros. As primeiras notícias dão conta de trinta e dois mortos e 135 feridos.
Cinqüenta estudantes estão em estado grave. A maioria, com queimaduras de terceiro grau.
O fogo tomou o prédio de cinco andares da Universidade Patrice Lumumba de Amizade entre os
Povos, em Moscou. Os bombeiros levaram três horas para controlar as chamas.
Eles acreditam que um curto-circuito tenha provocado a tragédia. No inverno, o consumo de
energia elétrica aumenta demais na capital russa, e os incêndios são comuns em prédios
velhos e sem manutenção.
Durante a manhã, nós tentamos vários contatos em Moscou, e conseguimos falar com um
estudante de medicina. O goiano Fábio Lopes de Oliveira ajudou a socorrer as vítimas do
incêndio.
Fábio Lopes de Oliveira: Eu cheguei ao local do acidente e vi ainda estudantes
pulando do segundo andar, do terceiro andar.
Carlos Nascimento: Por que morreu tanta gente?
Fábio Lopes de Oliveira: Porque o prédio russo ele é apropriado para o frio, então
é muito difícil abrir as janelas, por exemplo. Aqui está um inverno horrível de menos sete
graus. Alguns estudantes conseguiram abrir as janelas e pular, outros não. Sair pela saída
principal não tinha como, porque estava tomada pelo fogo.
Carlos Nascimento: Os que morreram foi por motivo do fogo ou porque pularam?
Fábio Lopes de Oliveira: Não porque pularam. Morreram asfixiados outros com
queimaduras de terceiro grau. Estou agora no local do acidente para ver se posso ajudar
mais algum estudante. Situação crítica, mas graças a Deus está sob controle.
Seis brasileiros estudam nessa universidade em Moscou. Um deles estava no quinto andar do
prédio que pegou fogo. Fernando Ivan Ostrowski ficou ferido ao saltar do edifício e está
internado num hospital da capital russa. Hoje manhã, o jornalista Carlos Nascimento
conversou com o chefe de imprensa da embaixada brasileira em Moscou, Acir Moreira, que
está dando assistência ao brasileiro ferido.
Acir Moreira: Na verdade havia apenas um brasileiro. Ele pulou do quinto andar do
prédio. Para vocês imaginarem, por sorte, a neve que caiu nesses três últimos dias em
Moscou ajudou a aliviar a queda dele.
Carlos Nascimento: No andar em que ele estava morreram todos os outros, não é?
Acir Moreira: Todos os outros. Ele não foi o único. Mas foi um dos únicos a escapar
com vida do quinto andar.
Carlos Nascimento: Como é o nome do estudante? De onde ele é?
Acir Moreira: Ele chegou há apenas duas semanas, [ele é] de uma família de
Brasília. O nome dele é Fernando Ivan Ostrowiski. Está já está sob cuidados médicos,
encontra-se bem e de bom humor. Conversei com ele agora, faz menos de meia hora. Está fora
de perigo – pra nossa alegria.
Carlos Nascimento: Ele não teve queimaduras?
Acir Moreira: Não teve queimaduras nenhuma. Só duas fraturas, uma no antebraço e
outra em duas vértebras, mas que não acarretará nenhum problema no futuro pra ele.
Em Brasília, a repórter Adriana Araújo conversou com a família do estudante ferido.
“Ele falou que está bem, foi bem atendido. Quando ele pulou do quinto andar, ele desmaiou
mas o levaram para o hospital. Ele comentou: ‘Pai estou vivo graças a Deus. Porque eu
teria morrido senão tivesse tomado aquela atitude de pular imediatamente’. É um alívio. Eu
tinha quase certeza [de ter perdido o filho]. Estava pensando no pior pra depois estar
preparado para o pior”, conta Fernando Ostrowski – pai de Fernando.
“Depois do susto, receber essa foto dele sorrindo... Temos o nosso filho e sabemos que ele
está vivo, e a confiança e a certeza de que Deus está com ele é mais importante”, descreve
a mãe de Fernando, Margarete Ostrowski.
Fonte:
http://jornalhoje.globo.com/cgi-bin/montar_texto.pl?controle=7893
Permanência indefinida
O estudante que escapou
da morte ontem, em Moscou, falou hoje cedo com os pais, por telefone. Fernando Ivan
Ostrowski disse que ainda não decidiu se vai continuar em Moscou. O incêndio no alojamento
dos estudantes matou trinta e seis pessoas e feriu mais de 170.
O dia começou com música para a família Ostrowski. “Estou muito feliz, ele está vivo”,
comemora Margarete Ostrowski, mãe do estudante.
Na casa, o telefone não pára de tocar. São parentes, amigos, desconhecidos e gente até do
exterior que ligam para prestar solidariedade aos pais de Fernando. “É um conforto muito
grande termos esses amigos”, agradece Fernando Ostrowski, pai do estudante.
Fernando, de 18 anos, escapou do incêndio num alojamento de uma universidade de Moscou
pulando do quinto andar do prédio, mais de vinte metros de altura. Ele quebrou o braço e
também teve duas vértebras da coluna trincadas. Por causa disso deve ficar internado num
hospital Moscou por mais vinte dias.
Os pais de Fernando só conseguiram falar com ele ontem às 7h30 da manhã, e por poucos
minutos. Depois de vinte e oito horas sem notícias, eles conseguiram que uma funcionária
da embaixada do Brasil em Moscou fosse até o hospital levar um telefone celular ao filho
para tentar fazer contato. A família permitiu que o Jornal Hoje acompanhasse a
conversa com exclusividade.
Margarete:Oi tudo bem querido?
Fernando: Está tudo bem, mãe. Não se preocupa que estou bem.
O estudante disse que em nenhum momento pensou que morreria:
Fernando: Quando eu pulei, não sei por que, mas sabia que iria sobreviver, mãe. Na
minha cabeça não tinha outra opção. Eu falei: “eu não vou morrer”. Eu não estava com
cabeça pra morrer. Eu sabia que eu não ia morrer. Eu não ia morrer naquele incêndio, não
ia.
Para o pai, Fernando falou das emoções: “De manhã eu estava bem choroso. Chorei bastante
de manhã. A chateação é não poder levantar”.
O estudante também nos contou que está recebendo apoio e carinho de muitos brasileiros que
vivem em Moscou. “Trazem garrafa de água, às vezes fruta. Isso é só material, mas o que
mais me ajuda é o pessoal estar aqui comigo. Até agora não penso em voltar, penso em
continuar”, revela.
“Nossa vontade é que ele venha imediatamente para casa, mas a vontade dele e a de Deus
pesam muito nesse sentido”, declara Margarete.
Fonte:
http://jornalhoje.globo.com/cgi-bin/montar_texto.pl?controle=7911
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