Novo Desafio a Quem Não Acredita no Juízo Investigativo a Partir de 1844

 

Sou o editor do site http://www.concertoeterno.com e quero aqui incrementar o Desafio que fiz aos fordistas e a todos os que não acreditam na doutrina do Juízo Investigativo a partir de 1844.

Uma grande parcela dos que se dispõem a contrariar a mensagem adventista do Santuário e do Juízo de Investigação insiste que Jesus já teria começado Seu ministério no Lugar Santíssimo quando de Sua ascensão, no ano 31 de nossa Era. Para fundamentar essa posição, apelam para as repetidas declarações bíblicas de que Jesus teria Se assentado à destra do trono de Deus logo que subiu ao Céu (ex.: Hebreus 1:3; e 8:1). Sendo o trono celestial representado pela arca da aliança no Santuário terrestre, a qual ficava no segundo compartimento, conclui-se que Jesus foi diretamente ao Santíssimo já no primeiro século da Era Cristã. Certo? ERRADO!!!

Onde está escrito que a arca da aliança correspondia ao trono celestial de Deus? Resposta: em lugar algum. Isso não passa de mera dedução, para a qual não existe respaldo escriturístico. Em Apocalipse, ao descrever o mobiliário do Santuário do Céu, João faz nítida distinção entre o “trono” e a “arca da aliança” (Apocalipse 4:2; e 11:19).

No começo da Era Cristã, o apóstolo João descreve a Cristo no primeiro compartimento do Santuário do Céu. Senão, observe-se a cena de Apocalipse 4 e 5.

Depois de falar de uma “porta aberta” no Céu (Apocalipse 4:1), João faz referência ao “trono” de Deus e às “sete lâmpadas de fogo” (versos 2 e 5); estas não podem ser outra coisa senão o correspondente celestial do candelabro que havia no primeiro compartimento do Santuário terrestre. Também diante do trono, ele vê o “altar de ouro”, sobre o qual foi oferecido incenso (Apocalipse 8:3). Na Terra, esse altar também estava situado no primeiro compartimento.

Observe-se ainda que João não faz qualquer alusão à arca da aliança nesse contexto; mas, ao abrir-se “o Santuário de Deus que se acha no céu”, ele pôde contemplar a “arca do concerto”. Visto que no capítulo 4, versículo 1, a “porta” descrita por João já estava aberta; que, em Apocalipse 4, 5 e 8, ele não faz qualquer referência à arca da aliança, mas unicamente a itens do mobiliário do primeiro compartimento; e que a “arca da aliança” só foi vista quando do anúncio da abertura do “Santuário de Deus que se acha no Céu”, conclui-se que o ambiente de Apocalipse 4 e 5 seja o do Lugar Santo do Santuário Celestial.

É nessa divisão do Santuário Celeste que João descreve o “trono” e o Cordeiro (Apocalipse 4:1; e 5:6-8). Portanto, ao ascender ao Céu, Jesus realmente começou Seu ministério no primeiro compartimento do Santuário Celestial.

Daniel 7:9, 10 e 13 descreve o momento em que Jesus Se desloca para o segundo compartimento do Santuário Celestial, para o obra do julgamento.

Gostaria de perguntar aos fordistas e aos demais oponentes da teologia adventista como derrubar essa análise objetiva da estrutura do Santuário Celestial em Apocalipse.

Aguardo as opiniões. Fiquem na paz e que Deus os abençoe!

Henderson H. L. Velten

Editor do site http://www.concertoeterno.com.


Irmão Henderson, que Deus continue abençoando muito o irmão e, para a glória e honra de Jesus Cristo, saiba que o vosso site tem sido uma luz para muitos sinceros.

Corroborando com o tema sobre o novo desafio, envio o seguinte texto:

O santuário terrestre era um cópia do santuário celeste. Era dividido em dois compartimentos: Santo e Santo dos Santos. No compartimento Santo, o sacerdote entrava todos os dias para apresentar diante de Deus o sangue da oferta pelo pecado e no segundo compartimento, o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para purificar o santuário dos pecados acumulados durante todo o ano.

Alguns acalentam a idéia de que quando Cristo ascendeu aos céus, já estava acabado Seu trabalho sacerdotal. Baseiam esta conclusão nas passagens de Hb. 1:3 e 10:10. Pretendem que a expressão 'havendo feito' e 'feito uma vez' indica que o trabalho de Cristo, quando Se assentou à destra do Pai, já estava completado, nada mais restando para Ele purificar. Mas esta idéia não é bíblica, pois cerca de 26 anos depois de escrita a epístola aos Hebreus, o apóstolo João deu testemunho de que Cristo ainda purificava as pessoas que confessassem seus pecados (1° João 1:9).

Se a obra de purificação tivesse sido acabada com a morte de Cristo na cruz, então permaneceriam impuros todos os homens que, daquela ocasião em diante viessem a existir.

Cristo assentou-Se à destra do Pai, mas isso não significa que o Seu trabalho estava acabado. Em 1° Reis 2:12, lemos que Salomão se assentou no trono de Davi, mas o seu trabalho não estava acabado. Pelo contrário estava começando... Os discípulos quando se assentarem sobre doze tronos será para julgar as doze tribos de Israel (Mat.19:28). E quando Cristo se assentou no trono, como rei e sacerdote, começou o Seu ministério no santuário celestial. Desde então temos um sacerdote, 'vivendo sempre para interceder por eles', Hb. 4:15, 7:25 e 9:24.

A finalidade da purificação do tabernáculo terreno era a remoção dos pecados ali acumulados durante todo o ano civil. Era uma obra de conclusão. A obra ali efetuada completava o ciclo anual do ministério sacerdotal. É fácil compreender por que, por exemplo, a louça da cozinha não pode ser lavada no início ou durante a refeição, mas somente depois. Assim também a purificação do santuário celestial é uma obra que só poderia realizar-se no fim do tempo da graça. Purificá-lo antes do fim seria inútil.

Compreendemos, pois, que, assim como em figura, no Velho Testamento, o santuário terreno era purificado de todos os pecados de Israel no fim do ano, assim também o santuário celestial somente poderia ser purificado de todos os pecados ali acumulados (ou registrados nos livros) no fim do tempo da graça, quando, então o justo continuará na prática da justiça e o injusto, na da injustiça (Apoc. 22:11). É uma obra de conclusão.

No santuário terreno, a purificação que se fazia no dia 10 do 7° mês, completava o ciclo sacerdotal. Ora, sendo a obra sacerdotal na Terra 'exemplar e sombra das coisas celestiais' (Hb. 8:5), é lógico que a purificação do santuário celeste não poderia realizar-se, por contraste, no início do ministério de Cristo, mas sim, por analogia, no fim de Seu ofício de intercessão.

Agradeço ao irmão pelo esclarecimento a minha nota sobre Ciro e Artaxerxes.

Que Deus continue abençoando a você, aos sinceros em todo o mundo e ao irmão Robson Ramos.

A DEUS seja toda honra e toda glória. Cristo em breve voltará.

Wellington, RJ


Querido irmão Wellington,

Agradeço pela contribuição e fico feliz porque pude ajudá-lo de alguma maneira.

Que Deus o abençoe também!

Henderson H. L. Velten

Editor do site http://www.concertoeterno.com.


Perguntas e Respostas Mescladas

Prezado amigo Luís Martini,

Ainda insisto numa análise objetiva das Escrituras. Como já declarei anteriormente no Adventistas.com, não aceito conclusões baseadas em inferências: ou uma idéia está expressa no texto bíblico, ou não está. Também realço a importância de não se extrair idéias do que o texto somente parece dizer, mas explicitamente não diz.

Ao meu ver, não há NADA na epístola aos Hebreus que possa confirmar ou desmantelar o entendimento adventista do Santuário e do Juízo Investigativo. O autor de Hebreus tão somente estava querendo mostrar aos seus leitores que a validade dos serviços do Templo Israelita tinha cessado e que um novo ministério sacerdotal, muito mais excelente, havia começado no Céu. Nada mais que isso! Extrair de Hebreus qualquer idéia sobre o Juízo Investigativo ou sobre as 2 fases do ministério sumo-sacerdotal de Cristo (quer a favor, quer contra) constitui uma arbitrariedade exegética.

Vejamos agora suas indagações:

1. Como fica Hebreus 6:19 e 20, segundo o qual Jesus teria entrado “além do véu” já no primeiro século?

Resposta: Muito poderia ser dito aqui sobre essa passagem, mas prefiro não gastar tempo com um item que não é definitivo nem para uma lado nem para o outro. Associar a expressão “além do véu” com Levítico 16:2 é temerário, pois também existia um véu à porta do Lugar Santo. Veja a passagem de Números 18:7, onde a expressão “para dentro do véu” se refere ao primeiro véu e não ao segundo. É importante destacar também que Hebreus faz referência ao véu que separava o Santo do Santíssimo como o “segundo véu”, o que traz à lembrança do leitor a existência de um outro véu, à porta do Lugar Santo (onde há um segundo, logicamente há um primeiro). Encurtando a conversa: diante da existência de 2 véus, seria arbitrário concluir que a expressão “além do véu”, em Hebreus 6:19, seja uma referência direta ao segundo compartimento do Santuário.

2. Como explicar Hebreus 9:12 e 10:19, que falam que Jesus entrou no Santo dos Santos depois de Sua ascensão?

Resposta: Nessas 2 passagens, a expressão grega vertida por “Santo dos Santos” na Versão Almeida Revista e Atualizada é tà hágia, cujo sentido literal é “os santos” ou “os [lugares] santos”, indicando um lugar sagrado. Essa expressão admite várias traduções: “Santuário”, “Lugar Santo”, “Lugar Santíssimo” etc. A Almeida cometeu a infelicidade de traduzir tà hágia de maneiras diferentes. Para que se entenda bem, o “Santuário” de Hebreus 8:2 e 9:24 e o “Lugar Santo” de Hebreus 9:8 são a tradução da mesma palavra que foi vertida por “Santo dos Santos” em Hebreus 9:12 e 25; 10:19; e 13:11, a saber, tà hágia. A rigor, a tradução “Santo dos Santos” não está errada, pois tà hágia comporta esse sentido. Só não há CERTEZA de que esse era o sentido intentado pelo autor da epístola.

Teria sido melhor que os tradutores tivessem vertido a expressão uniformemente. Mas, há uma evidência que desfavorece a tradução “Santo dos Santos”. Em Hebreus 9:3, onde não há dúvidas de que a referência seja ao Lugar Santíssimo (“segundo véu” / “arca da aliança”), utiliza-se uma expressão maior, Hágia Hagíon, cujo sentido literal é “santos dos santos” ou “[lugares] santos dos [lugares] santos”. Se Hebreus quisesse dizer que Jesus foi diretamente para o Santíssimo ao subir ao Céu, teria sido mais apropriado que essa expressão maior fosse utilizada e não meramente a expressão genérica tà hágia.

Mas, deixemos de generalidades. Como se vê, a carta aos Hebreus nem comprova, nem destrói o entendimento adventista sobre o início do ministério de Cristo no Lugar Santíssimo a partir de 1.844. Por outro lado, o Apocalipse registra que João viu a Jesus no Lugar Santo do Santuário Celestial depois de Sua ascensão, pois ele fala das “sete lâmpadas de fogo” e do “altar de incenso”. Ver Apocalipse 4:1, 2 e 5; 5:1 e 6-8; 8:3 e 4; e 9:13. Não somente Jesus, mas o próprio Pai estava no Lugar Santo, o que explica Hebreus 9:24, por exemplo. Isso dá suporte à nossa interpretação de que Jesus teria iniciado Seu ministério no primeiro compartimento do Santuário Celestial e não no segundo. Somando-se a isso o esquema cronológico de Daniel 9:24-27 e 8:14 e a passagem de Daniel 7:9, 10 e 13, que fala do deslocamento do Filho do homem até ao Ancião de Dias para a obra do julgamento, obtêm-se um quadro completo da doutrina adventista do Santuário e do Juízo Investigativo.

Bem, é isso.

Desejando maiores esclarecimentos, fique livre para escrever.

Fique na paz e que Deus o abençoe!

Henderson H. L. Velten

Editor do site http://www.concertoeterno.com.


Réplica de Luís Martini:

Obrigado, irmão Henderson. Eram essas as explicações de que eu necessitava para prosseguir alguns estudos que tenho feito com ex-adventistas. Gostaria, porém, de esclarecer que essas questões foram levantadas pelas pessoas com quem debato, mas como não consegui por mim mesmo solvê-las, mandei-as como se tivessem realmente partido de mim.

Mais uma vez, obrigado pela resposta e que Deus possa abençoá-lo de todas as formas.

Seu irmão em Cristo,

Luís Martini.


Tréplica de Henderson:

Querido irmão Luís Martini,

Foi para mim uma grande surpresa a revelação de que as idéias que havia colocado não eram suas, mas de outras pessoas.

Sinto-me extremamente feliz por tê-lo ajudado.

Obrigado por tudo!

Henderson H. L. Velten

Editor do site http://www.concertoeterno.com.


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