TRISTEZA!
Ivanzinho Vive, Mas Giancarlo Morreu

 


Jovem Adventista Brasileiro é Salvo por Milagre de Incêndio que Matou 36 em Moscou

O estudante adventista brasileiro, Fernando Ivan, está entre os quase duzentos feridos no incêndio que atingiu uma república estudantil da Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou.

O incêndio, que destruiu o dormitório universitário na madrugada desta segunda-feira, causou a morte de 36 pessoas e deixou quase 200 feridas, informaram autoridades locais. Mas o jovem adventista, Fernando Ivan Santos Ostrowski, de 18 anos, escapou por milagre.

Fernando Ivan, conhecido como "Ivanzinho" estuda no primeiro ano da faculdade de direito e ficou ferido ao se jogar do quinto andar do prédio. Ele fraturou o antebraço esquerdo e uma vértebra, mas está fora de perigo. Fernando é brasiliense e membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Central de Brasília.

Fernando foi um dos poucos estudantes que estavam no quinto andar que resistiu ao incidente. Ele se jogou pela janela e teve a queda amortecida pela neve que caiu nos últimos três dias em Moscou. O estudante havia chegado à escola, onde estudam outros cinco brasileiros, há duas semanas.

O incêndio rapidamente destruiu quase todo o abrigo estudantil da Universidade Patrice Lumumba de Amizade Entre os Povos, disse Viktor Beltson, porta-voz do Ministério das Situações Emergenciais da Rússia. O edifício funcionava como abrigo passageiro para estudantes estrangeiros recém-chegados à Rússia que seriam submetidos a exames médicos antes do início dos estudos.

"Parecia um terrível pesadelo", disse Abdallah Bong, um estudante do Chade que testemunhou o incêndio, enquanto observava o prédio incendiado.

Aterrorizados pelo fogo que se propagava, muitos estudantes se jogaram pelas janelas do alojamento. "Um equatoriano se jogou do quinto andar e morreu", contou Adam Rosales, um estudante peruano de 22 anos. "O brasileiro fez o mesmo e apenas quebrou o braço!"

A maioria dos estudantes que ficou presa no incêndio era de recém-chegados, que se encontravam em Moscou há apenas alguns dias, e que não conseguiram encontrar uma saída porque não conheciam o prédio direito. O peruano Rosales, que residia no segundo andar do prédio incendiado, menciona a demora do socorro. "Os primeiros carros de bombeiros só chegaram depois de 20 minutos e os caminhões mais potentes só uma hora e meia mais tarde".

Muitos dos feridos encontraram as saídas de emergência bloqueadas e pularam das janelas do prédio de cinco andares em uma luta desesperada pela sobrevivência. A maioria deles era proveniente de países da África, da Ásia e da América Latina. De acordo com estudantes, os mortos e feridos incluem ainda cidadãos de Afeganistão, Angola, Bangladesh, Casaquistão, China, Costa do Marfim, Etiópia, Líbano, Malásia, Marrocos, Peru, República Dominicana, Tadjiquistão, Taiti e Vietnã.

Três moças congolesas, visivelmente angustiadas pelos fatos, não sabiam explicar as causas do incêndio e nem se mostraram muito preocupadas com isso. "A verdade é que nunca vamos saber", afirmou uma delas, chorando muito.

"Ninguém nos diz nada, não há uma lista dos sobreviventes, não sabemos em que hospitais estão os feridos", afirma uma jovem russa, também em meio às lágrimas ao saber que quatro corpos foram retirados do quarto em que dormia. O primeiro andar do prédio ficou intacto, mas os andares acima resultaram totalmente calcinados.

Investigações preliminares apontam para um problema elétrico como possível causa do incêndio, disse o vice-ministro de Interior Rashid Nurgaliyev ao ser interpelado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.


Tá Explicado! Ivanzinho Foi Desbravador...

Neve amorteceu a queda de brasileiro

Evandro Éboli/Reprodução

BRASÍLIA. Os pais do estudante Fernando Ivan Ostrowski, de 18 anos, que vivem no Lago Sul, em Brasília, não acreditavam, ao assistir ao vivo às imagens do incêndio na Universidade Amizade dos Povos, em Moscou, que o filho poderia escapar com vida da tragédia.

— Ele morava no quinto e último andar do alojamento. Quando vi as imagens pela CNN de madrugada perdi as esperanças. Mas Deus nos abençoou e ele sobreviveu — disse ontem o advogado Fernando Ostrowski, pai de Fernando Ivan.

Os pais do estudante foram acordados à 1h por um telefonema de uma amiga da família que vive em Moscou. Ela disse aos pais de Fernando Ivan que ocorria um incêndio no alojamento número 6 da universidade.

— Ela nos disse que o incêndio era de grandes proporções e que muitos já tinham morrido — disse a professora de piano Margarete Ostrowski, mãe do estudante.

O telefonema que aliviou a família aconteceu às 7h30m. O médico Salomão Gurgel, amigo da família, ligou para o pai de Fernando Ivan e deu a notícia de que o estudante sobrevivera e estava internado no hospital público 64. Parentes de Gurgel que moram em Moscou obtiveram a informação e o avisaram. Meia hora depois o próprio rapaz ligou e disse que estava bem, mas que tinha fraturado a 12 vértebra torácica e a primeira lombar, além do antebraço esquerdo.

O estudante terá de ficar internado três semanas para observação, mas não precisará fazer cirurgia. Fernando Ivan está há 20 dias em Moscou. Ele irá cursar direito internacional graças a uma bolsa que recebeu do governo russo.

No quarto em que estava hospedado havia outros dois estudantes estrangeiros, de Guiné-Bissau e territórios palestinos. Eles passavam por uma quarentena, período em que fazem exames médicos antes de iniciarem os estudos.

Fernando Ivan e os amigos foram acordados com gritos de socorro e de que estava ocorrendo um incêndio. Os amigos do brasileiro gritavam que iriam morrer. Ele, então, decidiu abrir a janela e pensou em fazer um cordão amarrando lençóis, mas desistiu porque o fogo que vinha dos andares de baixo já estava muito próximo de seu quarto. Antes de pular, Fernando Ivan disse aos colegas que esta era a única saída.

— Ivan decidiu pular e chegou lá embaixo já desmaiado. Ele disse que está muito triste porque perdeu muitos amigos — disse o pai.

A família do estudante é adventista do Sétimo Dia. Margarete disse que o filho sempre praticou esportes e que integrou o Clube dos Desbravadores Adventistas, um agrupamento semelhante aos escoteiros.

— O anjo da guarda de Ivan foi a neve que caiu nos últimos dias em Moscou. A camada alta de neve amorteceu a queda, que de outra forma poderia ter sido fatal — afirmou Acir Pimenta Madeira Filho, chefe do setor consular da Embaixada do Brasil em Moscou, pouco depois de visitar o brasileiro.

Fernando Ivan foi um dos poucos do quinto andar que sobreviveram ao incêndio. Ele e o amigo africano quebraram a janela.

— Nesse momento, nós vimos que, se não pulássemos da janela, morreríamos na fumaça — contou Fernando Ivan mais tarde no hospital a Madeira Filho.

Ele pulou e tentou se agarrar em galhos de árvores durante a queda, mas não conseguiu. Depois perdeu os sentidos e acordou no hospital. Até a noite de ontem ele não sabia ainda se os dois colegas tinham sobrevivido.

Segundo Madeira Filho, há cerca de 20 brasileiros estudando na universidade. Um deles, Fábio Lopes de Oliveira, está fazendo residência de medicina no Hospital 64 e faz companhia a Fernando Ivan. O chefe do setor consular fez ontem uma fotografia do brasileiro para mandar para a sua família pela internet.
COLABOROU: Graça Magalhães-Ruether, de Berlim

Fonte: http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/112036357.asp


Informações do Noticiário Adventista Oficial

Milagre salva estudante no incêndio de Moscou

”Só um milagre pode ter livrado o meu filho da terrível tragédia”, declarou o pai do estudante Fernando Ivan Ostrowski, o advogado Fernando Ostrowski.

Ivan estava na Rússia há 20 dias para estudar Direito Internacional. Na madrugada desta segunda-feira, dia 24, o alojamento número 6 da Universidade da Amizade Entre os Povos incendiou matando 36 pessoas e ferindo cerca de 200.

Ivan saltou do 5º. andar e até agora a notícia extra-oficial é que todos os residentes no 5º. andar morreram. “Foi um verdadeiro pulo no escuro, um salto pela fé”, comenta a mãe do jovem, a professora de música Margareth Ostrowski. Alguns estudantes que pularam do 3º. e 4º. andares estão em UTIs de hospitais em Moscou e alguns outros morreram.

Segundo os pais, o estudante pretende permanecer na Rússia para completar sua faculdade. Ivan tem 18 anos e é membro da Igreja Adventista Central de Brasília.

A mesma sorte não teve o estudante peruano Giancarlo Paitamala, 19 anos, membro da Igreja Adventista da Avenida Espanha, em Lima, Peru. Ele saltou do 4º. andar do prédio em chamas e morreu no hospital após ser submetido a uma cirurgia e entrar em estado de coma.

Os jovens adventistas haviam se reunido no sábado, dia 22, dois dias antes da tragédia, em um culto de reconsagração a Deus. A oração final do encontro foi proferida por Giancarlo, que pediu a Deus que os ajudasse a se manterem fiéis a Ele.

Giancarlo era um aluno de destaque no Colégio Adventista da Avenida Espanha, em Lima, Peru, e recebeu uma bolsa do governo russo para estudar naquele país.

Segundo agências de notícias o fogo teria começado em razão de um problema elétrico, por volta das 2h locais (21h, horário de Brasília), em um corredor do dormitório da Universidade.

Cerca de 50 equipes de bombeiros trabalharam para controlar as chamas, mas o resgate foi dificultado pela grande quantidade de neve. Ainda de acordo com informações das agências, grande parte dos mortos são da China e de países africanos, mas também havia estudantes do Equador, República Dominicana, Peru, Japão e Índia. Ivan Ostrowski era o único brasileiro no local.

Fonte: http://www.dsa.org.br/Ivan.asp


Ivan conta à família como escapou da morte em Moscou

Brasília - Por quatro horas, Fernando Ostrowski acreditou que tivesse perdido o filho Fernando Ivan, de 18 anos, no incêndio no alojamento universitário na Rússia. Às 7 da manhã um amigo avisou que Ivanzinho - como é tratado em casa - estava vivo. Meia hora depois, o próprio rapaz falou com o pai. "Tô vivo, graças a Deus", disse Ivan, que só se salvou porque pulou do 5º andar. Está no hospital com fraturas no braço e em duas vértebras.

Ivan acordou sufocado com tanta fumaça e com os gritos - havia 282 pessoas no prédio conhecido como alojamento da quarentena, onde os estudantes estrangeiros são obrigados a permanecer para fazer exames médicos e começar a aprender russo. Abriu a porta e viu que as chamas já tinham tomado todo o corredor. Pensou em amarrar os lençóis e descer pela janela, mas o fogo no andar de baixo queimaria o tecido.

Todos os ocupantes do quarto estavam em pânico, Ivan propôs que parassem de falar e se atirassem. Ele pegou a mala com documentos atirou pela janela e, em seguida, pulou.

"Ele não teve escolha, saltou para a vida", explicou o pai em entrevista coletiva.

Eram três horas da madrugada, quando o telefone tocou na residência dos Ostrowski no Lago Sul. A amiga Clenir Hirle, que reside na Rússia, tinha uma notícia ruim: o prédio onde Ivan estava alojado pegava fogo. As notícias eram de que havia dezenas de mortos e feridos.

Daquele momento em diante, Fernando colou os olhos na TV a cabo para obter mais informações. As imagens não deixavam dúvidas para o advogado de que "não tinha nenhuma chance de sobrevivência". Já a mãe Margarete se trancou no quarto para orar e, durante todo o tempo, pensou que o filho esta vivo. "Foram horas terríveis de dúvida, incerteza, vazio... mas agora o meu coração está repleto de gratidão e júbilo", contou a pianista aliviada.

Os pais não se cansavam de ver as fotos do filho que receberam por e-mail do chefe do consulado brasileiro na Rússia, o secretário Assir Pimenta Madeira Filho. O diplomata, que tirou as fotos, contou à família que o rapaz estava "aparentemente bem e de bom humor". Ele informou também que, apesar do incidente, Ivan disse que não pretende desistir do curso de Direito Internacional na Rússia. Faz 20 dias que ele chegou à Rússia para estudar. A mãe preferia ter o filho em casa. "Mas, como mãe, tenho de apoiar tudo o que ele decidir e confiar em Deus."

Fonte principal: O Estado de São Paulo.


Mãe de Fernando Dá Bom Testemunho em Rede Nacional

Uma família brasileira viveu horas traumáticas durante a madrugada sem saber se o filho havia saído vivo de um incêndio em uma Universidade de Moscou.

O incêndio - que as autoridades atribuem a uma falha elétrica - matou 33 estudantes estrangeiros e feriu pelo menos 160. O brasileiro Fernando Ivan Ostrowski se salvou, milagrosamente, pulando do quinto andar de um alojamento estudantil.

A família Ostrowski foi despertada, no meio da noite, com a notícia do incêndio. Ao ver as imagens pela televisão, o pai de Ivan achou que não houvesse esperança.

“Eu comentei: não tem condição de sobreviver. É muito fogo, é muito calor e o lugar que ele estava é alto. O que ele ia fazer?", disse Fernando Ostrowski, pai do estudante.

Ivan, um brasiliense de 18 anos, embarcou para Moscou há 20 dias, depois de ganhar uma bolsa para fazer o curso de Direito Internacional na Universidade Patrice Lumumba. Como os outros novatos, ele estava no alojamento para recém-chegados, que foi tomado pelas chamas.

Foram cinco horas de angústia para a família, até que, finalmente, o telefone tocou. Ivan contou que, ao abrir a janela, as labaredas já chegavam ao quinto andar. “Então, ele pegou uma mala que tinha com documentos e jogou essa mala para fora e em seguida, os colegas dele falaram: vamos morrer, vamos morrer. Tinha mais dois colegas. Aí ele falou: parem de falar e se atirem e ele se atirou”, conta o pai.

A queda de Ivan foi amortecida pela neve acumulada na calçada. O estudante fraturou o braço e duas vértebras, mas as lesões não foram graves. Ele foi o único sobrevivente do quinto andar.

“Eu estou pensando se eu acho na gramática, no vocabulário, uma palavra que resume tudo isso. O único apego, a única segurança que eu tinha era a confiança em Deus", conclui Margarete Ostrowski, mãe do estudante.

Fonte: http://redeglobo6.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20031124-17371,00.html


Reportagem do Jornal Nacional

Fogo na universidade

Um incêndio no dormitório de uma universidade de Moscou matou 36 estudantes estrangeiros e feriu mais de 170. Foi nas primeiras horas da madrugada e a maioria dormia. A neve dificultou o trabalho dos bombeiros, mas pelo menos um aluno sobreviveu graças a ela - é um brasileiro.

24/11/2003

Era madrugada, quando o incêndio começou no segundo andar do prédio da Universidade Patrice Lumumba, em Moscou, onde estudam seis brasileiros. A fumaça e o fogo tomaram conta do alojamento, que tem janelas de difícil abertura, para proteger os moradores do inverno rigoroso. O brasileiro, Fabio de Oliveira, médico residente em Moscou, ajudou no resgate das vítimas.

"Alguns estudantes conseguiram abrir a janela e pular, outros não. Sair pela saída principal era difícil porque estava tomada pelo fogo", contou ele por telefone.

O alojamento é para estudantes estrangeiros. A maioria dos mortos era da China e de países africanos. Entre os estudantes que moravam no prédio estava Fernando Ivan, um brasiliense de 18 anos. Ele foi há 20 dias para Moscou, depois de ganhar uma bolsa de estudos para fazer o curso de Direito Internacional.

Às 3h30, em Brasília, os pais foram avisados do incêndio e viveram uma noite de angústia.

"Foi um momento extremamente dramático. Foi um dos piores momentos da minha vida. A gente pensar o pior de um filho é algo realmente trágico", diz o pai do estudante, Fernando Ostrowski.

Sem muitas informações de Moscou, o telefone só tocou na casa da família Ostrowsk 11 horas depois do incêndio. Era o filho, contando como escapou do fogo, pulando do quinto andar do prédio.

"Ele falou assim: pai foi horrível. Eu acordei com os gritos. As pessoas gritando: acordem! acordem! fogo!", conta Fernando.

Ivan tranqüilizou os pais, que receberam pela internet notícia do filho. Por telefone, Ivan disse que estava tudo bem e que só tinha quebrado um antebraço e duas vértebras. Sem gravidade. Falou rápido, menos de cinco minutos no celular de um amigo.

A neve alta, embaixo do prédio, amorteceu a queda do rapaz. Depois do susto, os pais ainda não sabem se vão para Moscou visitar o filho. Mas já tomaram a decisão: não vão cortar os sonhos do rapaz.

"Mãe sempre quer ter o filho perto, mas eles precisam voar para crescer e às vezes crescer machuca e dói. Como foi. Não precisava tanto. Queria que ele tivesse aqui", se emociona a mãe de Ivan, Margarete Ostrowski.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu rigor nas investigações. Um curto-circuito pode ter provocado a tragédia.

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